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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

A IGUALDADE DAS PARTES E AS VANTAGENS DO LITIGANTE


HABITUAL
Discentes:

Anderson de Azevedo
(azevedo@apcadvogados.com.br)
Gabriela Lenora M. Pieniak
(gpieniak@fallettiadvogados.com.br)
Nubia R. Ventura
(nubiaventura@gmail.com)
O litigante habitual – Repeat player
“Em razão de diferenças no tamanho, na situação do direito e em seus recursos, alguns dos atores na
sociedade têm muitas oportunidades para utilizar os tribunais (no sentido amplo) para apresentar (ou se
defender de) reclamações, enquanto outros fazem isso apenas raramente. Podemos dividir esses atores entre
aqueles que recorrem aos tribunais apenas ocasionalmente (participantes eventuais ou PE) e aqueles
jogadores habituais (JHs)* que se envolvem em várias litigâncias similares ao longo do tempo (....) Tipicamente,
o JH é uma unidade maior e suas apostas em qualquer caso são menores (com relação ao valor total). PEs são
normalmente unidades menores e as apostas, representadas por um resultado tangível do caso ” (Galanter)

*No original, repeat player [“jogador que se repete”] e one-shooter [“atirador de um só disparo”].
FONTE: PALLAZIN, p. 9-10
Vantagens dos litigantes habituais
As disputas repetitivas
A litigância habitual em números no Brasil

Fonte: Associação Brasileira dos Magistrados. O uso


da justiça e o litígio no Brasil. 2015.
A litigância habitual em números no Brasil
A litigância habitual em números no Brasil
A litigância habitual em números no Brasil
A litigância habitual em números no Brasil
A litigância habitual em números no Brasil
A litigância habitual em números no Brasil
A litigância habitual em números no Brasil
Consumidor como litigante habitual?
 CASO 1

“Uma cliente indignada com a decisão do banco de bloquear seu cartão ajuizou ação para pedir, além do restabelecimento do crédito, o

ressarcimento por danos morais. O pedido de indenização, recorrente em milhares de causas do tipo, até foi julgado procedente por um dos

juizados especiais cíveis do Rio de Janeiro, mas a 5ª Turma Recursal, responsável por analisar os recursos contra as sentenças proferidas por

esses juízos, mudou o desfecho do caso após constatar que a autora havia ajuizado 52 demandas — sendo 14 delas contra a instituição financeira

ré no processo em julgamento” (https://www.conjur.com.br/2016-abr-13/jurisprudencia-mudado-combater-litigantes-habituais)

 CASO 2

“Compulsando os autos, é possível verificar que o demandante não se desincumbiu de tal ônus, não tendo trazido aos autos qualquer elemento

de prova que indique ter ocorrido qualquer dano decorrente da não aceitação do cartão de crédito mencionado na inicial. Ademais, não

demonstra ao autor entrado em contato com o réu para resolver o problema, sendo certo que conseguiu realizar a transação por meio da

utilização de outro cartão de crédito. Portanto, não há como se entender pela ocorrência de danos morais, limitando-se a questão a mero

aborrecimento do cotidiano (...) Por fim, cumpre ressaltar que, conforme consulta realizada no site deste Tribunal, o autor ajuizou 10

demandas nos últimos cinco anos, sendo, portanto, litigante habitual” (https://www.jota.info/justica/mudanca-de-paradigma-tende-a-punir-

litigante-habitual-08122015)
Acesso à justiça?

Segundo PIERPAOLO, há “uma utilização exagerada por poucos atores,


dentre os quais o Poder Público, as empresas concessionárias
prestadoras de serviços e as instituições financeiras (...) a presença
recorrente destes atores como réus ou autores na Justiça acarreta a
multiplicação de feitos de igual teor, de conteúdo idêntico e repetido”,
o que não pode ser confundido com acesso à justiça.

BOTTINI, Pierpaolo Cruz. A reforma do sistema judicial. Brasília: Ministério da Justiça, 2006, p. 5.
BIBLIOGRAFIA
• Associação Brasileira dos Magistrados. O uso da justiça e o litígio no Brasil.
2015.
• CONJUR. https://www.conjur.com.br/2016-abr-13/jurisprudencia-mudado-
combater-litigantes-habituais
• JOTA. https://www.jota.info/justica/mudanca-de-paradigma-tende-a-punir-
litigante-habitual-08122015
• PALAZZIN, Ananda de Almeida. A atuação do INSS como litigante habitual
no recurso extraorSousa. dinário nº 631.240. São Paulo. 2015.
• SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma revolução democrática da
justiça. Coimbra: Almedina, 2015.

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