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USCS - Ciências Contábeis – Março/Abril de 2012

Contabilidade Societária –
Demonstrações

Profa. Dra. Ana Cristina de Faria


E-mail: anacfaria@uscs.edu.br
Um Marco na Contabilidade
Contemporânea
Mudanças – Lei 11.638/07

As principais mudanças trazidas pela lei podem ser


classificadas,
de modo sintético, nos seguintes grupos:

• No conjunto das Demonstrações Financeiras obrigatórias


• No registro da escrituração mercantil
• Na classificação das contas no Balanço Patrimonial
• Nos critérios de Avaliação de ativos e passivos
• Na abrangência das sociedades sujeitas a sua adoção
“Novas” Demonstrações

 Substituição da DOAR pelo DFC para as


empresas com PL >= R$ 2.000.000.

 Obrigatoriedade da DVA para as empresas


abertas, conforme CPC 29.
Art. 176 – Demonstrações
Resolução 220 Lei da S.A. Lei da S.A.
Circular 179 6.404/76 6.404/76
Banco Central, 1972 Como aplicada em 1977 Alterada pela Lei 11.638/07
Balanço Geral Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Demonstração do Resultado do
Demonstração de Lucros e Perdas Exercício Exercício
Demonstração de Lucros e Prejuízos Demonstração das Mutações do
Acumulados ou Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido
Demonstração das Origens e
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Aplicações de Recursos
Demonstrações Consolidadas Demonstrações Consolidadas

Demonstração do Valor Adicionado


Notas explicativas às demonstrações
contábeis, incluindo informações de
Notas Explicativas às demonstrações
natureza social, de produtividade e
financeiras sobre os segmentos dos negócios
Balanço Patrimonial

5
Balanço Patrimonial

O Balanço é a demonstração financeira que tem por


finalidade apresentar a situação financeira e
patrimonial da empresa em determinada data,
seguindo determinados critérios de avaliação.
Representa uma posição estática.

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Art. 178 – Estrutura Balanço
Lei da S.A.
6.404/76
Lei da S.A.
6.404/76 alterada pela
11.638/07 e 11.941/09
Ativo Ativo
Ativo Circulante Ativo Circulante

Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo não Circulante


Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente Investimentos
Investimentos Ativo Imobilizado
Ativo Imobilizado Ativo Intangível
Ativo Diferido

Passivo Passivo + PL
Passivo Circulante Passivo Circulante
Passivo não Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo Patrimônio Líquido
Resultados de Exercícios Futuros Capital Social
Patrimônio Líquido (-) Gastos com emissão de ações
Capital Social Reservas de Lucros
Reservas de Capital (-) Ações em Tesouraria
Reservas de Reavaliação Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros Ajustes Acumulados Conversão
Lucros ou Prejuízos Acumulados (-) Prejuízos Acumulados
Ativo Circulante
Representa valores que serão realizáveis em até um ano.
 Disponibilidades
 Clientes
 Ajustado a valor de realização – PDD
 Ajustado a Valor Presente, se relevante (CPC 12)
 Outros Créditos (Títulos a Receber, Empréstimos, Dividendos
a Receber, Juros a Receber, Adiantamentos, Impostos a
Recuperar, etc.)
Ajustados a VP, se relevante, ou provisão de perdas
 Investimentos Temporários (Ouro, Valores mobiliários)

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Ativo Circulante
 Investimentos Temporários
 Valores mobiliários mensurados a valor de mercado (disponível para
negociação imediata – resultado; disponível para venda – PL, ou a
custo mais juros dependendo da classificação)
 Ouro – valor de mercado

 Estoques
 Mercadorias para revenda, MP, PA
 Importações em andamento
 Mercadorias em trânsito
 Provisão para redução a valor de mercado
 Provisão para perdas

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Ativo Circulante
 Ativos Especiais
 Ativos Especiais
 Amortização Acumulada

 Despesas pagas Antecipadamente


 Prêmios de Seguros a Apropriar
 Aluguéis pagos antecipadamente etc.

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Ativo Realizável a Longo
Prazo
Representa valores que serão realizáveis após um
ano.

 Créditos e Valores (todas as rubricas do Circulante


vencíveis após um ano)
 Ajustados a VP
 Ajustados com provisões para perdas
Investimentos Temporários
Despesas Antecipadas

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Investimentos

Investimentos: São bens e direitos que a empresa


não pretende negociar, mas que não se destinam à
manutenção de sua atividade.

 Participações Permanentes em outras sociedades


 Avaliadas ao Custo ou Equivalência Patrimonial
 Provisão para perdas
 Obras de arte
 Imóveis não de uso (para renda)

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Investimentos Societários

Sócio 1 Sócio 2 Sócio 3

Empresa A

Empresa B Empresa C Empresa D

As participações no capital social de outras


empresas são representados por ações
(companhias) ou quotas.

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Investimentos Societários:
avaliação

Método do custo é um método de contabilização segundo o qual o


investimento é registrado ao preço de custo. A demonstração do
resultado reflete a receita do investimento apenas na extensão em
que receber distribuições dos lucros líquidos acumulados da
investida, feitas depois da data da aquisição.

Método de equivalência patrimonial é um método de


contabilização segundo o qual o investimento é inicialmente
registrado ao custo e ajustado, daí em diante, pelas mudanças
subsequentes na participação do investidor no patrimônio líquido
da investida. A demonstração do resultado reflete a parte do
investidor nos resultados das operações da investida.

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Imobilizado

Imobilizado são os bens corpóreos, inclusive os


decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens.

 Bens em operação: edificações, instalações, veículos,


móveis e utensílios, benfeitoria em propriedade
arrendada, equipamentos.
 Depreciação, Amortização ou Exaustão Acumulada
 Provisão para perdas (CPC 01 – Impairment)

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Leasing - exemplo

Requisitos básicos para que um arrendamento mercantil


seja classificado como financeiro, segundo CPC 06:

1- Transferir a propriedade ao fim do contrato


2- Deve existir valor residual simbólico
3- O prazo do contrato refere-se a maior parte da vida útil do
bem
4- O montante contratado, trazido a valor presente deve ser
substancialmente todo o valor justo do bem arrendado.
5 – Os ativos arrendados são de natureza específica.

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Leasing - exemplo

Bem arrendado: veículo


Valor da contraprestação mensal: R$ 1.000
Prazo do arrendamento: 36 meses
Valor residual a ser pago no final do contrato: R$ 120
Valor de mercado: R$ 30.000

Observações importantes:
 O valor de mercado é menor que o valor do contrato
 O valor de um carro com três anos de idade será
substancialmente maior que R$ 120.
Manual das SA pag. 200
17
Leasing - exemplo
D – Veículo Arrendado
30.000

C – Passivo (Financiamento)
(dividindo-se entre Circulante e Não Circulante)
36.120
D – Encargos Financeiros a Transcorrer
(dividindo-se entre Circulante e Não Circulante)
6.120

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Intangíveis

Intangíveis: Representa aplicações em bens que não


possuem substância física e que serão utilizados pela
Companhia em mais de um exercício social

 Marcas e Patentes
 Software
 Goodwill / Ágio

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Passivo Circulante
Representa obrigações que têm prazo de vencimento
dentro de um ano.

 Fornecedores
 Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias
 Obrigações Fiscais
 Empréstimos e Financiamentos
 Outras Obrigações
 Provisões para Contingências
Ajustados a VP, quando relevante

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Passivo não Circulante
Representa obrigações que têm prazo de vencimento
superior a um ano.

 Empréstimos e Financiamentos
 Debêntures a Pagar
 Provisões para Contingências
Ajustados a VP

21
Contingências

O que é uma contingência ?

Contingência é uma condição existente, que


possui incertezas que podem resultar no
acréscimo ou decréscimo de um Ativo ou um
Passivo.

22
Contingências
As contingências devem ser classificadas em:

 Praticamente certo – O evento futuro é certo, mas ainda não


ocorreu;
 Provável - O evento tem possibilidade de ocorrer;
 Possível – A possibilidade do evento ocorrer, é mais que
remota, porém menos provável;
 Remota – A possibilidade do evento ocorrer é baixa.

23
Contingências

Exemplos:

 Contas a Receber
 Garantias de Performance de Produtos
 Riscos de Explosões, Incêndios
 Garantias para Terceiros
 Passivo Ambiental
 Processos Trabalhistas
 Processos Tributários
24
Contingências
Tipo de contingência Probabilidade Tratamento
Contingência ativa Praticamente certa Reconhecer o ativo.
Provável Divulgar.
Possível ou remota Não divulgar.
Contingência passiva Provável
- mensurável com suficiente Provisionar.
segurança
- não mensurável com Divulgar.
suficiente segurança
Possível Divulgar.
Remota Não divulgar.

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Resultado de Exercícios
Futuros
Representa receitas de exercícios futuros recebidos
antecipadamente, ou seja, receitas que foram
recebidas e não “ganhas”, pois, o produto ou serviço
ainda não foi entregue ou prestado.

De acordo com a MP 449/08, o saldo existente no


resultado de exercício futuro em 31 de dezembro de
2008 deverá ser reclassificado para o passivo não-
circulante em conta representativa de receita diferida.

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Capital Social

Representa o Capital que foi efetivamente integralizado


na empresa pelos sócios e acionistas

Capital Social
Capital Subscrito
Capital a Integralizar (conta devedora)

27
Reservas
Reserva de Capital: representa valores recebidos
pela Companhia e que não transitam no resultado
como receita, pois são valores destinados a reforço de
capital, sem terem como contrapartidas qualquer
esforço da empresa em termos de entregas de bens
ou serviços. Ex: Ágio na emissão de ações, de
debêntures e Doações e Subvenções.

A Lei 11.638 determina que os exemplos acima sejam


agora contabilizados no resultado.
28
Reservas
Reserva de Lucros: constituídas pela apropriação de
lucros da companhia.
 Reserva Legal
 Reserva Estatutária
 Reserva para Contingências
 Reserva de Lucros a Realizar
 Reserva de Lucros para Expansão
 Reserva Especial para Dividendo Obrigatório não
Distribuído
 Exemplo Petrobrás 2008: Reserva de Lucros
Retidos 29
Reserva de Reavaliação

De acordo com a Lei 11.638, os saldos nas


Reservas de Reavaliação deverão ser mantidos até
a sua efetiva realização ou estornados até o final do
exercício social em que esta Lei entra em vigor.

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Ajustes de Avaliação
Patrimonial

Deverão ser classificadas nesta contas, os ajustes de


ativos e passivos a valor de mercado, apurados pelo
regime da competência.

31
Lucros ou Prejuízos
Acumulados
Representa o valor dos resultados auferidos pela
empresa durante os períodos.
Atualmente, no caso das Sociedades Anônimas, não
podem ter saldo nessa conta. Os lucros devem ter
destinação específica para reservas de lucros ou ser
distribuídos aos acionistas.
No caso de prejuízos acumulados, estes devem ser
absorvidos pelos lucros acumulados, pelas reservas
de lucros e pela reserva legal (nesta ordem).

32
Demonstração do
Resultado do Exercício

33
DRE

É uma demonstração das operações realizadas pela


empresa durante determinado período de tempo.

A Demonstração de Resultado do Exercício deve ser


elaborada no final de cada exercício e a finalidade é a
apuração do resultado do período - lucro ou prejuízo.

34
DRE

Na DRE há confronto de despesas e receitas


que já se realizaram ou não pelo regime de
competência.

Na DRE possui receitas ou despesas que


foram ou serão recebidas e receitas ou
despesas que foram ou serão pagas.

A DRE evidencia a lucratividade da empresa.


35
DRE Lei da S.A.
6.404/76
Lei da S.A.
6.404/76 alterada pela
11.638/07 e 11.941/09

Receita Bruta de Vendas e Serviços Receita Bruta de Vendas e Serviços


(-) Deduções da Receita Bruta (-) Deduções da Receita Bruta
(=) Receita Líquida (=) Receita Líquida

(-) Custos dos Produtos/Serviços Prestados (-) Custos dos Produtos/Serviços Prestados

(=) Lucro Bruto (=) Lucro Bruto


(-) Despesas Operacionais
(-) Despesas Operacionais (+/-) Outras receitas e despesas
(+/-) Encargos Financeiros Líquidos (=) Resultado Operacional
antes dos efeitos financeiros
(=) Resultado Operacional (+) Receitas Financeiras
(+/-) Receitas / Despesas não Operacionais (-) Despesas Financeiras

(=) Lucro antes do IRPJ (=) Lucro antes do IRPJ


(-) IRPJ/CSLL (-) IRPJ/CSLL

(=) Lucro líquido de IRPJ/CSLL (=) Lucro líquido de IRPJ/CSLL


DMPL
05.01 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido de 01/01/2009 a 31/12/2009
Lucros/
Prejuízo
Código Reservas de s Total do
da Descrição Capital Reservas de Reavaliação Reservas Acumula Patrimônio
Conta: da Conta: Social: Capital: : de Lucro: dos: Líquido:

5.01 Saldo Inicial 391.423 138.286 0 479.239 0 1.014.109


Ajustes de
Exercícios
5.02 Anteriores 0 0 0 -311.680 0 -311.680
Saldo
5.03 Ajustado 391.423 138.286 0 167.559 0 702.429
Lucro /
Prejuízo do
5.04 Período 0 0 0 0 683.924 683.924

5.05 Destinações 0 0 0 440.599 -680.779 -240.180

5.05.01 Dividendos 0 0 0 339.385 -339.385 0


Juros sobre
C apital
5.05.02 Próprio 0 0 0 18.226 -18.226 0

Outras
5.05.03 Destinações 0 0 0 82.988 -323.168 -240.180
DMPL
5.06
Realização
de
Reservas
de Lucros 0 0 0 0 0 0
Ajustes de
Avaliação
5.07 Patrimonial 0 0 0 0 0 -23.884
Ajustes de
Títulos e
Valores
5.07.01 Mobiliários 0 0 0 0 0 0
Ajustes
Acumulados
de
5.07.02 C onversão 0 0 0 0 0 -23.884
Ajustes de
C ombinaçã
o de
5.07.03 Negócios 0 0 0 0 0 0
Aumento/R
edução do
C apital
5.08 Social 12.838 0 0 0 0 12.838
C onstituição
/Realização
Reservas
5.09 C apital 0 4.695 0 0 0 4.695

Ações em
5.10 Tesouraria 0 0 0 0 0 0
Outras
Transações
5.11 de C apital 0 0 0 0 0 0
5.12 Outros 0 0 0 3.144 -3.145 -1

5.13 Saldo Final 404.261 142.981 0 611.302 0 1.139.821


Demonstração do Lucro
Abrangente
Grupo XYZ - Disclosure dos componentes de Outras Receitas e
Despesas Reconhecidas para o período findo em 31/12/2007

2.007 2.006
Outras Receitas e Despesas Reconhecidas
Variação Cambial na tradução de operações estrangeiras
Resultado com Avaliação de Ativos Financeiros a venda
Ganhos no período
(-) Reclassificações de ganhos (perdas) incluídos na DRE
Resultados com Hedge do Fluxo de Caixa
Ganhos no período
(-) Reclassificações de ganhos (perdas) incluídos na DRE
(-) Reclassificações para valor contábil inicial de itens de hedge
Ganhos de Reavaliação de Ativo Imobilizado
Ganhos ou Perdas Atuariais em planos de pensão
Outras Receitas e Despesas Reconhecidas de Associadas
Outras Receitas e Despesas Reconhecidas
(-) Imposto de Renda referente a Outras Receitas e Despesas Reconhecidas
Outras Receitas e Despesas Reconhecidas no período
Demonstração de Fluxos de
Caixa

Duratex
Demonstração do Valor
Adicionado
Demonstração dos Fluxos
de Caixa

42
Demonstração dos Fluxos
de Caixa

 Com a publicação da Lei 11.638, as Companhias de


grande porte serão obrigadas a elaborar a
Demonstração dos Fluxos de Caixa

 As Companhias fechadas com patrimônio líquido


inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não
estão obrigadas a elaborar e a publicar esta
demonstração

43
Demonstração dos Fluxo de
Caixa

Os contextos modernos exigem das empresas maior eficiência na


gestão financeiras dos seus recursos, não cabendo indecisões do
sobre o que fazer com os recursos disponíveis

O fluxo de caixa é uma das ferramentas mais importantes e um


dos principais demonstrativos para a avaliação gerencial de
projetos, divisões e empresas

44
DFC

É um instrumento que relaciona os ingressos e saídas de


recursos monetários no âmbito de uma empresa em
determinado intervalo de tempo.
A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível
prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa,
determinando medidas saneadoras a serem tomadas.
Assaf Neto e Silva

45
DFC

BRGAAP/ USGAAP/ IFRS


– CPC 03/ SFAS 95/ IAS 12

 A Demonstração do Fluxo de Caixa pode ser classificado em:


 Operações;
 Financiamentos;
 Investimentos;
 E pode ser apresentada através:
 do Método Direto;
 do Método Indireto

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DFC

De forma condensada, a Demonstração dos


Fluxos de Caixa (DFC) indica a origem de todo o
dinheiro que entrou no Caixa, bem como a
aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa
em determinado período, e, ainda o Resultado do
Fluxo Financeiro.

47
Caixa e equivalentes de caixa

Caixa (cash) pode ser definido como numerários e


depósitos bancários disponíveis;

Equivalentes de caixa (cash equivalents) podem ser


definidos como investimentos a curto prazo, de alta
liquidez que são prontamente conversíveis em dinheiro
e que estão sujeitos a um insignificante risco de
mudança de valor.

48
Preparação da DFC

Na DFC todas as entradas e saídas devem ser


agrupadas em três grupos:

 Atividades Operacionais;
 Atividades de Investimentos;
 Atividades de Financiamento.

49
DFC

Atividades Operacionais são as atividades que envolvem a


determinação do lucro líquido, são as principais atividades
geradoras de receita da entidade.

Atividades de Investimento são as atividades que


envolvem a aquisição ou alienação de ativos não
correntes

Atividades de Financiamento são as atividades de


obtenção ou pagamento de empréstimos.

50
Atividades Operacionais

O montante de fluxos de caixa decorrentes das


atividades operacionais é um indicador da
extensão em que as operações da entidade têm
gerado fluxos de caixa suficientes para
amortizar empréstimos e manter a sua
capacidade operacional, pagar dividendos e
fazer novos investimentos.

51
Atividades Operacionais
Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das
atividades operacionais:

a) Recebimento em dinheiro pela venda de


mercadorias e a prestação de serviços;
b) Recebimentos em dinheiro decorrentes de
royalties, honorários, comissões e outras;
c) Pagamento em dinheiro a fornecedores por
mercadorias e serviços;
d) Pagamento em dinheiro a empregados

52
Atividades de Investimento

A divulgação das atividades de investimento


evidencia a extensão dos dispêndios realizados
que vão gerar receitas futuras e fluxos de caixa

Exemplos:
a) desembolso para aquisição de imobilizado,
intangível e outros ativos a longo prazo
b) recebimentos resultantes da venda de ativo
imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo
prazo

53
Atividades de Financiamento

A divulgação das atividades de financiamento


demonstra os estimar as exigências dos fornecedores
de capital , a futuros fluxos de caixa

Exemplos:

a) dinheiro recebido pela emissão de ações.


b) dinheiro recebido através de financiamentos,
emissão de debêntures.

54
Métodos de Apresentação

Para divulgar o Fluxo de Caixa das Operações


tanto o FASB com o IASB recomendam que
as empresas utilizem o Método Direto.

Mas é facultado às Companhias que utilizem o


Método Indireto.

55
Métodos de Apresentação

Independente do método utilizado, a forma de


apresentação das atividades de investimentos
e financiamentos são iguais nos dois métodos.
A diferença entre os métodos está na
apresentação das atividades operacionais e as
notas explicativas adicionais que são exigidas.

56
Método Direto

O método direto trabalha com as entradas e


saídas brutas de dinheiro das principais contas
operacionais.

As empresas que utilizam o método direto


devem reportar separadamente:
a- Recebimentos de clientes
b- Juros recebidos
c- Dividendos recebidos
57
Método Direto
d- Outros recebimentos de caixa como
seguros, recebimentos de processos.
e- Pagamentos a fornecedores e a
empregados
f - Juros Pagos
g- Dividendos Pagos
h- Impostos Pagos
i- Outros pagamentos das operações.

58
Método Indireto

O método indireto faz a conciliação entre o lucro


líquido e caixa gerado pelas operações, por isto
ele é chamado de método da reconciliação.
Para fazermos a reconciliação vamos ter que
ajustar o lucro líquido os:
– diferimentos que foram caixa no passado, como despesas
antecipadas, créditos tributários;
– Alterações nos saldos das contas a receber e a pagar do
período;

59
Método Indireto

Para fazermos a reconciliação vamos ter que


ajustar o lucro líquido os (cont.):

– Depreciação, amortização ou exaustão;


– Ganhos ou perdas na venda de imobilizado e/ ou operações
descontinuadas;
– Ganhos e perdas na baixa de empréstimos.

60
Passos para elaborar as
DFC - Método Indireto

1- Montar uma planilha já classificando as contas do


Balanço para comparar os dois períodos.
2- Calcular a variação entre os saldos final e inicial de
cada conta do balanço.
3- Classificar como origem ou aplicação de recursos
cada conta do Balanço
4- Descrever o efeito no Fluxo de Caixa

61
Passos para elaborar as DFC
Método Indireto

5- Fazer os ajustes que podem ser necessários para


mostrar os valores brutos e não líquidos.
6- Classificar os itens como atividade operacional, de
investimento e financiamento.
7- Iniciar a montagem da Demonstração de Fluxo de
Caixa.
8- Fazer a conciliação dos saldos iniciais e finais de fluxo
de caixa.

62
Passos para elaborar as DFC
Método Direto

O Método Direto parte das contas da


Demonstração de Resultados e os ajusta as
variações nas contas circulantes do Balanço
vinculadas as operações.

Desta forma, é importante montar o quadro


com as variações do Balanço.

63
Passos para elaborar as DFC
Método Direto

1- Montar uma planilha já classificando as contas do


Balanço para comparar os dois períodos.
2- Calcular a variação entre os saldos final e inicial de
cada conta do balanço.
3- Classificar como origem ou aplicação de recursos
cada conta do Balanço
4- Descrever o efeito no Fluxo de Caixa

64
Passos para elaborar as DFC
Método Direto

5- Tomar as contas de resultado (Receitas/ Despesas) e


ajustar as variações das contas de Balanço.
6- Classificar as demais contas do balanço como itens
do operacional, de investimento e financiamento.
7- Iniciar a montagem da Demonstração de Fluxo de
Caixa.
8- Fazer a conciliação dos saldos iniciais e finais de fluxo
de caixa.

65
DFC
Quadro Prático

Operacional Investimento Financiamento

Geralmente Contas de circulante e Ativos (exceto Passivo e Patrimônio


envolve: resultado circulante) Líquido

Entrada de Caixa:  Recebimento de vendas  Venda de  Emissão de ações


ou serviços investimentos

 Resgate de aplicações  Venda de  Emissão de títulos ou


financeiras Fábrica debêntures

 Retorno de empréstimos  Alienação de  Contratação de


(juros, variação cambial) equipamentos empréstimos

 Recebimento de
dividendos

66
DFC
Quadro Prático

Operacional Investimento Financiamento

Saída de  Compras de serviços e  Aquisição de títulos de  Pagamento de


Caixa: estoques dívidas de outras entidades dividendos

 Pagamentos para  Compra de participação em  Recompra de


empregados e outros outras empresas ações da entidade

 Pagamentos de Impostos  Compra de fábricas  Reembolso de


dívidas incluindo

 Pagamentos de juros  Compra de equipamentos

67
Demonstração do Valor
Adicionado

68
Contabilidade social
 A Contabilidade Social ou Nacional auxilia a
tomada de decisão dos gestores
governamentais;
 Instrumento utilizado no entendimento e
medição das relações ocorridas na atividade
econômica;
 Quantificação dos agregados
macroeconômicos.

69
Balanço Social

O Balanço Social é composto de:

 Balanço Ambiental;
 Balanço de Recursos Humanos;
 Demonstração do Valor Adicionado e
 Benefícios e Contribuições à Sociedade em
Geral.

70
Valor Adicionado

 Macroeconômico
Participação no PIB
 Microeconômico
riqueza agregada aos insumos adquiridos de terceiros
 Contábil
receitas menos insumos adquiridos de terceiros mais
depreciações
Incremento de valor a um bem durante o processo produtivo

71
O que é DVA?

 É a demonstração que evidencia o quanto de


riqueza uma empresa produziu.

 Quanto foi adicionado (agregado) de valor e de


que forma foi distribuída essa riqueza para
empregados, governo, acionistas, financiadores
de capital, lucros retidos, etc.

72
DVA
A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser
resumida da seguinte forma:

1) como índice de avaliação do desempenho na geração


da riqueza,
2) como índice de avaliação do desempenho social
3) O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva
contribuição da empresa, dentro de uma visão global de
desempenho,
4) A DVA, também pode integrar o Balanço Social, e
sendo uma importante fonte de informações.

73
DVA - Case Natura
Código da Conta Descrição da Conta 01/01/2008 a 31/12/2008
6.01 Receitas 452.897
6.01.01 Vendas Mercadorias, Produtos e Serviços 451.223
6.01.02 Outras Receitas 1.674
6.01.03 Receitas refs. à Constr. Ativos Próprios 0
6.01.04 Provisão/Rev. Créds. Liquidação Duvidosa 0
6.02 Insumos Adquiridos de Terceiros -96.350
6.02.01 Custos Prods., Mercs. e Servs. Vendidos -52.389
6.02.02 Materiais-Energia-Servs Terceiros-Outros -43.961
6.02.03 Perda/Recuperação de Valores Ativos 0
6.02.04 Outros 0
6.03 Valor Adicionado Bruto 356.547
6.04 Retenções -156.122
6.04.01 Depreciação, Amortização e Exaustão -156.122
6.04.02 Outras 0
6.05 Valor Adicionado Líquido Produzido 200.425
6.06 Vlr Adicionado Recebido em Transferência 41.765
6.06.01 Resultado de Equivalência Patrimonial 7.003
6.06.02 Receitas Financeiras 34.762
6.06.03 Outros 0
6.07 Valor Adicionado Total a Distribuir 242.190
DVA - Case Natura
6.08 Distribuição do Valor Adicionado 242.190
6.08.01 Pessoal 29.605
6.08.01.01 Remuneração Direta 26.483
6.08.01.02 Benefícios 2.450
6.08.01.03 F.G.T.S. 672
6.08.01.04 Outros 0
6.08.02 Impostos, Taxas e Contribuições 66.035
6.08.02.01 Federais 58.509
6.08.02.02 Estaduais 2
6.08.02.03 Municipais 7.524
6.08.03 Remuneração de Capitais de Terceiros 68.387
6.08.03.01 Juros 31.218
6.08.03.02 Aluguéis 37.169
6.08.03.03 Outras 0
6.08.04 Remuneração de Capitais Próprios 78.163
6.08.04.01 Juros sobre o Capital Próprio 0
6.08.04.02 Dividendos 20.084
6.08.04.03 Lucros Retidos / Prejuízo do Exercício 57.313
6.08.04.04 Part. Não Controladores Lucros Retidos 766
6.08.05 Outros 0
DVA vs DRE
 DRE
 Evidencia a parte da riqueza que pertence aos sócios,
como investidores de capital;
 Os componentes são apresentados de acordo com
sua natureza, e não foca os beneficiários;
 DVA
 Evidencia a riqueza total gerada pela entidade e
como ela é distribuída:
 Empregados
 Governo
 Credores
 Acionistas

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Exemplo

DRE Camponês Indústria Comércio

Receita de Vendas 20.000 46.000 65.000


(-) Custos/Despesas
 Salários 12.000 10.000 7.000
 Insumos - 20.000 46.000
 Juros 2.000 3.000 1.000
 Impostos 3.000 8.000 7.000
(=) Lucro Líquido 3.000 5.000 4.000

Fonte: SANTOS, 2003


Exemplo
DVA Camponês Indústria Comércio

Receita de Vendas 20.000 46.000 65.000


(-) Insumos adquiridos - 20.000 46.000
de terceiros
Valor adicionado 20.000 26.000 19.000

Distribuição do valor adicionado

 Pessoal 12.000 10.000 7.000

 Governo 3.000 8.000 7.000

 Juros 2.000 3.000 1.000

 Acionistas 3.000 5.000 4.000

Total 20.000 26.000 19.000

Fonte: SANTOS, 2003

78
Componentes da DVA - Receitas

 Venda de mercadorias, produtos e serviços –


bruto dos tributos (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e
COFINS), mesmo quando na demonstração do
resultado tais tributos estejam fora do cômputo
dessas receitas.

 Outras receitas - inclui os tributos incidentes


sobre essas receitas.

 Provisão para créditos de liquidação duvidosa


– Constituição/Reversão
Componentes da DVA
Insumos adquiridos de terceiros

 Custo dos produtos, mercadorias e serviços vendidos


- matérias-primas, mercadorias e serviços adquiridos
junto a terceiros e contidas no custo. Não inclui gastos
com pessoal próprio.
 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros -
inclui valores relativos às despesas originadas da
utilização desses bens, utilidades e serviços
adquiridos junto a terceiros.
 Devem ser considerados os tributos incluídos no
momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI,
PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse
procedimento é diferente das práticas utilizadas na
DRE.
Componentes da DVA
Insumos adquiridos de terceiros

 Perda e recuperação de valores ativos - inclui


valores relativos a ajustes por avaliação a valor de
mercado de estoques, imobilizados,
investimentos, etc. Inclui os valores reconhecidos
no resultado do período, tanto na constituição
quanto na reversão de provisão para perdas por
desvalorização de ativos (CPC 01).
 Depreciação, amortização e exaustão - inclui a
despesa ou o custo contabilizados no período.
Componentes da DVA - Valor Adicionado
recebido em transferência

 Resultado de equivalência patrimonial - o


resultado da equivalência pode representar
receita ou despesa.
 Receitas financeiras - inclui todas as receitas
financeiras, inclusive as variações cambiais
ativas.
 Outras receitas - inclui os dividendos relativos
a investimentos avaliados ao custo, aluguéis,
direitos de franquia, etc.
Distribuição da Riqueza

 Pessoal – remuneração direta + benefícios +


FGTS
 Impostos
 INSS parte empregador + SAT + Terceiros
 Tributos Federais: IRPJ, CSLL, IPI, CIDE, PIS,
COFINS, contribuição sindical patronal
 Tributos Estaduais: ICMS, IPVA
 Tributos Municipais: ISS, IPTU
 Impostos não- cumulativos (ICMS, IPI, PIS,
COFINS): valor devido ou pago (diferentemente
da DRE)
Distribuição da Riqueza

 Remuneração de capital de terceiros – juros


(inclusive variação cambial passiva), aluguéis,
pagamento de royalties, franquia, direitos
autorais.
 Remuneração de capital próprio: JSCP,
dividendos referentes ao lucro do exercício.
 Lucros retidos ou prejuízo do exercício:
parte do lucro destinado a reservas.

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