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GEOGRAFIA DO BRASIL

POPULAÇÃO BRASILEIRA
unidade 7

Professora Fabiane Rossi


GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO
POPULAÇÃO
 conjunto de pessoas que habita um certo território.

 A geografia preocupa-se não só com o número de


habitantes, mas também com as suas
características, condições e os processos de
evolução.
 A população é estudada também por outras
ciências, como a demografia que é o estudo, a partir
de dados quantitativos, de suas variações e do seu
estado. É uma ciência que busca a descrição de
uma dada população a fim de que se possa
conhece-la quanto aos seus traços culturais, seu
comportamento, sua estrutura, seus problemas
 Tempo e espaço: variáveis fundamentais para se
identificar e compreender o caráter dinâmico dos
fenômenos demográficos na medida em que a
população vai sofrendo transformações quantitativas e
qualitativas, e os problemas e as contradições no âmbito
socioeconômico vão se tornando mais evidentes.
 Para que se realize uma análise demográfica, é
indispensável consultar fontes de informações confiáveis
como um instrumento para a elaboração de políticas
públicas. Estas, por sua vez, deverão priorizar regiões
no sentido de estabelecer melhoria das condições de
vida da população, além de repartir os recursos federais
e estaduais, e de definir quantos serão os
representantes políticos na Câmara dos Deputados,
uma vez que o número de deputados é proporcional à
população de seu estado de origem.
Fontes de dados
 Até o século XVIII: registros paroquiais e às listas nominativas dos
habitantes, realizadas para fins fiscais e para contabilizar o efetivo
militar.
 Os registros paroquiais consistiam em fontes de dados muito
importantes, mas não refletiam a realidade da população: pelo
acesso limitado ao registro, pelo alto custo, ficando restrito às
classes sociais mais elevadas.
 Somente a partir do século XIX é que surgem novas fontes de
dados como os registros civis e os recenseamentos.
 Com o fortalecimento dos cartórios de registro civil, as informações,
antes obtidas na Igreja, passaram a se concentrar nos cartórios,
acrescidas do divórcio, adoção, nascidos mortos e óbitos fetais.
 O censo demográfico, por sua vez, tem uma abrangência temática
(características demográficas, socioeconômicas e dos domicílios
particulares da população) e espacial (unidades de federação,
meso e microrregiões, municípios, distritos e setor censitário – 300
domicílios), o que o torna uma fonte de aplicação das políticas
públicas.
 O Brasil passou a ter uma regularidade na coleta de dados a partir
dos anos 1940, tornando-se, então, decenal.
 Desse modo, pode-se resumir
as fontes demográficas principais
em:
 Registros paroquiais
 Listas nominativas

 Registros civis

 Censos
Fenômenos geográficos
 Fenômenos geográficos são
elementos-alvo dos estudos
populacionais que contribuem para a
compreensão do movimento de uma
dada população no espaço.
Os fenômenos demográficos que afetam
mais diretamente uma população são os
seguintes:
Natalidade
Mortalidade
Nupcialidade
Fecundidade
Esperança de Vida
Migrações (internas e externas)
Taxas demográficas
 A análise das taxas demográficas exige a
utilização de recursos estatísticos e
matemáticos para que se possa traçar ou
entender os aspectos demográficos de
uma dada região. A seguir, alguns
indicadores que podem ser calculados
para enriquecer a análise:
 População absoluta
 População relativa
 Natalidade
 Taxa de Fecundidade
 Taxa de mortalidade e mortalidade
infantil
 Crescimento vegetativo ou natural
População Absoluta
 É o total de habitantes de um certo lugar. Por
exemplo, a China possui a maior população
absoluta entre os países do mundo, com
aproximadamente 1 bilhão e 300 milhões de
habitantes. Podemos, portanto, afirmar que a
China é o país mais populoso do mundo.
 Populoso é o país que apresenta grande
população absoluta. 
PAÍS População
(aprox.)
China 1.350.000
Índia 1.100.000
Estados Unidos 300.000
Indonésia 230.000
Brasil 190.000
Paquistão 160.000
Bangladesh 150.000
Rússia 150.000
Nigéria 130.000
Japão 130.000
População relativa ou densidade
demográfica 
 É o total de habitantes de um determinado
local (população absoluta) dividido pela
área que ocupam: a média da distribuição
da população total pelo território.
 Verificando-se a população relativa ou
densidade demográfica pode-se avaliar a
concentração da ocupação humana em
um determinado espaço, ou seja, se a
pressão da população excede ou atende à
capacidade de superfície do lugar
Natalidade
 número de crianças nascidas vivas
ocorridas em 1 ano (expresso em 1000)
em relação ao total de habitantes de um
local.
 Esse cálculo é utilizado para medir a
necessidade de se planejar a assistência
materno-infantil
Taxa de Fecundidade
 É o resultado do número de nascimentos
durante o ano em relação à população
média feminina (15 – 49 anos) por grupos
de mil pessoas.
 Fecundidade: está vinculada aos estudos
de natalidade, uma vez que é, a partir
dela, que se identifica a capacidade
reprodutiva de uma mulher.
Taxa de mortalidade
 Consiste no número de mortes ocorridas
em 1 ano em relação ao número de
habitantes de um determinado local
 Mortalidade: determina a melhoria do
atendimento de saúde pública no país,
bem como manifesta a prevenção de
doenças.
Taxa de mortalidade infantil
(TMI)
 O público-alvo é infantil. Número de mortes de
crianças que não completaram 1 ano de vida
para cada grupo de 1000 crianças com menos
de 1 ano de idade. As razões para a queda das
taxas de mortalidade no Brasil podem ser
atribuídas à melhoria das condições sanitárias,
de higiene, à redução da fome e à medicina
preventiva
Crescimento vegetativo ou natural

 Diferença entre as taxas de natalidade e


de mortalidade, com exceção dos
emigrantes. Tem como objetivo obter o
crescimento da população de um lugar
CRESCIMENTO
DEMOGRÁFICO
 Em 2001, a população mundial era de
aproximadamente 6,1 bilhões, e cerca de 80%
dessas habitantes concentravam-se,
espacialmente, nos países em desenvolvimento
ou pouco desenvolvidos. Além disso, cerca de
38% convergiam para a Índia e a China,
caracterizando-os como os mais populosos do
mundo.
 O crescimento acelerado da população em
pouco tempo é identificado como o fenômeno da
explosão demográfica. Esta tem se manifestado
com maior incidência em países do Terceiro
Mundo localizados na África, Ásia e América
Latina, com taxas de crescimento populacional
em torno de 2,5%a.a.
Crescimento Demográfico
Brasileiro
 Quinta nação mais populosa do mundo:
ultrapassou os 191 milhões de habitantes
em 2009, segundo estimativas do IBGE.
 No último século a população multiplicou-
se por dez:
 em 1900 residiam no Brasil cerca de 17
milhões de pessoas;
 no ano 2000 quase 170 milhões.
Como se explica o elevado crescimento
populacional ocorrido no Brasil?

 as migrações externas (entrada e


saída de pessoas no país).
 o crescimento natural ou vegetativo
(diferença entre as taxas de
natalidade e as de mortalidade ).
Desde o primeiro recenseamento (1872)
ocorreram várias mudanças no padrão da
evolução demográfica brasileira. 
 Até o início da década de 1930 o crescimento
da população do Brasil contou com forte
contribuição da imigração. A partir de 1934, com
a adoção da "Lei de Cotas" que estabelecia
limites à entrada de imigrantes, o aumento da
população dependeu, principalmente,
do crescimento vegetativo (cv), isto é, a
diferença entre as taxas de natalidade e a de
mortalidade expressa em % (por cem) ou %0
( por mil) habitantes.
 No entanto, foi depois da Segunda Guerra
Mundial (1939-45) que o crescimento tornou-se
acelerado, devido à diminuição das taxas de
mortalidade. Isso é explicado por fatores como a
expansão da rede de esgoto, acesso à água
encanada, campanhas de vacinação em massa,
acesso a medicamentos básicos, etc.
 Entre 1940 a 1960 foi registrada a maior
evolução das taxas de crescimento
populacional, atingindo em 1960 a taxa de 2,9%
a.a. (ao ano - ou 29%0 a.a.). Este período
marcou a primeira fase de transição
demográfica brasileira.
 A partir da década de 1960, começou a ocorrer
uma desaceleração demográfica contínua: a
diminuição das taxas de natalidade passou a ser
maior que a das taxas de mortalidade,
registrando em 2000 um crescimento
demográfico de 1,6% a.a., com tendência à
queda.
 Essa mudança no padrão do crescimento
populacional brasileiro mostra uma situação
típica da segunda fase de transição
demográfica.
 Acompanhando uma tendência mundial, o
crescimento demográfico brasileiro vem
se desacelerando nas últimas quatro
décadas, sendo situada entre 1,14% ao
ano.
 Isso ocorre porque a taxa de fecundidade
está caindo ano a ano: atualmente é de
2,3 filhos por mulher entre 15 e 49 anos
(índice próximo ao dos países
desenvolvidos).
TAXA DE FECUNDIDADE - BRASIL
Por que a diminuição da taxa de
fecundidade?
 Transformações econômicas e sociais
acentuadas na segunda metade do século XX.
 Crescimento urbano e êxodo rural: os filhos que
eram “força de trabalho” no campo, passam a
ser “gastos a mais” nas cidades.
 O papel da mulher na sociedade: deixou de ser
exclusivamente do núcleo familiar e passou a
competir no mercado de trabalho.
 Maior acesso a meios contraceptivos.
 Maior nível de instrução da população
Para se ter uma idéia do que representa
esse crescimento populacional, verifique
que:

 para uma taxa de crescimento anual de


3%, a população duplica a cada 23 anos;
 para uma taxa de 2,5%, a população
duplica a cada 28 anos;
 para uma taxa de 1%, a população duplica
a cada 70 anos.
DISTRIBUIÇÃO DA
POPULAÇÃO
 Usamos a expressão "distribuição da
população" para designar a maneira pela
qual a população de certo lugar está
distribuída em seu território.
 A dinâmica demográfica resulta de dois
fatores:
1. o crescimento da população;
2. a distribuição espacial da população.
 A distribuição espacial da população ocorre
de modo desigual, em razão dos ritmos de
crescimento, também desiguais. Há excesso
de pessoas em algumas regiões e falta em
outras, ou seja, maior e menor concentração
de pessoas causadas por fatores
econômicos, histórico-culturais e sociais.
Em razão desta distribuição, tem-se:
regiões ecúmenas: onde se verifica
excesso de concentração populacional
(China e Índia, por exemplo);
regiões anecúmenas: de difícil acesso
para a ocupação do homem (pólos
terrestres, cumes das montanhas e
regiões desérticas).
 A população se distribui espacialmente, formando
padrões mais ou menos densos de acordo com a
atividade: áreas industrializadas; agrícolas; de
pecuária; de extrativismo e de pastoreio nômade.
 Fatores que contribuem para a concentração e
desconcentração da população:
 Naturais: são favoráveis (clima ameno, planaltos,
planícies e vales dos rios) ou não à ocupação
humana (regiões polares, desertos, cordilheiras).
 Econômicos (concetração de população em áreas

de empregabilidade)
 Histórico-culturais (área mais povoadas em razão

da longa ocupação).
DISTRIBUIÇÃO DA
POPULAÇÃO
BRASILEIRA
 A concentração da população brasileira nas últimas
cinco décadas restringe-se às regiões Nordeste,
Sudeste e Sul do país. Os fatores determinantes para
essa concentração são o histórico-cultural (NE) e o
econômico (SE e S), através da concentração industrial.
Nas demais regiões a população encontra-se melhor
distribuída em razão da atividade predominante
(agropecuária).
 O crescimento de uma população encontra-se vinculado
à migração e ao crescimento vegetativo (saldo entre os
nascimentos e os óbitos ocorridos em um dado tempo).
 No Brasil, o fenômeno demográfico que determinou esse
aumento foi o crescimento vegetativo, pois as
imigrações tiveram importância apenas até a década de
1930.
Distribuição territorial
 A população brasileira ainda apresenta uma
densidade demográfica (DD) muito baixa.
 Utilizando o número total de habitantes dividido
pela área do território, obtemos:

191.480.630 hab
DD = ------------------------- = 22,4 hab/km2
8.547.403 km2
Como saber que a taxa de densidade
demográfica do Brasil é baixa? Comparando
com a média mundial:

191.480.630 hab
DD = ------------------------- = 22,4 hab/km2
8.547.403 km2
 Podemos concluir que o Brasil possui uma
baixa densidade demográfica, pois está
muito abaixo da média mundial.
 Portanto o Brasil é um país populoso e
pouco povoado; isto é, possui uma grande
população absoluta, mas uma baixa
densidade demográfica ou população
relativa.
As Regiões e os Estados
 Nos últimos vinte anos, os mais altos índices de
crescimento demográfico ficaram, respectivamente, com
as regiões Norte e Centro-Oeste; os mais baixos com a
região Sul.
 Entre os Estados, Rondônia e Roraima se revezaram
com as mais altas taxas de crescimento, enquanto o
Paraná mantinha a menor.
 As migrações internas explicam estas variações. Além
do Nordeste, tradicional área de migração, o Sul atingiu
os limites especiais para a prática da agricultura e
tornou-se um fornecedor de desbravadores que foram
em busca de terras disponíveis no Norte e no Centro-
Oeste, principalmente.
 A distribuição populacional brasileira é
bastante irregular, havendo concentração
da população nas zonas litorâneas,
especialmente no Sudeste e na Zona da
Mata Nordestina - sendo que a região Sul
também corresponde a um núcleo muito
importante. Juntas, essas três regiões
reúnem 82% da população, que se
distribui em 36% do território brasileiro.
 Ocorre o contrário quando analisamos a
densidade demográfica das regiões Norte e
Centro-Oeste: ela pode chegar a ser inferior a 2
habitantes/km2, sendo que a área dessas duas
regiões corresponde a 64% do território
nacional.
 Pode-se então, distinguir um “Brasil Atlântico”,
bem povoado, e um “Brasil Sertanejo”, pouco
povoado.
 As regiões Norte e Centro-Oeste, abrangendo
juntas 64% do território total do país, possuem
apenas 13% da população.
 No Nordeste – 19% do território – vivem 28%
dos brasileiros.
 No Sudeste e no Sul estão 59% dos habitantes,
ocupando apenas 17% do território.
Veja, no quadro abaixo, a densidade demográfica em cada
estado do Brasil: 
Dens. demográfica 
Posição   Estado  
(hab./km2)
1 Distrito Federal 423,29
2 Rio de Janeiro 352,90
3 São Paulo 160,46
4 Alagoas 109,37
5 Sergipe 88,52
6 Pernambuco 86,31
7 Espírito Santo 72,74
8 Paraíba 64,52
9 Santa Catarina 61,52
10 Rio Grande do Norte 57,08
11 Ceará 55,00
12 Paraná 51,60
13 Rio Grande do Sul 37,56
14 Minas Gerais 32,86
15 Bahia 24,94
16 Maranhão 18,43
17 Goiás 17,31
18 Piauí 12,06
19 Mato Grosso do Sul 6,34
20 Rondônia 6,12
21 Pará 5,66
22 Tocantins 4,48
23 Acre 4,29
24 Amapá 4,11
25 Mato Grosso 3,16
26 Amazonas 2,05
27 Roraima 1,76
Centro- Nordes Sudest
Regiões/Dados Norte Sul
Oeste te e
1.554.2 3.853.3
Área em km² 1.606.371 924.511 576.409
57 27
13.269.51 51.609. 15.022. 79.561. 27.308.
População total (2006)
7 027 060 095 863
Densidade demográfica (2006) 8,3 33,2 3,9 86,1 47,4
Municípios (2006) 466 1.793 449 1.668 1.188
Crescimento demográfico (*) 2,4 1,3 2,9 1,6 1,4
População urbana (% - 2004) 86,3 71,5 73,5 92,1 82,0
Mortalidade Infantil -2004 (**) 20,7 39,5 27,4 19,5 17,8
Analfabetismo (% - 2004) 9,2 22,4 12,7 6,6 6,3
Participação no PIB (Em % - 2004) 7,5 14,1 5,3 54,9 18,2
5.304.9 1.517.1 22.654. 9.247.7
Frota de veículos (2006) 3.580.093
91 19 265 03
PIB per capita (R$ - 2004) 10.393 4.927 6.499 12.539 12.080
Telefonia fixa (em mil linhas,
3.263 6.369 1.814 23.458 7.225
2006)
(*) Considerado a média entre os anos de 1991 à 2006;
(**) Os valores apresentados nos quadros da tabela, são para cada 1000 crianças nascidas vivas
Estados mais populosos do Brasil

São Paulo 41.384.039 hab

Minas Gerais 20.033.665 hab

Rio de Janeiro 16.010.429 hab

Bahia 14.637.364 hab

Rio Grande do Sul 10.914.128 hab

Paraná 10.686.247 hab


População urbana e rural
 Até 1940, o país era essencialmente rural, ou seja, 68,7%
da população brasileira concentrava-se no campo.
 A partir de 1970, com a assimilação do setor agrícola ao
padrão moderno de produzir, as relações de trabalho se
alteraram ocorrendo uma “expulsão” capitalista da
população que se desloca para as regiões industrializadas
do Sudeste brasileiro.
 Assim, ocorre uma inversão na concentração da população
urbana passa a predominar sobre a rural, atingindo, em
2000, o patamar de 81,2%. Em apenas meio século, a
população brasileira altera o eixo de concentração,
passando a ser considerada predominantemente urbana.
 Contudo, há indícios de retração dessa situação
denominada ruralização, em que as pessoas deverão
buscar no campo o bem-estar social não encontrado nas
grandes metrópoles brasileiras.
Mobilidade da população
 Mobilidade, movimento, dinâmica, fluxo são
palavras que se encontram diretamente
relacionadas com as migrações.
 Os motivos podem ser atribuídos a fatores
econômicos (crises), étnico-religiosos
(discriminações, conflitos), políticos
(perseguições), naturais (azares ambientais).
As migrações podem ser:
 Permanentes ou temporárias
 Voluntárias ou involuntárias
 Externas (de um país para o outro): emigração e
imigração
 Internas: migrações dentro de um país
 Pendulares: deslocamento diário intrametropolitano de
pessoas para irem trabalhar em áreas industriais ou
para estudarem
 De Transumância: deslocamento temporário de
pessoas, durante certo período, para sobreviver em
outra região, com posterior retorno às suas terras.
Êxodo rural
 Êxodo rural é o deslocamento ou migração de
trabalhadores rurais que vão em direção aos
centros urbanos (campo para a cidade).
 É uma modalidade de migração que ocorre com
grande intensidade no Brasil, levando a um
progressivo esvaziamento do campo das
cidades pequenas e a um exagerado
crescimento das grandes cidades.
Fatores de repulsão:
 processo de mecanização do campo tirou vários postos
de trabalho.
 concentração de terras (latifúndios)
 precariedade dos serviços de atendimento médico,
escolar e social no meio rural

Fatores de atração:

 Melhores condições de vida e atendimento


escolar e sanitário nas cidades.
 Melhores condições de trabalho e de salário nos
centros urbanos.
O êxodo rural resulta em
diversos problemas:
 no campo: gera a diminuição da população
rural no país, escassez de mão-de-obra e
automaticamente diminui a produção de
alimentos e matéria-prima, dessa forma força a
inflação e há aumento no custo de vida. 
 nas áreas urbanas: o êxodo rural ocasiona
muitos problemas de ordem estrutural e social,
os principais são: 
 Aumento do desemprego: como o crescimento da
população é muito acelerado, o mercado de trabalho
não consegue absorver todos os trabalhadores, além
disso, a falta de qualificação profissional dificulta a
colocação em uma função. 
 Aumento do subemprego: em decorrência da falta de
emprego e necessidade de ganhar o sustento, muitas
pessoas se sujeitam a desempenhar atividades sem
vínculos empregatícios para, pelo menos, conseguir
adquirir sua alimentação. 
 Crescimento de favelas: a baixa renda e a falta de
emprego derivam um problema na configuração da
paisagem das cidades, uma vez que não podendo
comprar um imóvel digno para morar muitas pessoas
ocupam áreas periféricas sem condições e, em vários
casos, em áreas de risco, isso provoca a expansão de
casas precárias e bairros marginalizados. 
 Marginalização: a falta de oportunidades e de
perspectivas proporciona o surgimento do crime e de
atividades ilícitas, como a prostituição de adultos e
crianças, tráfico de drogas, formação de quadrilhas,
entre muitos outros conhecidos pela sociedade
brasileira. Além do surgimento dos bóias-frias
decorrente desse processo. 
ÊXODO RURAL - URBANIZAÇÃO

Conseqüências:
- Inchaço urbano – favelização
- Desemprego – trabalho informal
Composição da população
 A estrutura (composição) da população
por sexo e idade é um instrumento para a
análise da dinâmica demográfica com
vistas a sua aplicação em políticas
públicas sociais. Pode ser representada
pela chamada pirâmide etária.
Crescimento Populacional e
Estrutura Etária:

 Estrutura etária da população: é a


divisão dos indivíduos por idades e sexos.
 Grupo etário: grupo de indivíduos cujas
idades se encontram dentro de
determinado intervalo (faixa etária):
jovens, adultos e idosos.
Partes da Pirâmide Etária:
 A base - É a parte
inferior da pirâmide, onde
está relacionada a
população jovem (0 - 14
anos ou 0 - 19 anos).
 O corpo - É a porção
intermediária da
pirâmide, onde está
representada a
população adulta (15 a
59 anos ou 20 a 59 
anos).
 O cume, o ápice ou o
pico - É a porção
superior da pirâmide,
onde está representada
a população idosa ou
velha (igual ou acima de
60 anos).
 A pirâmide etária pode esboçar o perfil
demográfico de um país, estado, região ou
município, podendo associar-se com seu
grau de desenvolvimento e ao seu estágio
econômico.

 A população é geralmente agrupada em


três faixas etárias: jovens (0-14 anos);
adultos (15-59 anos); e idosos (acima de
60 anos).
 Finalidades:
 Identificar o número de mulheres que se
encontram em idade produtiva (fecundidade)
 Identificar o número de idosos e crianças
associado à mortalidade
 Identificar o número de pessoas que integram
a força de trabalho.
 População jovem: é própria de países
subdesenvolvidos, pois estes possuem altas
taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.
 População madura: caracteriza os países
desenvolvidos jovens que ainda não
completaram a transição demográfica. Possuem
baixa taxa de natalidade e de mortalidade, baixo
crescimento vegetativo.
 População envelhecida: corresponde aos
países desenvolvidos antigos que já
completaram a transição demográfica. Possuem
elevada expectativa de vida e crescimento
vegetativo baixo, nulo ou negativo, tendo suas
pirâmides estreitas na base e com o topo bem
largo.(Positivo,2005)
 Os países que apresentam um elevado
crescimento vegetativo, por exemplo, os
subdesenvolvidos, apresentam uma estrutura
etária jovem, ao mesmo tempo em que os que
apresentam um moderado crescimento
demográfico, os desenvolvidos, apresentam
uma estrutura etária adulta e velha, devido à
baixa taxa de natalidade.
 Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é
caracterizada pela presença marcante da população adulta
e de uma porcentagem expressiva de idosos,
conseqüência do baixo crescimento vegetativo e da
elevada expectativa de vida. Essa situação tem levado a
reformas sociais, particularmente, no sistema
previdenciário em diversos países do mundo, já que
o envelhecimento da população obriga o Estado a destinar
boa parte de seus recursos econômicos para a
aposentadoria.
 Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os
adultos e os idosos, conseqüência do alto crescimento
vegetativo e da baixa expectativa de vida. Essa situação
coloca os países subdesenvolvidos numa situação de
desvantagem, particularmente os pobres que possuem
famílias mais numerosas: sustentar um número maior de
filhos limita as possibilidades do Estado e da família em
oferecer uma formação de boa qualidade, coloca a criança
no mercado de trabalho e reproduz o círculo vicioso da
pobreza e da miséria ao dificultar a possibilidade de
ascensão social futura.
Evolução da pirâmide etária
brasileira:
 1980 – forma triangular indicando natalidade elevada,
seguindo o padrão da maioria dos países
subdesenvolvidos.
 1991 – estreitamento na base, apontando para uma
população madura.
 2000 e projeções para 2010 e 2020 – base estreita,
corpo largo e alargamento discreto do cume,
apresentando aumento crescente no grupo de pessoas
entre 15 a 64 anos.

Isso significa que o Brasil encontra-se em processo de


transição para a maturidade. A longevidade da
população é um indicador dessa transição.
ESTRUTURA ETÁRIA NO
BRASIL
 No caso do Brasil, e de outros países
classificados como "emergentes", a proporção
de jovens tem diminuído a cada ano, ao passo
que o índice da população idosa vem
aumentando.
 Essa é uma das razões das mudanças recentes
no sistema de previdência social, com
estabelecimento de idade mínima para a
aposentadoria e teto máximo para pagamento
ao aposentado.
 Após o grande crescimento demográfico das
décadas de 50 e 60, os jovens predominaram
absolutos na nossa composição etária.
 Porém, com a diminuição da TC (Taxa de
Crescimento) brasileira, a “vantagem jovem”
diminuiu até desaparecer no último censo. Isso,
aliado ao crescimento da faixa-etária de idosos,
corresponde a uma evolução sócio-cultural
brasileira.
Faixas etárias 2004
0-14 anos 29,2%

15-59 anos 61,3%

Acima dos 60 anos 9,5%


IBGE 2004
 A tendência atual é
considerar adultos Faixas etárias 2004
aqueles que participam
da População
0-17 anos 39,5%
Economicamente Ativa
(PEA), mais freqüente a
partir dos 18 anos.
Assim, as nossas faixas 18-59 anos 51%
etárias ficariam
diferentes: Acima dos 60 anos 9,5%
ESTRUTURA ETÁRIA BRASIL

- AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA

- REDUÇÃO DA NATALIDADE
Gráfico da pirâmide etária relativa Brasil – 2004
(apostila pág. 7)
Estrutura por sexos:
 Desde a metade do século XX, as
contagens vêm apresentando um
predomínio numérico da população
feminina.
 Este fato é explicado pela expectativa
média de vida da população brasileira:
para os homens, 68,5 anos e para as
mulheres, 76,1 anos.
Grupo População Expectativa de
Absoluta Vida

Homens 94.217.151 hab. 68,5 anos

Mulheres 97.263.479 hab. 76,1 anos

IBGE, estimativa 2009.


ESTRUTURA OCUPACIONAL BRASILEIRA
 PEA: população economicamente ativa.

a) empregados registrados em carteira.


b) trabalhadores por conta própria: pessoas que
exploram uma atividade econômica ou exercem uma
profissão e não são empregados;
c) empregadores: pessoas que exploram uma
atividade econômica ou exercem uma profissão,
com auxílio de empregados;
d) não-remunerados: pessoas que exercem uma
ocupação econômica, sem remuneração, por pelo
menos 15 horas semanais.
e) População desocupada: pessoas desempregadas à
procura de emprego.
 PNEA: população não-economicamente
ativa.
 pessoas que não são ocupadas ou
desocupadas, ou seja, os aposentados, os
inválidos, os estudantes, as crianças e as
mulheres que trabalham em suas residências,
sem remuneração .
 A concentração da PEA em determinado
setor da economia é um indicador do
estágio de desenvolvimento de um país.
 Em outras palavras, países pouco
desenvolvidos tem a PEA concentrada no
setor primário, seguido de países
desenvolvidos que absorvem maior
parcela da PEA no setor terciário.
 Estimou-se em aproximadamente 21 milhões o
número de pessoas economicamente ativas no
ano de 2004, sendo que 55,8% do sexo
masculino e 44,2% do sexo feminino.
 Sabe-se também que 56,4% do percentual da
população em idade ativa são economicamente
ativos (ocupados ou buscando ocupação) e
33,6% são considerados população não
economicamente ativa (PNEA) – pessoas com
idade a partir de 10 anos que estão
desocupadas e não encontram-se à procura de
trabalho.
População Economicamente Ativa (PEA)

10 a 14 anos 0,7%
15 a 17 anos 2,9%
18 a 24 anos 19%
25 a 49 anos 61,7%
50 anos ou mais 15,7%
Esta mão-de-obra está assim distribuída pelos tradicionais
setores ocupacionais:

Setor primário 22,9%

Setor 22,7%
secundário
Setor terciário 54,4%
PEA – POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

SETOR SETOR SETOR


PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO
agricultura, Indústria Comércio
pecuária e Serviços
extrativismo Transportes ...
Área rural Área urbana
A mulher e o mercado de
trabalho
 Ainda que constituam a maioria e que tenha aumentado
a sua participação no mercado de trabalho, as mulheres
não dispõem de condições igualitárias com o sexo
oposto em relação aos aspectos econômicos e quanto
ao trabalho, cuja participação sobre o total da PEA é
minoritária e concentrada basicamente no setor terciário.
 Os rendimentos obtidos através do trabalho feminino
são inferiores aos dos homens. Além de receberem
baixos salários e de exercerem a dupla jornada de
trabalho, as mulheres são vítimas de preconceitos e
abusos, sinal do tratamento desigual a que estão
sujeitas.
A diversidade étnica e a questão
racial
 Composição da população brasileira quanto ao grupo
étnico: indígenas, brancos, negros e mestiços.
 A distribuição da população por cor de pela nas regiões
brasileiras está vinculada ao seu processo de ocupação.
 No século XVII, os negros eram maioria na composição
da população brasileira (47%), seguido de mulatos e
brancos com 30% e 25%, respectivamente. Essa
composição étnica foi se alterando gradativamente e,
hoje, tem-se uma minoria de negros (6,2%) afetada pela
desigualdade social que sofre, ainda, preconceitos. O
último censo reforça a hegemonia da cor branca na
população brasileira embora aponte uma participação
significativa de pardos (39%).
Distribuição da Renda Nacional
 Violenta desigualdade, comum em países subdesenvolvidos:
 1% da população mais rica acumula o mesmo volume de
rendimentos dos 50% mais pobres;
 Dos 10% mais ricos ganham 18 vezes mais que os 40% mais
pobres.
 Metade dos trabalhadores brasileiros ganham até dois
salários mínimos;
 Mais da metade da população ocupada não contribuí com a
Previdência.
 80% dos domicílios dos 10% mais ricos tem saneamento
adequado, contra um terço dos 40% mais pobres;
 Entre os 40% mais pobres, 30% dos empregados não
possuem carteira assinada;
Censos: qual a utilidade?
 O censo serve para que cada um possa conhecer
melhor o país, os estados e os municípios. Com as
informações do recenseamento, o Governo poderá, por
exemplo:
 identificar os locais onde é mais importante investir
em saúde, educação, habitação, transportes etc.;
 descobrir lugares que necessitam de programas de
incentivo ao crescimento econômico, como instalação
de pólos industriais;
 distribuir melhor o dinheiro público, dos Fundos de
Participação dos Estados e dos Municípios.
 A sociedade em geral também usa as informações do
censo:
 para escolher onde instalar suas fábricas,
supermercados, shopping centers, escolas, cinemas
etc.;
 para conhecer melhor os trabalhadores brasileiros -
quem são, o que fazem, como moram etc. Essa
informação é muito importante para os sindicatos,
associações profissionais e entidades de classe;
 para pedir a atenção dos governos para problemas
específicos, como a expansão da rede de água e
esgoto, a instalação de postos de saúde e assim por
diante.
 Como todas as informações do Censo são importantes
para o futuro do Brasil, todas as pessoas são obrigadas
a responder ao recenseamento. Mas, não há motivo de
preocupação: as respostas de cada uma são
confidenciais.
 A palavra Censo vem do latim "census", que quer dizer
"conjunto dos dados estatísticos dos habitantes de uma
cidade, província, estado, nação etc".
 Como você pode imaginar, o Censo é uma coisa que já era
feita na Antigüidade. Pelo que se tem notícia, o Censo mais
antigo é o da China. Em 2238 a.C., o imperador Yao mandou
realizar um censo da população e das lavouras cultivadas.
 No Oriente, os mais antigos são os hebraicos e o Censo de
Israel no tempo de Moisés (cerca de 1700 a.C.). Os egípcios
realizavam censos anualmente no século XVI a.C. E os
romanos e os gregos já realizavam censos por volta do
século VIII a IV a.C. Em 578-534 a.C., o imperador Servo
Túlio mandou realizar um censo de população e riqueza que
serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para
o exercício dos direitos políticos e para o pagamento de
impostos. Os romanos fizeram 72 censos entre 555 a.C. e 72
d.C.
 Naquela época, o objetivo mais importante do Censo era
saber o número de pessoas disponíveis para fazer a guerra e
cobrar impostos. A punição para quem não respondia
geralmente era a morte!
 A Bíblia conta que São José e a virgem Maria saíram de
Nazaré, na Galiléia, para Belém, na Judéia, para responder
ao censo ordenado por César Augusto (as pessoas tinham
que ser entrevistadas no local de sua origem). Foi enquanto
estavam na cidade que Jesus nasceu.
 Na Idade Média, na Europa, houve diversos recenseamentos:
na Península Ibérica durante a dominação muçulmana nos
séculos VII a XV; no reinado de Carlos Magno (712-814); e
ainda o Doomada y Book, que é o maior registro estatístico
feito na época, na Inglaterra, por ordem de Guilherme, o
Conquistador. Também foram feitos recenseamentos nas
repúblicas italianas do século XII ao XIII.
 Nas Américas, muito antes de Cristóvão Colombo, os Incas já
mantinham um registro numérico de dados de população em
"quipus", um engenhoso sistema de cordas com nós que
representavam números no sistema decimal!
 Como você pode ver, desde épocas remotas os governos se
preocupam em realizar Censos.
Censos no Brasil
Até 1872:
 os dados sobre a população brasileira eram obtidos de
forma indireta, isto é, não eram feitos levantamentos com o
objetivo estrito de contar o número de habitantes.
 As fontes de dados eram relatórios preparados com outras
finalidades, como os relatórios de autoridades
eclesiásticas, sobre os fiéis que freqüentavam a igreja, e
os relatórios de funcionários da Colônia, enviados para as
autoridades da Metrópole.
 Usava-se, também, como fonte de informação, as
estimativas da população fornecidas pelos Ouvidores, ou
outras autoridades, à Intendência Geral da Polícia.
 Somente a partir de 1750, visando a objetivos estritamente
militares, a Coroa Portuguesa decidiu realizar
levantamentos, de forma direta, da população livre e
adulta, apta a ser convocada para a defesa do território.
 O primeiro regulamento censitário no Brasil data de 1846, o qual
definiu o caráter periódico do censo demográfico, fixando um
intervalo de 8 anos. Somente em 1850 o governo foi autorizado
a despender os recursos necessários para a realização do
censo demográfico. O primeiro censo, então, foi programado
para ocorrer em 1852.
 Entretanto, a operação prevista para 1852 não foi realizada: a
população revoltou-se e impediu o levantamento que já estava
em pleno início de execução. Revoltou-se contra o Decreto no
797/junho de 1851, então conhecido como a " lei do cativeiro".
Acreditava-se que o decreto era uma medida governamental
visando à escravização dos homens de cor. Este episódio foi
suficiente para adiar por 20 anos a realização do primeiro
censo.
 Em 1870, um novo regulamento censitário determinou que os
censos cobririam todo o território nacional e que deveriam
ocorrer a cada 10 anos. Dois anos mais tarde, em 1872, foi
realizado o primeiro recenseamento nacional no país, o qual
recebeu o nome de Recenseamento da População do Império
do Brasil. Depois deste e até 1940, novas operações censitárias
sucederam-se em 1890, 1900 e 1920. Em 1910 e em 1930, não
foram realizados os recenseamentos.
 Com a criação do IBGE, em 1938, e com a contribuição do
renomado demógrafo italiano Giorgio Mortara, inaugurou-se a
moderna fase censitária no Brasil. Caracterizada, principalmente,
pela periodicidade decenal dos censos demográficos, nessa nova
fase foi ampliada a abrangência temática do questionário com
introdução de quesitos de interesse econômico e social, tais como
os de mão-de-obra, emprego, desemprego, rendimento,
fecundidade, migrações internas, dentre outros temas.
 O período logo após o censo de 1991 esteve fortemente marcado
pela integração com a sociedade. O IBGE incentivou essa
integração: estimulando a discussão para reformular alguns itens já
constantes do questionário e para incorporar novos ao Censo 2000.
A participação cada vez maior e a importantíssima contribuição dos
governos municipais e estaduais no preparo dos mapas que apóiam
os trabalhos do Censo são um reflexo dessa tendência
Como utilizar o censo nas
políticas públicas:
 Os recenseamentos são elementos importantes das
políticas públicas, podendo ser utilizado do seguinte
modo:
 Elaboração de programas sociais: bolsa-escola, bolsa-
alimentação, renda mínima, fome zero;
 Melhoria da saúde pública
 Melhoria do sistema de educação
 Melhoria do sistema de segurança
 Ampliação da oferta de emprego e inúmeras outras ações.
 Tais ações estarão adequadas à dimensão, ao volume
de recursos, à amplitude geográfica e aos objetivos
políticos das diferentes esferas do governo, podendo
atender a um público-alvo específico de alguns
programas sociais.
Os indicadores sociais
 O que são? São instrumentos de medida para
se acompanhar e modificar a realidade social de
um país.
 Para que servem? Servem para subsidiar o
governo no planejamento e formulação de
políticas públicas, a fim de propiciar o bem-estar
da população.
 Como se classificam? Segundo áreas
temáticas: saúde, educação, mercado de
trabalho, habitação, segurança pública, infra-
estrutura, renda e desigualdade.
 As áreas temáticas subdividem-se em sistemas
de indicadores sociais, de condições de vida, de
qualidade de vida, de desenvolvimento humano
ou ambientais.
 O Programa para as Nações Unidas para o
Desenvolvimento –PNUD- publica, desde 1990,
o Relatório de Desenvolvimento Humano,
contendo os indicadores sociais e o Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH. Este índice é
utilizado para comparar a qualidade de vida das
pessoas residentes nos países. Para tanto,
consideram-se, em seus cálculos, as variáveis
educação, saúde e renda.
IDH
Índice de Desenvolvimento
Humano

 IDH -Índice de Desenvolvimento Humano


– criado em 1990
Mede o desempenho médio dos países
e regiões em três dimensões:

 Vida longa e saudável


(saúde e expectativa de vida)

 Acesso ao conhecimento
(taxas de alfabetização da população com 15 anos
ou mais e de matrícula nos três níveis de ensino)

 Renda
(PIB de um país dividido pelo número de seus
cidadãos e ajustado pela paridade do poder de compra)
 Classificação do IDH:
 Baixo (menor que 0,5)
 Médio (entre 0,5 e 0,8)
 Alto (maior que 0,8)

 Países como o Canadá, os EUA e a Suécia compõem o


grupo que possui maior desenvolvimento humano
(acima de 0,9). No outro extremo, refletindo a
desigualdade, encontra-se grande parte dos países
africanos com IDH próximo a 0,3.
 O Brasil, juntamente com a Colômbia, o Peru e o
Paraguai, tem sido classificado como médio
desenvolvimento humano. O responsável pela inclusão
do Brasil nesse grupo foi o elevado PIB per capita; as
demais variáveis ainda ocupam nível inferior ao padrão
de educação e saúde.
Teorias demográficas
Teoria de Malthus
 Desenvolvida pelo inglês Thomas Robert
Malthus.
 Inglaterra, século XVIII, pós-Revolução
Industrial: problemas sociais – desemprego,
fome, crescimento acelerado da população.
 Malthus buscava uma solução para “organizar”
a Inglaterra, principalmente em seus centros
urbanos.
Criou, assim, duas leis:

 A lei da subsistência: a produção de alimentos


cresce em ritmo diferente do crescimento da
população, isto é, cresce em progressão
aritmética (2-4-6-8-10.....).
 A lei da população: a população cresce em
progressão geométrica (2-4-8-16-32....), caso
não ocorra a interferência de obstáculos
naturais tais como guerras e epidemias, o que
significa que a cada 25 anos a população
dobraria.
 Estabelecidas as leis de subsistência e da
população, ocorreriam desequilíbrios entre a
população e a produção de alimentos (maior
população em relação aos alimentos produzidos), o
que traria como efeito a guerra, a fome e a miséria.
 Para Malthus, a explicação para os problemas que
atingiam a Inglaterra era a superpopulação,
especialmente do proletariado. A fome e a miséria
eram consequência do elevado crescimento da
população.
 A solução pensada por ele era deter as taxas de
natalidade, tornando leis a abstinência sexual
antes do casamento, permissão para um
homem casar apenas após aos 30 anos (porque
já teria condições de sustentar sua família),
limitação do número de filhos para os mais
pobres, estímulo ao ascetismo (renúncia ao
sexo) e aumento do preço das mercadorias e
redução dos salários como forma de pressionar
o proletariado a reduzir o número de filhos).
Críticas à teoria Malthusiana:

 A pobreza nem sempre ocorre em função da


escassez de alimentos, mas simplesmente da
má distribuição deles;
 O número de pessoas em nada está
relacionado à escassez de alimentos no mundo
atual;
 A produção de alimentos cresceu mais que o
esperado graças as inovações tecnológicas e
agrícolas.
Os seguidores de Malthus
 Neomalthusianos: nas primeiras décadas do
século XX, identifica-se novo crescimento
populacional acelerado nos países
subdesenvolvidos, resgatando a idéia
malthusiana. Estudiosos atribuem aos países
subdesenvolvidos e ao elevado crescimento
demográfico a situação de miséria
identificada. As taxas de mortalidade se
reduzem devido à revolução médico-
sanitária, contribuindo para a explosão
demográfica.
 Aponta para a necessidade de redução
da população jovem, tendo em vista a
sobra de recursos destinados à
educação, saúde etc.
 Prega um extenso programa de
redução populacional semelhante ao
aplicado na China.
Antimalthusianos: marxistas ou
reformistas.
 Percepção de que a causa da pobreza não
ocorre em função do número de pessoas, mas
em função da distribuição da renda;
 Prega melhor distribuição dos alimentos,
principalmente considerando o nível
tecnológico no mundo atual.
 Defendem reformas sócio-econômicas para
superar os problemas encontrados nos países
subdesenvolvidos. A redução do crescimento
populacional ocorre devido às reformas.
 Ecomalthusianos: o rápido crescimento
demográfico se explica através da pressão
exercida pela população sobre seus recursos
naturais, ocasionando degradação no
ambiente. Daí o apoio ao controle da
população, uma vez que este grupo não
percebe a degradação causada no ambiente
pelo desenvolvimento tecnológico.
A teoria da transição
demográfica
 A ideia fundamental da Teoria da
Transição Demográfica é a passagem de
um estado de equilíbrio, em que a
mortalidade e a natalidade têm valores
elevados, para outro estado de equilíbrio,
em que a mortalidade e a natalidade
apresentam valores baixos, separados por
um período de forte crescimento natural.
Cada país passa por três fases de
transição:
 estágio inicial: natalidade e mortalidade elevadas. A
consequência é o reduzido crescimento demográfico.
Somente países muito atrasados se encontram nessa
fase.
 alta taxa de natalidade e mortalidade reduzida:
elevado e rápido crescimento demográfico. Grande
parte dos países subdesenvolvidos se encontram
nessa fase.
 baixa taxa de natalidade e mortalidade: crescimento
demográfico. Muitos países desenvolvidos
completaram a transição demográfica dessa fase.
O MODELO DA TRANSIÇÃO
DEMOGRÁFICA (EM 4 FASES).
 PAÍSES DESENVOLVIDOS (nem todos
os países atingiram a última fase)
 1ªFase – Comportamento demográfico
até ao século XVIII
 Elevada taxa de fecundidade
 Elevada taxa de natalidade
 Elevada taxa de mortalidade (com oscilações)
 Esperança média de vida curta (25-30 anos)
 Crescimento natural reduzido e irregular
(Regime demográfico primitivo)
Fatores explicativos da elevada taxa de natalidade:
 Filhos considerados fonte de rendimento;
 Crenças religiosas (o nascimento não deve ser evitado
nem interrompido);
 Métodos anticoncepcionais desconhecidos;
 Casamento precoce;
 Elevada taxa de analfabetismo;
 Planejamento familiar desconhecido.

Fatores explicativos da elevada taxa de mortalidade:


 Condições precárias de habitação e de higiene;
 Saneamento básico inexistente;
 Ausência de uma alimentação equilibrada;
 Medicina pouco desenvolvida;
 Tecnologia agrícola rudimentar;
 Fomes, guerras, doenças, pestes (levam às oscilações).
 2ªFase – Comportamento demográfico
desde o século XVIII ao século XIX

 Elevada taxa de fecundidade


 Elevada taxa de natalidade
 Declínio da taxa de mortalidade
 Aumento da esperança média de vida
 Aumento rápido do crescimento natural
(Revolução Demográfica)
Fatores explicativos do decréscimo da Taxa de
Mortalidade:
 Desenvolvimento da Medicina e dos serviços
de apoio à saúde (Revolução Científica);
 Melhoria da alimentação (Revolução Agrícola:
introdução de novas culturas - batata, milho,
tomate);
 Progressos nos cuidados sanitários e de
higiene diminuindo as epidemias;
 Progressos tecnológicos: consequência da
Revolução Industrial;
 Publicação das leis do trabalho (proibição do
trabalho infantil, melhores condições laborais e
de segurança no trabalho).
 3ªFase – Comportamento demográfico
dos finais do século XIX à 2ª G. M.

 Taxa de fecundidade em declínio


 Taxa de natalidade em declínio
 Taxa de mortalidade continua a diminuir
 Aumento da esperança média de vida
 Crescimento natural em regressão
Causas da redução da Taxa de Natalidade

 Desejo de liberdade familiar e realização pessoal;


 Encargos cada vez maiores com a educação dos filhos;
 Emancipação da mulher;
 Entrada da mulher no mercado de trabalho. Falta o
tempo para cuidar dos filhos;
 Casamento cada vez mais tardio;
 Aumento do Número de pessoas que não constitui
família;
 Difusão dos métodos anticoncepcionais e
desenvolvimento do Planeamento familiar;
 Problemas de alojamento nas cidades.
 4ªFase – Comportamento demográfico
após a 2ª Guerra Mundial até aos
nossos dias.
 Taxa de fecundidade muito baixa;
 Taxa de natalidade baixa com oscilações
(sucessão das crises econômicas);
 Taxa de mortalidade em decréscimo mas
com tendência para aumentar;
 Aumento da esperança média de vida
 População envelhecida.
Causas do envelhecimento da população
 Redução do número de jovens devido à diminuição da taxa de
natalidade.
 Aumento do número de velhos devido ao aumento da esperança
média de vida que se deve a:
 Melhor alimentação;
 Assistência médica e medicamentosa;
 Mais higiene;
 Melhores condições de habitação;
 Melhores condições e diminuição do horário de trabalho;
 Paz social na maioria dos países desenvolvidos.

2. Hoje surge a tendência para o aumento da taxa de mortalidade


 Envelhecimento demográfico;
 Surgem novas doenças, chamadas doenças do século (Sida);
 Aumento do número de acidentes de viação.
  
Risco da não renovação de gerações
PAÍSES EM VIAS DE
DESENVOLVIMENTO

 Este grupo de países, de um modo geral,


ainda se encontra na 2ª fase .
 Assim, só deveremos ter em conta as
características das 1ª e 2ª fases.

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