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do tabu em totem."
Modernismo
1ª fase – poesia
(1922 – 1930)
O Modernismo representou um
rompimento de artistas e intelectuais com a arte
acadêmica e o tradicionalismo cultural no Brasil.
O período de 1922 a 1930 é o mais
radical do movimento modernista, justamente
em consequência da necessidade de
definições e do rompimento com todas as
estruturas do passado. Daí o caráter anárquico
dessa primeira fase e seu forte sentido
destruidor, assim definido por Mário de
Andrade:
"(...) se alastrou pelo Brasil o espírito
destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu
sentido verdadeiramente específico. Porque,
embora lançando inúmeros processos e ideias
novas, o movimento modernista foi essencialmente
destruidor. (...)
Oswald de Andrade
Síntese, poema-pílula
Texto II
AMOR
humor
Oswald de Andrade
Busca de uma linguagem
brasileira
Urbanismo
Revisão crítica de nosso
passado histórico-cultural
Mário de Andrade
(1893-1945)
Mário Raul de Morais Andrade nasceu em
São Paulo em 9 de outubro de 1893 e faleceu
nessa mesma cidade em 25 de fevereiro de
1945. Teve intensa atividade ligada à cultura
durante toda a vida: foi diretor do Departamento
Municipal de Cultura, em São Paulo; foi diretor
do Instituto de Artes da Universidade do Distrito
Federal (então localizada no Rio de Janeiro);
organizou o serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional; lecionou história da música
no Conservatório Dramático e Musical de São
Paulo. Teve participação ativa na Semana de
Arte Moderna e passou a exercer uma espécie
de “magistério” modernista, correspondendo-se
com muitos poetas e escritores durante toda a
sua vida. Além de poeta e ficcionista, Mário
foi cronista, crítico literário e pesquisador de
folclore, da música e das artes plásticas
nacionais. Também trabalhou na redação da
revista modernista Klaxon, veículo de
divulgação das ideias e trabalhos dos novos
escritores após a Semana de Arte Moderna.
Entre suas principais obras, estão os
livros de poemas Pauliceia desvairada, O
losango cáqui; Amar, verbo intransitivo
(romance), Macunaíma (rapsódia). A esses
títulos se somam inúmeros outros, de crônicas,
estudos sobre música e folclore brasileiros,
história da arte, além de uma vastíssima
correspondência e um livro de poemas
“imaturos”: Há uma gota de sangue em cada
poema.
Um dos organizadores do Modernismo e da
SAM, foi o que apresentou projeto mais
consistente de renovação. Começou
escrevendo críticas de arte e poesia (ainda
parnasiana) com o pseudônimo de Mário
Sobral. Rompeu com o Parnasianismo e o
passado com Pauliceia Desvairada e a
Semana, da qual participou ativamente.
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Texto VI
erro de português
infância
O camisolão
O jarro
O passarinho
O oceano
A visita na casa que a gente sentava no sofá
adolescência
Aquele amor
nem me fale
maturidade
velhice
Há poesia
na flor
na dor
no beija-flor
no elevador.
Manuel Bandeira
(1886 / 1968)
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho
nasceu no Recife, em 19 de abril de 1886, e
faleceu no Rio de Janeiro, em 13 de outubro de
1968. Começou a cursar engenharia em São
Paulo, mas a tuberculose o obrigou a
abandonar o curso, levando-o a várias estações
de tratamento: esteve até mesmo um ano da
Suíça.
Apesar de não estar pessoalmente
presente às noitadas literárias da Semana de
Arte Moderna, participou do evento, pois seu
poema “Os sapos”, sátira dos que insistiam em
ainda prender-se ao Parnasianismo, foi
declamado por Ronald de Carvalho.
A partir de 1935, com a melhora de seu
estado de saúde, passou a trabalhar como
inspetor de ensino e, posteriormente, tornou-se
professor de literatura do Colégio Pedro II e
professor de literaturas hispano-americanas na
Universidade do Brasil.
A obra poética de Manuel Bandeira
começou com a publicação de Cinza das horas
(1917), seguido de Carnaval (1919). Em 1924,
publicou O ritmo dissoluto; em 1930,
Libertinagem, suas duas obras mais
diretamente ligadas às estéticas da geração de
22. (...)
Em 1966 foi lançada Estrela da vida
inteira, reunindo toda a produção poética do
autor até então. Além de poeta, Bandeira foi
cronista, historiador e crítico literário, tradutor e
organizador de edições de obras de outros
poetas (Antero de Quental e Gonçalves Dias) e
de antologias poéticas. Também escreveu
Itinerário de Pasárgada, uma espécie de
autobiografia de sua atividade poética.
As fatalidades da vida deixam em sua
obra cicatrizes profundas (morte do pai, da mãe e
da irmã, convivência e sofrimento com sua própria
doença).
Buscou na própria vida inspiração para os
seus grandes temas: de uma lado a família, a
morte, a infância no Recife, o rio Capibaribe; de
outro, a constante observação da rua por onde
transitam os mendigos, as prostitutas, os
meninos carvoeiros, os carregadores das feiras,
falando o português gostoso do Brasil (humor,
ceticismo, ironia, tristeza e alegria dos homens,
idealização de um mundo melhor).
Texto X
Porquinho-da-Índia
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Os Tribalistas