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INTRODUÇÃO À

SAÚDE PÚBLICA
Profª.: Fabiana Dias
Conceitos de Saúde
• As primeiras tentativas sistemáticas
de construir teoricamente o conceito
de Saúde, ainda na década de 70,
partiram da noção de saúde como
ausência de doença (Boorse, 1975,
1977).
• Segundo a OMS, “saúde é completo
bem-estar físico, mental e social.”
Conceitos de Saúde
• A saúde deve ser entendida em sentido mais amplo,
como componente da qualidade de vida. Assim, não é
um “bem de troca”, mas um “bem comum”, um bem e
um direito social, em que cada um e todos possam ter
assegurados o exercício e a prática do direito à saúde,
a partir da aplicação e utilização de toda a riqueza
disponível, conhecimentos e tecnologia desenvolvidos
pela sociedade nesse campo, adequados às suas
necessidades, abrangendo promoção e proteção da
saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e
reabilitação de doenças. Em outras palavras,
considerar esse bem e esse direito como componente
e exercício da cidadania, que é um referencial e um
valor básico a ser assimilado pelo poder público para
o balizamento e orientação de sua conduta, decisões,
estratégias e ações.
Conceitos de Doença
• Durante muito tempo, houve a teoria
mística sobre a doença, que os
antepassados julgavam como um
fenômeno sobrenatural, ou seja, ela estava
além da sua compreensão do mundo,
superada posteriormente pela teoria de
que a doença era um fato decorrente das
alterações ambientais no meio físico e
concreto que o homem vivia. Em seguida,
surge a teoria dos miasmas (gazes), que
vai predominar por mais tempo ainda.
Conceitos de Doença
• Com a urbanização e estratificação social, o poder de
diagnosticar, controlar e explicar as doenças ficou
concentrado em um segmento social urbano, os
sacerdotes, sempre vinculados aos grupos
dominantes. A capacidade de mediar as atenções de
deuses e humanos passou a ser monopolizada por
estes atores sociais, e o modo mágico de lidar com as
doenças foi suplantado pelo modelo místico, ou
religioso, que se tornou hegemônico.
• A doença passou a ser vista como pecado, resultado
da desobediência a códigos de condutas prescritos
pelos deuses e vigiados pelos sacerdotes, sendo
atribuído ao enfermo a responsabilidade, individual
ou coletiva, por seus sofrimentos.
Conceitos de Doença
• Assim, diversas concepções de saúde e doença
podem coexistir, através da persistência de
modelos antigos, mas que ainda atendem a
necessidades atuais.
• Nas comunidades tradicionais de coletores e
caçadores, a ocorrência de doenças era explicada
de modo compatível com sua visão de mundo,
pela influência de demônios e outras forças
sobrenaturais, que conviviam com os homens e
podiam ser por eles invocados ou controlados,
desde que fossem utilizados os meios adequados.
Histórico Saúde- Doença
• Quando a Organização Mundial de Saúde conceituou
saúde como "o mais completo estado de bem estar
físico, mental e social, e não apenas a ausência de
doenças", certamente não estava propondo um
critério classificatório, mas uma direção.
• Já a idéia de doença é mais imediatista, sempre
impondo, ao mesmo tempo, certas competências
operacionais e algum tipo de explicação.
Historicamente, ela é muito anterior à concepção de
saúde, estando presente, de diferentes formas, em
todas as organizações sociais conhecidas. Remetendo
a questão da identificação e classificação da doença e
dos doentes a um saber técnico, que pressupõe
divisão de trabalho e transferência de poder.
Histórico Saúde- Doença
• Os processos saúde-doença podem ser reconhecidos, a partir
da posição do observador e aparecem, segundo cada posição,
como alteração celular, sofrimento ou problema de saúde
pública.
• A seleção de uma destas perspectivas é definida tanto por
questões metodológicas como pelas possibilidades de ação
eficaz do observador e sua visão de mundo.
• O quadro a seguir mostra, de modo esquemático, os níveis de
expressão dos processos saúde-doença e como, no nível
individual, eles podem ser, simultaneamente, alterações fisio-
patológicas para a dimensão orgânica; para o cidadão, uma
representação e um papel mediado por valores culturais; e
para o indivíduo singular, sofrimento.
• No nível das sociedades, ou formações sócio-espaciais
complexas, como a nossa, eles se expressam como problemas
de saúde pública, na interface entre o Estado e a Sociedade,
entre o particular e o público, entre o individual e o coletivo.
Histórico Saúde- Doença
Histórico Saúde- Doença
• Até que, com os estudos de Louis Pasteur na França, entre
outros, vem a prevalecer a “teoria da unicausalidade”, com
a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) e, portanto,
do agente etiológico, ou seja, aquele que causa a doença.
• Devido a sua incapacidade e insuficiência para explicar a
ocorrência de uma série de outros agravos à saúde do
homem, essa teoria é complementada por uma série de
conhecimentos produzidos pela epidemiologia, que
demonstra a multicausalidade como determinante da
doença e não apenas a presença exclusiva de um agente.
Finalmente, uma série de estudos e conhecimentos
provindos principalmente da epidemiologia social nos
meados deste século esclarece melhor a determinação e a
ocorrência das doenças em termos individuais e coletivo.
• O fato é que se passa a considerar saúde e doença como
estados de um mesmo processo, composto por fatores
biológicos, econômicos, culturais e sociais.
Histórico Saúde- Doença
• As relações entre as comunidades e seus ambientes já não
eram da mesma intensidade, e os métodos tradicionais não
eram mesmo adequados para responder aos novos
problemas de saúde que o aumento da densidade
populacional, as péssimas condições de higiene e o aumento
da carga de trabalho acarretaram.
• Diversas espécies de parasitas, que só esporadicamente
infectavam humanos, a partir de seus reservatórios animais,
puderam se tornar endêmicos nas novas cidades e nas áreas
de agricultura intensiva irrigadas, milhares de anos atrás.
• Na Grécia, com a escola de Hipócrates, e já sob uma cultura
que privilegiava uma reflexão filosófica a cerca do mundo e
a observação cuidadosa da natureza, uma medicina de elite
pode ser implementada, tendo como princípio o equilíbrio
entre o indivíduo e seu ambiente. Era uma medicina
centrada no cuidado do corpo, onde o papel do médico era
procurar colaborar na restauração da harmonia.
Histórico Saúde- Doença
• Este modo de entender a saúde e a doença tinha sua
racionalidade na observação cuidadosa dos fenômenos,
na concepção da doença enquanto fenômeno natural, e
portanto passível de explicação teórica, e na transmissão
do conhecimento em condições capazes de assegurar um
certo controle sobre a competência dos praticantes.
• Durante o século XIV teve início uma pandemia de peste
que devastou a Europa, eliminando mais de um quarto da
população, desorganizando o processo social e trazendo
outras concepções sobre saúde e doença. No Ocidente
criou-se então toda uma cultura centrada no horror e na
convivência com a morte, impondo-se as idéias de culpa e
de pecado. Judeus e mulheres acusadas de feitiçaria
foram massacrados, enquanto todas as diferentes
práticas médicas se mostravam absolutamente
ineficazes.
Histórico Saúde- Doença
• Desvinculada da concepção religiosa
hegemônica e desenvolvida a partir da
acumulação de observações empíricas, a prática
da quarentena, dirigida ao isolamento de
pessoas e lugares sadios se impôs, como uma
forma de defesa coletiva, capaz de se sobrepor
aos interesses e direitos individuais.
• Nos séculos seguintes, a perda de credibilidade
de todas as formas de medicina possibilitou
uma onda de especulações, práticas alternativas
e também a volta à observação dos fenômenos
como fonte de conhecimentos mais úteis que
aqueles possibilitados pelas velhas doutrinas.
Histórico Saúde- Doença
• O Renascimento cultural e científico
possibilitou uma maior compreensão da
constituição do corpo humano, estudado
detalhadamente por médicos e artistas, e as
doenças, como os outros fenômenos, passaram
a ser atribuídas a causas naturais.
• Os grandes avanços na física mecânica e na
compreensão da composição química da
matéria resultaram na representação do corpo
humano como uma máquina, passível de
defeitos em seu funcionamento, e que, quando
compreendidos, poderiam ser corrigidos.
A Saúde Pública
• A partir da metade do século XVIII, importantes
transformações passaram a ocorrer na Europa, com
impactos notáveis sobre as condições de vida e saúde.
• A urbanização acelerada e a industrialização são com
freqüência os processos mais destacados, tanto por seus
impactos sobre as condições de produtividade como nas
condições de trabalho e qualidade de vida da classe
trabalhadora.
• Mais uma vez na história do Ocidente ocorreu
incremento, por um período prolongado, na mortalidade,
compensada apenas, em termos populacionais, por taxas
altíssimas de natalidade. Desnutrição, alcoolismo,
doenças mentais e violência atingiam pesadamente a
nova classe de trabalhadores urbanos.
A Saúde Pública
• Doenças conhecidas, como a febre tifóide, e outras
novas, importadas das colônias, como a cólera,
passaram a ser transmitidas de modo ampliado, para o
conjunto da população, pelos precários sistemas
coletivos urbanos de distribuição de água, causando
epidemias letais, sempre acompanhadas de pânico.
Levando, aqueles que podiam, a abandonar as cidades,
que passaram a ser identificadas como locais
insalubres.
• Os hospitais públicos, onde principalmente os
indigentes eram internados, particularmente
precisavam ser evitados, e a mortalidade nas
maternidades fazia do parto uma situação de alto
risco. A prática médica era mais prejudicial que eficaz.
A Saúde Pública
• As políticas de Saúde Pública nascem do interesse dos Estados
Nacionais na regulamentação das condições de trabalho e de
uso do espaço urbano, através da introdução de legislações
específicas e mecanismos de controle social efetivos, capazes
de assegurar melhores condições de vida aos trabalhadores,
ainda que contrariando alguns proprietários, mas no interesse
do capitalismo em seu conjunto.
• Teve início também a aplicação de métodos estatísticos para
contabilizar as mortes e identificar diferenças de risco de
morrer entre lugares e grupos sociais, contribuindo para o
debate que marcou o período, sobre a importância da
determinação ambiental ou social.
• O projeto da saúde pública moderna nasceu então, no início do
século passado, como um componente estratégico do processo
de controle social sobre as condições de reprodução dos
grupos sociais, direcionado ao saneamento do ambiente
urbano e mudanças nos padrões culturais do proletariado,
através de práticas normativas e educativas.
A Saúde Pública
• O modelo epidemiológico da tríade
causal considerava os agentes, o
ambiente e os seres humanos como
categorias de um mesmo nível do
mundo natural, no que se refere à
determinação das doenças. As ações
de saúde deveriam ser capazes de
identificar o elo mais fraco da tríade
e atuar especificamente sobre ele.
A Saúde Pública
A Saúde Pública
• As ações da Vigilância Sanitária, componente
essencial do repertório da Saúde Pública,baseiam-se
fortemente em aspectos operacionais e jurídicos como
justificativa para sua operação. O mandato de regular,
monitorar, fiscalizar e supervisionar condições,
processos, produtos, serviços e ambientes, com a
finalidade de reduzir sua nocividade ou risco para a
saúde, parece tão estabelecido institucionalmente que
pouco se tem avançado no sentido de um tratamento
teórico-metodológico rigoroso do tema. Entretanto,
face à crescente complexidade e desigualdade das
situações de saúde no mundo contemporâneo, esta
aparente obviedade precisa ser posta em cheque,
investindo-se na construção de um aparato conceitual
capaz de situar históricamente e filosoficamente tão
importante conjunto de práticas sanitárias.
Níveis de Prevenção
• O conceito de prevenção definido como “ação antecipada,
baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar
improvável o progresso posterior da doença” (Leavell &
Clarck, 1976:17). A prevenção apresenta-se em três fases:
primária secundária e terciária (ver quadro I). A prevenção
primária é a realizada no período de pré-patogênese. O
conceito de promoção da saúde aparece como um dos níveis
da prevenção primária, definido como “medidas destinadas a
desenvolver uma saúde ótima” (17). Um segundo nível da
prevenção primária seria a proteção específica “contra
agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras
contra os agentes do meio ambiente”.
• A fase da prevenção secundária também apresenta-se em
dois níveis: o primeiro, diagnóstico e tratamento precoce e o
segundo, limitação da invalidez. Por fim, a prevenção
terciária que diz respeito a ações de reabilitação (Leavell &
Clarck, 1976).
Níveis de Prevenção
• A Prevenção Primária, pode ser dividida
em: promoção da saúde e proteção
específica, segundo Leavell & Clarck (1976).
• Promoção da Saúde:
– Educação sanitária;
– Bom padrão de nutrição, ajustado às várias fases
de desenvolvimento da vida;
– Atenção ao desenvolvimento da personalidade;
– Moradia adequada, recreação e condições
agradáveis de trabalho;
– Aconselhamento matrimonial e educação sexual e
genética;
– Exames seletivos periódicos.
Níveis de Prevenção
• Proteção Específica:
– Uso de imunizações específicas;
– Atenção à higiene pessoal;
– Hábito de saneamento do ambiente;
– Proteção contra riscos ocupacionais;
– Proteção contra acidentes;
– Uso de alimentos específicos;
– Proteção contra substâncias
carcinogênicas;
– Evitação contra alérgenos.
Níveis de Prevenção
• No que tange a Prevenção Secundária,
esta pode ser dividida da seguinte forma:
• Diagnóstico e tratamento precoce:
– Medidas individuais e coletivas para
descoberta de casos;
– Pesquisa de triagem e exames seletivos, a fim
de curar e evitar o processo de doença;
– Evitar a propagação de doenças contagiosas;
– Evitar complicações e seqüelas;
– Encurtar o período de invalidez.
Níveis de Prevenção
• Limitação da Invalidez:
– Instituir tratamento adequado para
interromper o processo mórbido e
evitar futuras complicações e seqüelas;
– Provisão de meios para limitar a
invalidez e evitar a morte.
Níveis de Prevenção
• No que se refere à Prevenção Terciária, é
importante dizer que envolve a
reabilitação, sob os seguintes aspectos:
– Prestação de serviços hospitalares e
comunitários para reeducação e treinamento, a
fim de possibilitar a utilização máxima das
capacidades restantes;
– Educação do público e indústria, no sentido de
que empreguem o reabilitado;
– Emprego tão completo quanto possível;
– Colocação seletiva;
– Terapia ocupacional em hospitais;
– Utilização de asilos.
Níveis de Prevenção
• Em 1995, M. Jamoulle e M. Roland apresentaram
em Hong-Kong um poster intitulado Quaternary
prevention and the glossary of general
practice/family medicine, em que propunham um
novo nível de prevenção: a prevenção
quaternária (Jamoulle, 2000).
• Este nível de prevenção — ao qual podemos
chamar “prevenção da iatrogenia”, ou
“prevenção da prevenção (inapropriada)” — foi
aceite pelo Comitê Internacional de Classificação
da WONCA em 1999 (Jamoulle, 2000) — trata-se
da resposta ao eterno dilema to heal or to harm?
Níveis de Prevenção
• A Prevenção Quaternária visa “evitar ou atenuar o
excesso de intervencionismo médico” associado a atos
médicos desnecessários ou injustificados; por outro lado,
pretende-se capacitar os pacientes, ao fornecer- lhes a
informação necessária e suficiente para poderem tomar
decisões autônomas, sem falsas expectativas,
conhecendo as vantagens e os inconvenientes dos
métodos diagnósticos ou terapêuticos propostos (Gérvas
e Férnandez, 2003).
• Este nível mais elevado de prevenção em saúde consiste
na «detecção de indivíduos em risco de sobretratamento
(overmedicalisation) para os proteger de novas
intervenções médicas inapropriadas e sugerir- -lhes
alternativas eticamente aceitáveis» (Jamoulle, 2000).
Níveis de Prevenção
• A concepção de níveis de prevenção foi incorporada
ao discurso da Medicina Comunitária no Brasil na
década de 1960 e orientou o estabelecimento de
níveis de atenção nos sistemas e serviços de saúde
que vigora até hoje. Foi amplamente difundida
durante os anos 70 e 80 juntamente com as
propostas de Atenção Primária em Saúde e a idéia
de “saúde para todos no ano 2000”, contida na
declaração de Alma-Ata (Teixeira, 2001). Contudo, o
desenvolvimento da medicina no Brasil manteve a
predominância de uma prática individual, com
enfoque curativo dos problemas de saúde e a as
dicotomias teoria-prática; psíquico-orgânico;
indivíduo sociedade (Torres, 2002).
Níveis de Prevenção
• Nos países do primeiro mundo, o desenvolvimento da perspectiva
de prevenção de doenças direcionou-se aos estudos clínicos e
epidemiológicos voltados para doenças não transmissíveis ou
crônico degenerativas. Isto ocorreu em função da chamada
transição epidemiológica, a partir da década de 1950. Técnicas
de exames complementares com sofisticação crescente
aperfeiçoaram as ações preventivas com base no diagnóstico
precoce.

• Foram construídos recursos poderosos para prevenção de


doença, incapacidade e morte por problemas como cardiopatia
isquêmica, algumas formas de câncer, doenças pulmonares
obstrutivas crônicas, etc. Este processo foi decorrente das
pesquisas biológicas e epidemiológicas sobre agentes causais e
fatores de risco. Relacionou-se as doenças degenerativas à
fatores causais do ambiente como radiações, substâncias
químicas tóxicas e a estilos de vida como hábito de fumar,
consumo de alimentos gordurosos, de álcool e falta de exercício
(Terris, 1996).
Níveis de Prevenção
• A Carta de Ottawa, resultado da I Conferência
Internacional sobre Promoção de Saúde, realizada em
1986, afirma oficialmente a constatação de que os
principais determinantes da saúde são exteriores ao
sistema de tratamento. Este documento postula a idéia da
saúde como qualidade de vida resultante de complexo
processo condicionado por diversos fatores, tais como,
entre outros, alimentação, justiça social, ecossistema,
renda e educação. No Brasil, a conceituação ampla de
saúde assume destaque nesse mesmo ano, tendo sido
incorporada ao Relatório Final da VIII CNS (1986): “Direito
à saúde significa a garantia, pelo Estado, de condições
dignas de vida e de acesso universal e igualitário às ações e
serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde,
em todos os seus níveis, a todos os habitantes do território
nacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser humano
em sua individualidade” (CNS, 1986:).
Níveis de Prevenção
• A Carta de Ottawa aponta questões muito amplas como
condições e recursos fundamentais para a saúde: paz,
recursos sustentáveis, justiça social, equidade. Ao mesmo
tempo, define promoção da saúde como “o processo de
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da
sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior
participação no controle deste processo”. Esta ampla
gama de pré-requisitos se expressa nos cinco campos de
ação preconizados para a promoção da saúde:
• 1- Elaboração e implementação de políticas públicas
saudáveis.
• 2- Criação de ambientes favoráveis à saúde.
• 3- Reforço da ação comunitária.
• 4- Desenvolvimento de habilidades pessoais
• 5- Reorientação do sistema de saúde.
Níveis de Prevenção
• Os conceitos de prevenção de doenças e de promoção da
saúde não se distinguem claramente na prática do setor
saúde. As práticas em promoção da saúde, da mesma
forma que as de prevenção de doenças, fazem uso do
conhecimento técnico e científico específico do campo da
saúde.
• No espaço clínico, as atividades de promoção da saúde
não se diferenciam de intervenções de prevenção de
doenças. Estas intervenções podem ser tradicionalmente
médicas, como imunização, screening, ou tratamento com
quimioterápicos, ou envolver intervenções educativas
sobre mudanças de estilos de vida individuais. Os
profissionais de saúde podem estar envolvidos em ações
de promoção de saúde mais amplas, como
desenvolvimento comunitário, ou influenciando a
formulação de políticas de saúde (Florin & Basham,
2000).
Bibliografia
• SILVA, M.J, BESSA, M.A.P., Conceitos de Saúde e
Doença Segundo a Óptica dos Idosos de Baixa
Renda, ver. Ciencia y Enfermaria XIV (1): 23-31, 2008.
• Manual de Distritos Sanitários: Concepção e
Organização.
• ROCHA, A.A & CÉSAR, C.L.G. Saúde Pública- Bases
Conceituais. Ed. Atheneu, São Paulo, 2007.
• CZERESNIA, D. Ações de promoção à saúde e
prevenção de doenças: o papel da ANS. Fórum de
Saúde Suplementar, 2003.
• ALMEIDA, L.M., Da prevenção primordial à
prevenção quaternária. Rev. Prevenção em Saúde,
vol.23, nº 1, janeiro/junho 2005.

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