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INTRODUÇÃO

AO LIVRO
Ao publicar "A GÊNESE", em 1868,
Kardec pode refere que "O LIVRO DOS
ESPÍRITOS", lançado dez anos antes,
continuava “sólido”: nenhum dos seus
princípios fundamentais haviam sido
abalados.

Hoje, quase 150 anos depois de importantes investigações não


espíritas de Raymond Mood Jr, Brian Weiss, Ian Stevenson, e
muitos outros, podemos ainda dizer o mesmo.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Ele é a pedra fundamental do Espiritismo,


o seu marco inicial.

Antes deste livro não havia Espiritismo, e nem


mesmo esta palavra existia.

Falava-se em espiritualismo, de maneira geral,


vaga e nebulosa, repleto de conceitos místicos
reservados apenas para um seleto grupo de
iniciados.
O Espiritualismo é tão velho
quanto o mundo
Crenças na imortalidade da alma e nas comunicações
entre os vivos e os mortos eram comuns entre os povos
da Antigüidade como ainda hoje.

A faculdade mediúnica sempre existiu desde o


surgimento do homem, deixando registros nas histórias
dos povos, pois se trata de um atributo inerente a todos
homens (em maior ou menor grau de expressão)
ÍNDIA ANTIGA

Os Vedas, um dos mais antigos códigos religiosos que se


conhece apresenta a crença na existência dos Espíritos.

O grande legislador Manou se exprime assim:


«Os Espíritos dos ancestrais, no estado invisível,
acompanham certos Brahmanes; sob uma forma aérea,
eles os seguem e tomam lugar ao seu lado quando se
sentam.» (Manou, Slocas, 187, 188, 189).
Bhagavad-Gita
Krishna discute com o guerreiro Arjuna sobre o significado da vida e
da morte no Bhagavad-Gita ( "Canção de Deus“ - Século IV a.C..):

1) Assim como, neste corpo, a alma corporificada seguidamente


passa da infância à juventude e à velhice, do mesmo modo,
chegando a morte, a alma passa para outro corpo. (Capítulo 2, verso 13);

2) Assim como alguém veste roupas novas, abandonando as antigas,


a alma aceita novos corpos materiais, abandonando os velhos e
inúteis. (Capítulo, verso 2, verso 22);

3) Alguém que nasceu com certeza morrerá, e após a morte ele


voltará a nascer. (Capítulo 2, verso 27);

4) Após muitos nascimentos e mortes, aquele que tem verdadeiro


conhecimento rende-se a Mim, sabendo que sou a causa de todas as
causas e de tudo o que existe. (Capítulo 7, verso 19)
ORIENTE/CHINA
Desde tempos imemoriais, o povo da China entrega-se à
evocação dos Espíritos dos avoengos. O missionário Huc refere
grande número de práticas cujo fim era a comunicação dos
vivos com os mortos.

Culto aos antepassados objetiva a


veneração dos ancestrais, garantir
aos ancestrais contínuo bem-estar,
pedir favores ou assistência.

Um altar coreano dos antepassados


BUDISMO:
Acredita na vida espiritual, reencarnação, e carma.
ANTIGO EGITO
Os egípcios durante sua história desenvolveram um pleno conceito
de vida após a morte. O LIVRO DOS MORTOS objetiva ajudar o
morto em sua viagem para o outro mundo, afastando eventuais
perigos que este poderia encontrar na viagem para o Além.

No Egito antigo, os sacerdotes invocavam os mortos e muitos magos


comercializavam os dons de comunicabilidade com os mundos
invisíveis para proveito próprio ou dos seus clientes. Os judeus
quando em cativeiro no Egito foram muito impregnados por esta
prática provocando a proibição de Moisés: Deuteronômio 18:10-11
“Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a
sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,
nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos”.
PIRÂMIDES
Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os
cadáveres dos faraós, sacerdotes e nobres colocando-os em
pirâmides junto com vários itens com o objetivo de ajudá-los
executar suas novas funções no mundo dos mortos.

A preservação do corpo, as oferendas de comida, sejam reais ou


apenas gravadas nas paredes da tumba, propiciavam energia ao Ka
(uma “parte” da alma). Não que ele comesse, mas assim como as
estátuas dos deuses, o Ka assimilava a energia.

O Ka podia se manifestar, como um fantasma para outras pessoas,


tanto fazia se a pessoa a quem ele pertencia estivesse viva ou
morta. Podia até apavorar as pessoas que por acaso tivessem feito
algum mal para seu possuidor – se, por exemplo, a família não
tivesse feito as oferendas devidas, o Ka faminto e sedento, os
GRÉCIA ANTIGA
Na Grécia, a crença nas evocações dos mortos era comum. Todos
os templos possuíam as chamadas "pitonisas", encarregadas de
proferir orações evocando os deuses. Às vezes, o consultante
queria ele próprio falar com a "sombra" desejada.
Homero, na Odisséia, descreve, minuciosamente, por meio de
que cerimônias Ulisses pôde conversar com a “sombra do divino
Tirésias”.
Sócrates, segundo alguns diálogos de Platão, tinha um gênio
protetor: "Desde minha infância, graças ao favor celeste, sou
seguido por um Ser quase divino, cuja voz me interpela a esta ou
àquela ação".
Pitágoras acreditava na imortalidade da alma e na reencarnação.
Afirmava se lembrar de suas vidas passadas como Hermótimo,
Euforbo e um Argonauta.
JUDEUS

Moisés, o grande médium vidente, audiente e


escrevente: conversa com Jeová na sarça de
Horeb e no monte Sinai, onde escreve as
Tábuas da Lei.
• Gênesis 19:1 - “E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e
estava Ló assentado à porta de Sodoma; e vendo-os Ló
levantou-se ao seu encontro”.

• José, sub-rei do Egito, comunicava-se com Espíritos, que lhe


apareciam "num copo d'água", (copo mágico).

• O Rei Saul invoca o Espírito de Samuel pela pitonisa do


Endor.

• Samuel I, 9:9 - "Dantes, quando se ia consultar a Deus,


dizia-se: Vinde, vamos ao vidente. Porque os que hoje se
chamam profetas, chamavam-se videntes."
O anjo Gabriel anuncia para Zacarias o nascimento de João
Batista assim como para a Maria o de Jesus.

Jesus, o maior dos médiuns: transfiguração no monte Tabor,


conversa com Moisés e Elias.

Aparição de Jesus a Saulo no caminho de Damasco(Atos, 9:3 )

Advertência de João evangelista: “Caríssimos, não acrediteis


em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus”.
(João, Epístola I, cap. IV: 1).
ROMA ANTIGA
As sibilas romanas, evocando os mortos, interrogando os
Espíritos, são continuamente consultadas pelos generais, e
nenhuma empresa importante foi decidida sem se receber
previamente aviso dessas sacerdotisas. Diz Tertuliano:
“Se é dado – diz ele – aos magos fazer aparecer fantasmas,
evocar as almas dos mortos, poder forçar a boca das crianças a
proferir oráculos; se eles realizam grande número de milagres,
se explicam sonhos, se têm às suas ordens Espíritos mensageiros
e demônios, em virtude dos quais as mesas que profetizam são
um fato vulgar, com que redobrado zelo esses Espíritos
poderosos não se esforçarão por fazer em próprio proveito o que
eles fazem em serviço de outrem?”
Nero, nos últimos dias de seu reinado viu-se fora do corpo carnal
junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas
assassinadas por sua ordem, que lhe pressagiaram a queda.
INCAS
Os incas acreditavam na vida após a morte. Aqueles que
obedeciam à regra, ama sua, ama llulla, ama chella (não roube,
não minta e não seja preguiçoso), quando morressem iriam viver
ao calor do sol enquanto os desobedientes passariam os dias
eternamente na terra fria.

Os incas também praticavam o processo de mumificação,


especialmente das pessoas falecidas mais proeminentes. Junto às
múmias era enterrado uma grande quantidade de objetos do
gosto ou utilidade do morto. De suas sepulturas, acreditavam, as
múmias mallqui poderiam conversar.

As múmias, por vezes eram chamadas a testemunhar fatos


importantes e presidir a vários rituais e celebrações.
Normalmente o defunto era enterrado sentado.
INDÍGENAS NORTE AMERICANOS

Os Navajos tinham medo dos espíritos dos mortos. Uma vez que o
corpo era enterrado, os objetos funerários eram quebrados ou
estragados. Depois do enterro os participantes voltavam à aldeia
por um caminho diferente, e ao invés de caminhar eles iam
saltando e pulando, para se assegurar que o espírito do morto não
os seguiria.
CELTAS

Os celtas, um conjunto de
povos que se espalhou pela
Europa a partir do segundo
milénio a.C.

Suas crenças eram baseadas


no druidismo.
O DRUIDISMO SE FUNDAMENTA EM DOIS
PRINCÍPIOS BÁSICOS:
-O RESPEITO À NATUREZA E A
-CRENÇA NA IMORTALIDADE DA ALMA.

-O CARVALHO, CONSIDERADO SAGRADO PELO


DRUIDÍSMO, SIMBOLIZA A IMORTALIDADE
DA ALMA, POIS QUANDO MORRE, DE
DENTRO DO TRONCO MORTO GERMINA A
SEMENTE DE UMA NOVA ÁRVORE.

-POSSUIAM GRUPOS FECHADOS DE


SACERDOTES ESPECIALIZADOS EM
COMUNICAÇÕES COM OS ESPÍRITOS
CHAMADOS DE "DRUIDAS".
IDADE MÉDIA
Joana d´Arc desde pequena escutava vozes no silêncio dos
bosques, que atribuia a São Miguel, Santa Margarida e Santa
Catarina. Orientada pelas "vozes do céu", assume a missão de
libertar a França do jugo inglês e, guiada pelos espíritos,
reorganizou o exército francês e conduziu Carlos VII ao trono.

Fenômenos mediúnicos eram comuns com santos católicos:


-Santa Catarina de Ricci: conversava com seu anjo guardião e
tinha a capacidade de bilocação.
-Santa Teresa de Avila conversava com Jesus.

Os religiosos tornavem-se santos e as bruxas eram queimadas...


ÁFRICA

A religião Yorùbá compreende as crenças e práticas religiosas de


povos do sudoeste da Nigéria e de partes adjacentes
do Benin e Togo. Durante o tráfico de escravos do atlântico foi
exportada para as Américas, onde influenciou ou deu
origem Santeria, Umbanda e Candomblé.

No Brasil ocorreu um sincretismo religioso inicialmente com


santos da Igreja Católica e, posteriormente, adaptação de alguns
conceitos espíritas. Estas crenças praticam a comunicação com
espíritos, o fenômeno da incorporação e sistemas divinatórios.
IDADE MODERNA:
Emanuel Swedenborg
-Cientista sueco: 1688 – 1772.
Manifestou fenômenos físicos, clarividência,
audiência mediúnica após os 56 anos.

-Foi catedrático de Matemática na Universidade de


Uppsala, ao mesmo tempo que pesquisava a fundo
áreas tão distintas quanto anatomia e geologia,
astronomia e hidráulica.

-Afirma que foi designado pelo Senhor, que a Ele


apareceu em 1744, para a missão de ser o porta-voz
da revelação do sentido interno ou espiritual da
Bíblia, até então oculto.

- “Nosso Salvador Se revelou a mim visivelmente e


me mandou fazer o que tenho feito e ainda tenho de
fazer, e que me permitiu comunicar-me com anjos e
espíritos”
Hydesville era uma pequena cidade no interior do estado de Nova
Iorque, nos Estados Unidos, de uma típica população de agricultores.
Em 1847, uma casa foi vendida em Hydesville a uma família de
membros da igreja metodista.

O primeiro ano da família Fox correu sem incidentes, embora vez


por outra, observassem ruídos estranhos à semelhança de
“arranhaduras” nas paredes.

Em meados de março de 1848, tais ruídos atingiram proporções


gigantescas: pancadas, arrastar de móveis e tremores nas camas.

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John Margaret
A família estava decidida a mudar-se, quando na noite de 31 de
março de 1848 a menina Kate, de 11 anos, decide “interrogar as
pancadas”.

Diz Kate:
“- Senhor pé rachado, faça o que eu faço.”
E bateu 3 palminhas. Imediatamente ouviu 3 pancadas.
Margarete, sua irmã de 14 anos, achou interessante e disse:
“Agora sou eu; faça assim.” E bateu 4 palmas. Quatro pancadas
ressoaram.
Através de um alfabeto, representando as letras
através de pancadas, elas descobriram que podiam
conversar com o espírito.

O espírito chamava-se Charles Rosnan, havia sido


assassinado naquela casa há 5 anos.

Indicou o local onde seu corpo estava enterrado, o


que posteriormente foi confirmado.
http://www.cvdee.org.br/sitedagente/navigation.asp?idcat=020&id=009
As exibições de mediunidade pelas irmãs Fox se tornaram muito
famosas , sendo verificadas por muitas pessoas .

O fenômeno das mesas girantes foi repetido em vários lugares,


mesmo sem a presença das irmãs Fox .

As mesas girantes tornaram-se muito comuns transformando-se em


objeto de divertimento dos salões nobres americanos e europeus.
HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL
Em 1854, um estudioso francês
presenciou, embora inicialmente
cético, o fenômeno das mesas
girantes.
Aos 50 anos, pedagogo discípulo
de Pestalozzi, escritor de obras
didáticas, professor de ciências e
línguas, tradutor, contabilista,
prof. Rivail afirmava:
“eu acreditarei quando vir e
quando me tiverem provado que
uma mesa tem cérebro para
pensar e nervos para sentir”.
Prof. Rivail acreditava que as mesas girantes
não eram milagres mas leis naturais aindas
desconhecidas e que mereciam ser
examinadas:

“Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades,


no passatempo que faziam daqueles
fenômenos, qualquer coisa de sério, como
que a revelação de uma nova lei, que tomei a
mim estudar a fundo”.

Ele passou a estudar sem nenhuma teoria


preconcebida. Seu método foi : observar,
comparar, analisar e, remontando dos efeitos
às causas, chegar à lei que os regia.
PRINCÍPIOS
1º.) Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do
ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da
assistência espiritual;

2º.) Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico,


bem como do seu confronto com as verdades científicas
demonstradas;

3º.) Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de


suas comunicações e do teor de sua linguagem;

4º.) Consenso universal, ou seja, concordância de várias


comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e
em vários lugares, sobre o mesmo assunto.
“Melhor rejeitar dez verdades como sendo mentiras,
do que aceitar uma �única mentira como sendo verdade”.
18/04/1857 - primeira edição de O Livro
dos Espíritos com 501 questões.

16/03/1860 - com ampla revisão de Kardec


mediante o contato com grupos espíritas
de cerca de 15 países da Europa e das
Américas, com 1018 perguntas e respostas.

Surge ALLAN KARDEC:


publicado com pseudônimo para
diferenciar a Codificação Espírita dos seus
trabalhos pedagógicos anteriores.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
-divisor de águas-

HERCULANO PIRES
(jornalista, filósofo, educador,
escritor e tradutor brasileiro)

Tudo aquilo que, antes dele, constitui o espiritualismo, pode ser


chamado "espiritualismo utópico", e tudo o que vem com ele e
depois dele, "espiritualismo científico”.
ALLAN KARDEC realizou a sistematização, a organização do
ensino dos espíritos de forma objetiva e racional, como nunca
houvera ocorrido antes.

Herculano Pires:“Nunca houve, aliás, um diálogo como este.


Jamais um homem se debruçou, com toda a segurança do
homem moderno, nas bordas do abismo do incognoscível, para
interrogá-lo, ouvir as suas vozes misteriosas, contradizê-lo,
discutir com ele, e afinal arrancar-lhe os mais íntimos segredos.”
ESPIRITISMO = CONSOLADOR PROMETIDO
João, XIV: 15 a 17 e 26

Se me amais, guardai os meus mandamentos.


E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador,
para que fique eternamente convosco,
o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode
receber, porque não o vê, nem o conhece.
Mas vós o conhecereis,
porque ele ficará convosco e estará em vós.
Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o
Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas,
e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
Obrigado, Jesus!

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