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1 – INTRODUÇÃO À GEOLOGIA DE ENGENHARIA

Geologia de Engenharia, anteriormente conhecida como


Geologia Aplicada, é uma especialização do ramo das
Geociências que enfoca as relações entre o homem e o
meio físico geológico.

Geologia de Engenharia pode ser definida como – “a ciência


dedicada à investigação, estudo e solução de problemas
de engenharia e meio ambiente, decorrentes da interação
entre a Geologia e os trabalhos e atividades do homem,
bem como a previsão e desenvolvimento de medidas
preventivas ou reparadoras de acidentes geológicos”.
Conceituação disciplinar da Geologia com foco na
Engenharia Aplicada
Disciplinas parceiras da Geologia voltada à
Engenharia
.
A Geologia de Engenharia abrange:
1 - Definição das condições geomorfológicas, estruturais,
estratigráficas, litológicas e hidrogeológicas das Formações
geológicas.

2 - Caracterização das propriedades mineralógicas, físicas,


geomecânicas, químicas e hidráulicas de todos os materiais
terrestres envolvidos em construção, recuperação de
recursos e alterações ambientais.

3 - Avaliação do comportamento mecânico e hidrológico dos


solos e maciços rochosos.

4 - Previsão de alterações, ao longo do tempo, das


propriedades citadas anteriormente.
5 – Determinação dos parâmetros a serem considerados na
análise de estabilidade de obras de engenharia e de maciços
naturais.

6 – Melhoria e manutenção das condições ambientais e das


propriedades dos terrenos.

Outro aspecto interessante é a estreita associação com a


Mecânica de Solos e a Mecânica das Rochas (Geotecnia),
dividindo o acervo tecnológico básico em nítido contexto de
intercâmbio e colaboração mútua.
A ORIGEM DA TERRA
A idade da Terra é calculada a partir da idade da origem das
rochas mais antigas que foram encontradas na superfície
terrestre.
O processo de cálculo da idade da origem da Terra é
realizado através de medições radiométricas. Através dos
dados obtidos nestas pesquisas remonta-se a origem de
nosso planeta em torno de 4,6 bilhões de anos.
A Terra é formada basicamente por três camadas: crosta,
manto e núcleo.
- A crosta é a parte mais superficial, onde vivem as pessoas.
- O manto, região intermediária, constitui-se principalmente
de silício, ferro e magnésio.
- O núcleo, camada mais interna, compõem-se por ferro e
níquel e localiza-se a cerca de 6.500 Km abaixo da
superfície.
Estrutura Interna da Terra
Movimento de rotação da Terra

Movimento de translação da Terra.


NÚCLEO
O núcleo, com cerca de 3.478 km de raio, é formado por
origem da Terra e por uma liga metálica constituída
principalmente de ferro e níquel a uma temperatura por volta
de 3.500°C. Sua consistência é líquida, mas supõe-se que
mais no interior exista um núcleo sólido.

MANTO

O manto é uma grossa camada rochosa, com cerca de 2.870


Km de espessura, que envolve o núcleo e que compõe a
maior parte da massa terrestre. É formado principalmente por
silício e magnésio.
Sua consistência é pastosa e está em constante movimentação.
A lava que sai dos vulcões é constituída pelo magma
proveniente do manto.
CROSTA TERRESTRE
É a parte mais externa consolidada do globo terrestre. É uma
camada relativamente fina, com 20 a 30 km de espessura em
média, mais espessa sob os continentes e mais fina sob os
oceanos.

A crosta é constituída, ao menos na porção superior, por


rochas semelhantes as que afloram na superfície: granitos,
migmatitos, basaltos e rochas sedimentares (SIAL – rochas
ricas em silício e alumínio).

Nas porções mais profundas ocorrem rochas escuras e mais


pesadas: diabásios e rochas ultrabásicas (SIMA – rochas
com predominância de silicatos de magnésio e ferro).
A crosta oceânica e continental, junto com uma parte
superior do manto, forma uma camada rígida com 100 a
350 Km de espessura (LITOSFERA).

LITOSFERA constitui as placas tectônicas, que formam,


na superfície do globo, um mosaico de placas
encaixadas entre si como um gigantesco quebra-
cabeças.

Abaixo da litosfera, ocorre a ASTENOSFERA, que é parte


do manto superior; suas condições de temperatura e
pressão permitem uma certa mobilidade, muito lenta,
mas sensível numa escala de tempo muito grande, como
é a escala do tempo geológico.
TEMPO GEOLÓGICO
A evolução da Terra é o resultado do embate das forças
da natureza, que se manifestam na dinâmica interna
(vulcões, terremotos, etc.) e na dinâmica externa (erosão,
sedimentação, etc.), forças destrutivas e criativas da
natureza.

Atualmente, esta evolução vem sendo fortemente


marcada, ao menos na dinâmica externa, pelas ações do
processo civilizatório que, à semelhança da natureza,
destrói, cria, enfim, transforma o ambiente.

A idade relativa das rochas pode ser obtida observando-


se as marcas dos eventos nelas registrados, a ordem
natural de superposição das camadas sedimentares e os
fósseis que elas contêm.
A idade absoluta das rochas, ou dos eventos nelas impressos, pode
ser obtida por datação absoluta que é feita medindo-se a taxa de
desintegração de um isótopo radioativo, como, por exemplo, o U238
que se desintegra até Pb206 , a uma razão de desintegração constante.
O método permite determinar a idade da rocha ou das
transformações que ela sofreu, em geral em Ma (milhões de anos).
Para períodos mais recentes usa-se o método do C14.
Os fósseis índex ou de idade, que representam organismos
abundantes e com grande dispersão geográfica, apresentam um
enorme potencial para correlação, ou seja, para estabelecermos
relações de idade de estratos - a ciência conhecida por
bioestratigrafia.
TECTÔNICAS DE PLACAS
Os vulcões e terremotos representam as formas mais
enérgicas e rápidas de manifestação dinâmica do
planeta. Ocorrem tanto em áreas oceânicas como
continentais, e são válvulas de escape que permitem o
extravasamento repentino de energias acumuladas ao
longo de anos, milhares ou milhões de anos.

Esses eventos são sinais de que, no interior da Terra,


longe dos nossos olhos e instrumentos de pesquisa,
ocorrem fenômenos dinâmicos que liberam energia e se
refletem na superfície causando modificações.

Por outro lado, também existem formas lentas de


modificação da dinâmica interna terrestre.
As placas tectônicas, conforme a teoria da Tectônica de
Placas, incluem continentes e partes de oceanos, que
movem-se em mútua aproximação ou distanciamento, a
velocidades medidas de alguns centímetros por ano,
assim contribuindo para a incessante evolução do relevo
e da distribuição dos continentes e oceanos na
superfície terrestre.
Existem várias evidências mostrando que as placas
tectônicas flutuam sobre o material da astenosfera e
movem-se umas em relação às outras, assim,
continentes que hoje estão separados já estiveram
unidos.
Placas são originadas nas dorsais meso-oceânicas e ao
se chocarem provocam o mergulho da placa mais densa
sob a outra e o seu consequente retorno ao manto.
GEOLOGIA

A CROSTA TERRESTRE
¨PLACAS TECTÔNICAS¨
• O PLANETA TERRA É COMPOSTO POR (17)
PLACAS TECTÔNICAS, QUE SE ACHAM
APOIADAS SOBRE O MANTO, E ASSIM SENDO
ELAS SE MOVEM E SÃO INSTÁVEIS E SE
DESLOCAM EM IDADES DE ERAS TERRESTRES O
QUE DENOMINAMOS DE DERIVA
CONTINENTAL.

• ASSIM, O QUE VAMOS ESTUDAR É A


DINÂMICA DAS PLACAS TECTÔNICAS.

• VAMOS VER NA SEQUÊNCIA, COM BASE


NA TEORIA INICIAL PROPOSTA POR
¨ALFRED LOTHAR WEGENER¨,
(GEOFÍSICO ALEMÃO ).
2. O PRINCÍPIO DA DERIVA

¨WEGENER PARTIU DA HIPÓTESE QUE


EXISTIRA UM ÚNICO CONTINENTE,
DENOMINADO ¨ PANGEA¨, ONDE HÁ 200
MILHÕES DE ANOS, NO INÍCIO DA ERA
MESOZÓICA, O PLANETA TERRA
COMEÇOU A SE FRAGMENTAR E
CONSEQUENTEMENTE FORMANDO OS
CONTINENTES COM AS DISPOSIÇÕES
ATUAIS.
O QUE ACONTECEU
NO HEMISFÉRIO NORTE AMÉRICA DO NORTE

LAURÁSIA ÁSIA

EUROPA

PANGÉIA
ÁFRICA
AMÉRICA DO SUL

GONDWANA ANTÁRTICA

AUSTRÁLIA
NO HEMISFÉRIO SUL
ÍNDIA
PRINCIPAIS PLACAS TECTÔNICAS
4. INSTABILIDADES DAS PLACAS
ATIVIDADE DAS CORRENTES CONVECTIVAS QUE
OCORREM NO MANTO SUPERIOR OU ASTENOSFERA,
INFLUENCIAM NA ESTABILIDADE DAS PLACAS.
5. CONSEQUÊNCIAS DOS DESLOCAMENTOS

AS PLACAS AO SE DESLOCAREM PROVOCAM


INSTABILIDADES TECTÔNICAS, REPRESENTADAS,
PRINCIPALMENTE, PELO:

A) VULCANISMO;

B) TERREMOTOS.
6. TIPOS DE MOVIMENTOS

AS PLACAS, AO SE DESLOCAREM, UMA EM


RELAÇÃO À OUTRA, APRESENTAM TRÊS TIPOS
DE MOVIMENTOS.
6.1 MOVIMENTO CONVERGENTE
CARACTERIZA POR SER UM MOVIMENTO DE
COLISÃO ENTRE AS PLACAS.

TRÊS INTERAÇÕES MECÂNICAS DIFERENTES


ATUAM ENTRE AS PLACAS COM O MOVIMENTO
CONVERGENTE.

EM CADA TIPO DE INTERAÇÃO ASSOCIAM-SE


ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS ESPECÍFICAS.
1. CONTINENTAL - CONTINENTAL

COMO CONSEQUÊNCIAS DESSA INTERAÇÃO TEM-SE A


FORMAÇÃO:
A) DAS CADEIAS MONTANHOSAS CONTINENTAIS;
B) DE UMA ZONA DE SUBDUCÇÃO, ISTO É, ÁREA ONDE OCORRE A
ENTRADA DO MATERIAL DA LITOSFERA PARA O MANTO.
COMO EXEMPLO DE PLACAS COM ESSE MOVIMENTO, PODE SER
CITADA A INDIANA COM A EURO-ASIÁTICA.
2. OCEÂNICA - CONTINENTAL

A) CINTURÕES VULCÂNICOS;
B) MONTANHAS LITORÂNEAS, COMO OS ANDES;
C) DE FOSSAS OCEÂNICAS, ISTO É, ÁREAS DE MAIORES
PROFUNDIDADES DOS OCEANOS.
COMO EXEMPLO DE PLACAS COM ESSE TIPO DE
MOVIMENTO É PLACA DE NAZCA COM A SUL-
AMERICANA.
3. OCEÂNICA - OCEÂNICA

COMO CONSEQUÊNCIAS DESSA INTERAÇÃO TEM-SE A


FORMAÇÃO:
COMO EXEMPLO DE PLACAS COM ESSE MOVIMENTO
PODE SER CITADA A DO JAPÃO COM A DO PACÍFICO.
A) DE FOSSAS ABSSAIS;
B) DE ARCOS DE ILHAS, CUJA ORIGEM SE DÁ A
PARTIR DO VULCANISMO SUBMARINO.
6.2 Movimento Divergente
• Caracteriza por ser um movimento de separação
entre as placas.

• Existem duas interações diferentes entre as placas


com o movimento divergente.

• Para cada tipo de interação associa-se


consequências específicas.
1. Fossa tectônica ou “rift valley”.

• É exemplo dessa situação a relação entre as


placas da África e da Somália.
• Como consequência dessa interação, tem-se a
formação de lagos tectônicos, como os existentes
no leste da África.
O Vale do Rift ou Grande Vale do Rift é um complexo de
falhas tectônicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação
das placas tectônicas africana e arábica. Esta estrutura estende-se no
sentido norte-sul por cerca de 5000 km, desde o norte da Síria até ao
centro de Moçambique, com uma largura que varia entre 30 e 100 km e,
em profundidade de algumas centenas a milhares de metros.
2. Dorsal oceânica ou montanha submarina

• Como consequência
da interação, tem-se:
A) formação de uma
zona de agregação,
isto é, área onde
ocorre a saída de
material do manto
para a crosta;
B) a expansão do
fundo do mar como
na Cordilheira Meso
Atlântica ou Dorsal
do Atlântico.
As principais dorsais oceânicas são:
1. Dorsal do Atlântico 2. Dorsal do Pacífico
6.3 Movimento Tangencial

• Caracteriza por ser um movimento paralelo entre as


placas.

• Este movimento também é denominado de falha


transformante ou transcorrente.
• Como consequência desse movimento tem-se as
instabilidades tectônicas.

• É um contato conservativo entre as placas, pois a


litosfera não é criada ou destruída durante o
movimento.
• A Falha de Santo André,
localizada no contato
entre as placas Juan de
Fuca e Norte-
americana, é o
principal exemplo de
movimento tangencial
ou transformante.
Hot spots

 Pontos quentes no manto


(plumas do manto)
 Estacionários.
 formam cordilheiras
submarinas por atividade
vulcânica.
 usados para saber a
velocidade da placa
(datação radiométrica)
hot spot muito profundo e estacionário da placa Pacífica que está em movimento a uma taxa de 10cm/ano
Dança dos continentes
 Aglutinação e fragmentação dos continentes ocorreram várias vezes na história do planeta
Dança dos continentes

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