Introdução ao Método dos

Elementos Finitos

Montagem dos elementos finitos e matriz de

rigidez global

L’hauã Barbosa P. de Miranda

Dra. Simone dos Santos Hoefel
Problema: Deflexão de uma viga prismática
submetida a um carregamento uniforme
𝑣(x)

𝑥
𝑓

𝑙
Divisão da viga em pequenas regiões (elementos
finitos)
𝑣(x)

𝑥
𝑣1 𝑣2
𝜃1 𝑣3
𝜃2
𝜃3

𝑙1 𝑙2
Funcional para o problema

• Ao modelar a viga pelo método dos elementos finitos tem-se

que o funcional para o problema é dado pela soma dos
funcionais de cada um dos elementos.

Π = ෍ Π𝑖
𝑖=1
onde
1 1 ′′ 1
Πi = 3 න 𝑣 𝐸𝐼 𝑣 ′′ 𝑑𝜉 − න 𝑞 𝑣 𝑙 𝑑𝜉
2𝑙 0 0
Funcional para dois elementos

• Logo, para dois elementos, temos

Π = Π1 + Π2
Π = 𝑈1 + Ω1 + 𝑈2 + Ω2
• Vale lembrar ainda que para a obtenção do sistema de
equações prossegue-se com a minimização do funcional
δΠ = 0
δΠ = δ𝑈1 + δΩ1 + δ𝑈2 + δΩ2
Dedução do sistema de equações usando
notação matricial
Lembrando que:
𝑣1
𝜃1
𝑣 𝜉 = 𝜙1 𝜉 𝜙2 𝜉 𝜙3 𝜉 𝜙4 𝜉 𝑣2
𝜃2
𝑣 𝜉 = 𝜙𝑉
𝑣1
𝜃1
𝑣 ′′ 𝜉
= 𝜙1′′ 𝜉 𝜙2′′ 𝜉 𝜙3′′ 𝜉 𝜙4′′ 𝜉 𝑣2
𝜃2
𝑣 ′′ 𝜉 = 𝐵𝑉
Dedução do sistema de equações usando
notação matricial
1 1 ′′ 1
Π = 3 න 𝑣 𝐸𝐼 𝑣 ′′ 𝑑𝜉 − න 𝑞 𝑣 𝑙 𝑑𝜉
2𝑙 0 0

• Substituindo 𝑣(𝜉) e 𝑣′′(𝜉) pelas expressões na forma matricial

1 1 𝑇
1
Π = 3 න 𝐵𝑉 𝐸𝐼 (𝐵𝑉) 𝑑𝜉 − 𝑙 න 𝑞 𝜙𝑉 𝑑𝜉
2𝑙 0 0

• Obs: Lembrando algumas propriedades de operações com matrizes,

temos que, dadas as matrizes A e B
(𝐴𝐵)𝐶 = 𝐴(𝐵𝐶)
𝑇
𝐴𝐵 = 𝐵𝑇 𝐴𝑇
𝐴𝐵 = 𝐵𝑇 𝐴𝑇
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Portanto, a expressão do funcional pode ser reescrita
1 1 𝑇
1
Π = 3 න 𝐵𝑉 𝐸𝐼 (𝐵𝑉) 𝑑𝜉 − 𝑙 න 𝑞 𝜙𝑉 𝑑𝜉
2𝑙 0 0

1 1 𝑇 𝑇 1
Π = 3 න 𝑉 𝐵 𝐸𝐼 (𝐵𝑉) 𝑑𝜉 − 𝑙 𝑉 𝑇 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉
2𝑙 0 0

1 1 𝑇 1
Π = 𝑉𝑇 3
න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉 𝑉 − 𝑉 𝑇 𝑙 න 𝑞 𝜙𝑉 𝑑𝜉
2𝑙 0 0
 Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• E sabendo que:
𝑌 = 𝐴𝑇 𝐷𝐴
𝛿𝑌 = 2 𝛿𝐴𝑇 𝐷𝐴
• Então, minimizando o funcional, temos:

1 1 𝑇 1
δΠ = 2 𝛿𝑉 𝑇 න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉 𝑉 − 𝛿 𝑉 𝑇 𝑙 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉 = 0
2𝑙 3 0 0

1 1 𝑇 1
δΠ = 𝛿𝑉 𝑇 3 න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉 𝑉 − 𝛿 𝑉 𝑇 𝑙 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉 = 0
𝑙 0 0

1 1 𝑇 1
δΠ = 𝛿𝑉 𝑇 න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉 𝑉 − 𝑙 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉 =0
𝑙3 0 0
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Mas como 𝛿𝑉 𝑇 é arbitrário, para equação anterior ser válida temos que

1 1 𝑇 1
න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉 𝑉 − 𝑙 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉 = 0
𝑙3 0 0

𝑲𝑽=𝒓
• onde

1 1 𝑇
𝐾= න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉
𝑙3 0

1
𝑟= 𝑙 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉
0
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Portanto, as variações das parcelas da energia de deformação e da energia
potencial das cargas são dadas pelas seguintes expressões:

1 1 𝑇
𝛿𝑈 = 𝛿𝑉 𝑇 3
න 𝐵 𝐸𝐼 𝐵 𝑑𝜉 𝑉
𝑙 0

𝜹𝑼 = 𝜹𝑽𝑻 𝑲𝑽

1
𝛿Ω = 𝛿 𝑉 𝑇 𝑙 න 𝑞 𝜙 𝑇 𝑑𝜉
0

𝜹𝜴 = −𝜹 𝑽𝑻 𝒓
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Logo temos as seguintes expressões para as variações das parcelas de
energia do funcional:
• Elemento 1:
𝛿𝑈1 = 𝛿𝑉1𝑇 𝐾1 𝑉1
𝛿Ω1 = 𝛿 𝑉1𝑇 𝑟1
onde:

1 1 1 1
𝑣1 𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 𝑞1
1 1 1 1
𝜃 𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 𝑞
𝑉 = 𝑣1 𝐾1 = 1 1 1 1 𝑟1 = 𝑞2
2 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34 3
𝜃2 1 1 1 1 𝑞4
𝐾41 𝐾42 𝐾43 𝐾44
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Logo temos as seguintes expressões para as variações das parcelas de
energia do funcional:
• Elemento 2:
𝛿𝑈2 = 𝛿𝑉2𝑇 𝐾2 𝑉2

𝛿Ω2 = −𝛿 𝑉2𝑇 𝑟2

onde
2 2 2 2 𝑞3 ′
𝑣2 𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14
2 2 2 2 𝑞 ′
𝜃 𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 𝑟2 = 4
𝑉 = 𝑣2 𝐾2 = 2 2 2 2 𝑞5 ′
3 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34
𝜃3 2
𝐾41 2
𝐾42 2
𝐾43 2
𝐾44 𝑞6 ′
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Trocando o conjunto de parâmetros nodais 𝑉1 (um elemento – 2 nós) e
𝑉2 (um elemento – 2 nós) pelo conjunto 𝑉 (todos os elementos – 3 nós
para o caso em questão), temos
• Elemento 1 com matrizes expandidas:

𝛿𝑈1 = 𝛿𝑉 𝑇 𝐾1 𝑉
𝛿Ω1 = −𝛿𝑉 𝑇 𝑟1

1 1 1 1
𝑣1 𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 0 0 𝑞1
1 1 1 1
𝜃1 𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 0 0 𝑞2
𝑣2 1 1 1 1 𝑞
𝑉= 𝜃 𝐾1 = 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34 0 0 𝑟1 = 3
2 1
𝐾41 1
𝐾42 1
𝐾43 1
𝐾44 0 0 𝑞4
𝑣3 0 0 0 0 0 0 0
𝜃3 0 0 0 0 0 0 0
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Elemento 2 com matrizes expandidas:
𝛿𝑈2 = 𝛿𝑉 𝑇 𝐾2 𝑉
𝛿Ω2 = −𝛿𝑉 𝑇 𝑟2

0 0 0 0 0 0 0
𝑣1
0 0 0 0 0 0 0
𝜃1 2 2 2 2
0 0 𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 𝑞3 ′
𝑣2 𝐾2 = 0 2 2 2 2 𝑟2 = 𝑞 ′
𝑉= 𝜃 0 𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 4
2
𝑣3 0 0 2
𝐾31 2
𝐾32 2
𝐾33 2
𝐾34 𝑞5 ′
𝜃3 0 0 2
𝐾41 2
𝐾42 2
𝐾43 2
𝐾44 𝑞6 ′
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Retomando a minimização do funcional, δΠ = 0
δΠ = δ𝑈1 + δΩ1 + δ𝑈2 + δΩ2 = 0
δΠ = δ𝑈1 + 𝛿𝑈2 + δΩ1 + δΩ2 = 0
• Temos, então
𝛿Π = 𝛿𝑉 𝑇 𝐾1 𝑉 + 𝛿𝑉 𝑇 𝐾2 𝑉 − 𝛿𝑉 𝑇 𝑟1 − 𝛿𝑉 𝑇 𝑟2 = 0
𝛿Π = 𝛿𝑉 𝑇 (𝐾1 𝑉 + 𝐾2 𝑉) − 𝛿𝑉 𝑇 𝑟1 + 𝑟2 = 0
𝛿Π = 𝛿𝑉 𝑇 𝐾1 + 𝐾2 𝑉 − 𝛿𝑉 𝑇 𝑟 = 0
𝛿Π = 𝛿𝑉 𝑇 𝐾𝑉 − 𝛿𝑉 𝑇 𝑟 = 0
𝛿Π = 𝛿𝑉 𝑇 (𝐾𝑉 − 𝑟) = 0
Dedução do sistema de equações com notação
matricial
• Novamente, como 𝛿𝑉 𝑇 é arbitrário, então

𝐾𝑉=𝑟
• Onde:
𝐾 = 𝐾1 + 𝐾2

1
𝐾11 1
𝐾12 1
𝐾13 1
𝐾14 0 0 0 0 0 0 0 0
1
𝐾21 1
𝐾22 1
𝐾23 1
𝐾24 0 0 0 0 0 0 0 0
2 2 2 2
1 1 1 1 0 0 𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14
K= 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34 0 0 +
0 0 2
𝐾21 2
𝐾22 2
𝐾23 2
𝐾24
1 1 1 1
𝐾41 𝐾42 𝐾43 𝐾44 0 0 2 2 2 2
0 0 0 0 0 0 0 0 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34
2 2 2 2
0 0 0 0 0 0 0 0 𝐾41 𝐾42 𝐾43 𝐾44
 1
𝐾11 1
𝐾12 1
𝐾13 1
𝐾14 0 0 0 0 0 0 0 0
1
𝐾21 1
𝐾22 1
𝐾23 1
𝐾24 0 0 0 0 0 0 0 0
2 2 2 2
1 1 1 1 0 0 𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14
K= 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34 0 0 +
0 0 2
𝐾21 2
𝐾22 2
𝐾23 2
𝐾24
1 1 1 1
𝐾41 𝐾42 𝐾43 𝐾44 0 0 2 2 2 2
0 0 0 0 0 0 0 0 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34
2 2 2 2
0 0 0 0 0 0 0 0 𝐾41 𝐾42 𝐾43 𝐾44

1 1 1 1
𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 0 0
1 1 1 1
𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 0 0
1 1 1 2 1 2 2 2
𝐾31 𝐾32 𝐾33 + 𝐾11 𝐾34 + 𝐾12 𝐾13 𝐾14
𝐾= 1 1 1 2 1 2 2 2
𝐾41 𝐾42 𝐾43 + 𝐾21 𝐾44 + 𝐾22 𝐾23 𝐾24
2 2 2 2
0 0 𝐾31 𝐾32 𝐾33 𝐾34
2 2 2 2
0 0 𝐾41 𝐾41 𝐾43 𝐾44
• onde 0 𝑞1
𝑞1
𝑞2 0 𝑞2
𝑞3 𝑞3 ′ 𝑞3 + 𝑞3 ′
𝑟 = 𝑟1 + 𝑟2 = + 𝑞 ′ = 𝑞 +𝑞 ′
𝑞4 4 4 4
0 𝑞5 ′ 𝑞5 ′
0 𝑞6 ′ 𝑞6 ′

• Logo, o sistema de equações para dois elementos será:

𝐾𝑉=𝑟

1 1 1 1
𝐾11 𝐾12 𝐾13 𝐾14 0 0 𝑣1 𝑞1
1 1 1 1 𝑞2
𝐾21 𝐾22 𝐾23 𝐾24 0 0 𝜃1
1
𝐾31 1
𝐾32 1
𝐾33 2
+ 𝐾11 1
𝐾34 2
+ 𝐾12 2
𝐾13 2
𝐾14 𝑣2 𝑞3 + 𝑞3 ′
1
𝐾41 1
𝐾42 1
𝐾43 2
+ 𝐾21 1
𝐾44 2
+ 𝐾22 2
𝐾23 2
𝐾24 𝜃2 = 𝑞4 + 𝑞4 ′
0 0 2
𝐾31 2
𝐾32 2
𝐾33 2
𝐾34 𝑣3 𝑞5 ′
2 2 2 2 𝜃3 𝑞6 ′
0 0 𝐾41 𝐾41 𝐾43 𝐾44
Generalização para n elementos
𝒗𝟏 𝒒𝟏
𝜽𝟏 𝒒𝟐
𝒗𝟐 𝒒𝟑
𝜽𝟐 𝒒𝟒
𝒗𝟑 𝒒𝟓
𝜽𝟑 𝒒𝟔
𝒗𝟒 𝒒𝟕
𝜽𝟒 = 𝒒𝟖
⋮ ⋮
⋱
𝒗𝒏−𝟏 𝒒𝟐𝒏−𝟑
𝜽𝒏−𝟏 𝒒𝟐𝒏−𝟐
𝒗𝒏 𝒒𝟐𝒏−𝟏
𝜽𝒏 𝒒𝟐𝒏
𝒗𝒏+𝟏 𝒒𝟐𝒏+𝟏
𝜽𝒏+𝟏 𝒒𝟐(𝒏+𝟏)