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DIREITO INTERNACIONAL

PÚBLICO I

AULA DE REVISÃO

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DIP I
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DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

DO DIREITO INTERNACIONAL

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LIGAS PAN-ANFITIONICAS

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IMPÉRIO ROMANO

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FRANCISCO DE VITÓRIA

(1483-1546)

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FRANCISCO SUAREZ

(1548-1617)

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PAZ DE WESTFÁLIA

Tratados de Paz de Münster e Osnabrück - 1648

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CONGRESSO DE VIENA (1815)

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PAZ DE HAIA (1889-1907)

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RUI BARBOSA – ÁGUIA DE HAIA

Defensor do Princípio da Igualdade de Soberania entre os Estados

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ASSINATURA DO TRATADO DE VERSALHES (1919)

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DURBATON OAKS - 1944

Durbaton Oaks – Whashington D.C. – Reunião que deu origem à


Criação da Organização das Nações Unidas

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CARTA DE SÃO FRANCISCO - 1945

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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

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SUJEITOS DE

DIREITO INTERNACIONAL

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Clássico Contemporâneo

Enfoque

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Sujeitos de Direito internacional Clássico:

1) Os Estados (Referência História: Paz de Westphalia,


1648);

2) Organizações Internacionais (Após 1945)

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Conceito de sujeito de direito internacional

“Sujeito do direito internacional é a entidade jurídica que goza de direitos e


deveres no plano internacional, com capacidade para exercê-los.” (ACCIOLY,
Hildebrando; NASCIMENTO E SILVA, G. F. do; CASELLA, Paulo Borba. Manual de
Direito Internacional Público. 18ªEd. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 245)

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CONTEXTO WESTPHALIANO – GUERRA DOS 30 ANOS

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ESTADO

Definição de Estado

Conceito clássico de Estado:

Jellinek: “O Estado é a corporação de um povo, assentada num


determinado território e dotada de um poder originário de mando”
Território

Povo Governo

Estado

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ESTADO
Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados de
1933, Art. 1º: “O Estado como pessoa de Direito Internacional deve
possuir as seguintes qualificações: A)POPULAÇÃO PERMANENTE;
B)TERRITÓRIO DEFINIDO; C) GOVERNO; D) CAPACIDADE DE MANTER
RELAÇÕES COM OUTROS ESTADOS.

POPULAÇÃO PERMANENTE: NÃO IMPLICA EM NUMEROSIDADE


PERMANÊNCIA: A POPULAÇÃO NÃO PRECISA SER NÃO-
MIGRATÓRIA OU NÃO-TRANSITÓRIA. DEVE HAVER UM NÚCLEO DE
POVO QUE ESTEJA PERMANENTE NO ESTADO EM TERMOS DE
CIDADANIA E NACIONALIDADE
CASO DO SAARA OCIDENTAL  OPINIÃO CONSULTIVA DE 1975
DA CIJ  NÔMADES PODEM CONSTITUIR POPULAÇÃO.

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ESTADO
Território definido
O Estado como requisito de território deve ser entendido a parte territorial, o mar e
o espaço aéreo, em que o Estado possui e exerce controle. O território deve ser
razoavelmente determinável
Um território definido não pressupõe que todas as fronteiras do Estado
aspirante estão livres de controvérsias; no caso de Israel a maior parte do território
estava sendo contestado pelos vizinhos árabes naquele momento em que se tornou
Estado em 1948
Cases: Alemanha X Dinamarca e Holanda – Caso da Plataforma continental do Mar
do Norte de 1969 - não há regra sobre as fronteiras territoriais do Estado devam
ser completamente delimitadas e definidas
Territórios internacionais: questão do aquífero guarani  gestão compartilhada de
soberania
Estados Arquipelágicos: estados cujos territórios são completamente circundados por água
sem ligação do território com terra em continente. Ex: São Tomé e Príncipe; Costa do
Marfim.
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ESTADO
Governo
- soberania para se autogovernar  princípio da não-intervenção
- Convenção de Montevideo não especifica nenhuma forma de governo
- Caso da Saara Ocidental  a forma de governo não influencia o status de Estado
aos olhos do DIN; mesmo se houver golpes ou revoluções
- Caso da Itália x Venezuela - 1903 (The Sambaggio claim)  o governo não
precisa operar de dentro do Estado. Em algumas circunstâncias, governos são
compelidos a operar do exílio. Ex: nos anos de 1990 o governo do Estado do
Kuwaiti exilou-se na Arábia Saudita e governou de lá.
- Governo deve ter efetividade, legitimidade e mais importante independência.
Deve haver total controle sobre seu território

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ESTADO
Capacidade de interagir com outros Estados

- É a certificação de que um Estado tem soberania, já que é uma consequência da


independência dele.
- Caso EUA x países baixos (1928) – Arbitragem da ilha de Palmas (Índia
Oriental)  Corte permanente de arbitragem, na disputa em que os EUA e os
países baixos disputavam o controle da ilha de Palmas, afirmou que a soberania
nas relações entre os Estados significava independência para executar as funções
de um Estado em uma porção do globo terrestre.
- Critérios de Montevidéu são exaustivos? Não. São rol exemplificativo.

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Reconhecimento de estado

1) É ato UNILATERAL;

2) Pode ser de fato ou de direito;

3) É ato declaratório, incondicional e irrevogável

4) É um instituto diferente do reconhecimento de governo.

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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
“O ESTADO TORNOU-SE DEMASIADO PEQUENO PARA AS COISAS GRANDES” (FERRAJOLI, LUIGI. A SOBERANIA NO
MUNDO MODERNO. 2ª ED. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2007, P. 50.)

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1. ANTECEDENTE HISTÓRICO

• Segundo a doutrina majoritária: após congresso de Viena, surgiram as primeiras


organizações internacionais, ainda em formato embrionário. São as Comissões
fluviais de navegação do rio Rheno e Danúbio

• Experiências anteriores: Liga das cidades-Estado gregas, propostas de Simón


Bolivar

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2. Organizações Internacionais modernas
Consolidação: final do Século XIX e
início do Século XX

Crise do modelo westfaliano do


Estado-nação

Tratado de Versalles (1919): criação


da Sociedade das Nações e da OIT

Período entre guerras: fracasso da


Sociedade das Nações

Surgimento da ONU

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3. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL

•Doutrina Clássica: “Organização Internacional é uma associação de Estados,


formada a partir de um tratado,”

•Proposta formulada pela Comissão de Direito Internacional da ONU, em 2011:


“Organização Internacional significa uma entidade criada por um
tratado ou outro instrumento sob a égide do Direito Internacional, a
qual possui sua própria personalidade jurídica. Organizações
Internacionais podem ter como membros, além de Estados, outras
entidades.”

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4. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
• Criação: 1945 (Conferência de São Francisco)

•Contexto histórico: término da Segunda Guerra Mundial e fracasso da Sociedade


das Nações

•Nº membros: 193

•Último Estado a ingressar: Sudão do Sul

•Principais órgãos: Conselho de Segurança, Assembleia Geral, Conselho Econômico e


Social, Conselho de Tutela (extinto), Corte Internacional de Justiça e Secretariado
•Agências Especializadas

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Conselho de
Segurança

Assembleia
Geral

Conselho Conselho de Organismos


Econômico e Tutela (extinto) Secretariado CIJ Especializados
Social

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•Comitiva brasileira na Conferência de São Francisco, 1945

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5. PROPÓSITOS DA ONU
Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são:

1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura
da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do
direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar
a uma perturbação da paz;

2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de


igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas
ao fortalecimento da paz universal;

3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de


caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos
direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo,
língua ou religião; e

4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses
objetivos comuns.

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6. Personalidade
Jurídica de Direito
Internacional: requisito
ou pressuposto?

• CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA,


1949 – CASO “BERNADOTTE”

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

1) Os Estados (Referência História: Paz de Westphalia, 1648);

2) Organizações Internacionais (Após 1945)

3) Indivíduo (processo de internacionalização dos Direitos Humanos);

4) ONGs (construção teórica);

5) Empresas Transnacionais (construção teórica);

5) Sujeitos atípicos

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

Indivíduo

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

ONG’s

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

Empresas Transnacionais

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

Sujeitos Atípicos

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

Sujeitos Atípicos

Cruz Vermelha Internacional (Genebra – 1863)

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Sujeitos de Direito Internacional Contemporâneo:

Sujeitos Atípicos

Santa Sé

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PRINCÍPIOS
DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS

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AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS

Tribo indígena na Amazônia

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AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS

Kosovo

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PRINCÍPIO DA NÃO-INTERVENÇÃO

Intervenção dos Estados Unidos da América no Iraque.

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PRINCÍPIO DA NÃO-INTERVENÇÃO

Marines dos EUA com a bandeira capturada de Augusto César Sandino na


Nicarágua (1932).

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PRINCÍPIO DA NÃO-INTERVENÇÃO

Recente crise entre Rússia e Ucrânia

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RECIPROCIDADE

Brasil x Espanha - Vistos

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RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS

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PRINCÍPIO DA NÃO-INDIFERENÇA

Haiti

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REPÚDIO AO TERRORISMO

11 de Setembro de 2001 – Ataque terrorista contra as Torres Gêmeas em


Nova York

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COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS PARA O PROGRESSO DA
HUMANIDADE

A OMS decretou estado de emergência na saúde pública mundial devido à epidemia hemorrágica
sem precedentes e anunciou uma série de recomendações aos países mais afetados.

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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

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ARTIGO 38 – ESTATUTO DA CIJ
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as
controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:

a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que


estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;

b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como


sendo o direito;

c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;

d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a


doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio
auxiliar para a determinação das regras de direito.

A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma


questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.

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TRATADOS

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TRATADOS
CONCEITO NA DOUTRINA

PELLET, Alain; DAILLIER, Patrick; e NGUYEN Quoc Din. Direito Internacional Público. 2ª
Ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001, p. 120:

“O tratado designa qualquer acordo concluído entre dois ou mais sujeitos de direito
internacional, destinado a produzir efeitos do direito e regulado pelo direito internacional”.

CASSESE, Antonio. International law. 2nd Ed. Oxford: Oxford Press, 2005:

“[...] junção de vontades de dois ou mais sujeitos de direito internacional com o propósito de
regular seus interesses pelo direito internacional [...]”

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COSTUMES
“As regras do Direito Internacional consuetudinário continuarão a reger as
questões não reguladas pelas disposições da presente Convenção”
(Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados – 1969)

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COSTUMES
BRIERLY, James Leslie. The law of nations. New York: Clarendon Press,
1963, p. 59:

Tradução livre: “Do ponto de vista jurídico, costume significa algo maior do que
um hábito ou um ato, é uma prática reconhecida, por quem a pratica, como
obrigatória. Deve refletir um sentimento que, se a prática não for verificada,
alguma sanção provavelmente ocorrerá, ou pelo menos deveria ocorrer,
àquele que não a verificou”

Elementos do costume:

- Prática reiterada;

- Opinio juris;

*Existiria costume sem prática ou mesmo costume contra a lei?

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PRINCÍPIOS DO DIREITO

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PRINCÍPIOS DO DIREITO

Charles de Visscher  os princípios gerais de Direito revestem-se


de um caráter de positividade ou de generalidade e abstração

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JURISPRUDÊNCIA

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JURISPRUDÊNCIA

Conceito:

MENEZES, Wagner. Tribunais Internacionais: jurisdição e competência. São Paulo:


Saraiva, 2013, p. 238:

“A jurisprudência significa um conjunto de decisões e interpretações da lei, proferidas num


mesmo sentido sobre uma dada matéria ou tema. No plano internacional ela está
diretamente vinculada à atuação, atividade jurisdicional e pronunciamentos provenientes dos
mecanismos jurídicos de solução de controvérsias.”

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SOFT LAW

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SOFT LAW

Conceito: “documentos solenes derivados de foros internacionais, que têm


fundamento no princípio da boa fé, com conteúdo variável e não
obrigatório, que não vinculam seus signatários a sua observância, mas que,
por seu caráter e importância para o ordenamento da sociedade global, por
refletirem princípios e concepções éticas e ideais, acabam por produzir
repercussões no campo do Direito internacional e também para o direito
interno” (MENEZES, Wagner. Ordem Global e Transnormatividade. Ijuí:
Unijuí, 2005, p. 147)

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DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

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DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

Capacidade de concluir acordos e realizar atos como sujeito de DIP X


perspectiva do monopólio voluntarista dos Estados.

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DIREITO DOS ATOS INTERNACIONAIS

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CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE O DIREITO DOS
TRATADOS (1969)

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 Para os fins da presente Convenção:
 a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja
sua denominação específica;
 b)“ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, conforme o caso, o ato internacional assim
denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o seu consentimento em obrigar-se por um
tratado;
 c)“plenos poderes” significa um documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual
são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do
texto de um tratado, para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar
qualquer outro ato relativo a um tratado;
d)“reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por
um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou
modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado;
 e)“Estado negociador” significa um Estado que participou na elaboração e na adoção do texto do tratado;
f)“Estado contratante” significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ou não o tratado
entrado em vigor;
g)“parte” significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado e em relação ao qual este esteja em
vigor;
 h)“terceiro Estado” significa um Estado que não é parte no tratado;
 i)“organização internacional” significa uma organização intergovernamental.

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CARTA DE PLENOS PODERES
“Plenos poderes" significa um documento expedido pela autoridade
competente de um Estado e pelo qual são designadas uma ou várias
pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou
autenticação do texto de um tratado, para manifestar o consentimento
do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro
ato relativo a um tratado (Artigo 2 (c) – Convenção de Viena de 1969)

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RATIFICAÇÃO DE TRATADO
Artigo 14 – Convenção de Viena (1969)
Consentimento em obrigar-se por um tratado manifestado pela ratificação,
Aceitação ou Aprovação
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por
um tratado manifesta-se pela ratificação:
a) quando o tratado disponha que esse consentimento
se manifeste pela ratificação;
b) quando, por outra forma, se estabeleça que os
Estados negociadores acordaram em que a ratificação
seja exigida;
c) quando o representante do Estado tenha assinado o
tratado sujeito a ratificação; ou
d) quando a intenção do Estado de assinar o tratado
sob reserva de ratificação decorra dos plenos poderes
de seu representante ou tenha sido manifestada
durante a negociação.
2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por
um tratado manifesta-se pela aceitação ou aprovação
em condições análogas às aplicáveis à ratificação.

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RESERVA
Artigo 19 – Formulação de Reservas

Um Estado pode, ao assinar,


ratificar, aceitar ou aprovar um
tratado, ou a ele aderir, formular
uma reserva, a não ser que:
a) a reserva seja proibida pelo
tratado;
b) o tratado disponha que só
possam ser formuladas
determinadas reservas, entre as
quais não figure a reserva em
questão; ou
c) nos casos não previstos nas
alíneas a e b, a reserva seja
incompatível com o objeto e a
finalidade do tratado.

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INSTRUMENTO DE DEPÓSITO
Artigo 84 - Entrada em Vigor da Artigo 19 – Tratado de Assunção
Convenção de Viena de 1969
O presente Tratado terá duração
1. A presente Convenção entrará em indefinida e entrará em vigor 30
vigor no trigésimo dia que se seguir à dias após a data do depósito do
data do depósito do trigésimo quinto terceiro instrumento de ratificação.
instrumento de ratificação ou adesão. Os Instrumentos de ratificação
serão depositados ante o Governo
2. Para cada Estado que ratificar a da República do Paraguai, que
Convenção ou a ela aderir após o comunicará a data do depósito aos
depósito do trigésimo quinto instrumento Governos dos demais Estados
de ratificação ou adesão, a Convenção Partes.
entrará em vigor no trigésimo dia após o
depósito, por esse Estado, de seu
instrumento de ratificação ou adesão

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DENÚNCIA
Artigo 56 – Convenção de Viena de 1969
Denúncia, ou Retirada, de um Tratado
que não Contém Disposições sobre
Extinção, Denúncia ou Retirada
1. Um tratado que não contém disposição
relativa à sua extinção, e que não prevê
denúncia ou retirada, não é suscetível de
denúncia ou retirada, a não ser que:
a) se estabeleça terem as partes tencionado
admitir a possibilidade da denúncia ou
retirada; ou
b) um direito de denúncia ou retirada possa
ser deduzido da natureza do tratado.
2. Uma parte deverá notificar, com pelo
menos doze meses de antecedência, a sua
intenção de denunciar ou de se retirar de um
tratado, nos termos do parágrafo 1.

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OS ATOS INTERNACIONAIS E O DIREITO
BRASILEIRO

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SEGUNDO O ART. 5º, §2º, CF:

“OS DIREITOS E GARANTIAS EXPRESSOS NESTA CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS


DECORRENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, OU DOS TRATADOS
INTERNACIONAIS EM QUE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SEJA PARTE”.

O CERNE DA DISCUSSÃO PERPASSA PELA REFLEXÃO ACERCA DOS


EFEITOS JURÍDICOS DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 45/2014,
QUE INTRODUZIU UM §3º NO ART. 5º, CF, COMO SEGUINTE TEOR:
“OS TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS QUE
FOREM APROVADOS, EM CADA CASA DO CONGRESSO NACIONAL, EM DOIS TURNOS,
POR TRÊS QUINTOS DOS VOTOS DOS RESPECTIVOS MEMBROS, SERÃO EQUIVALENTES ÀS
EMENDAS CONSTITUCIONAIS”.

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TIPO DE TRATADO TRATADOS COMUNS TRATADOS SOBRE DIREITOS
HUMANOS
REF. E.C. 45/2004
SEGUNDO A DOUTRINA
INTERNACIONALISTA MAJORITÁRIA,
ANTES DA VIGÊNCIA DA E.C. Nº NÍVEL LEGAL (ANTINOMIAS
NÍVEL CONSTITUCIONAL (“BLOCO DE
45/2014 RESOLVIDAS PELO CRITÉRIO
CONSTITUCIONALIDADE).
CRONOLÓGICO)
SEGUNDO O STF, NÍVEL LEGAL
(PRECEDENTE: HC 72.131-RJ)
SEGUNDO A DOUTRINA
INTERNACIONALISTA MAJORITÁRIA,
APÓS A VIGÊNCIA DA E.C. Nº NÍVEL LEGAL (ANTINOMIAS
NÍVEL CONSTITUCIONAL (“BLOCO DE
45/2014 RESOLVIDAS PELO CRITÉRIO
CONSTITUCIONALIDADE).
CRONOLÓGICO)
SEGUNDO O STF, NÍVEL
SUPRALEGAL (PRECEDENTE: REX
466.343-SP)

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