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ÁLGEBRA LINEAR E

GEOMETRIA ANALÍTICA

ENSINO A
DISTÂNCIA
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário
Avantis - UNIAVAN
Maria Helena Mafioletti Sampaio CRB 14 – 276

Brum, Wanderley Pivatto.


B893a Algebra linear e geometria analítica./EAD/ [Caderno
pedagógico]. Wanderley Pivatto Brum, Debora Regina Ferreira.
Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2019.
140 p. il.

Inclui Índice
ISBNe:

1. Álgebra linear. 2. Geometria analítica. 3. Matemática –


Ensino a Distância. I. Ferreira, Debora Regina. II. Faculdade
Avantis. III. Título.

CDD 21ª ed.


510 – Matemática.
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA

ENSINO A
DISTÂNCIA
E

PLANO DE ESTUDOS

EMENTA
Retas e cônicas. Vetores: adição, multiplicação por escalar, produto interno, produto vetorial e
produto misto. Operações com matrizes e determinantes. Sistemas lineares: eliminação de Gauss
e sua formulação matricial.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Desenvolver nos educandos a compreensão dos assuntos estudados em Álgebra, bem
como o pensamento sistêmico e formas de raciocínio lógico-matemático, relacionando
à futura prática profissional, fomentando o pensamento analítico, dedutivo e crítico,
melhorando sua capacidade para resolver problemas, tornando-o apto para enfrentar
os desafios em sua vida profissional e pessoal, desenvolvendo lhe competências que
permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando
conhecimentos de natureza Matemática.

O PAPEL DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO DO ALUNO:


PROFESSOR WANDERLEY PIVATTO BRUM
– AUTOR DOS MÓDULOS I E II (GEOMETRIA ANALÍTICA):

Olá estudante, seja bem-vindo a disciplina de Álgebra Linear e Geometria Analítica.


Uma etapa importante na sua formação se inicia e como você já sabe, a Geometria
Analítica estabelece uma correspondência entre equações algébricas e as mais variadas
curvas geométricas identificadas na natureza. Escrevi esse caderno com o intuito de
proporciona-lo compreensão sobre os principais conceitos da Geometria Analítica de
maneira prazerosa, participativa e crítica. E sabe por quê? Porque ao longo do caderno
você está sendo convidado a pensar, a resolver problemas e desafios, a trocar ideias com
os pares, a trabalhar em equipe, a conhecer aplicações e evoluir cognitivamente. Acredito
que você, estudante, faça todos as atividades propostas e que possua, ao final da jornada,
um condicionamento físico e psíquico acima da média, pois as atividades exigirão força
braçal e muita atenção, pois qualquer descuido ou desatenção levará ao erro de cálculo
e todo seu trabalho é comprometido. Você perceberá, caro estudante, que os cinco sites
colocados à disposição para consulta são de instituições renomadas e abordam os temas
de maneira bastante profunda, afim de proporcionar maior qualidade e compreensão
acerca dos conhecimentos trabalhados nesse caderno. Portanto, reforço e convoco você
a tirar um tempo para se debruçar sobre os materiais. Por ser a Geometria Analítica um
campo da matemática aplicável na física, na engenharia, nas áreas mais modernas da
geometria, incluindo geometria algébrica, diferencial, discreta e computacional, gostaria
que aceitasse o convite com entusiasmo e dedicação, participando ativamente dos
desafios propostos. VAMOS COMEÇAR?
Um abraço do autor!
PROFESSORA DEBORA REGINA FERREIRA – AUTORA DOS MÓDULOS III E IV
(ÁLGEBRA LINEAR):
Caro (a) acadêmico (a). Bem-vindo (a) a esta nova etapa de estudos e de muita
aprendizagem!
Escrevemos este caderno pensando em você, pois sabemos que ao optar estudar pela
modalidade “EAD” você é uma pessoa proativa, autônoma, disposta a aprender e que
está empenhado em sair da sua zona de conforto e ir em busca de uma graduação de
qualidade ou talvez até da realização daquele grande sonho.
Estamos felizes em ter você conosco e participar dessa importante fase da sua vida.
A disciplina “Álgebra Linear e Geometria Analítica” possui um papel significativo
em sua formação, pois além dos conceitos estudados na disciplina, ela paralelamente
desenvolve formas de raciocínio lógico-matemático bem como o pensamento sistêmico,
cuja estrutura requer o levantamento de dados, a análise e resolução de problemas, a
tomada de decisões e o pensamento crítico – qualidades fundamentais que serão exigidas
em sua futura prática profissional;
Nesse sentido, esperamos que esse material seja de grande apoio e aprendizado,
porém, é importante que você se dedique aos estudos, que realize as atividades propostas
no caderno e que busque também novas fontes de aprendizagem, pois isso ampliará seus
conhecimentos.
Desejamos a você um ótimo estudo e muito sucesso em sua futura profissão.
PROFESSORES

APRESENTAÇÃO DOS AUTORES


• PROFESSOR WANDERLEY PIVATTO BRUM
AUTOR DOS MÓDULOS I E II (GEOMETRIA
ANALÍTICA):

Wanderley Pivatto Brum possui graduação com


licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de
Santa Catarina (2004) e mestrado em Ensino de Ciências
Naturais e Matemática pela Fundação Universidade Regional
de Blumenau (2013). Atualmente é professor da E.E.B.
Professora Olivia Bastos e do Centro Universitário UNIAVAN em Balneário Camboriú, onde leciona
as disciplinas de Cálculo, Estatística, Bioestatística, Geometria Analítica e Cálculo Numérico. Suas
áreas de interesse são o ensino de Matemática e a pesquisa em ensino de Matemática. Dedica-se
também a teorias de aprendizagem, especialmente a da aprendizagem significativa.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1586612546212681


E-mail: wanderley.brum@avantis.edu.br

PROFESSORA DEBORA REGINA FERREIRA


• AUTORA DOS MÓDULOS III E IV (ÁLGEBRA
LINEAR):

Debora Regina Ferreira possui graduação em Matemática


pela Universidade do Contestado (2008), especialização em
Pós-graduação Lato Sensu em Ensino à Distância: Docência
e Tutoria pela Faculdade Avantis (2018) e especialização
em Práticas Pedagógicas Interdisciplinares pela Faculdade
de Ensino Superior Dom Bosco (2009). Iniciou na Educação em 2007 lecionando para Jovens e
Adultos, trabalhando posteriormente com o Ensino Fundamental e Médio. Em 2015 ingressou na
Faculdade Avantis (atual Uniavan), lecionando nos cursos de Sistemas de Informação, Arquitetura
e Pedagogia. Em 2018 recebeu da Uniavan, o “Prêmio Inspirar”, na categoria “Tamo-Junto” e no
mesmo ano, foi a vencedora da primeira edição do “Prêmio Avantis de Inovação em Práticas de
Ensino-aprendizagem no Ensino Superior”, pelo trabalho desenvolvido no Curso de Arquitetura,
na disciplina de Matemática para Arquitetura.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7160785539852589


E-mail: debora.ferreira@avantis.edu.br
SUMÁRIO

UNIDADE 1 - RETAS E CÔNICAS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................14
1.2 OBJETIVOS..................................................................................................................................................................14
1.3 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................................................................14
1.3.1 COORDENADAS CARTESIANAS NO PLANO..................................................................................................14
1.3.1.1 DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS.............................................................................................................15
1.3.1.2 PONTO MÉDIO........................................................................................................................................................16
1.3.1.3 BARICENTRO...........................................................................................................................................................16
1.3.1.4 ALINHAMENTO DE 3 PONTOS....................................................................................................................17
1.3.2 INCLINAÇÃO E COEFICIENTE ANGULAR DE UMA RETA.....................................................................19
1.3.2.1 COEFICIENTE ANGULAR CONHECENDO AS COORDENADAS DE DOIS PONTOS.20
1.3.2.2 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA RETA....................................................................................................21
1.3.2.3 TIPOS DE EQUAÇÃO DA RETA..................................................................................................................23
1.3.3 EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA........................................................................................................................25
1.3.3.1 EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA..........................................................................................26
1.3.4 CÔNICAS...............................................................................................................................................................................29
1.3.4.1 PARÁBOLA...............................................................................................................................................................30
1.3.4.2 ELIPSE.......................................................................................................................................................................34
1.3.4.3 HIPÉRBOLE............................................................................................................................................................39
1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................................. 43
1.5 QUESTÕES FINAIS................................................................................................................................................ 44
1.6 REFERÊNCIAS DA UNIDADE........................................................................................................................... 46
UNIDADE 2 - VETORES.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................... 48
2.2 OBJETIVOS............................................................................................................................................................... 48
2.3 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................................................................48
2.3.1 GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS........................................................................................................48
2.3.1.1 SEGMENTO ORIENTADO.................................................................................................................................49
2.3.2 VETORES.............................................................................................................................................................................50
2.3.2.1 TIPOS DE VETORES..........................................................................................................................................53
2.3.2.2 OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS COM VETORES...............................................................................54
2.3.2.3 VETORES COM COORDENADAS NO PLANO................................................................................ 57
2.3.2.4 SOMA DE VETORES .......................................................................................................................................58
2.3.2.5 MULTIPLICAÇÃO DE UM VETOR POR UM ESCALAR..............................................................59
2.3.2.6 ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES E O PRODUTO INTERNO..................................................61
2.3.2.7 PRODUTO VETORIAL......................................................................................................................................63
2.3.2.8 PRODUTO MISTO..............................................................................................................................................66
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................................ 69
2.5 QUESTÕES FINAIS............................................................................................................................................... 69
2.6 REFERÊNCIAS DA UNIDADE...........................................................................................................................70

UNIDADE 3 - MATRIZES.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................72
3.2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................................................................73
3.2.1 DEFINIÇÃO DE MATRIZES.........................................................................................................................................74
3.2.2 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA............................................................................................................................75
3.2.3 MATRIZES ESPECIAIS................................................................................................................................................76
3.2.4 CONSTRUINDO UMA MATRIZ...............................................................................................................................79
3.2.5 IGUALDADE DE MATRIZES......................................................................................................................................81
3.2.6 OPERAÇÕES COM MATRIZES...............................................................................................................................84
3.2.6.1 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE MATRIZES...............................................................................................84
3.2.6.2 MULTIPLICAÇÃO DE UM NÚMERO (ESCALAR) POR UMA MATRIZ............................86
3.2.6.3 MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZ POR MATRIZ....................................................................................86
3.2.7 DETERMINANTES...........................................................................................................................................................91
3.2.7.2 DETERMINANTE DE SEGUNDA ORDEM...........................................................................................92
3.2.7.3 DETERMINANTE DE TERCEIRA ORDEM............................................................................................92
3.2.7.4 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES..........................................................................................95
3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................................................102
3.4 QUESTÕES FINAIS..............................................................................................................................................103
3.5 REFERÊNCIAS...................................................................................................................................................... 105

UNIDADE 4 - SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES.. . . . . . . . . . . . . .107


4.1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................................108
4.2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................................................................108
4.2.2 SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO LINEAR..........................................................................................................112
4.2.3 EQUAÇÕES LINEARES ESPECIAIS....................................................................................................................113
4.2.4 SISTEMAS LINEARES.................................................................................................................................................113
4.3.5 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS LINEARES QUANTO Á SOLUÇÃO........................................ 114
4.2.6 SISTEMAS EQUIVALENTES................................................................................................................................... 114
4.2.7 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE ADIÇÃO.......................................115
4.2.8 MATRIZES ASSOCIADAS A UM SISTEMA LINEAR................................................................................117
4.2.9 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE CRAMER......................................117
4.2.10 SISTEMA LINEAR ESCALONADO...................................................................................................................125
4.2.11 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE UM SISTEMA LINEAR ESCALONADO.......................................125
4.2.11.1 ANÁLISE DE SISTEMA ESCALONADO POSSÍVEL E IMPOSSÍVEL.................................125
4.2.11.2 ANÁLISE DE UM SISTEMA ESCALONADO DETERMINADO E INDETERMINADO..........126
4.2.12.3 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO
REGRESSIVA.......................................................................................................................................................................128
4.2.13.4 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE GAUSS - ESCALONA-
MENTO....................................................................................................................................................................................129
4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................... 137
4.4 QUESTÕES FINAIS..............................................................................................................................................138
4.5 REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................................139
1
unidade

RETAS E
CÔNICAS
1 INTRODUÇÃO
Olá estudante, este primeiro módulo é o ponto de partida, uma preparação e um
panorama do que você verá na sequência. Os temas abordados nesse primeiro capítulo
tratam sobre ponto, plano cartesiano, estudo da reta, circunferência e cônicas. É um
capítulo fundamental para a compreensão dos próximos capítulos e, portanto, reserve
um tempo para seus estudos, faça os exercícios e busque outras questões nas referências
deixadas no início do material. Bons estudos!

1.2 OBJETIVOS
De forma ordinal, vamos construir um rol dos objetivos almejados: apresentar o
plano cartesiano - uma representação gráfica do produto cartesiano , definir
a métrica usual, isto é, como usualmente medimos a distância entre dois pontos no
plano cartesiano; apresentar a noção de ponto médio de um segmento de reta, verificar
a condição de alinhamento de três pontos no plano cartesiano e calcular a área de uma
região triangular, encontrar as equações de reta, circunferência e cônicas. Ao final do
módulo, revise o conteúdo e comparem-no com os objetivos traçados. Bons estudos!

1.3 DESENVOLVIMENTO

1.3.1 COORDENADAS CARTESIANAS NO PLANO


Caro estudante, vamos começar relembrando o que é um plano cartesiano. Considere,
num plano, dois eixos x e y perpendiculares em O. O par de eixos x (Ox), eixo das abscissas,
e y (Oy), eixo das ordenadas, chama-se sistema cartesiano ortogonal, onde o plano é o
plano cartesiano e o p onto O é a origem do sistema.

Figura 1. Localização de um ponto no plano cartesiano. Fonte: do autor.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
O plano cartesiano trata-se de um modelo da geometria de Euclides, ou seja,
euclidiana plana. Uma vez definidos um sistema de eixos perpendiculares entre si e com
uma unidade de medida comum a ambos os eixos e interpretados os conceitos primitivos
da geometria euclidiana nesse sistema.

1.3.1.1 DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS


Quando conhecemos as coordenadas de dois pontos A e B do plano, se torna fácil
localizar esses pontos num sistema cartesiano ortogonal e, assim, podemos calcular a
distância entre A e B por meio do Teorema de Pitágoras:

Figura 2. Distância entre dois pontos no plano cartesiano. Fonte: do autor.

AUTO ATIVIDADE
1) A distância do ponto A (-1, 2) ao ponto B (2, 6) é:
a) 3 b) 4 c) 5 d) 6 e)
2) A distância do ponto A (a, a) ao ponto B (6 a, 13 a) é:
a) 10 b) 13 c) 12a d) 13a e)17a
3) O valor de y, para qual a distância do ponto A (1, 0) ao ponto B (5, y) seja 5 é:
a) 3 b) 4 c) 3 d) 2 e) 1
4) Os pontos pertencentes ao eixo das abcissas que distam 13 unidades do ponto A (-2, 5)
têm abscissas cuja soma é:
a) 4 b) -4 c) 24 d) 14 e) -12

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
PARA REFLETIR
Quando falamos em distância entre dois pontos, vamos pensar em dois
pontos distintos sobre a reta real, cuja distância é calculada mensurando o
número de unidades que os separam.

1.3.1.2 PONTO MÉDIO


Sejam os pontos (x1, y1) e (x2, y2), e um ponto M, que divide o segmento que liga os
dois pontos ao meio. As coordenadas do ponto médio M são obtidas por meio da média
aritmética das abscissas e ordenadas, respectivamente, dos pontos dos quais M é ponto
médio.

Figura 3. Ponto médio. Fonte: do autor.

AUTO ATIVIDADE
1) Encontre o comprimento e o ponto médio dos segmentos, cujos extremos
são dados pelos pontos abaixo:
a) (1,2) e (2,4); b) (1,0) e (0,1); c) (1,1) e (3,1); d) (1,0) e (2,3); e) (1,1) e (2,4).

1.3.1.3 BARICENTRO
Você já ouviu falar em Baricentro, estudante? Sabemos, da Geometria plana, que o
baricentro de um triângulo ABC é o ponto de encontro das 3 medianas. Nestas condições,
as coordenadas do baricentro G (xg, yg) do triângulo ABC, onde A (xa , ya), B (xb , yb) e C (xc
, yc), é dado por:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 4. Baricentro de um triângulo. Fonte: do autor.

1.3.1.4 ALINHAMENTO DE 3 PONTOS

ÁREA DE UM TRIÂNGULO

Mais um assunto começa para você estudante. Veja o triângulo ABC de vértices A (xa ,
ya) , B (xb , xb) e C (xc , yc). A área S desse triângulo é dado por , onde é o módulo
do determinante formado pelas coordenadas dos vértices A, B e C.

Figura 5. Área de uma região triangular. Fonte: do autor.

Temos, portanto:

A área S é normalmente expressa em u.a. (unidades de área). Para o cálculo do


determinante de terceira ordem, utilizamos a regra de Sarrus.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
SAIBA MAIS!
Você aprenderá mais sobre determinantes no módulo 3 desta disciplina. Por
enquanto, você pode encontrar mais informações nos links abaixo:
• http://home.ufam.edu.br/jorge/Determinante%20-%20Regra%20de%20Sarrus.pdf
• http://www2.unifesp.br/centros/ghemat/DVD_s/HISTORIA/LIVROS_
DIDATICOS/1964__1980/1964__1980_08.pdf

CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS

Três pontos estão alinhados se são colineares, isto é, se pertencem a uma mesma reta.
Se os pontos A, B e C estão alinhados, então o triângulo ABC não existe, e considera-se
que sua área é nula (S = 0)

Exemplo: seospontosP (3, 5) ,Q (-3 ,8) e C (4, y) são colineares ,então ovalorde yé :
a) 4 b) 3 c) 3,5 d) 4,5 e) 2
Solução: para que estes pontos estejam alinhados (pontos colineares), deveremos ter:

Desenvolvendo o determinante pela Regra de Sarrus, obtemos:


- 32 - 3y + 15 + 24 - 3y + 20 = 0 -> y = 9/2 = 4,5.

Portanto a alternativa correta é a letra d.

AUTO ATIVIDADE
1) Para que valores de x os pontos A (x,x), B (3,1) e C (7,-3), são colineares ?
2) Para que valores de a os pontos A (0, a), B (a, -4) e C (1, 2) são vértices de
um triângulo?
3) Dados A (3,1) e B (5,5), obter o ponto em que a reta AB intercepta o eixo das ordenadas.
4) Dados A (2,-3) e B ( 8,1), obter o ponto em que a reta AB intercepta a bissetriz (segmento de

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
reta que divide um ângulo ao meio) dos quadrantes ímpares.
5) Dados A (7,4) e B ( -4,2), obter o ponto em que a reta AB intercepta a bissetriz dos
quadrantes pares.

GABARITO
1) x=2
2) a≠-1 e a ≠ 4
3) (0,-5)
4) (-13,-13)
5) (-30/13, 30/13)

1.3.2 INCLINAÇÃO E COEFICIENTE ANGULAR DE UMA RETA


Em uma reta, existem infinitos pontos. Com apenas dois desses pontos, podemos
representar essa mesma reta no plano cartesiano, pois dois pontos distintos sempre
serão colineares.

Figura 6. Reta e dois pontos. Fonte: do autor.

Veja, abaixo, alguns exemplos de retas com inclinações diferentes:

Figura 7. Exemplos de retas com diferentes inclinações. Fonte: do autor.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Exemplo 1: nesse exemplo, o valor da inclinação é menor que 90º. Inclinação igual
a 45° e coeficiente angular igual a: m = tg(45°) = 1.
• Exemplo 2: nesse exemplo, o valor da inclinação da reta é maior que 90° e menor
que 180°. Inclinação igual a 125° e coeficiente angular da reta igual a: m = tg(125°)
= -2.
• Exemplo 3: quando a reta for paralela ao eixo Oy, ou seja, tiver uma inclinação
igual a 90° o seu coeficiente angular não irá existir, pois não é possível calcular a
tg(90°).
• Exemplo 4: nesse exemplo, a reta s é paralela ao eixo Ox, ou seja, seu ângulo de
inclinação é igual a 180°, portanto, o seu coeficiente angular será igual a: m =
tg(180º) = 0.

SAIBA MAIS!
Caro estudante, aprofunde-se no tema inclinação de retas com as leituras
abaixo sugeridas:
• http://www.matematica.pucminas.br/profs/web_fabiano/calculo1/lineares.pdf
• https://www.ime.unicamp.br/~deleo/MA141/a31.pdf

1.3.2.1 COEFICIENTE ANGULAR CONHECENDO AS COORDENADAS DE DOIS


PONTOS
No estudo sobre coeficiente angular, você estudante precisará relembrar de
conhecimentos obtidos anteriormente. O coeficiente angular de uma reta (m) é a tangente
do ângulo de inclinação: m = tg( ). Porém, em muitos casos, não se conhece o ângulo de
inclinação, mas sim as coordenadas de dois pontos A e B:

20
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 8. Coeficiente angular e sua relação com a tangente do ângulo. Fonte: do autor.

1.3.2.2 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA RETA


Podemos representar uma reta r do plano cartesiano por meio de uma equação. Essa
equação pode ser obtida a partir de um ponto A (xA, yA) e do coeficiente angular m dessa
reta. Considere uma reta r não-vertical, de coeficiente angular m, que passa pelo ponto A
(xA, yA). Vamos obter a equação dessa reta, tomando um ponto P (x, y) tal que P ≠ A.

Figura 9. Coeficiente angular de uma reta. Fonte: do autor.

A equação fundamenta da reta é:

AUTO ATIVIDADE
1) Determine o coeficiente angular das retas abaixo:

21
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
2) Obter a declividade da reta que passa pelos pontos A (4, 2) e B (2, 6).
3) Dada a reta r de equação 3x – 2y + 10 = 0, obter:
a) A equação reduzida da reta.
b) Os coeficientes linear e angular.
4) Determine a equação reduzida da reta abaixo:

5) Determine a equação da reta que passa pelo ponto P(-2; 4) e é paralela a reta de equação
3x – 2y + 10 = 0

GABARITO

3
1) a) b) − 3
3

2) m = -2

3 3
3) a) y = x + 5 b) m = e n = 5
2 2

3 2 3
4) y = x+4+
3 3

3
5) y - 4 = (x + 2)
2

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
1.3.2.3 TIPOS DE EQUAÇÃO DA RETA

EQUAÇÃO GERAL DA RETA

Toda reta r do plano cartesiano pode ser expressa por uma equação do tipo:

em que:
• a, b e c são números reais;
• a e b não são simultaneamente nulos.

Podemos obter a equação geral de uma reta r conhecendo dois pontos não coincidentes
de r:

Para isso, usa-se a condição de alinhamento de A e B com um ponto genérico P (x,y)


de r.

EQUAÇÃO REDUZIDA DA RETA


Uma reta no plano cartesiano pode ser representada por diversas formas. Caro
estudante, veja como é feita a representação através da chamada equação reduzida da
reta:

onde: x e y são as coordenadas dos pontos pertencentes à reta, m é o coeficiente


angular da reta e n é o coeficiente linear.

• Exemplo 1: y = 2x + 1. Veja que o coeficiente angular é igual a 2, enquanto o


coeficiente linear é igual a 1.
• Exemplo 2: y = -x + 10. Veja que o coeficiente angular é igual a -1, enquanto o
coeficiente linear é igual a 10.
• Exemplo 3: y = -x. Temos que o coeficiente angular é igual a -1 e o coeficiente
linear é igual a 0.

23
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
EQUAÇÃO PARAMÉTRICA DA RETA

As equações paramétricas são formas de representar as retas através de um parâmetro,


ou seja, uma variável irá fazer a ligação de duas equações que pertencem a uma mesma
reta. As equações x = t + 9 e y = 2t – 1 são as formas paramétricas de representar a reta s
determinadas pelo parâmetro t. Para representar essa reta na forma geral através dessas
equações paramétricas, é preciso seguir os seguintes passos: escolher uma das duas
equações e isolar o t. Substitua x = t + 9 x – 9 = t y = 2t – 1 y = 2 (x – 9)
– 1 y = 2x – 18 – 1 y = 2x – 19 2x – y – 19 = 0 é a equação geral da reta.

AUTO ATIVIDADE
1) A equação da reta que passa pelos pontos (3, 3) e (6, 6) é:
a) y = x b) y = 3x c) y = 6x d) 2y = x e) 6y = x.

2) A reta r é perpendicular à bissetriz dos quadrantes pares e intersecta um eixo coordenado


no ponto A (0, -1). Escreva a equação geral da reta r.
3) Dados no plano cartesiano os pontos A (-2, 1) e B (0, 2), determine:
a) uma equação da reta que passa por A e B;
b) uma equação da reta que passa por A e é perpendicular ao segmento AB.

4) Se A = (-1,3) e B = (1,1), determine uma equação da mediatriz (reta perpendicular a um


segmento de reta que passa pelo seu ponto médio) do segmento AB.

5) Considere os pontos A (0,0), B (2,3) e C (4,1). A equação da reta paralela à reta AC, que
passa pelo ponto B, é:
a) x - 4y + 10 = 0
b) x + 4y -11 = 0
c) x - 4y -10 = 0
d) 2x + y - 7 = 0
e) 2x - y -1 = 0

6) A equação, no plano, x - 3 = 0, representa:


a) Um ponto do eixo das abcissas

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
b) Uma reta perpendicular ao eixo das ordenadas
c) Uma reta perpendicular à reta x + y = 0
d) Uma reta concorrente à reta x + y = 0
e) Uma reta paralela à reta y - 3 = 0

1.3.3 EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA


Do ponto de vista geométrico, circunferência é o conjunto dos pontos P (x, y) do
plano que equidistam (apresentam a mesma distância) de um ponto O. Essa distância é
chamada de raio “r”. É importante deixar claro que circunferência e círculo são formas
geométricas distintas. Enquanto o círculo é formado por todos os pontos do contorno
e do interior, a circunferência corresponde somente aos pontos que estão no contorno.
A equação reduzida da circunferência de centro O (x0, y0) e raio r é o conjunto dos
pontos P (x, y) do plano, tais que:

Figura 10. Centro e raio de uma circunferência. Fonte: do autor.

Temos que: dP,O = r ou


Elevando os dois membros ao quadrado, obtemos a equação reduzida da circunferência:

• Exemplo 1: determine a equação reduzida da circunferência de centro O (5, 7) e raio 4.


Solução: como sabemos as coordenadas do centro da circunferência e a medida do
raio, temos que O (5, 7) x0 = 5 e y0 = 7 e r = 4. Substituindo esses valores na equação
reduzida da circunferência, obtemos: (x - 5)2 + (y - 7)2 = 16

25
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Exemplo 2: determine as coordenadas do centro e a medida do raio da
circunferência de equação: (x - 3)2 + (x - 8)2 = 121
Solução: x0 = 3 e y0 = 8 Centro (3, 8) e r2 = 121 r = 11

1.3.3.1 EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA


No estudo da equação reduzida da circunferência, vimos uma expressão em que
os pontos do centro da circunferência estão explicitados. Entretanto, poderemos ter
equações do segundo grau com duas incógnitas que podem representar a equação de uma
circunferência. Para isso, desenvolveremos os quadrados da equação reduzida:

Desenvolvendo os quadrados.

• Exemplo: encontre a equação geral da circunferência centrada em (1,1) e raio 4.


Solução: equação reduzida é . Ao desenvolvê-la, obtém-se a
equação geral: .
A equação é a equação geral da circunferência com C (1,1)
e raio 4.

AUTO ATIVIDADE
1) Escreva as equações das circunferências de raio r e centro O.
a) r = 2 O(2,5)
b) r = 5 O(-1,4)
c) r = √2 O(3,-5)
d) r = √7 O(0,-3)
e) r = 3 O(1,0)
f) r = √5 O(0,0)

2) Identifique o centro e o raio de cada uma das equações abaixo.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
(x-2)2 + (y-2)2 = 6
(x-3)2 + (y-5)2 = 14
(x+4)2 + (y-4)2 = 36
(x-2)2 + y2 = 9
(x+4)2 + (y-5)2 = 1

GABARITO
1) a) (x-2)2 + (y-5)2 = 4
b) (x+1)2 + (y-4)2 = 25
c) (x-3)2 + (y+5)2 = 2
d) x2 + (y+3)2 = 7
e) (x-1)2 + y2 = 9
f) x2 + y2 = 5

2) a) (2,2) r = √6
b) (3,5) r = √14
c) (-4,4) r = 6
d) (2,0) r = 3
e) (-4,5) r = 1

DIVERSOS
1) Encontre a equação da circunferência de centro (3,2) que é tangente ao eixo X.

2) Qual a equação reduzida da circunferência que tem raio 3, tangencia o eixo das abscissas
no ponto A (4,0) e está contida no 4º quadrante?

3) Verifique se as equações abaixo representam circunferências. Caso afirmativo, determine


o centro e o raio:
a) x2 + y2 + 6x = 0
b) x2 + y2 = 9
c) x2 + y2 + 4x – 10y + 20 = 0
d) x2 + 2y2 + 4x + 18y – 100 = 0
e) x2 + 3y2 – 4 = 0

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GEOMETRIA ANALÍTICA
f) x2 + y2 + 4x – 4y – 17 = 0

4) Determine os valores de “k” de modo que a circunferência de equação (x – k)2 + (y – 4)2 =


25 passe pelo ponto (2k,0).

5) Dada a equação de uma circunferência C da forma x2 + y2 – 2y – 7 = 0:


a) Verifique se o ponto (2,3) pertence à circunferência.
b) Determine os pontos onde a circunferência intersecta o eixo das coordenadas.

6) O ponto A (–4, 3) é equidistante dos pontos P (–10, 1) e Q (x, y). Nessas condições,
determine a equação da circunferência a qual Q pertence.

7) Encontre a equação reduzida da circunferência que passa pelos pontos (3, 0), (-6, -3) e (1, 4).

8) Qual o ponto da circunferência (x – 3)2 + y2 = 4 que fica mais distante do eixo Y?

9) Escreva as equações das circunferências mostradas.

10) Qual a distância entre os centros das circunferências (x – 3)2 + y2 = 11 e x2 + y2 + 2x – 6y –


12 = 0?

11) Encontre os pontos de interseção entre a reta r: x – y + 4 = 0 e a circunferência x2 + y2 – 2x


– 4y – 4 = 0.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
GABARITO
1) (x - 3)2 + (y – 2)2 = 4;
2) (x – 4)2 + (y + 3)2 = 9;
3) a) C(-3,0) e r = 3 b) C(0,0) e r = 3 c) C(-2,5) e r = 3 d) não é circunferência e) não é
circunferência f) C(-2,2) e r = 5;
4) k = 3 ou k = -3;
5) a) sim b) (0, 1 + 2 2 ); (0, 1 − 2 2 ); ( 7, 0); (− 7, 0) ;
6) (x + 4)² + (y – 3)² = 40;
7) (x + 2) 2 + y 2 = 25;
8) (5,0);
9) a) (x + 2) 2 + (y – 2) 2 = 4 b) (x – 1) 2 + (y + 4) 2 = 1;
10) d = 5;
11) (1,5) e (-2,2).

SUGESTÕES DE LIVRO
• CORRÊA, Paulo Sérgio Quilelli. Álgebra linear e geometria analítica. Rio de
Janeiro: Interciência, 2006.
• SHOKRANIAN, Salahoddin. Uma introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro: Moderna,
2009.
• ANTON, Howard. Álgebra linear contemporânea. Porto Alegre: Bookman, 2006.

1.3.4 CÔNICAS
Seja bem-vindo a sessão de Cônicas, estudante. Cônicas são curvas geradas pela
intersecção de um plano a um cone. Aqui, estudaremos as seguintes cônicas: elipse,
parábola, hipérbole.

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GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 11. Cônicas. Fonte: https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas.php.

1.3.4.1 PARÁBOLA
Os trabalhos de Pierre de Fermat (1601-1665), sentado nos registros de Apolônio
(matemático grego do séc. II a.C.), estabeleceu o princípio fundamental da Geometria
Analítica, segundo o qual uma equação do 1.º grau, no plano, representa uma reta, e uma
equação do 2.º grau, no plano, uma cônica. Mostrou a equação geral de uma reta, de uma
circunferência e as equações mais simples de uma parábola, elipse e hipérbole.
Definição: considere, em um plano, um ponto F e uma reta d que não contém F.
Denominamos parábola de foco F e diretriz d ao lugar geométrico dos pontos do plano
que equidistam de d e F.

Figura 12. Parábola. Fonte: do autor.

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GEOMETRIA ANALÍTICA
ELEMENTOS DE UMA PARÁBOLA

Figura 13. Parábola. Fonte: do autor.

EQUAÇÕES CANÔNICAS DA PARÁBOLA COM VÉRTICE NA ORIGEM

Figura 14. Parábola. Fonte: do autor.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Exemplo: dada a parábola de equação y² = - 8x, pedem-se:
a) as coordenadas do foco;
Solução: , Resposta: F = (-2,0)

b) o gráfico e a equação da reta diretriz.


Equação da diretriz: d: x - 2=0

SAIBA MAIS!
Caro estudante, para saber mais sobre a parábola e suas aplicações, visite os
sites abaixo.
• https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/22969/1/adriano.pdf
• http://www.dm.ufrpe.br/sites/www.dm.ufrpe.br/files/tcc_kenji_chung_saldanha.pdf
• http://www.mat.uc.pt/~jfqueiro/aplicacoes.pdf

AUTO ATIVIDADE
1) Qual é a equação da parábola com foco em F = (-2;0) e com diretriz em x = 2. R: y² = -8x
2) Determinar a equação da parábola de concavidade voltada para cima, que passa pelo
ponto A = (1,2) e cujo vértice é V = (0,0). R: x² = ½ y
3) Obtenha as coordenadas do foco e a equação da reta diretriz da parábola de equação 7y²
+ 3x = 0. Faça o gráfico. R: F (-3/28;0), d = 28x – 3 = 0
4) Calcule o valor de k para que a parábola x = ky² tenha foco no ponto (3;0) R: k = 1/12
5) Encontre a equação da parábola de vértice na origem, que passa pelo ponto (-3;2) e cujo
eixo de simetria é o eixo x. R: 3y² + 4x = 0
6) Calcule os pontos de intersecção da parábola y² = 4x com a reta r: 4x – 2y - 3 = 0. R: (1/4;

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
-1) e (9/4;3)
7) Obtenha os pontos de intersecção das parábolas y² = x e x² = y. R: (0;0) e (1;1)
8) Obtenha a equação da parábola a partir do gráfico abaixo.

R: y² -6y – 8x + 33 = 0 (use: (y – y0)² = 2p(x – x0))

9) Esboce o gráfico da parábola (x – 1)² = -12(y – 3).


10) Obtenha as coordenadas do vértice e do foco da parábola y = x² +8x – 8 R: V: (2;0) e F: (2;
-1/8). (use: ; )

11) Determine a equação da parábola com foco F: (2;4) e vértice em V:(2; -2). R: (x-2)² = 24(y + 2)
12) Determine a equação da parábola com vértice em (1;3) e foco em (1;2). R: (x- 1)² = -4(y – 3)
13) Encontre a equação da parábola abaixo e a equação de sua diretriz. R: (y - 1)2=4(x - 1); d: x=0.

14) Obtenha a equação da parábola com eixo de simetria paralelo ao eixo y, vértice em (1;3) e
que passa pelo ponto (2;4). R: x² - 2x – y +4 = 0
15) A parábola abaixo configurada tem equação x² - 5x – y + 6 = 0. Determine as coordenadas
dos pontos A, B e C. R: A (2, 0); B (3, 0); C (0, 6).

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
16) Os cabos de um lado de uma ponte pênsil com carga uniformemente distribuídas tomam
a forma aproximada de um arco de parábola. As torres de suporte dos cabos têm 65 m de altura
e o intervalo entre as torres é de 500 m. O ponto mais baixo fica a 15 m do nível da estrada.

Encontre a equação da parábola considerando o sistema cartesiano conforme a figura.


Calcular o comprimento de um fio de sustentação situado a 100m do centro da ponte. R: x2-
1250y+18750=0; l=23m

1.3.4.2 ELIPSE
Definição: seja dado um número positivo 2a. Sejam dados dois pontos fixos
(ditos focos), cuja distância entre si, 2c, é me­nor que 2a. A elipse E de focos , de
excentricidade , é o conjunto dos pontos P, tais que a soma das distâncias de P a F1 e de
P a F2 é igual a 2a, isto é,

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 15. Elipse. Fonte: do autor.

ELEMENTOS DE UMA ELIPSE

Figura 16. Elipse. Fonte: do autor.

EXCENTRICIDADE

Uma importante característica da elipse é a sua excentricidade, que é definida pela


relação:

Como a e c são positivos e c < a, depreende-se que 0 < e < 1.


Quanto mais próximo de zero for o valor de e, mais a elipse se aproxima de uma

35
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
circunferência. Por outro lado, quanto mais achatada for a elipse, mais o valor de e se
aproxima de 1. Uma vez fixo o valor de a, há uma correspondência entre o valor de e e a
distância focal: quanto mais a elipse se aproxima de uma circunferência, menor a distância
entre os focos; e quanto mais achatada for a elipse, maior a distância entre os focos.

EQUAÇÃO CANÔNICA DA ELIPSE COM CENTRO NA ORIGEM

Figura 17. Elipse. Fonte: do autor.

• Exemplo: a equação representa uma elipse na qual a² =16; portanto a


medida do seu eixo maior é 2a = 8 e o eixo maior coincide como o eixo y.

36
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
AUTO ATIVIDADE
1) Observe o gráfico da elipse E de focos F1 e F2, e determine a distância focal.

2) Encontre a equação geral e a reduzida das elipses abaixo.

3) Considere a elipse de equação x2/25 + y2/9 = 1. Mostre que o ponto P (3,12/5) pertence à
elipse e calcule a distância de P ao eixo das abscissas.

GABARITO
1) 6
2) a) (x-9)2/25 + (y-6)2/9 = 1
b) x2/16 + y2/36 = 1
3) I) Substituindo as coordenadas do ponto P na equação da elipse, temos: [32/25] +
[(12/5)2/9] = 1, ou seja: 1=1. Logo, as coordenadas de P satisfazem à equação da elipse. Portanto,
P pertence à elipse.

37
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
II) Como a ordenada P é positiva, a distância pedida é 12/5.

DIVERSOS
1) Dê as equações das elipses cujos gráficos são representados abaixo:

2) Calcular a distância focal de uma elipse cujo eixo maior mede 10 e cujo eixo menor mede
8. R: 2c=6
3) Calcular a equação canônica da elipse com centro na origem, eixo focal sobre o eixo y e
cuja medida do eixo maior é 5 e do eixo menor é 2. R: x2/4+y2/25=1
4) Um cilindro de revolução tem por base um círculo de R = 6. Determinar a área da elipse
intersecção do cilindro por um plano que forma com o seu eixo um ângulo de 30º. R: 72π u.a

38
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
1.3.4.3 HIPÉRBOLE
Definição: é o lugar geométrico dos pontos de um plano tais que o valor absoluto da
diferença de suas distâncias a dois pontos fixos F1 e F2 (focos), do mesmo plano, é uma
constante (2a), onde 2a < d (F1F2).

Figura 18. Hipérbole. Fonte: do autor.

ELEMENTOS DA HIPÉRBOLE

Figura 19. Hipérbole. Fonte: do autor.

Do triângulo retângulo B2OA2, hachurado na figura, obtemos a seguinte relação:

39
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
EXCENTRICIDADE DA HIPÉRBOLE

É dada pela relação

EQUAÇÃO CANÔNICA DA HIPÉRBOLE E CENTRO NA ORIGEM

Figura 20. Hipérbole. Fonte: do autor.

• Exemplo: Dada a hipérbole de equação 16x - 25y = 400 pede-se:


a) a equação canônica;
Dividindo todos os termos da equação dada por 400:

b) a excentricidade;

c) o gráfico

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 21. Exemplo de hipérbole. Fonte: do autor.

AUTO ATIVIDADE
1) Determinar a distância focal da hipérbole 9x - 16y =144. R: 10
2) Obter as equações das hipérboles abaixo configuradas.

3) Encontre a equação da hipérbole com focos em F1 = (0, 8) e F2 = (0, 8) e vértices em (0,6) e (0,
-6). R: y2/36-x2/28=1
4) A elipse 2x² + 3y² = 24 e a hipérbole x² - y² = 5 se interceptam em 4 pontos A, B, C, D.
Determinar a área do retângulo ABCD. R:

41
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
ASSÍNTOTAS DA HIPÉRBOLE

Na figura a seguir, observe a hipérbole e o retângulo, cujos lados são 2a e 2b. As retas r1 e
r2 que contêm as diagonais desse retângulo são chamadas de ASSÍNTOTAS da hipérbole.

Figura 22. Hipérbole. Fonte: do autor.

CÁLCULO DAS EQUAÇÕES DAS ASSÍNTOTAS

Como as duas assíntotas acima figuradas passam pela origem, são retas do tipo: y =
±mx. No entanto, , assim:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Exemplo 1: calcular as equações das assíntotas da hipérbole 16x² - 25y² =400.
Resolução: Na equação dada, faz-se o 2º membro igual a zero: 16x² - 25y² =0
Decompondo o produto notável:
(4x + 5y) (4x - 5y) = 0 ou r1: 4x + 5y = 0 e r2: 4x - 5y = 0.

• Exemplo 2: uma hipérbole tem um de seus vértices em A = (3, 0) e as equações de


suas assíntotas são 2x - 3y = 0 e 2x + 3y = 0. Determine a equação da hipérbole.
Resolução: equação da hipérbole:
a) (2x-3y) (2x+3y) = k ou 4x - 9y = k
b) A= (3, 0) pertence a hipérbole, logo k=36.
Logo a equação é 4x² - 9y² = 36.

SUGESTÕES DE FILME
ALEXANDRIA:
Data de lançamento 23 de fevereiro de 2011 (2h
06min)
Direção: Alejandro Amenábar
Elenco: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac mais
Gêneros: Drama, Aventura, Histórico
Nacionalidade: Espanha

1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Caro estudante, chegamos ao final do primeiro capítulo. Nele, estudamos plano
cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio, condição de alinhamento de três
pontos, área de uma região triangular, equação da reta, equação da circunferência e
cônicas.
Espero que os conhecimentos aqui abordados possibilitaram maior compreensão
acerca da importância da geometria analítica em sua formação e espero que seus estudos
não sejam encerrados ao final desse capítulo.
Muito ainda se exigirá de você, mas acredito em seu potencial e desejo todo sucesso
nos próximos capítulos. Bons estudos.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
FÓRUM
Caro aluno, discuta com seus colegas de curso sobre a seguinte problemática:
Considerando uma elipse com centro na origem, focos num dos eixos
coordenados e passando pelos pontos (5, 0) e (0, 13). Quais as coordenadas dos focos dessa
elipse? E sua área, é possível medirmos? Qual fórmula é usada para o cálculo de área de uma
elipse?
Vamos la!!

1.5 QUESTÕES FINAIS


1) A figura mostra a representação de algumas das ruas de nossas cidades. Essas ruas
possuem calçadas de 1,5 m de largura, separadas por uma pista de 7 m de largura. Vamos
admitir que:
I) os postes de iluminação projetam sobre a rua uma área iluminada na forma de uma
elipse de excentricidade 0,943;
II) o centro dessa elipse encontra-se verticalmente abaixo da lâmpada, no meio da rua;
III) o eixo menor da elipse, perpendicular à calçada, tem exatamente a largura da rua
(calçadas e pista).
Se desejarmos que as elipses de luz se tangenciem nas extremidades dos eixos maiores,
a área, em metros quadrados, das duas regiões elípticas é de?

Dado: 0,943²≈0,889 e √0,111≈0,333


(A) 30
(B) 20
(C) 10
(D) 5
(E) 1

2) A figura apresenta a vista superior de uma bola de futebol americano, cuja forma é
um elipsoide obtido pela rotação de uma elipse em torno do eixo das abscissas. Os valores

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
a e b são, respectivamente, a metade do seu comprimento horizontal e a metade do seu
comprimento vertical. Para essa bola, a diferença entre os comprimentos horizontal e
vertical é igual à metade do comprimento vertical.

Considere que o volume aproximado dessa bola é dado por V = 4ab². O volume dessa
bola, em função apenas de b, é dado por:
(A) 8b³
(B) 6b³
(C) 5b³
(D) 4b³
(E) 2b³

3) Devido ao aumento do fluxo de passageiros, uma empresa de transporte coletivo


urbano está fazendo estudos para a implantação de um novo ponto de parada em uma
determinada rota. A figura mostra o percurso, indicado pelas setas, realizado por um
ônibus nessa rota e a localização de dois de seus atuais pontos de parada, representados
por P e Q.

Os estudos indicam que o novo ponto T deverá ser instalado, nesse percurso, entre as
paradas já existentes P e Q, de modo que as distâncias percorridas pelo ônibus entre os
pontos P e T e entre os pontos T e Q sejam iguais.
De acordo com os dados, as coordenadas do novo ponto de parada são

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
(A) (290; 20).
(B) (410; 0).
(C) (410; 20).
(D) (440; 0).
(E) (440; 20)

1.6 REFERÊNCIAS DA UNIDADE


BOULOS, Paulo; OLIVEIRA, Ivan de Camargo e. Geometria analítica: um tratamento
vetorial. 2. ed. São Paulo, SP: Makron Books, 1987. 384 p.

CAROLI, Alésio de; CALLIOLI, Carlos A.; FEITOSA, Miguel Oliva. Matrizes vetores e
geometria analítica: teoria e exercícios. São Paulo: Nobel, 1984.

LIMA, Elon L. Coordenadas no plano. Rio de Janeiro: IMPA/Vitae, 1992.

LIMA, Elon Lages. Coordenadas no espaço. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de


Matemática, 1993.

MURDOCH, David Carruthers. Geometria analítica: com uma introdução ao cálculo


vetorial e matrizes. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1971.

TEINBRUCH, Alfredo; WINTERLE, Paulo. Geometria analítica. 2. ed. São Paulo: Makron
Books, 1987.

WINTERLE, Paulo. Vetores e geometria analítica. São Paulo Pearson Education do


Brasil, 2000.

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GEOMETRIA ANALÍTICA
2
unidade

VETORES

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
2.1 INTRODUÇÃO
Olá estudante, este segundo módulo trata sobre vetores, suas operações e propriedades.
Você estudará grandezas escalares e vetoriais, vetor, regra do paralelogramo, operações
com vetores, produto escalar, produto vetorial e produto misto. É um capítulo
fundamental para a compreensão dos próximos capítulos e, portanto, reserve um tempo
para seus estudos, faça os exercícios e busque outras questões nas referências deixadas
no início do material. Bons estudos!

2.2 OBJETIVOS
De forma ordinal, vamos construir um rol dos objetivos almejados: diferenciar
grandeza escalar de vetorial, definir a noção matemática de vetor, apresentar a dinâmica
das operações entre vetores, caracterizar produto vetorial, produto escalar e produto
misto. Ao final do módulo, revise o conteúdo e comparem-no com os objetivos traçados.
Bons estudos!

2.3 DESENVOLVIMENTO

2.3.1 GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS


Caro estudante, vamos começar relembrando o que são grandezas escalares e vetoriais.
As grandezas escalares são aquelas que necessitam apenas de um número seguido de
uma unidade de medida para serem completamente caracterizadas.
Abaixo temos as principais grandezas escalares acompanhadas de suas respectivas
unidades de medida estabelecidas pelo Sistema Internacional de Unidades (SI):
• Massa – Quilograma (kg)
• Energia – Joule (J)
• Tempo – Segundo (s)
• Comprimento – Metro (m)

Sabe, estudante, as grandezas vetoriais se caracterizam por três informações bem


definidas: módulo, direção e sentido. O módulo corresponde ao valor numérico da grandeza;
a direção é a reta de atuação (horizontal, vertical e diagonal); e o sentido determina como a
grandeza atua em determinada direção (direita, esquerda ou para baixo ou para cima).

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Vamos a um exemplo: uma força de 5N fazendo um ângulo de 30° com a reta x e tendo
o sentido da esquerda para a direita. Veja a figura abaixo:

Figura 23. Força x ângulo. Fonte: do autor.

Agora que você identificou a diferença entre grandeza escalar e vetorial, definiremos
o conceito de segmento orientado. Portanto, fique bem atento a essa importante
conceituação.

2.3.1.1 SEGMENTO ORIENTADO


Caro estudante, para melhor compreensão do assunto vetores, faz-se necessário a
compreensão do conceito segmento orientado. Um segmento orientado é determinado
por um par ordenado de pontos (A, B) sendo o primeiro chamado de origem e o segundo
de extremidade. Sua representação geométrica é feita por uma seta indo do ponto A
para o ponto B.

Figura 24. Segmento orientado. Fonte: do autor.

A direção de um segmento orientado é dada pela sua reta suporte, isto é, pela reta que
contém os pontos que o define ou por qualquer reta paralela a ela.
O sentido de um segmento orientado é definido pela orientação do ponto origem para

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
o ponto extremidade ou pela seta na sua representação geométrica.
O comprimento de um segmento orientado é a medida do segmento geométrico que
vai desde o ponto origem até o ponto extremidade. Exemplo:

Figura 25. Segmento orientado. Fonte: do autor.

Segmentos orientados nulos são aqueles cuja origem e cuja extremidade é o mesmo
ponto. Exemplos: (A, A), (B, B), (P, P), etc.
Segmentos opostos são dois segmentos com mesma direção, mesmo comprimento e
sentidos opostos. Por exemplo, se A ≠ B, então os segmentos (A, B) e (B, A) são segmentos
opostos.
Um segmento orientado (A,B) pode, também, ser representado como

SAIBA MAIS!
Para maiores informações, recomendamos a leitura dos seguintes textos:
• https://midia.atp.usp.br/plc/plc0016/impressos/plc0016_top01.pdf
• https://www.policiamilitar.mg.gov.br/conteudoportal/uploadFCK/
ctpmbarbacena/11042017090549535.pdf
• https://www.ggte.unicamp.br/ocw/sites/ocw/files/cursos/CienciasExatas/F_128/
apostilas/Aula-3.pdf

2.3.2 VETORES
A definição de vetor é fundamental para os temas a seguir. Portanto, estudante, fique
bem atento. Vetor é o conjunto de todos os segmentos orientados que tem a mesma direção,
o mesmo sentido e o mesmo comprimento.
Já sabemos que todo vetor possui módulo, direção e sentido. Observe as retas da figura
abaixo, onde apenas as retas s e t são paralelas:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 26. Feixe de retas. Fonte: do autor.

As retas r e s definem ou determinam direções distintas. Já a reta t possui a mesma


direção da reta s. Portanto, o conceito de direção é caracterizado por uma reta e todas as
retas paralelas a ela. Em outras palavras, retas paralelas possuem a mesma direção. Por
exemplo: quando andamos em uma mesma rua, ou em ruas retas paralelas, estamos nos
deslocando na mesma direção. Considere a reta definida pelos pontos A e B na figura
abaixo.

Figura 27. Reta definida pelos pontos A e B. Fonte: do autor.

Conforme abordado anteriormente, esta reta define uma direção. Porém, é possível
imaginarmos uma pessoa se deslocando nessa reta de duas maneiras distintas: de A para
B, ou de B para A. Dizemos então que, dada uma direção, existem dois sentidos: o sentido
que vai de A para B e o sentido contrário (de B para A). Dado um segmento orientado
, chamamos de vetor uma coleção de segmentos orientados que possuem o mesmo
módulo, a mesma direção e o mesmo sentido de . A ideia de vetor nos leva a algo do
tipo:

Figura 28. Feixe de vetores. Fonte: do autor.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Dois segmentos orientados não nulos, e , são representantes de um mesmo
vetor, ou equipolentes, se têm:
• O mesmo comprimento;
• A mesma direção (estão sobre uma mesma reta ou sobre retas paralelas);
• O mesmo sentido.

Observação: dado o segmento orientado , para cada ponto P do plano, existe um


único ponto Q, tal que os segmentos orientados e são equipolentes.
Costuma-se representar o vetor = por uma flecha com origem no ponto A e
extremidade em B. A observação acima ressalta novamente que o início dessa flecha pode
ser colocado em qualquer ponto P do plano, obtendo-se flechas diferentes graficamente,
mas representantes do mesmo vetor.

AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa
responder com base no que aprendeu. Não deixe voltar na matéria e relembrar os
principais conceitos abordados. E aí vamos lá?!
1) Determine, na figura abaixo, todos os segmentos orientados que são representantes dos
vetores = , = , = e = .

2) Marque na figura abaixo:


a) o ponto D tal que = ;
b) o ponto E tal que = ;
c) o ponto F tal que = ;
d) o ponto G tal que = .

52
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
3) A figura abaixo é obtida através da junção de três hexágonos regulares. Quantos vetores
distintos os lados destes polígonos determinam?

4) Verdadeiro ou Falso?
a) ( ) Se = então = .
b) ( ) Se = então A = B.
c) ( ) Se I está a igual distancia de A e B então = .
d) ( ) Se I é o ponto médio do segmento AB então = .
e) ( ) Se = = então os quatro pontos então alinhados.

2.3.2.1 TIPOS DE VETORES


Caro estudante, antes de estudarmos as operações envolvendo vetores, é importante
conhecer alguns tipos de vetores. Vamos lá.
• Vetor nulo: é aquele cujo representante é um segmento orientado nulo e é
representado por .
• Vetores opostos: dado um vetor o vetor é o oposto de e se indica por

53
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Módulo (ou norma) de um vetor é o comprimento de qualquer um de seus
representantes. Por exemplo, se for um vetor qualquer, o módulo de é indicado
por .
• Vetor unitário: é o vetor cujo módulo é igual a unidade, ou seja, se é unitário,
então .
• Versor: dado um vetor não nulo e não unitário, o seu versor é um vetor unitário
com mesma direção e sentido. É dado por

Agora sim, você tem condições de realizar operações com vetores. Bons estudos.

2.3.2.2 OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS COM VETORES

ADIÇÃO DE VETORES

Sejam u e v dois vetores quaisquer. A soma de u com v é o vetor + que pode ser
determinado da seguinte maneira: escolhemos representantes e dos vetores e
. O vetor soma é representado pela flecha que possui origem no ponto A e extremidade
no ponto C, como mostra a figura:

Figura 29. Soma de vetores. Fonte: do autor.

É importante salientar que o vetor + independe da escolha dos representantes


e , dos vetores u e v respectivamente. Isto é, se = , = e + = , então,
por congruência de triângulos, temos = .

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 30. Soma de vetores. Fonte: do autor.

Observação: a soma coincide com a diagonal do paralelogramo determinado por e ,


quando estes vetores são posicionados com o mesmo ponto inicial. Veja:

Figura 31. Regra do paralelogramo. Fonte: do autor.

Assim fica evidente que + = + .


Atenção agora estudante. Vejamos algumas definições:
• Existe um só vetor nulo 0 tal que, + 0 = 0 + = . O vetor nulo tem módulo zero
e direção e sentido indeterminados.
• Qualquer que seja o vetor , existe um só vetor - (vetor oposto de tal que + (-
) = - + = 0. O vetor oposto de v tem mesmo módulo, mesma direção e o sentido
contrário. Isto é, se = então – = .
• A diferença dos vetores e é o vetor + (- ).

Figura 32. Diferença de vetores. Fonte: do autor.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
MULTIPLICAÇÃO DE NÚMERO REAL POR VETOR

Dado um vetor e um número k IR*, chama-se produto do número real k pelo


vetor , o vetor k. tal que:
• módulo: │k. │=│k│.│ │, isto é, o comprimento de k. é igual ao comprimento de
multiplicado por │k│.
• direção: k. e têm a mesma direção (isto é, estão sobre uma mesma reta, ou
sobre retas paralelas)
• sentido: k. e têm o mesmo sentido se k > 0 e sentidos contrários se k < 0.

Observação: se k = 0 ou = , então k. = .
A figura abaixo apresenta o vetor e alguns vetores da forma k. :

Figura 33. Conjunto de vetores. Fonte: do autor.

AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa
responder com base no que aprendeu. Não deixe de voltar na matéria e relembrar
os principais conceitos abordados. E aí vamos lá?!
1) Um barco pode desenvolver velocidade de 4 m/s em águas paradas. Um pescador dispõe
deste barco perpendicularmente às margens de um rio, cuja correnteza tem velocidade 3 m/s.
Nesta travessia, qual será a velocidade do barco em relação às margens?

2) ABCD é um paralelogramo e e vetores tais que = e = . Exprima em função


de e os seguintes vetores:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
a) b) c) d) e) f)

3) Os pontos A, B, C, D e E foram marcados na reta graduada abaixo.

Sabendo que = k. , determine o valor de k real quando:


a) = e = b) = e = c) = e =

2.3.2.3 VETORES COM COORDENADAS NO PLANO


Qualquer vetor = considerado no plano cartesiano tem sempre um representante
(segmento orientado ) cujo ponto inicial é a origem.
Em nosso estudo, vamos considerar geralmente vetores representados por segmentos
orientados com origem na origem do sistema. Nessas condições, cada vetor do plano
é determinado pelo ponto extremo do segmento. Assim, o ponto P (x,y) individualiza o
vetor = e escreve-se = (x, y).

IGUALDADE DE VETORES

Dois vetores = (a, b) e = (c, d) são iguais se e somente se a = c e b = d.

O MÓDULO DE UM VETOR

Seja o vetor = (x, y). Pelo teorema de Pitágoras, vem que │ │2 = x2 + y2 → │ │= .

57
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Exemplo: sendo = (-2, 3), temos que │ │ = = .

AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa
responder com base no que aprendeu. Não deixe voltar na matéria e relembrar os
principais conceitos abordados. E aí vamos lá?!
1) Represente graficamente = sendo:
a) P (2, 3) b) P (1,-1) c) P (0, 1) d) P (-0,5; -1)

2) Sendo = (x+1, 4) e = (5, 2y - 6), determine x e y sabendo que = .


3) Dados os vetores = (-1, 1), = (-2, 3) e = (8, -6), calcule:
a) │ │ b) │ │ c) │ │
4) Determine os valores de a para que o vetor = (a, -2) tenha módulo 4.
5) Calcule os valores de a para que o vetor = (a, 1/2) seja unitário.

2.3.2.4 SOMA DE VETORES


Sendo = (x1, y1) e = (x2, y2), definimos + = (x1+x2, y1+y2).
Vejamos agora como a definição algébrica da soma de vetores dada acima coincide
com a definição geométrica vista anteriormente.
Observe os vetores = (x1, y1) e = (x2, y2), bem como sua soma:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 34. Soma de vetores. Fonte: do autor.

Como OAPB é paralelogramo, temos que os triângulos OAF e BPG, da figura 1, são
congruentes, por LAAo (lado, ângulo, ângulo oposto). Assim, OF = BG e então a abscissa
de P é x1 + x2. De modo análogo, temos que os triângulos ADP e OEB, da figura 2, são
congruentes, por LAAo. Assim, PD = BE e então a ordenada de P é y2 + y1. Assim, as
coordenadas de P são (x2 + x1, y2 + y1).

2.3.2.5 MULTIPLICAÇÃO DE UM VETOR POR UM ESCALAR


Seja = (x1, y1) e k IR, definimos k. = (k.x1, k.x2). Vejamos agora como a definição
algébrica do produto por escalar dada acima coincide com a definição geométrica vista
anteriormente.
O módulo de = (k.x1, k.x2) é dado por:

│ │= = =│ │ = │ │.│ │

Assim, o módulo de é igual ao de multiplicado por │ │. Observe a figura:

Figura 35. Multiplicação de vetores. Fonte: do autor.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Os vetores = = (x1, y1) e = = (k.x1, k.y1) têm a mesma direção, pois as retas OP
e OP’ têm a mesma inclinação y1/x1.
Os pontos P e P’ estão do mesmo lado de O quando k > 0 e em lados opostos quando
k < 0, assim fica evidente que = e = têm mesmo sentido se k > 0 e sentido
contrário se k < 0.

• Exemplo 1: sendo = (3, 2) e = (1, 2) determine + :


Solução: + = (3, 2) + (1, 2) = (4, 4)

Figura 36. Uso da regra do paralelogramo na adição de vetores. Fonte: do autor.

Exemplo 2: sendo = (3, -4), determinar o vetor com a mesma direção e o mesmo
sentido de , porém de comprimento unitário.
Procuramos um vetor que é múltiplo de , isto é, = k. = (3k, 4k). Como o
comprimento deve ser unitário temos que:

│ │=1→ → │ │ │= →│ │= → =

Como deve possuir o mesmo sentido de , temos que k = 1/5.

AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa
responder com base no que aprendeu. Não deixe de voltar na matéria e relembrar

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
os principais conceitos abordados. E aí vamos lá?!
1) Dados os vetores = (2, -3) e = (-1, 4), determinar:
a) 3 + 2 b) 3 - 2
2) Encontre o vetor tal que 3 + 2 = 0,5 + , sendo dados = (3, -1) e = (-2, 4).
3) Encontre os números reais m e n tais que = m. + n. , sendo = (10, 2), = (3, 5) e
= (-1, 2).
4) Sendo A (-2, 4) e B (4, 1) determine as coordenadas dos pontos F e G que dividem o
segmento AB em três partes iguais.
5) Dados os vetores = (-1, 1), = (-2, 3) e =(8, -6), calcule:
a) │ + │ b) │2 - │ c) │ - 3 │
6) Determine o vetor com a mesma direção e o mesmo sentido de , porém de
comprimento unitário, nos seguintes casos:
a) = (-1, 1) b) = (-8, 6)

2.3.2.6 ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES E O PRODUTO INTERNO


Caro estudante, nesse capítulo estudaremos ângulo entre dois vetores. Portanto,
dedique tempo para compreensão desse conceito.
O ângulo entre dois vetores não-nulos e é o ângulo formado por duas semirretas
OA e OB de mesma origem O, onde = e = e0≤ ≤2 .
Se tem a mesma direção de e o mesmo sentido, então = 0. Porém se tem a
mesma direção mas sentido contrário, então = . Considere os vetores = =A–O
= (a, b) e = = B – O = (c, d) representados na figura abaixo:

Figura 37. Ângulo entre vetores. Fonte: do autor.

Sendo o ângulo entre e , temos que:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
cos( ) = cos( - ) = cos( )cos( ) + sen( )sen( ) (identidade trigonométrica)
Podemos escrever as razões trigonométricas seno e cosseno dos ângulos e através
dos módulos dos vetores e e seus componentes:

cos( ) =

cos( ) =

O número real ac + bd é chamado de produto interno dos vetores e e representado


por < , >.
E assim temos:
< , > = a.c + b.d
< , >= cos( )

PARA REFLETIR
Álgebra linear é um ramo da matemática que surgiu do estudo detalhado de
sistemas de equações lineares, sejam elas algébricas ou diferenciais. A álgebra
linear utiliza alguns conceitos e estruturas fundamentais da matemática como vetores, espaços
vetoriais, transformações lineares, sistemas de equações lineares e matrizes.

SUGESTÕES DE LIVRO
• CORRÊA, Paulo Sérgio Quilelli. Álgebra linear e geometria analítica. Rio de
Janeiro: Interciência, 2006.
• SHOKRANIAN, Salahoddin. Uma introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro: Moderna,
2009.
• ANTON, Howard. Álgebra linear contemporânea. Porto Alegre: Bookman, 2006.

AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
responder com base no que aprendeu. Não deixe de voltar na matéria e relembrar os principais
conceitos abordados. E aí vamos lá?!
1) Determinar, aproximadamente o ângulo entre os vetores:
a) = (2, 1) e = (4, -2)
b) = (1, -1) e = (-4, -2)
c) = (1, 1) e = (-1, 1)
2) Determinar o valor de k para que seja de 45º o ângulo entre os vetores = (2, 1) e = (1, k).
3) Determine o produto interno < , > sendo:
a) = (2, 1) e = (4, -2)
b) = (1, -1) e = (-4, -2)
c) = (1, 1) e = (-1, 1)
4) Lembrando que < , > = cos( ) e supondo que e são diferentes de ,
determine o que deve acontecer com para que o produto interno seja:
a) positivo b) negativo c) nulo.
5) Determinar os valores de k para que os vetores = (-2, 3) e = (k, -4) sejam ortogonais.

2.3.2.7 PRODUTO VETORIAL

SAIBA MAIS!
Para prosseguir com os estudos sobre vetores – produto vetorial e produto
misto – é fundamental que você entenda vetores no espaço e a notação de
vetores unitários . Você pode aprender sobre estes assuntos através dos vídeos abaixo:
• https://www.youtube.com/watch?v=AzeIppzQ_KY

Antes de começarmos o estudo sobre produto vetorial, algumas premissas são


necessárias para melhor compreensão do tema. E aí, preparado? Ao rotacionar sua mão
direita sobre um plano, o seu polegar fica apontado para cima (sentido positivo), e vice-
versa.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Figura 38. Rotação no sentido positivo e negativo. Fonte: do autor.

O produto vetorial entre dois vetores e , representado por , é o vetor


perpendicular a ambos, com módulo igual à área do paralelogramo formado por e
, e sentido obedecendo à regra da mão direita: fazendo os dedos maiores indicarem a
rotação de para , o polegar apontará o sentido de .
Observação: se e são paralelos, então = 0.

Figura 39. Ângulo entre vetores. Fonte: http://www.virtual.ufc.br/solar.

SAIBA MAIS!
Ao nos depararmos com um problema que envolve o campo magnético
gerado por uma corrente elétrica, geralmente encontramos dificuldades para

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
determinar a direção e o sentido do vetor indução. De acordo com o Experimento de Oersted,
ao se colocar uma bússola próxima a um fio percorrido por uma corrente elétrica, a agulha
dessa bússola sofre um desvio. Assim, Oersted concluiu que, a exemplo dos imãs, toda corrente
elétrica gera, no espaço ao seu redor, um campo magnético. Encontre mais informações sobre a
regra da mão direita no vídeo abaixo:
• https://www.youtube.com/watch?v=PdtgGJFNZ2I

Dados os vetores = x1 + y1 + z1 e = x2 + y2 + z2 , tomados nesta ordem chama-se


produto vetorial dos vetores u e v, e se representa por x , ao vetor:

=

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO MÓDULO DO PRODUTO VETORIAL

O módulo do produto vetorial também pode ser calculado como sen


. Geometricamente, o módulo do produto vetorial dos vetores e mede a área do
paralelogramo ABCD determinado pelos vetores = e = .

Figura 40. Área de um paralelogramo. Fonte: do autor.

AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa
responder com base no que aprendeu. Não deixe voltar na matéria e relembrar os
principais conceitos abordados. E aí vamos lá?!

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
1) Dados os vetores , e , calcular:
a) b) c) d)
2) Dados os pontos A (2, 1, -1), B (3, 0, 1) e C (2, -1, -3), determinar o ponto D tal que
.
3) Determinar o vetor tal que .(1, 4, -3) = -7 e (4, -2, 1) = (3, 5, -2).
4) Dados os vetores = (1, -1, 1) e = (2, -3, 4), calcular:
a) A área do paralelogramo determinado por e ;
b) A altura do paralelogramo relativa à base definida pelo vetor .
5) Dados os vetores = (2, 1, -1) e = (1, -1, a), calcular o valor de a para que a área do
paralelogramo determinado por e seja igual a .
6) Dados os pontos A (2, 1, 1), B (3, -1, 0) e C (4, 2, -2), determinar:
a) A área do triângulo ABC;
b) A altura do triângulo relativa ao vértice C.
GABARITO
1) a) b) c) 5 d) 5
2) D (-4, -1, 1)
3) = (3, -1, 2)
4) a) A = u.a. b) h = u.c.
5) a = 3 ou a =
6) a) A = u.a. b) h = u.c.

2.3.2.8 PRODUTO MISTO


Você já ouviu falar em produto misto? Estudante, produto misto entre três vetores ,
e , representado por = é o escalar correspondente ao volume do
paralelepípedo que tem as três arestas concorrentes u, v e w.
Sejam = (a1, a2, a3), = (b1, b2, b3) e = (c1, c2, c3). chamamos de produto misto de , ,
, nesta ordem, o número real definido por

• Exemplo: dado = (-2, 1, 2), = (1, -1, 1) e = (1, 1, 1), calcule:

= = 8 (determinante calculado através da regra de Sarrus)

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO MÓDULO DE

Sejam , e três vetores quaisquer que determinam um paralelepípedo de arestas


concorrentes num mesmo ponto 0, o ângulo entre os vetores e , o ângulo entre os
vetores e e H altura do paralelepípedo gerado por , e .

Figura 41. Demonstração do módulo do produto misto. Fonte: do autor.

Conclusão: “o módulo do produto misto é igual ao volume do paralelepípedo gerado


por , e , isto é, V = ”

• Exemplo 1: dados O (0, 0, 0); A (1, 0, 2); B (2, 0, 5) e C (0, 2, 5), calcule o volume do
paralelepípedo de aresta OA, OB e OC.
Solução: = (1, 0, 2), = (2, 0, 5) e = (0, 2, 5), ou seja:


Exemplo 2: determine o valor de n para que os vetores = (n, 0, 2n), = (4, 1, 4) e =
(0, n², -n) sejam coplanares.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
AUTO ATIVIDADE
Caro estudante, abaixo são expostos alguns desafios para que você possa
responder com base no que aprendeu. Não deixe voltar na matéria e relembrar os
principais conceitos abordados. E aí vamos lá?!
1) Dados os vetores os vetores = (1, 2, -1) e = (0, -1, 3). Calcule a área do paralelogramo
determinado pelos vetores 3 e - .
2) Calcule a área do triângulo de vértices A (1, -2, 1), B (2, -1, 4) e C (-1, -3, 3).
3) Determine a de modo que os vetores = (3, 1, -1) e = (a, 0, 2) gerem um paralelogramo
de área .
4) Verifique se os vetores = (3, -1, 4), = (1, 0, -1) e = (2, -1, 0) são coplanares.
5) Determine n de modo que os vetores = (n, 2, -1), = (1, -1, 3) e = (0, -2, 4) sejam
coplanares.
6) Verificar se os pontos A (1, 2, 4), B (-1, 0, -2), C (0, 2, 2) e D (-2, 1, -3) estão no mesmo plano.

SAIBA MAIS!
Para maiores informações, recomendamos a leitura dos seguintes textos:
• https://www.ufrgs.br/reamat/AlgebraLinear/livro/livro.pdf
• https://www.ime.unicamp.br/~deleo/MA327/ld4.pdf
• http://conteudo.icmc.usp.br/pessoas/szani/alglin.pdf
• http://gradmat.ufabc.edu.br/disciplinas/listas/alglin/gaalt00.pdf

SUGESTÕES DE FILME
QUEBRANDO A BANCA:
Data de lançamento: 28 de março de 2008 (EUA)
Direção: Robert Luketic
Música composta por: Dave Sardy
Canção original: Young Folks
Indicações: Teen Choice Award: Melhor Filme de Drama

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro estudante, chegamos ao final do segundo capítulo. Nele, estudamos vetores,
operações com vetores, produto interno, produto vetorial e misto. Espero que os
conhecimentos aqui abordados possibilitaram maior compreensão acerca da importância
da álgebra linear em sua formação e espero que seus estudos não sejam encerrados ao
final desse capítulo. Muito ainda se exigirá de você, mas acredito em seu potencial e
desejo todo sucesso nos próximos capítulos. Bons estudos.

FÓRUM
Olá estudante, mais um momento para que você discuta e apresente suas
ideias junto aos seus amigos no fórum. A problemática é a seguinte: uma espira
circular é percorrida por uma corrente elétrica contínua, de intensidade constante. Quais são as
características do vetor campo magnético no centro da espira? Vamos lá!!

2.5 QUESTÕES FINAIS


1) Dois corpos A e B se deslocam segundo trajetória perpendiculares, com velocidades
constantes, conforme está ilustrado na figura adiante.

As velocidades dos corpos medidas por um observador fixo têm intensidades iguais a:
VA = 5,0 (m/s) e VB = 12 (m/s). A velocidade do corpo A em relação ao corpo B é de:
(A) 13 m/s (D) 16 m/s
(B) 14 m/s (E) 17 m/s
(C) 15 m/s

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
2) Uma pessoa sai para dar um passeio pela cidade, fazendo o seguinte percurso: sai
de casa e anda 2 quarteirões para o Norte; dobra à esquerda andando mais 2 quarteirões
para Oeste, virando, a seguir, novamente à esquerda e andando mais dois quarteirões
para o Sul. Sabendo que cada quarteirão mede 100m, o deslocamento da pessoa é:
(A) 700m para Sudeste (D) 700m em direções variadas
(B) 200m para Oeste (E) 0m
(C) 200m para Norte

3) Na figura a seguir estão desenhados dois vetores e ). Esses vetores representam


deslocamentos sucessivos de um corpo. Qual é o módulo do vetor + ?

(A) 4cm (D) 13cm


(B) 5cm (E) 25cm
(C) 8cm

2.6 REFERÊNCIAS DA UNIDADE


ANTON, H. e RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BOULOS, P. e CAMARGO, I. Geometria Analítica: um tratamento vetorial. São Paulo:


Pearson/Princeton Hall, 2005.

FEITOSA, M. O., CAROLI, A. e CALLIOLI, C.A. Matrizes, Vetores, Geometria Analítica:


Teoria e Exercícios. São Paulo: Nobel, 1984.

KOLMAN, B., HILL, D. R. e BOSQUILHA, A. Introdução à Álgebra Linear com Aplicações.


Rio de Janeiro: LTC, 2006.

LEON, Steven J. Álgebra Linear: com aplicações. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1943.

LIPSCHUTZ, Seymour. Álgebra Linear. São Paulo: Mcgraw-hill, 1977.WINTERLE, P.


Vetores e Geometria Analítica. São Paulo: Makron Books, 2000.

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GEOMETRIA ANALÍTICA
3
unidade
MATRIZES

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GEOMETRIA ANALÍTICA
3.1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico (a), nos capítulos anteriores você estudou notáveis conceitos da
Geometria Analítica e certamente você percebeu que ela é a união perfeita entre duas
grandes áreas da Matemática: a Geometria e a Álgebra, pois a Geometria Analítica estuda
e analisa conceitos da Geometria plana e espacial utilizando conceitos e processos
algébricos.
Iniciaremos agora uma importante etapa: o estudo de Álgebra Linear. A palavra
“álgebra”, do ponto de vista etimológico, deriva do termo árabe “al-jabr”, o que significava
“arte de reunir ossos quebrados”, sendo entendida na Matemática como a reconstrução
de algo que está em pedaços.
Assim, que tal reconstruirmos alguns conceitos que talvez você analise como
fragmentados, mas que fazem parte do seu cotidiano?
A álgebra linear está mais presente em sua vida do que você imagina, pois ela é essencial
em áreas como a engenharia, ciência da computação, mecânica, estatística, economia e
até mesmo para a Medicina, pois como você verá, diagnósticos por imagens como, por
exemplo, a radiografia, tomografia, ressonância magnética e o ultrassom, utilizam-se de
conceitos de álgebra linear.
A álgebra linear estuda precisamente espaços vetoriais (ou espaços lineares), bem
como funções lineares, que associam vetores entre dois espaços vetoriais, que são uma
generalização do espaço cotidiano e de senso comum onde vivemos, tais como largura,
altura e profundidade.
A unidade 3 deste caderno de estudos inicia com Matrizes e suas operações,
posteriormente, aborda o estudo de Determinantes e suas propriedades, cujos objetivos
de aprendizagem nessa unidade são:
• Representar genericamente uma matriz;
• Compreender e usar a linguagem matricial de apresentação de dados;
• Reconhecer matrizes especiais, como a matriz nula, quadrada e unidade;
• Construir uma matriz a partir da lei de formação;
• Realizar operações com matrizes de diferentes ordens;
• Multiplicar matrizes por um número real observando as propriedades específicas
da multiplicação;
• Relacionar as propriedades operatórias da adição, subtração e da multiplicação
de números reais às propriedades operatórias válidas para a adição, subtração e
multiplicação de matrizes.
• Multiplicar matrizes de diferentes ordens;
• Identificar problemáticas onde o cálculo de matrizes pode ser aplicado.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
• Conceituar determinantes de uma matriz quadrada;
• Calcular o determinante de uma matriz de 1ª, 2ª e 3ª ordem;
• Analisar e aplicar as propriedades de determinantes;
• Identificar equações lineares, bem como suas soluções;
• Resolver, classificar e interpretar um sistema linear com diferentes equações e
incógnitas;
• Reconhecer sistemas e representá-los na forma matricial;

Você perceberá que para a melhor compreensão dos conceitos a serem estudados, o
capítulo foi estruturado partindo de uma problemática simples, havendo vários quadros
com explicações extras dos cálculos, revisões sobre Matemática básica e dicas que
objetivam facilitar seu estudo e aprendizado. O capítulo também traz “auto atividades”,
“quiz” e um exercício final.
A unidade está dividida em subseções para melhor contemplar os objetivos propostos
acima.
Este capítulo é fundamental para a compreensão da unidade 4. Assim, é importante
que você dedique tempo aos estudos e que realize as atividades propostas no caderno,
para que perceba quais os conceitos se apropriou efetivamente ou se possui dúvidas.
Se necessário, busque novas fontes de conhecimento e aprendizado, que estão
disponibilizados nas referências do caderno.
Bons estudos!

3.2 DESENVOLVIMENTO
Caro aluno, muitas vezes, para qualificar ou quantificar com clareza certas situações
ou informações, se faz necessário formar grupos de números que se apresentam de forma
ordenada em linhas e colunas – as chamadas matrizes, sendo que com o surgimento
da computação e com o avanço tecnológico, as matrizes passaram a ter cada vez mais
importância, possuindo ampla aplicação em cálculos complexos, envolvendo diferentes
tipos de equações, sistemas lineares, etc.
Você já ouviu falar sobre pixels e a qualidade de imagens digitais? Esse é um exemplo
de aplicação de matrizes, uma vez que quanto maior a quantidade de pixels, maior será
a matriz e a qualidade da imagem, sendo isso primordial, por exemplo, em exames
que utilizam o diagnóstico por imagens, como a radiografia, tomografia, ressonância
magnética, ultrassom, etc.
Nesse capítulo, vamos explorar a linguagem e as operações envolvendo matrizes, bem

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
como o cálculo de determinantes, que possuem grande utilidade em vários campos da
Matemática e objetivamos que você compreenda, identifique e aplique em problemáticas
da sua área de atuação.

3.2.1 DEFINIÇÃO DE MATRIZES


Uma matriz é um arranjo retangular de números (chamados de entradas), dispostos
em “m” linhas e “n” colunas – (mxn), denominada ordem da matriz – ou seja, são
tabelas de números reais e que são utilizadas em quase todos os ramos da Ciência, das
Engenharias, da Astronomia, da Física, da Estatística, da Economia, etc., sendo que várias
operações processadas por cérebros eletrônicos são computações através de matrizes.

• Exemplo: considere a tabela abaixo, que indica o número de vendas efetuadas por uma
agência de automóveis no primeiro trimestre - de acordo com as marcas vendidas.

MARCA JANEIRO FEVEREIRO MARÇO


CITROEN 10 17 18
CHEVROLET 15 22 25
FIAT 16 23 26
FORD 17 21 22
PEUGEOT 14 18 21

Se quisermos saber a quantidade de carros da marca FIAT vendidos em Março, por


exemplo, iremos procurar o número que está na terceira linha e na terceira coluna, no
caso, 26 carros.
Os mesmos dados poderiam ser organizados dispostos dessa forma:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela é denominado matriz e cada
número é chamado elemento da matriz.
Nesse exemplo, temos uma matriz A formada por 5 linhas e 3 colunas, ou seja, sua
ordem será 5x3 (lê-se cinco por três). A matriz pode ser escrita como A5x3.
Representa-se uma matriz colocando-se seus elementos entre parênteses ou entre
colchetes. Veja outros exemplos de matrizes (observe que sempre lemos ela primeiro de
acordo com o número de linhas e depois coluna).

A: , A é uma matriz de ordem 2 x 2 (2 linhas e 2 colunas) – A2x2.

B: [7 ½ 12], B é uma matriz de ordem 1 x 3 (1 linha e 3 colunas) – B1x3.


C: [0], C é uma matriz de ordem 1 x 1 (1 linha e 1 coluna) – C1x1.

Para simplificar: uma matriz A do tipo mxn (lê-se “m por n”), com m, n ≥1, é uma tabela
formada por elementos em m linhas e n colunas. Diz-se, também, que mxn é a ordem,
dimensão ou tipo da matriz A.

3.2.2 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA


As matrizes costumam ser representadas por letras maiúsculas e seus elementos por
letras minúsculas, acompanhadas de dois índices que indicam, respectivamente, a linha
e a coluna ocupadas pelo elemento.
Algebricamente, uma matriz pode ser representada por:

Observe que o primeiro número sempre indica a linha e o segundo indica a coluna aonde se
situa o elemento.

Sabemos que as fórmulas e símbolos


inicialmente assustam, mas,
simplificando: para que uma matriz
exista, o número de linhas (m) e
colunas (n) precisam ser maior ou
igual a 1 (m e n ≥1), ou seja, pertencer
ao conjunto dos números Naturais (i, j
Є N).
Relembrando que o símbolo “Є”
Figura 42. Matriz genérica. Fonte: do autor.

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GEOMETRIA ANALÍTICA
Como o tamanho das matrizes mudam, tem-se que: Amxn = (aij) com 1 ≤ i ≤ m, 1 ≤ j ≤ n
e i, j Є N. (Ou seja, com “i” e “j” pertencentes ao conjunto dos números naturais).

3.2.3 MATRIZES ESPECIAIS


Matriz Linha: chama-se matriz linha toda matriz que possui apenas uma linha (m=1).
Genericamente: A1xm. Exemplo: A: [5 1 9 0], A é uma matriz linha 1x4 (A1x4).

Matriz Coluna: denomina-se matriz coluna toda matriz que possui apenas uma
coluna (n=1). Genericamente: Amx1. Exemplo:

Essa matriz geralmente é


C: , C é uma matriz coluna do tipo 4x1. A4x1.
denotada por vetor.

Matriz Quadrada: chama-se matriz quadrada a toda matriz em que o número de


linhas é igual ao número de colunas (m=n). Genericamente: Anxn. Diz-se, portanto, que a
matriz A é de ordem n.
Exemplos:

B: , B é uma matriz quadrada de ordem 2: B2x2.

C: , C é uma matriz quadrada de ordem 3.

Quando a matriz for quadrada, os elementos diagonais são importantes:


* os elementos de aij, tais que i=j, formam a diagonal principal de A. (no caso da matriz
C, seriam os elementos: 45, 50, 87)
* os elementos aij, tais que i+j=n+1, formam a diagonal secundária de A. (no caso da
matriz C, seriam os elementos: 17, 50, 52)

Figura 43. Matriz genérica com dia-


gonais. Fonte: do autor.

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Matriz Identidade (ou Matriz Unidade): denomina-se matriz identidade de ordem
n, n≥2, a toda matriz quadrada de ordem n, tal que os elementos da diagonal principal
são iguais a um, e os demais elementos iguais a zero. Se n=1, o elemento da matriz
identidade é igual a um.

Exemplo:

I3: , I3 é a Matriz Identidade de ordem 3. Notação: In.

Matriz Nula: é aquela em que aij=0, para todo i e j, ou seja, todos os elementos são
iguais a zero.

Exemplo:

C4x1: , C é uma matriz nula do tipo 4x1. Notação: 0mxn.

Matriz Triangular (Superior ou Inferior): é uma matriz quadrada onde todos os


elementos abaixo (triangular superior) ou acima (triangular inferior) da diagonal
principal são nulos.

Exemplos:

Z3x3: M2x2: T3x3: W2x2:

Diagonal Superior: m = n e aij = 0, para i > j Diagonal Inferior: m = n e aij = 0, para i < j

Matriz Diagonal: é uma matriz quadrada (m = n) onde aij =0, para i≠j, isto é, os
elementos que não estão na diagonal principal são nulos.

Exemplo:

H3x3:

Matriz Transposta: denomina-se matriz transposta da Matriz Amxn a Matriz Anxm


obtida pela troca ordenada das linhas pelas colunas.

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PARA REFLETIR
O conceito de matriz transposta é amplamente usado e é simples. Observe
que no caso da matriz transposta, basta inverter as linhas por colunas, assim, a
primeira linha vira a primeira coluna, a segunda linha vira a segunda coluna e assim por diante.
Quando a matriz não for quadrada mudará a ordem da matriz. Se a matriz for quadrada, a ordem
ficará a mesma, entretanto, observe que a posição dos elementos altera.

Exemplo: Notação: At ou A’.

A: , ordem Amxn: (3x1)

At: [1 5 7], ordem Amxn: (1x3)

B: , B é uma matriz quadrada de ordem 2

Bt: , Bt é uma matriz quadrada de ordem 2.

Observe que Bt não alterou a ordem (por ser uma matriz quadrada), mas que a primeira
linha virou a primeira coluna e a segunda linha virou a segunda coluna.

Matriz Simétrica: se uma matriz quadrada An=(aij) tem aij = aji; par (i;j), então A é
uma matriz simétrica. Note que: caso A=A’, então A é simétrica.

PARA REFLETIR
Olha que interessante – quando você fizer a transposta de uma matriz e ela
ficar exatamente igual, ela será simétrica.
(O símbolo ( ) significa para todo)

Exemplos:

Q3x3:

Quando fazer Qt (Q’) – a transposta de Q – ela fica exatamente igual:

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GEOMETRIA ANALÍTICA
Qt3x3:

Matriz Oposta: denomina-se matriz oposta da matriz A a matriz em que seus


elementos são os opostos (ou simétricos) dos elementos correspondentes da matriz.

Exemplo: Notação: -A.


Observe que, mais uma vez, o conceito é simples:
basta mudar o sinal dos elementos – MAS SEM MUDAR A
A: , ordem Amxn: (3x1)
SUA POSIÇÃO ou a ordem da matriz. É como se fizéssemos
a regra de sinal na multiplicação, onde “menos com
-A: , ordem Amxn: (3x1) menos” resulta em “mais” e “mais com menos” resulta em
“menos”. Fácil, não é?

Importante: cuide para não confundir transposta com oposta. Na


transposta, as linhas viram colunas. Na oposta, mudam todos os
sinais (sem mudar a posição de nenhum termo), ok?

3.2.4 CONSTRUINDO UMA MATRIZ


Muito bem! Agora que você já aprendeu que as matrizes são basicamente tabelas onde
as linhas e colunas são dados ou informações especificas (como vimos lá, no primeiro
exemplo, lembra?), e agora que você já aprendeu que existem matrizes especiais, vamos
construir uma matriz, pois elas nem sempre virão prontas, sendo que geralmente haverá
uma Lei de formação da matriz, que nada mais é do que uma fórmula que origina o valor
de cada elemento.
Sempre teremos como referência a ordem dos elementos da matriz genérica, ou seja:

Figura 44. Matriz genérica. Fonte: do autor.

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Lembrando que a matriz poderá ter qualquer ordem.
Então vamos lá: para construir uma matriz que é dada por uma fórmula, como, por
exemplo, A: (aij)2x3 = 2i+j, começamos interpretando as informações que a fórmula
traz. Primeiramente, ele nos informa que a ordem da matriz é de 2x3, ou seja, 2 linhas
e 3 colunas, então, começamos organizando a ordem dos meus elementos – e são esses
valores que substituímos nas fórmulas:

Observe que além de m e n (número de linhas e colunas), temos “i” e “j”, que indica
em que linha e em que coluna aquele elemento está. Assim, o primeiro termo (i) sempre
indica linha e o segundo (j) coluna.
Substituindo na fórmula, teremos:
a11 = 2. 1 + 1 = 3
a12 = 2. 1 + 2 = 4
a13 = 2. 1 + 3 = 5
a21 = 2. 2 + 1 = 5
a22 = 2. 2 + 2 = 6
a23 = 2. 2 + 3 = 7 “Ah prof., estava tão fácil, porque complicar?”. Bom, vamos
por partes. Aqui o problema traz uma condição, onde
verifica-se se i é maior, menor ou igual a j (Símbolos de
Organizando a matriz: < e >). Esteja atento à compreensão dos símbolos, pois a
A: (aij)2x3 = 2i+j: ordem dos elementos interfere na leitura. Por ex.:
2 < 5 (2 é menor do que 5)
5 > 2 (5 é maior do que 2)
Percebeu que falamos a mesma coisa, mas de maneira
diferente?

Vamos a mais um exemplo: No começo pode parecer difícil, mas praticando você perceberá que o
segredo é estar atendo aos detalhes, como a própria fórmula, a ordem
Construa a matriz:
dos elementos e os sinais. Lembrando que, se na mesma equação
B: (bij)3x2 = i² + j, se i > j temos potências, raízes, multiplicação, divisão, soma e diferença, a
i – j, se i < j menos que haja parênteses, sempre começamos fazendo primeiro as
potências e raízes, depois multiplicação e divisão, e por último, a soma e
0, se i = j
a diferença, porque a ordem do cálculo interfere no resultado.
Ex: 10 + 3 x 2 = 10 + 6 = 16 (observe que não há parênteses).
(10 + 3) x 2 = 13 x 2 = 26 (perceba que os resultados são diferentes).

Começamos, também, organizando os dados referente ao número de linhas e colunas:


B: (bij)3x2 (3 LINHAS E 2 COLUNAS)

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Nesse caso, antes de substituir na fórmula, verificamos as condições:
i² + j, se i > j i – j, se i < j 0, se i = j

i² + j, se i > j: no caso, i > j, temos: a21, a31 e a32.


Então, substituímos na fórmula.
a21 = 2² + 1 = 5
a31 = 3² + 1 = 10 Observe que primeiro
a32 = 3² + 2 =11
calculamos as potências.

i – j, se i < j: no caso, i < j, temos apenas o elemento: 12.


Substituído:
a12 = 1 – 2 = -1

0, se i = j: por fim, temos os elementos a11 e a22, onde a expressão denota a condição de
que os valores dos termos serão iguais a zero.
Calculado cada elemento, basta organizá-los na matriz:

3.2.5 IGUALDADE DE MATRIZES


Duas matrizes, A e B, da mesma ordem m x n, são iguais se todos os elementos que
ocupam a mesma posição são idênticos (ou seja, se cada elemento de A for igual ao
elemento correspondente de B).

Notação: A = B
Exemplo:
Seja a matriz A: e B: , calcule x e y para que A = B.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Mais uma vez, vamos por partes: a informação que o problema traz é de que as matrizes
são iguais. Perceba que a segunda coluna já está igual, então é necessário trabalhar
somente com a primeira, e para isso, vamos utilizar os chamados sistemas de equações
(que você estudou lá no ensino médio e que veremos também no próximo módulo).
Temos que:
x + y = 20 Caro aluno, é necessário ter um pouco mais de atenção aqui. É
3x – y = 100 preciso trabalhar com apenas uma incógnita (ou variável).
O que acontece? Note que o y possui sinais diferentes nas linhas,
então fica fácil de zerar. Assim, somamos a primeira linha com
a segunda e depois isolamos x, como faríamos normalmente
nas equações. Se os coeficientes de y fossem diferentes, seria
4x = 120
necessário multiplicá-los de maneira que a resultante seja o
mesmo valor, mas com sinais contrários (para na soma, zerar).
x= x = 30

Encontrado o valor de x, basta agora substituir em qualquer uma das equações para
encontrar y. Tínhamos que:
x + y = 20 (substituído x = 30).
30 + y = 20 (Temos novamente uma equação simples, bastando isolar a variável).
y = 20 – 30
y = -10

Observe que ao escolher a segunda equação,


ou
o valor encontrado é o mesmo.

3x – y = 100 (substituído x = 30).


O cuidado que deve ser tomado aqui:
3. (30) – y = 100 quando substituímos x, o coeficiente
90 – y = 100 (nesse caso 3) multiplica o valor
- y = 100 – 90 substituído, pois sempre que há um
- y = 10 → y = - 10 número na frente da variável, ele a
multiplica.

PARA REFLETIR: - Y = 10.


Reflita que aqui vem aquelas regrinhas que talvez algum professor trouxe
como dica que a incógnita nunca fica negativa, então você multiplica por (-1), ou
que aquele “-1” que está na frente do y, passa dividindo 10 (porque isola a incógnita e inverte a
operação). Então ficaria y = 10/(-1) → y = -10, pois na divisão, temos regras de sinal.
Lembrou?

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
SAIBA MAIS
Ficou com dúvidas sobre a importância e aplicações de Matrizes? Que tal ler o
trabalho de Miranda e Castelo que trata exatamente sobre isso?
O estudo “Aplicações de Matrizes” aborda a utilização de Matrizes na criptografia, nos
modelos populacionais e no controle de tráfego terrestre. Acessa lá:
• http://www2.unifap.br/matematica/files/2017/01/Danilo-da-Silva-Miranda-e-
Patr%C3%ADcio-de-Castro-Castelo.pdf
Vale a pena conferir!

AUTO ATIVIDADE
Sim, sabemos que as vezes dá aquela preguiça de estudar e fazer as
atividades e tarefas, mas aprender Matemática é como aprender violão, ou
qualquer esporte ou coisa – olhar alguém fazendo não é o suficiente, você precisa praticar! E
quanto mais você praticar, melhor ficará!

1) Escreva a matriz X: (xij)3x2, onde xij=i+3j. R:



2) Construa a matriz Y: (yij)3x3, onde yij=i-j. R:

3) Represente a matriz Z: (zij)1x5, onde zij=i²+j². R:

4) Determine a matriz D: (dij)3x1, onde dij=i²-j². R:

5) Construa a matriz B: (bij)3x3, onde aij = . R:

6) Chama-se traço de uma matriz quadrada a soma dos elementos da diagonal principal.
Determine o traço de cada uma das matrizes abaixo:

Q: , B:

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R: Q: 14 B:10
7) Determine a matriz transposta de X e Y (calculadas nos exercícios 1 e 2).

R: Xt: , Y t:

8) Calcule a matriz oposta de: H: . R: -H:

9) Calcule a, b, x e y, sabendo que: D: = M: . R: x = 10; y = 20;


b = 20; a = -50

10) Calcule a matriz oposta e transposta de Z: . R: Zt:

-Z:

3.2.6 OPERAÇÕES COM MATRIZES

3.2.6.1 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE MATRIZES


Dadas as matrizes A=(aij), B=(bij) e C=(cij), do mesmo tipo mxn, dizemos que C é a soma
(ou diferença) de A com B, se cada elemento de C for a soma (ou diferença) dos elementos
correspondentes de A e B.

Notação: A+B = C ⇔ aij + bij = cij

PARA REFLETIR:
A + B e A - B existem se, e somente se, A e B são da mesma ordem (m x n).
Caso contrário, a operação não existe.
Dada as matrizes:

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GEOMETRIA ANALÍTICA
Exemplos:

A: , B: e C:

calcule:

1) A + C Observe que cada elemento soma com


o seu correspondente. Por exemplo, o
A: + C: = elemento a11 da matriz A, soma com o
elemento a11 da matriz C. Dessa forma:
(5) + (-5) = 0.
2) A + B + C

A: + B: + C: =

3) C – A

C: - A: =

PARA REFLETIR
Na diferença, é necessário um pouco mais de atenção. Note que o primeiro
termo resultou em -10, isso porque quando fazemos a diferença de matrizes, o
sinal de menos interfere (faz regra de sinal com todos os termos). Assim, tem-se a notação de
que: A-B = A + (-B) = C ⇔ aij - bij = cij

Propriedades: sejam A, B, C e O (nula) do mesmo tipo. Então, temos as seguintes


propriedades:
Comutativa: A+B=B+A; Associativa: (A+B)+C=A+(B+C);
Elemento neutro: A+O=A; Elemento oposto: A+(-A)=O;
Transposta da soma: (A+B)’=A’+B’

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GEOMETRIA ANALÍTICA
3.2.6.2 MULTIPLICAÇÃO DE UM NÚMERO (ESCALAR) POR UMA MATRIZ
Seja a matriz A: (aij)2x2 e k um número, então, define-se multiplicação de matriz por
escalar uma nova matriz na seguinte forma: k.A = (k.aij)2x2 – ou seja, “k” (que pode ser
qualquer número) multiplicará todos os elementos da matriz.

Exemplo: se A: e k=2 calcule:


a) k.A.

Dizemos que a matriz resultado da


2. →
multiplicação é uma matriz escalar.

b) -3.A.

-3 . →

Propriedades: sendo A e B matrizes da mesma ordem (m x n) e x e y números reais


quaisquer, tem-se as seguintes propriedades:
Associativa: x.(y.A) = (x.y).A
Distributiva de um número real em relação a adição de matrizes:
x.(A+B) = x.A + x.B
Distributiva de uma matriz em relação a soma de dois números reais:
(x + y).A = x.A + y.A
Elemento Neutro: x.A = A, para x = 1, ou seja: 1.A = A

3.2.6.3 MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZ POR MATRIZ


Dadas as matrizes Amxp e Bpxn, o produto de A por B acontecerá se, e somente se, cada
elemento cij da matriz C for obtido multiplicando-se, ordenadamente, os elementos da
linha i de A pelos elementos da coluna j de B e, posteriormente, somando-se os produtos
obtidos (quando necessário).

Notação: C=A.B ⇔ cij = ai1.b1j + ai2.b2j + ... + aip.bpj.

Para você entender melhor, vamos a um exemplo prático: é comum haver, em concursos
públicos, diferentes provas com pesos também diferentes, sendo que o somatório das
provas ou etapas determina a classificação final dos candidatos. Vamos imaginar que
para certa vaga de emprego, os candidatos realizaram três provas: Redação/Português

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
(R/P), Matemática (M) e Conhecimentos Específicos (CE). A nota máxima em cada prova
é 10, porém as três provas possuem pesos diferentes. Para se obter a pontuação final do
candidato, multiplica-se sua nota em cada prova pelo respectivo peso e somam-se os
produtos obtidos para se obter a nota final de cada candidato. Então, imaginando que
após análise de currículo, entrevistas e provas, tenham ficado apenas três candidatos
com as seguintes notas:

NOTAS →
Candidatos↓ R/P M CE
Candidato 1 7 6 10
Candidato 2 8 7 5
Candidato 3 10 10 7

e imaginando que os pesos sejam:

Provas PESOS
R/P 2
M 3
CE 5

a nota de cada candidato será a multiplicação de cada nota pelo respectivo peso e
posteriormente a soma para se obter a nota final, assim:

Nesse caso, o terceiro candidato ficaria com a vaga, pois obteve maior pontuação.
Observe que a matriz produto é de ordem 3x1.
Vamos a mais alguns exemplos:

87
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GEOMETRIA ANALÍTICA
1) Dada as matrizes H1x4: [2 3 -1 0] e C4x1: , calcule H.C.

Nesse caso, o primeiro elemento da matriz H multiplica o primeiro elemento da


matriz C, o segundo multiplica o segundo – e assim por diante – e depois esses valores
são somados, assim:
[(2x1)+(3x (-10))+(-1x5)+(0x2)] = [2 – 30 -5 +0] = [-33]

PARA REFLETIR:
A propriedade comutativa não é válida para multiplicação de matrizes, ou
seja, A.B B.A. Vamos conferir?

Repare o que acontece quando invertemos a ordem da multiplicação e fazemos C.H:


A primeira linha é formada apenas pelo elemento 1, e ela
C4x1: . H1x4: [2 3 -1 0] multiplica todas as colunas. Depois a segunda linha faz o
mesmo processo e assim por diante.

Observe que a primeira Matriz C possui 4 linhas, enquanto a matriz H possui quatro
colunas. Um erro comum é apenas multiplicar direto e somar, o que daria o mesmo valor
acima |33|. No entanto, multiplicamos a primeira linha pela primeira coluna, depois a
primeira linha, pela segunda coluna, e assim por diante. Observe que, inclusive, a ordem
da matriz mudará.

C4x1: . H1x4: [ 2 3 -1 0] =

Observe que aqui não foi somado os valores, pois


a primeira linha é formada apenas pelo elemento
“1” e a primeira coluna é formada apenas pelo
elemento “2”. Viu como é necessário ter atenção?

88
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
2) Vamos verificar, agora, a multiplicação das matrizes abaixo:

Perceba que não é possível multiplicar D x H, tampouco


D3x1: . H2x2:
H x D, pois não fecha o número de linhas com colunas.

O interessante é que, antes de calcular uma multiplicação entre matrizes, podemos


verificar tanto se existe a multiplicação, como a ordem da matriz encontrada (caso exista).
Veja um esquema geral para existência e a ordem da matriz produto A.B: se A é de ordem
(m x n) e B é de ordem (z x p), haverá A.B se o número de colunas da matriz A (n) for igual
ao número de linhas de B (z), ou seja, se n = z, e a ordem da matriz resultante será (m x p).
Parece difícil, mas não é, perceba o desenvolvimento abaixo:

3) Dados T3x2: e Z2x2: , determine T.Z.

Analisando, temos que:

Como 2=2, é possível multiplicarmos, e o resultado será uma matriz de ordem


3x2. Então:

Observe que esta operação é um pouco trabalhosa e exige atenção, porém não é difícil,
pois fazemos apenas as operações de multiplicação e soma.

Propriedades: Sejam as matrizes A, B, C, I (identidade) e r um número (escalar).

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Admitindo as condições para as operações de adição e multiplicação, valem as
propriedades:
Associativa: A.(B.C)=(A.B).C;
Distributiva pela esquerda: A.(B+C)=A.B+A.C;
Distributiva pela direita: (B+C).A=B.A+C.A;
Multiplicação pelo Número Escalar: r.(A.B)=(r.A).B;
Transposta: (A.B)’=B’.A’;
Elemento Neutro: Amxn.In=A e Im.Amxn=A.

PARA REFLETIR:
As propriedade Comutativa não se aplica na multiplicação de matrizes:
em geral, A.B B.A. Sendo Omxn uma matriz nula, A.B = Omxn não implica,
necessariamente, que A = Omxn ou B = Omxn.

AUTO ATIVIDADE
Vamos praticar um pouco? Você notará que as questões abaixo abordam
as propriedades da soma, diferença, multiplicação por um número real e
multiplicação de matiz por matriz.
- Dadas as matrizes:

Calcule:
1) A + B 2) D – A 3) C – D
4) (A + B) – C 5) (C – D) – (D – A). 6) - 3.A
7) ½ A 8) A.B 9) B.A
10) CT . I2 11) I2 . CT

GABARITO

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
12) (UFRS - ADAPTADA). Se a matriz for simétrica, então x + y + z corresponde a:
(A) 7 (B) 9 (C) 10 (D) 11 (E) 12.

3.2.7 DETERMINANTES
À toda matriz quadrada (e somente à matriz quadrada) está associado um número
real, chamado “determinante de A” (onde A é qualquer matriz quadrada). Esse valor é
obtido por meio de certas operações efetuadas com os elementos da matriz.
Dentre as aplicações dos determinantes, pode-se destacar a resolução de alguns
sistemas de equações e, na geometria analítica, o cálculo da área de um triângulo através
das coordenadas dos vértices (você aprendeu este cálculo no módulo 1). Esta operação é
muito útil, pois conseguimos fazer cálculos que demorariam muito tempo, rapidamente.
A criação dos determinantes é atribuída ao matemático japonês Seki Kowa, em
1683, mas dez anos depois, Leibniz formulou toda a teoria a respeito e comprovou as
aplicações desse número mágico.
DETERMINANTE DE PRIMEIRA ORDEM
Dada uma matriz quadrada de ordem um - M1x1=(a11), chamamos de determinante
associado à matriz M o número real a11.

Exemplos:
A1x1: [13] → Det. A = 13 Ou seja, quando uma matriz é de ordem 1, o determinante
B1x1: [-25] → Det. B = -25 será o próprio elemento. Bem simples, não é?

91
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
3.2.7.2 DETERMINANTE DE SEGUNDA ORDEM
Caro aluno, para calcularmos o determinante a partir de ordem 2, precisamos ter
um pouquinho de atenção e você notará que para cada ordem de matriz, temos etapas
diferentes.
O cálculo do determinante de uma matriz quadrada de ordem 2 é a diferença entre
o produto dos elementos da diagonal principal e o produto dos elementos da diagonal
secundária, nessa ordem. Dessa forma, sabendo que a matriz:

A: , então, determinante é Det. A = (a11 x a22) – (a21 x a12)

Exemplos: dadas as matrizes: A: , B: e C: , calcule seus


respectivos determinantes:

A: → Det. A = (5 x 3) – (1 x 1 ) → (15) – (1) = 14 Det. A = 14

B: → Det. B = [(1) x (-10)] – [ (4 ) x (-7)] → (-10) – (-28) = (-10 + 28) = 18

PARA REFLETIR
Observe que, aqui, foi utilizado parênteses e colchetes, isso porque
multiplicamos valores negativos, havendo assim a regra de sinal. Observe,
também, que depois, o menos da fórmula: |diagonal principal – diagonal secundária|, faz regra
de sinal novamente com o (–28), por isso que ficou + 28. Percebeu que aqui precisamos estar
atentos a essas regrinhas da matemática básica?

C: → Det. C = [(-5) x (0)] – [(-1) x (6)] → (0) – (-6) = (0 + 6) = 6

Perceba que aqui temos a multiplicação por zero e depois a mesma regra de sinal da fórmula:
DET: [diagonal principal – diagonal secundária], deixando o valor (-6) positivo.

3.2.7.3 DETERMINANTE DE TERCEIRA ORDEM


Caro aluno, perceba que conforme vamos dando continuidade aos conceitos, eles vão
se relacionando entre si e ficando um pouco mais trabalhosos e complexos (por isso a

92
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
importância de você aprender bem os conceitos lá do início, pois eles são a base para todo
o nosso estudo). Se necessário, revise o que foi estudado, pois facilitará a compreensão
dos conceitos que estudaremos nesse item.
Dando continuidade, o determinante de uma matriz quadrada de terceira ordem é um
calculado de forma um pouco diferente do que a matriz de segunda. Para isso, fazemos
uso de um dispositivo prático chamado Regra de Sarrus (regra que você já teve contato
nos módulos anteriores).
Acompanhe a lógica do cálculo do determinante de uma matriz quadrada genérica A
de 3ª ordem por Sarrus, pois ela segue passos bem específicos.
Dada uma matriz genérica de ordem 3, temos:

A:

1º Passo: Repetimos, ordenadamente, a primeira e a coluna, à direita do mátria, assim:

2º Passo: Calculamos a soma “S1” dos produtos dos elementos da diagonal principal
e das diagonais paralelas a ela.

3º Passo: Calculamos a soma “S2” dos produtos dos elementos da diagonal secundária
e das diagonais paralelas a ela.

4º Passo: Calcula a diferença entre as duas somas: S1 – S2.


OBS: Você provavelmente encontrará esses passos calculados de maneira direta com
o seguinte esquema:

93
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Pode aparecer, também, os sinais de mais e menos no
esquema ao lado e a explicação de que:
det. A = (a11.a22.a33 + a12.a23.a31 + a13.a21.a32) – (a13.a22.a31 + a11.
a23.a32 + a12.a21.a33)

Exemplo 1: dada a matriz A3x3, calcule seu determinante: A:

Repetimos as colunas:

Multiplicamos as diagonais:

Então ficará: [(2 x 2 x 2) + (3 x 3 x 1) + (2 x 1 x 0)] – [(1 x 2 x 2) + (0 x 3 x 2) + (2 x 1 x 3)]


= [(8) + (9) + (0)] – [(4) + (0) + (6)]

Fazendo S1 – S2, temos: [(17) – (10)] = 7.

PARA REFLETIR
Você precisará ter um cuidado redobrado quanto a matriz apresentar valores
negativos, pois teremos as regrinhas de sinal!

Exemplo 2: vamos ver o que acontece quando temos valores negativos. Dada a matriz
B3x3, calcule seu determinante:

Repetimos as colunas e multiplicamos as diagonais:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Teremos, então: [(2 x 3 x 4) + (5 x 2 x 0) + ((-3) x (-1) x 1)] – [(0 x 3 x (-3))+(1 x 2 x 2) + (4 x
(-1) x 5)]. Fazendo as multiplicações, temos os valores: [(24) + (0) + (3)] – [(0) + (4) + (-20)].
Por último, temos S1 – S2: [(27) – (-16)] =[27 + 16] = 43

Você percebeu que exige atenção redobrada? É fácil errar um


sinal (que interfere em todo o resto do cálculo)!

3.2.7.4 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES


Caro aluno, veja que interessante: muitas vezes, o valor de um determinante pode ser
obtido sem muitos cálculos, com base apenas na aplicação de algumas propriedades, que
vamos estudar agora. Então, se você estiver atento a alguns elementos ou características
da própria matriz, conseguirá fazer, rapidinho, o cálculo de determinantes. Vamos lá
então?
Para facilitar, nas propriedades, chamaremos de fila de uma matriz (ou de seu
determinante) qualquer uma de suas linhas ou colunas e duas filas paralelas serão duas
linhas ou duas colunas, ok?

Propriedade 1: o determinante de uma matriz é igual ao determinante de sua


transposta.

PARA REFLETIR
Note como essa propriedade é útil. Você não precisará sofrer, nem fazer duas
vezes o cálculo, se eu souber que:

Exemplo:
Acima, calculamos o determinante da matriz B3x3,

Onde, Det. B = 43.

Por essa propriedade temos, que BT, terá determinante igual a 43 também.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Dúvidas? Que tal você praticar o cálculo de
determinante de matriz de ordem 3, por regra de
Sarrus, e verificar essa propriedade?

Determinante B = Determinante BT = 43

Propriedade 2: se uma fila de uma matriz é toda formada de zeros, seu determinante
é igual a 0.

Exemplo 1: A: → Det. A = [(5 x 0) – (1 x 0 ) → (0) – (0)] = 14 → Det. A = 0

Exemplo 2: B:
→ Det. B =0

PARA REFLETIR
você percebe como essa propriedade é importante? Na Matriz B, por
exemplo, faríamos por Sarrus. Observe, também, que ela possui valores altos.
Então poupamos tempo e trabalho ao notar que a última linha é formada por zeros, logo, o
determinante também será zero.

Propriedade 3: trocando-se de posição, entre si, duas filas paralelas de uma matriz, o
valor de seu determinante fica multiplicado por –1.

Exemplo:

G: → Det. G: -98

Dada, então, a mesma matriz G, modificada:


Observe que a segunda e a terceira
G: → Det. G: +98 linha trocaram de posição.

Propriedade 4: se duas filas paralelas de uma matriz são iguais, então seu determinante
é igual a 0.

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Note que na matriz Z, a primeira e a terceira linha são
iguais. Na matriz H, a primeira e a segunda coluna são
iguais. Importante: para que a propriedade dê certo,
precisa ser exatamente igual, inclusive os sinais.

Propriedade 5: se uma fila de uma matriz é multiplicada por um número real, seu
determinante fica multiplicado por esse número.

Exemplos:

A1: → Det. A = (2 x 1) – (5 x 3) → (2) – (15) = -13 → Det. A = -13

A2: → Det. A = (4 x 1) – (5 x 6) → (4) – (30) = -26 → Det. A = -26

A3: → Det. A = (4 x 2) – (10 x 6) → (8) – (60) = -52 → Det. A = -52

A4: → Det. A = (4 x 3) – (15x 6) → (12) – (90) = -78 → Det. A = -78

PARA REFLETIR
Esta propriedade costuma confundir bastante, porque como estudamos,
multiplicação de matrizes por um número real, esse número multiplicava todos os
termos, lembra? Então, muitos acreditam que o determinante será multiplicado por esse número
real também. No entanto, compare a matriz A1 e A2, perceba que a primeira linha foi multiplicada por
2, logo, o determinante de A2 também poderia apenas ter sido multiplicado por 2. Agora, perceba
que na matriz A3, todos os valores foram multiplicados por 2, mas que o determinante, quando
comparado com A1, foi multiplicado por 4. (Isso porque multiplicamos a primeira e a segunda linha
por 2, ou seja, Det x 2 x 2 = Det x 4). Note, ainda, que A4, quando comparada com A1, teve a primeira
linha multiplicada por 2, e a segunda por 3. Logo, o determinante foi multiplicado por 6. (2 x 3 = 6).
Esta propriedade é muito útil, porque assim como ampliamos a matriz A1, podemos reduzir matrizes
com valores altos (colocando os valores em evidência para depois multiplicar pelo determinante). Por
exemplo, reduzindo A4, teremos a matriz A1, (muito mais simples) e teremos os valores 2 e 3 a parte,
que multiplicamos pelo determinante, nesse caso: (-13) x 2 x 3 = - 78. (Mais simples, não é?).

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Propriedade 6: se, duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, seu
determinante é igual a 0.

Exemplo: Outra propriedade muito útil que poupa tempo.


Observe que a terceira linha é cinco vezes maior que a
segunda (portanto são proporcionais). Logo, det. M = 0.
Não acredita? que tal tirar a prova real por Sarrus?

Propriedade 7: o valor de um determinante não se altera se a uma fila adicionarmos


outra fila paralela, multiplicada por uma constante.

Exemplo: Observe que as matrizes são as mesmas, somente somamos


a segunda coluna à primeira. Poderíamos ter multiplicado
por qualquer valor e depois somado ou diminuído (tanto
linha, quanto coluna). Eu sei... você está se perguntado: “Por
que eu vou querer fazer isso?” Acontece que em algumas
aplicações como em sistemas de equação e em Cálculo
Numérico, precisamos manipular as equações sem que estas
manipulações alterem o resultado final.

Calculando o determinando da matriz A original, temos:

→ (-25) – (-6) = -19


Calculando o determinando da matriz A, cuja a primeira coluna foi somada, temos:

→ (-35) – (-16) = -19

Propriedade 8: o determinante do produto de duas matrizes de mesma ordem é igual


ao produto de seus determinantes: det (A•B) = det A • det B.

Exemplo: dadas as matrizes A e B abaixo, calcule o determinante de (A.B).

Multiplicando as matrizes A.B, teremos: (linha x coluna, lembra?)

98
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Agora, com a matriz produto (A.B), calculamos então seu determinante

→ Det. B = [(6 x (-14)] – [(-9) x (8)] → [(-84) – (-72)] = -12

No entanto, perceba que podemos fazer todo esse processo de maneira muito mais
fácil e rápida. Basta fazermos os determinados separadamente e depois multiplica-los.
Assim:

→ Det. A = [(2 x (-1)] – [(-3) x (2)] → [(-2) – (-6)] = 4

→ Det. B = [(3 x (-1)] – [(0) x (5)] → [(-3) – (0)] = -3


Fazendo Det. A x Det. B, temos: 4 x (- 3) = -12
Mais simples, não é?

PARA REFLETIR
Essa propriedade só é válida se for na multiplicação, ou seja: det (A.B) = det A
. det B. Ela não é válida para soma, diferença, etc: det (A+B) = detA + detB. Alguns
livros e autores, inclusive trazem isso como outra propriedade.

SAIBA MAIS
Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre Determinantes? O Trabalho
de Neta, traz um estudo referente aos Determinantes e suas propriedades,
abordando inclusive conceitos mais aprofundados que vale a pena estudar. Você pode acessar:
• http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/499 8/1/PDF%20
20Margarida%20Ramos%20de%20Oliveira%20N%C3%A9ta.pdf

99
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
ATIVIDADE DE INTERAÇÃO – QUIZ
Caro aluno, que tal testar seus conhecimentos aprendidos nessa unidade?
Acesse a plataforma e responda ao “quiz” referente ao estudo de Matrizes e
Determinantes. Mas antes, lembre-se de dar aquela revisada na Unidade e reveja além dos
cálculos, a teoria, como os tipos de matrizes, a condição para a existência de multiplicação de
matriz por matriz, as propriedades dos determinantes, etc.

AUTO ATIVIDADE
1) (UFRGS) Sendo A: (aij)mxm uma matriz quadrada de ordem 2, onde aij é dado
por: i² + j², avalia-se que o seu determinante corresponde a:
(A) 10 (B) 9 (C) -10 (D) -9 (E) 0
2) Dada a matriz A: , analisa-se que o determinante de A², possuirá o valor de:
(Atenção: A² corresponde a: A x A)
(A) 10 (B) 36 (C) 34 (D) 0 (E) -36
3) (UFRGS) Se A é uma matriz (2x2) e det A = 5, então o valor de det 2.A é:
(A) 5 (B) 10 (C) 20 (D) 25 (E) 40
4) Muitas vezes, o cálculo de um determinante pode ser simplificado a partir de
determinadas propriedades. Considerando a matriz abaixo:

Utilizando as propriedades dos determinantes, avalia-se que seu valor corresponde a:


(A) 0 (B) 15 (C) -90 (D) 90 (E) -1

5) Dada a matriz B: , e analisando as propriedades dos determinantes,

analisa-se que seu valor corresponde a:


(A) 128 (B) -128 (C) 36 (D) 0 (E) -36
6) Dada as matrizes:

100
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
O determinante de A.B corresponde a:
(A) 18 (B) -6 (C) 3 (D) -18 (E) 6

7) Dada a matriz B: , e, analisando as propriedades dos determinantes,

analisa-se que seu valor corresponde a:


(A) 12 (B) -15 (C) 36 (D) 0 (E) 17

8) O cálculo de determinantes pode ser utilizado também na resolução de equações. Dada a


matriz A: , onde o seu determinante é igual a 10, avalia-se que x terá valor:
(A) 2 (B) -1 (C) 3 (D) 1 (E) -2
9) (UFC) Uma matriz é dita singular quando seu determinante é nulo. Então, os valores de x
que tornam singular a matriz abaixo, são:

(A) 0 e 9. (B) 2 e 3. (C) −2 e 4. (D) −3 e 5. (E) −9 e −3.

10) Considere a matriz A abaixo:

É dado que seu determinante vale 15. Então, dada a matriz B abaixo, analisa-se que seu
determinante corresponde a:

(A) 15 (B) 30 (C) 150 (D) 300 (E) 900

PARA REFLETIR
Caro aluno, aplicando as propriedades dos determinantes, perceba que a

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
matriz B é a transposta da matriz A, assim, seu determinante, inicialmente, continua o mesmo
valor. No entanto, note que a primeira linha foi multiplicada por 10 e a segunda coluna por 2,
assim, seu determinante também será multiplicado pelos mesmos valores.

SUGESTÃO DE FILME
X+Y é um filme do gênero comédia dramática,
lançado em 2014 e inspirado no documentário da
BBC, Beautiful Young Minds. O filme retrata a história de Nathan
(Asa Butterfield), um jovem prodígio da matemática que possui
dificuldade em compreender as pessoas, mas grande facilidade
para compreender os números. O filme foi premiado no Toronto
International Film em 2014.

SUGESTÃO DE LIVRO
O HOMEM QUE CALCULAVA:
O Livro de Malba Tahan (heterônimo do
professor brasileiro Julio César de Mello e Souza) narra as
aventuras do calculista persa Beremiz Samir, na Bagdá do século
XIII. Trazendo diversos problemas, quebra-cabeças e curiosidades
da matemática. O livro foi publicado pela primeira vez em 1938 e
já chegou a sua 89ª edição, sendo traduzida para o espanhol, o
português, o inglês, o italiano, o alemão e o francês.

3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Caro aluno, estamos quase na reta final.
Concluímos a Unidade 3, onde estudamos o conceito de matriz e conhecemos seus

102
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
tipos especiais. Aprendemos a comparar matrizes, a identificar a matriz nula, a obter a
oposta e a transposta de uma matriz, analisando matrizes simétricas e antissimétricas.
Nesta unidade estudamos também as operações e as propriedades que envolvem
matrizes, percebendo as especificidades da soma, diferença e da multiplicação de uma
matriz por um escalar.
Vimos que a multiplicação de matrizes se trata de uma operação que se distingue das
que estudamos anteriormente, pelo fato de não ser comutativa, requerendo um pouco
mais de atenção na realização dos cálculos.
Por fim, estudamos determinantes e suas propriedades, verificando como as mesmas
podem facilitar significativamente seu cálculo.
Na próxima unidade, daremos continuidade aos estudos da Álgebra Linear e
abordaremos Sistemas de Equações Lineares. Você perceberá que os conceitos
aprendidos na unidade 3 se relacionam com os conceitos da unidade 4. Assim, reiteramos
a importância de você dedicar tempo aos estudos para se apropriar e compreender
efetivamente todos os conceitos vistos nessa unidade, mas não se limite apenas a esse
material, busque constantemente novos livros, apostilas, vídeos e outros instrumentos
que possam vir a acrescentar na amplitude de seu conhecimento, pois o sucesso de seu
aprendizado depende da sua busca e do seu empenho por ele!
Um grande abraço e até a unidade 4.

3.4 QUESTÕES FINAIS


1) Em uma doceria são fabricados 4 tipos diferentes de doces (D1, D2, D3, D4). Utilizam-
se 3 ingredientes básicos (X, Y, Z), em diferentes porções, como representados na tabela
a seguir:
X Y Z
D1 2 0 1
D2 0 1 2
D3 1 1 1
D4 1 2 0

O custo de cada porção está especificado na tabela:

CUSTO
X R$ 30,00

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Y R$ 20,00
Z R$ 10,00

Baseando-se nessas informações, e analisando o custo e a fabricação, avalia-se que:


(A) D3 possui custo maior que D1.
(B) D2 possui o mesmo custo que D3.
(C) D3 possui o mesmo custo que D4.
(D) D1 possui o mesmo custo que D4.
(E) D2 possui custo maior que D4.

2) (UFRGS - ADAPTADA). É comum muitas empresas organizarem sua contabilidade


em tabelas e planilhas, uma vez que este recurso possibilita gerenciar custos, vendas,
lucros, despesas, etc. Em certo restaurante, a matriz C fornece, em reais, o custo das
porções de arroz, carne e salada usados. A matriz P fornece o número de porções de
arroz, carne e salada usados na composição dos pratos tipo P1, P2 e P3.

CUSTO PRATOS
ARROZ 1 ARROZ CARNE SALADA
CARNE 3
SALADA 2 P. 1 2 1 1
P. 2 1 2 1
P. 3 2 2 0

A matriz que fornece o custo de produção, em reais, dos pratos P1, P2 e P3 é dada por:

A)

(B)

(C)

(D)

(E)

104
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
3) As matrizes são tabelas de números reais utilizadas em quase todos os ramos da
ciência e da engenharia. Várias operações realizadas por computadores são através de
matrizes.
Na matriz A: (aij)20x12, onde aij=4i³-5j², avalia-se que o termo a33, corresponde a:
(A) 63
(B) 30
(C) 32
(D) -9
(E) 65

3.5 REFERÊNCIAS
ANTON, Howard. Álgebra linear contemporânea. Porto Alegre: Bookman, 2006.

ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Edição: 8. ed: Porto
Alegre: Bookman, 2001.

BOLDRINI, José Luiz; COSTA, Sueli I. Rodrigues; FIGUEIREDO, Vera Lúcia; WETZLER,
Henry G. Álgebra linear. Edição: 3. ed.: São Paulo: Harbra, 1980.

CORRÊA, Paulo Sérgio Quilelli. Álgebra linear e geometria analítica. Rio de Janeiro:
Interciência, 2006.

DOMINGUES, Hygino H., Álgebra Moderna: Volume Único. Edição: 4. ed. . ed.: São
Paulo: Atual , 2003

ESPINOSA, Isabel Cristina de Oliveira Navarro; BARBIERI FILHO, Plinio; BISCOLLA,


Laura Maria da Cunha Canto Oliva. Álgebra Linear para Computação. Rio de Janeiro:
LTC, 2010.

MEDEIROS, Valéria Zuma;CALDEIRA, André Machado, Pré-Cálculo. Edição: 2. ed.. ed.:


São Paulo: Cengage Learning, 2013

LANG, Serge; JUTUCA, Luiz Pedro San Gil. Álgebra linear. Rio de Janeiro: Ciência
Moderna, 2003.

ROCHA, Enrique, Raciocínio lógico: você consegue aprender. Edição: 2. ed.: Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006

SANTOS, Fabiano José dos; FERREIRA, Silvimar Fábio, Geometria analítica. Porto
Alegre: Bookman, 2009

SHOKRANIAN, Salahoddin. Uma introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro: Moderna, 2009.

105
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
106
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
4
unidade
SISTEMAS DE
EQUAÇÕES LINEARES

107
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
4.1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, na unidade anterior vimos conceitos fundamentais da Álgebra Linear
e estudamos matrizes e determinantes, analisando suas operações e algumas das muitas
aplicações desses importantes estudos do ramo da Matemática.
Nessa unidade, daremos continuidade aos estudos da Álgebra Linear e abordaremos
inicialmente os conceitos de Sistemas de Equações Lineares, Sistemas equivalentes.
Posteriormente, aprenderemos a analisar e discutir um sistema linear, bem como a
resolvê-lo por diferentes métodos, como o da adição, da substituição regressiva, o Método
de Cramer e o Método de Gauss.
• Objetivamos que nessa unidade você aprenda a:
• Identificar equações lineares, bem como suas soluções;
• Resolver, classificar e interpretar um sistema linear com diferentes equações e
incógnitas;
• Reconhecer sistemas e representá-los na forma matricial;
• Manipular e transformar sistemas lineares;
• Resolver sistemas lineares pelo método de adição;
• Resolver sistemas lineares aplicando a Regra de Cramer;
• Resolver sistemas lineares aplicando o método de Gauss (escalonamento).

A unidade 4 também está dividida em subseções para melhor contemplar os objetivos


propostos acima e, como no anterior, também traz “auto atividades”, “quiz” e um
exercício final.
Você deve ter percebido que, conforme damos continuidade aos conceitos, eles vão se
relacionando entre si e ficando mais trabalhosos e complexos, por isso a importância de
você aprender bem os conceitos lá do início, pois eles são a base para todo o nosso estudo.
Esperamos que esse material seja de grande apoio e aprendizado, porém, reforçamos
que é importante você se dedicar aos estudos e que nesse processo, você pode buscar novas
fontes, como novos livros ou mesmo vídeos-aulas do YouTube, onde muitos professores
trazem juntamente com as explicações, questões mais complexas de concursos públicos
e Enade, por exemplo. Não coloque limites para seus conhecimentos. Vamos lá então?

4.2 DESENVOLVIMENTO
Sistemas de equações lineares são amplamente usados em Modelagem Matemática,
que de uma maneira geral, podemos dizer que são métodos analíticos e numéricos pelos

108
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
quais resolvem-se problemas dos mais variados tipos, relacionados a diferentes áreas,
uma vez que no mundo real, dificilmente teremos uma situação isolada, ela geralmente
vem num contexto que interfere nos resultados.
Dessa forma, grande parte dos problemas estudados em Álgebra Linear, em
Matemática, em Física, em Engenharia, etc. recaem em sistemas de equações lineares.
Ok! Vamos agora imaginar a seguinte situação problema: para determinada obra
arquitetônica, uma empresa adquiriu um terreno de 4000 m², entretanto, o cliente
requer dois edifícios distintos que atendam diferentes demandas. Assim, após análises e
estudos, verificou-se que, para atender os objetivos de cada construção, a melhor opção
é dividir o terreno em dois lotes diferentes, de maneira que o maior deles deverá ter 500
m² a mais do que o lote menor.
Analisando essas necessidades, qual deverá ser a área de cada terreno?

ATENÇÃO
Caro aluno, avalie a problemática apresentada e tente fazer sozinho, sem já
verificar a resposta. Como você resolveria essa situação problema?
Conseguiu resolver? Achou difícil?

Vamos lá então: para resolver qualquer situação problema, comece analisando e


retirando os dados ou informações que o problema apresenta.
No nosso exemplo, vamos chamar o lote maior de “x” e o menor de “y”. A informação
inicial que a problemática traz é de que a somas das duas áreas será de 4000 m², então,
matematicamente, temos que: x + y = 4000. (ok até aqui?)
Sabemos também que o terreno maior terá 500 m² a mais do que o menor, como
falamos que x é o maior e y é o menor, podemos analisar de duas formas diferentes:
x = y + 500
x – y = 500.

Observe que as equações são iguais na realidade, pois apenas isolamos x na primeira
equação. Para você entender melhor, talvez seja necessário você revisar alguns conceitos
de equações e funções aprendidas lá no ensino fundamental e médio.

Abstraídas as duas equações da nossa situação problema, podemos agora formar


o sistema de equações, e como “y” possui valores opostos, podemos somar as duas
equações e zerar essa incógnita, dessa forma:

109
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
PARA REFLETIR
Notou alguma semelhança com matrizes? Não? Lembra que em igualdade de
matrizes, também encontramos os valores dos coeficientes (termos) por esse
mesmo método? Para você entender melhor, explicaremos o passo a passo em: “Resolução pelo
método da adição”.

x + y = 4000
x – y = 500
2x + 0 = 4500
x= x = 2250.

Encontrado o valor de x, substituímos em qualquer uma das equações para encontrar


o valor de y, então temos que:
x + y = 4000
2250 + y = 4000
y = 4000 – 2250 → y = 1750.

O interessante (e a beleza da Matemática) é que essa é apenas uma das formas de


calcular. Temos diferentes métodos que se adequam de acordo com a complexidade dos
sistemas de equações ou das situações problemas.
Por exemplo, poderíamos resolver o mesmo sistema pelo método da substituição,
onde primeiro organizamos o sistema de equações:
x + y = 4000 Esse é o chamado “método da substituição”, você provavelmente
x = y + 500 já o estudou no ensino fundamental e médio e como ele é um tanto
quanto limitado, trabalharemos outros métodos.

Tomando a segunda equação, onde x já está isolado e substituindo na primeira


equação, temos que:
x + y = 4000
(y + 500) + y = 4000 (Observe que apenas substituiu x, e agora teremos apenas y).
2y = 4000 – 500
2y = 3500

y= → y = 1750. (Encontramos o mesmo valor de y que o encontrado


através do método anterior).

110
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Agora, substituímos em qualquer equação. Tendo como referência a equação:
x + y = 4000
x – 1750 = 4000
x = 4000 – 1750 → x = 2250

Vamos a outro exemplo bem simples, só para você entender que sistemas de equações
fazem parte do seu dia a dia, sem que você perceba: se você vai à padaria e pede 5 coxinhas
e 3 pães de queijo e o valor pago foi de R$ 23,50, poderíamos expressar essa compra com
a seguinte equação:
5c + 3p = 23,50
Nos dois exemplos, tratam-se de equações lineares, então, é dado que uma equação de
1º grau, com uma ou mais incógnitas, é denominada equação linear.
DEFINIÇÃO DE EQUAÇÃO LINEAR
Por definição, temos que: seja R o conjunto dos números reais, denomina-se equação
linear uma expressão algébrica da forma: a1x1 + a2x2 +...+ anxn = b, onde:
a e x Є R;
ai - são chamados coeficientes de xi;
xi - são chamados incógnitas ou variáveis; e
b - é chamado termo independente, termo constante ou simplesmente constante da
equação.

IMPORTANTE
x1 e x2 são incógnitas de valores diferentes, ok? Podemos utilizar x e y, por
exemplo, sendo que o expoente deles sempre será 1.

Exemplo: 5x – 2y + z = 12. Aqui, 3, -2 e 1 são os coeficientes das variáveis (incógnitas)


x, y e z (importante: veja que quando não temos os valores dos coeficientes na frente das
variáveis, o valor delas é 1). O termo constante da equação é 12.
Esteja atento para não confundir equações lineares e equação não-lineares, observe a
diferença.

Equações Lineares Equações Não-Lineares


x - 20y + z = 70 xy - z + 5t = 8
5x - 3z - t = 0 -y+z=7
- x + 40z = t - y + 40 x -x=-4
2

x1 - 2x2 + 15 = 0 - 15 = 0
2x + 5 = z sen(x) + y = 3

111
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Note que uma equação linear não envolve produtos ou raízes de variáveis. Repare
também que todas as variáveis ocorrem somente na primeira potência e não ocorrem
por exemplo em equações trigonométricas, logarítmicas ou exponenciais.
Um conjunto finito de equações lineares é denominado sistema de equações lineares
ou apenas, sistema linear.

4.2.2 SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO LINEAR


A solução de uma equação linear é o conjunto de valores (números reais) que, quando
atribuídos as incógnitas, torna verdadeira a equação. Ou, dito de outra forma, satisfazem
a equação (ou igualdade).
Por exemplo, dado a equação: 3x + 2y = 10, quais valores atribuídos a x e y, satisfazem
a igualdade?
Podemos inicialmente atribuir valores, utilizando tentativa e erro, por exemplo: x = 2
e y = 2, então substituindo teremos: 3.(2) + 2.(2) = 10 → 6 + 4 = 10 → 10 = 10.

PARA REFLETIR
Perceba que quando substituímos nas variáveis, os coeficientes as
multiplicarão (havendo regras de sinais). A resposta vem dada na sequência das
incógnitas, nesse caso (x, y) = (2, 2).

Observe agora o que acontece: vamos atribuir os valores de (0, 5). Como você relembrou
ali em cima, as respostas vêm de acordo com a ordem das incógnitas, então teremos x = 0
e y = 5. Substituindo na equação: 3.(0) + 2.(5) = 10 → 0 + 10 = 10 → 10 = 10.

ATENÇÃO
Percebeu o que aconteceu? Tanto o par ordenado (2, 2) quanto (0, 5),
satisfazem a equação. Qual das duas respostas está correta? As duas! E
precisamos estar atentos a isso!

Vamos agora verificar os valores (1, 3): 3. (1) + 2. (3) = 10 → 3 + 6 = 10 → 9 ≠ 10.

112
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Conclui-se, então, que (1, 3) não é solução para a equação linear dada, assim, dizemos
que o pares ordenado (x, y) = (2, 2) e (0, 5), são soluções para a equação, enquanto o par
ordenado (x, y) = (1, 3) não é solução da equação 3x + 2y = 10.
Dessa forma, tem-se a definição de que a solução de uma equação linear é toda
sequência de valores das incógnitas que satisfaz a equação.

4.2.3 EQUAÇÕES LINEARES ESPECIAIS


Equação linear homogênea: é toda equação em que o termo independente é igual a
0. Ex.: x + 5y = 0 é uma equação linear homogênea.

PARA REFLETIR
Esteja atento, pois 2x – y – 10 = 0 não é equação linear homogênea, uma vez
que ela equivale a 2x – y = 10, em que o termo independente é 10.

IMPORTANTE
Toda equação linear homogênea admite, pelo menos, a solução (0, 0, 0, ..., 0), em que todas
as incógnitas são iguais a 0. Ela é chamada solução trivial da equação. A equação homogênea x
+ 5y = 0 admite, portanto, a solução trivial (0, 0).

Equação linear nula: é a equação em que todos os coeficientes e o termo independente


são iguais a 0. Ex.: 0x + 0y = 0 é uma equação linear nula.

Equação linear impossível ou incompatível: é toda equação linear em que todos os


coeficientes são iguais a 0 e o termo independente é diferente de 0. Ex.: 0z + 0y = 2 é uma
equação linear impossível ou incompatível.

4.2.4 SISTEMAS LINEARES


Como já conceituamos, um sistema de equações lineares (ou, simplesmente, um
sistema linear) é um conjunto de equações lineares, sendo que a solução do sistema é a
solução de todas as equações lineares que o compõe, ou seja, que satisfazem as igualdades

113
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
simultaneamente.
Um sistema linear, com m equações e n incógnitas, tem a seguinte forma genérica:

Ex. é um sistema linear co é um sistema linear homogêneo


m duas equações e duas com três equações e três
incógnitas x e y. incógnitas x, y e z.

4.3.5 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS LINEARES QUANTO Á SOLUÇÃO


Um sistema linear pode ter ou não solução. Tendo solução, pode haver somente uma
ou mais de uma. Assim, classifica-se um sistema linear quanto à existência e quantidade
de soluções, da seguinte forma:

Figura 45. Classificação de sistemas lineares. Fonte: do autor.

4.2.6 SISTEMAS EQUIVALENTES


Se dois sistemas possuem exatamente as mesmas soluções, dizemos que esses
sistemas são equivalentes.

114
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
A condição primária para que dois sistemas sejam equivalentes é, logicamente, que
sejam de mesmo tipo quanto ao número de soluções.
De uma forma geral, temos que:
Dois sistemas do tipo (SI) são sempre equivalentes.
Dois sistemas do tipo (SPD) são equivalentes somente se sua solução única for a
mesma.
Dois sistemas do tipo (SPI) são equivalentes somente se as suas infinitas soluções
forem exatamente as mesmas.
Indica-se sistemas equivalentes por: S1 ~ S2. Veja os dois sistemas abaixo:


Resolvendo-os separadamente, encontra-se a solução S: (4, 1) para ambos, dessa
forma, temos que esses dois sistemas são equivalentes.

4.2.7 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE ADIÇÃO


Resolver um sistema linear significa descobrir o seu conjunto solução S, formado por
todas as soluções do Sistema.
É possível aplicar diferentes métodos para a resolução de um sistema de equações.
Quando esse sistema possui apenas duas equações e é classificado como possível e
determinado, pode-se resolvê-lo usando o método da adição, que é um dos mais simples
e conhecidos.
O método consiste em somar as equações de um sistema termo a termo, entretanto,
as vezes será necessário manipular o sistema para se obter valores equivalentes. Vamos
fazer passo a passo para facilitar?

Primeiro passo: organizar os termos do sistema - o método de adição só é possível


de ser aplicado quando os termos possuem as mesmas incógnitas, entretanto nem
sempre esse sistema vem organizado, sendo necessário manipulá-lo. Ex.:

Observe que o sistema possui


as mesmas incógnitas, então
organiza-se o sistema, estando
atento aos sinais e operações.

115
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Segundo passo: Igualar uma das incógnitas, multiplicando uma das equações por
uma constante apropriada - esse passo nem sempre é necessário, pois se as incógnitas já
possuem os mesmos valores (já sendo opostos aditivos), basta realizar a soma. Entretanto,
muitas vezes será necessário modificar as equações, multiplicando uma das equações
por uma constante, que a transforme em seu oposto aditivo, dessa forma:

Note que embora tenhamos organizado o sistema, não é possível somar


nenhuma das incógnitas de maneira que resultem em zero, mas perceba
que se multiplicarmos a primeira linha por (-3) e somar com a segunda
equação, iremos zerar “x”, ou podemos multiplicar a primeira linha por (-2) e
ao somar com a segunda equação, zerando “y”.

Escolhendo zerar “x”, multiplica-se então a primeira linha por (-3), assim, tem-se
que:

Multiplica todos os termos da


equação, atendo-se as regras
de sinais.

Terceiro passo: somar as equações - uma vez que as equações tenham aditivos
opostos, basta somar as equações e trabalhá-las separadamente como equações de
primeiro grau, dessa forma:

Encontrado o valor de y, substitui-se em


qualquer equação e calcula-se x.

Escolhendo a primeira equação, temos que:


2x - 2y =10 → Substituindo y.
2x - 2(-10) = 10
2x
Solução: (-5, -10). Note que, substituindo os + 20 = 10
valores em qualquer equação, a solução torna
2x = -10 x = x = -5
verdadeira a igualdade.

116
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
4.2.8 MATRIZES ASSOCIADAS A UM SISTEMA LINEAR
Dado um sistema linear com m equações e n incógnitas:

podemos transformá-lo nas seguintes matrizes:

Matriz (m × n) - coeficientes Matriz/Vetor (m × 1) - termos independentes

Matriz aumentada (ou ampliada) (m × (n + 1)) do sistema

Transformar um sistema linear em matriz facilita a manipulação e a resolução do


mesmo, como veremos no método abaixo.

4.2.9 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE CRAMER


A regra de Cramer foi introduzida pelo matemático suíço Gabriel Cramer em 1750, que
propôs um processo de resolução de sistemas de 1º grau usando determinantes.

117
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Seja um sistema genérico:

Primeiro passo - construímos a matriz “A”, formada apenas pelos seus coeficientes:

Calcula-se o determinante dessa matriz.

Segundo passo - determinamos a matriz Ax1, que se obtém a partir da matriz A,


substituindo-se a coluna dos coeficientes de x1 pela coluna dos termos independentes.

Calcula-se o determinante dessa matriz.


Então, pela regra de Cramer, fazemos: x1 =

De maneira análoga podemos determinar os valores das demais incógnitas,


substituindo as colunas pelos coeficientes. Assim, tem-se, de maneira geral, que:

xn =

Exemplo: dado o sistema abaixo, calcule, pela Regra de Cramer, x e y.

Construindo a matriz formada pelos coeficientes, temos:


Calculamos o Det. A = (2. -1) – (3 . 1) = -5

118
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Organizamos a matriz formada pelos coeficientes no lugar da coluna 1, e
calculando o determinante e o valor de x (porque x se encontra na primeira coluna), tem-
se.
Det. A1 = (10 . -1) – (5.1) = -15

Então, pela regra de Cramer fazemos: x = →x= =3



Agora, montamos a matriz formada pelos coeficientes no lugar da coluna 2, e
calculamos o determinante e o valor de y (que está na segunda coluna).
Calculamos o Det. A = (2. 5) – (3 . 10) = -20

Pela regra de Cramer, fazemos: y = = 4, assim, temos a solução S: (3, 4)

Do teorema de Cramer, podemos concluir que:


Se: D ≠ 0 ⇒ sistema compatível determinado.
Se: D = 0 ⇒ sistema incompatível ou compatível indeterminado.
Assim, para identificarmos se ele é SPI ou SI, teremos que encontrar todos os valores:
para saber se o sistema é possível e indeterminado ou impossível. Se todos forem
iguais a 0, teremos um SPI, mas se pelo menos um valor for diferente de zero, teremos
um SI.
O Teorema de Cramer é pouco usado, uma vez que o método de Gauss, que veremos
mais adiante, permite encontrar soluções para sistemas que não tenham o mesmo
número de equações e incógnitas (o que não é permitido na Regra de Cramer, uma vez
que os determinantes estão associados a matrizes quadradas). Ele também acaba sendo
trabalhoso ao exceder, por exemplo, três equações (e incógnitas). Para estes casos, é mais
utilizada a técnica de escalonamento, que facilita a resolução e a discussão de um sistema.

SAIBA MAIS
Ao longo do estudo você se perguntou “aonde se aplica tudo isso”? Por que
não descobrir mais explorando o estudo de Lamin? O trabalho contextualiza a
resolução de problemas através de sistemas de equações lineares, abordando aplicações na
Economia, na Engenharia e até na dieta. Você pode acessá-lo em:
• http://www.mtm.ufsc.br/~daniel/7105/Maria_Regina_Nunes_Lamin.pdf

119
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
AUTO ATIVIDADE
Caro aluno, é importante você compreender que, embora não nos demos
conta, é possível transformar situações e problemáticas reais em equações e em
sistemas de equações. É fundamental também que você se aproprie dos conceitos de sistemas
equivalentes, classificação e diferenciação de sistemas no tocante as suas soluções e suas
diferentes formas de resolução.
Dessa forma, realize as atividades abaixo e perceba quais são os seus entendimentos e
dúvidas, bem como suas dificuldades. Se necessário, busque outras fontes, outros livros, vídeos
aulas e forme grupos de estudo.
Para começar, vamos exercitar o pensamento lógico e algébrico: resolva cada situação dada
abaixo, elaborando equações lineares e resolvendo os problemas dados através de sistemas
lineares.
1) Em determinada transportadora, uma carreta pode levar apenas dois produtos: x ou y.
Sabe-se que as caixas pesam 65 kg e 70 kg respectivamente, sendo que a carga máxima para
essa carreta é de 3,725 T. Organizando a logística do transporte, esses produtos deverão estar
em caixas do mesmo tamanho que totalizam 55 caixas em cada viagem, para que a carreta
esteja com a capacidade máxima ocupada de espaço e “peso” (massa).
a) Elabore um sistema de equação que representa essa problemática.
b) Calcule quantas caixas de cada tipo são transportadas por essa carreta, estando ela
carregada com sua capacidade máxima.
c) Classifique esse sistema

2) Certo concurso é pontuado da seguinte maneira: o candidato ganha dois pontos por cada
questão que acerta, entretanto perde um ponto por cada questão que erra. Sabendo que o total
eram 40 questões e que um candidato obteve 32 pontos, avalie:
a) Quantas questões esse candidato acertou e quantas questões ele errou?
b) Dado que, para ser aprovado no concurso, o candidato deve ter acertado no mínimo 70%
da prova, esse candidato foi aprovado ou reprovado?

3) Uma certa empresa analisa o corte de uma peça retangular “A” que possui 20 cm de
perímetro. Eles cogitam modificar a peça para que essa tenha a mesma área, porém um
perímetro menor. Dessa forma, testam aumentar a largura em 2vcm e reduzir o comprimento em
4 cm, transformando em uma peça “B” quadrangular. Dado essas informações:

120
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
a) Calcule as medidas de cada peça.
b) Avalie qual das peças corresponde à necessidade da empresa.

4) Uma determinada loja vende dois produtos: P1 e P2, por preços específicos, sendo eles
unitários e diferentes, dados por números inteiros de reais. Na compra de 1 unidade de P1 e P2,
um cliente pagaria 120 reais. Na compra de 5 unidades de P1 e 3 unidades de P2, pagaria 460
reais. Dado essas informações, elabore um sistema linear e, com base nele, calcule o preço
unitário de cada um dos produtos.

5) Escreva o sistema abaixo na forma de equação matricial, e verifique se os ternos


ordenados (2, 2, 3), (-1, 3, 1) e (2, -1, 0) são soluções do mesmo.

6) Escreva as equações dos sistemas associados à matriz dada abaixo:

7) Utilizando a regra de Cramer, calcule o sistema abaixo:

GABARITO
1) Interpretando a problemática e retirando os dados, temos:
a)
b) Para calcular, você pode optar tanto pelo método da substituição, quanto pelo método da
adição. Por substituição:
y = 55 – x
Substituindo:
65x + 70(55 – x) = 3725
65 x + 3850 – 70x = 3725
-5x = -125
x= x = 25

121
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Substituindo: x + y = 55
25 + y = 55
y = 55- 25
y = 30
S: (25, 30).
c) Como ele tem uma única solução, ele é possível e determinado (SPD).
2) Interpretando a situação e retirando os dados, temos:
a) x + y = 40
2x – y = 32
Para calcular, vamos utilizar o método da adição.
x + y = 40
2x – y = 32
3 x + 0 = 72
x= x = 24
Substituindo: x + y = 40
24 + y = 40
y = 16
S: (24, 16). Ou seja, acertou 24 e errou 16.
b) O candidato precisava acertar 70% da prova. Como temos 40 questões, fazemos então: 40
x 0,7 = 28 questões. O candidato acertou 24 questões (60% da prova), logo foi reprovado.
3) Caro aluno, essa questão requer um pouco mais de atenção para transformar a
problemática em um sistema linear e requer alguns conhecimentos de geometria básica, como
área e perímetro. Vamos partir do princípio de que o perímetro é o total do contorno. Adotando
“x” como largura e “y” como comprimento, podemos expressar o perímetro pela equação:

2x + 2y = 20

Aumentando a largura em 2cm e reduzindo o comprimento em 4 cm, temos: x + 2 e y - 4, e


como ele informa que a peça vira um quadrado, temos então que os lados serão iguais, logo:
x+2=y-4
Montando então o sistema, teremos:
2x + 2y = 20
x+2=y–4

122
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Calculando pelo método da adição, vamos inicialmente organizar o sistema:
2x + 2y = 20
x–y=-6

x=2
Substituindo:

y=8
b) Sabe-se que x e y correspondem à largura e ao comprimento da peça A, e que na peça B,
aumentou-se a largura em 2 cm e reduziu o comprimento em 4 cm. Assim, temos que:

Área A: b.h = 16 cm; perímetro A: 20 cm


Área B: b.h = 16 cm; perímetro B: 16 cm
Observando os dados, avalia-se que peça B corresponde às necessidades da empresa.
4) Interpretando a situação e retirando os dados, temos:

Pelo método de adição temos:

Substituindo:
p1+ p2 = 120
p1+ 70 = 120
p1 = 50
5) Transformando o sistema em matriz, temos:

123
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Substituindo as possíveis soluções, constata-se que apenas os valores (2, -1, 0), satisfazem as
três equações, sendo, portanto, a solução do Sistema.

6) Dado a matriz, basta multiplicarmos linha pelas colunas, como vimos no capítulo anterior.

8d – 5y + 6c = 11
9d + 3y – 3c = 32
5d – 2y + 3c = 57

7)

Calculando o Det. A, temos:


Det: (2 . 4) – (2 . (-3)) = 8 – (-6) = 14

Calcula-se x (que está na primeira coluna).

Det: (-4. 4 ) – (10 . (-3)) = -16 – (-30) = +14

x= →x= =1
Por fim, calcula-se y (que está na segunda coluna).
Det: (2 .10) – (2 .(-4)) =
20 – (-8)

124
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
y= →y= =2
S: (1 ,2).

4.2.10 SISTEMA LINEAR ESCALONADO


Nos sistemas lineares a seguir, observe os coeficientes das incógnitas.

Sistemas com esse formato são denominados sistemas escalonados (os zeros ficam
debaixo de uma “escada”). Note que de uma equação para a seguinte, as incógnitas vão
zerando sucessivamente. Sistemas nesse formato são extremamente importantes para
sua resolução.

4.2.11 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE UM SISTEMA LINEAR ESCALONADO

4.2.11.1 ANÁLISE DE SISTEMA ESCALONADO POSSÍVEL E IMPOSSÍVEL


Observe os sistemas escalonados abaixo e repare na diferença entre eles. Você
consegue classificá-los como possíveis ou impossíveis?


Conseguiu perceber a diferença entre os dois? Note que no sistema (I), a última
equação é impossível (vimos isso acima, em equações especiais).
Dessa forma, não precisaremos analisar outras equações, nem calcular o sistema, pois
havendo uma única equação impossível, o sistema todo será impossível (SI).
Agora, repare a última equação do sistema (II): ela é nula. Dessa forma, as soluções do
sistema não dependem dela. Assim, temos que as equações nulas podem ser eliminadas
de um sistema escalonado, já que não interferem em sua solução.
Eliminada a equação nula, o sistema (II) não apresenta equação impossível e
analisando a 2ª equação e depois a 1ª, verifica-se que o sistema tem solução. Concluímos

125
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
então, que se trata de um sistema possível (SP).
Dessas duas análises, podemos deduzir que:

• Regra 1: um sistema escalonado será impossível somente se apresentar uma


equação impossível; (caso contrário, ele será possível).
• Regra 2: em um sistema escalonado, as equações nulas não interferem na
solução do sistema e, portanto, podem ser eliminadas.

4.2.11.2 ANÁLISE DE UM SISTEMA ESCALONADO DETERMINADO E


INDETERMINADO
Analise o sistema a seguir:

Perceba que, de acordo com a regra 1,


o sistema escalonado é possível.

Note que nesse sistema escalonado, o número de equações (3) é igual ao número de
incógnitas (3). Dessa forma, ele terá uma única solução, ou seja, ele é um sistema possível
determinado (SPD).
Calculando as equações da última até a primeira, tem-se:
→ 5z = 5 → z = → z =1

Substituindo “z” na segunda equação:


2y + z = 11
2y + (1) = 11 → 2y = 10→ y = → y =5

Substituindo “z” e “y” na terceira equação:


3x – y + z = 8
3x – (5) + (1) = 8
3x = 8 +5 -1 → 3x = 12 → x = → x=4

Calculando o sistema, percebemos que, de fato, ele possui uma única solução S: (4, 5,
1), sendo então um sistema possível determinado (SPD).
Agora, verifique o sistema abaixo:

126
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Note que a última equação é nula, portanto, vamos desconsiderá-la. Perceba que o
número de equações restantes são duas, sendo menor que o número de incógnitas, que
são três. Dessa forma, o sistema tem infinitas soluções, ou seja, é um sistema possível
indeterminado (SPI).
Você deve estar se perguntando: “Mas, por quê?”. Analise que na segunda equação, as
incógnitas y e z dependem uma da outra. Por isso, uma delas, que será chamada incógnita
livre, pode assumir um valor real arbitrário.
Vamos considerar como incógnita livre a incógnita “z”. Então, tem-se que: incógnita
livre: z = k (onde k é um número real qualquer). Substituindo na segunda equação:
y – 6z = 8 → y – 6(k) = 8 → y = 8 + 6k

Substituindo na primeira equação:


x + y – 4z = 6
x + (8 + 6k) – 4 (k) = 6
x + 8 + 6k – 4k = 6
x = 6 – 8 -6k +4k
x = -2k -2

Ordenando os termos, tem-se: S (-2k - 2, 6k + 8, k) – temos que essa será a solução


geral do sistema.
Achou confuso? Perceba que, na realidade, é preciso apenas interpretar. O nosso
resultado nos mostra que, para cada valor real atribuído a “k”, teremos uma das infinitas
soluções do sistema. Por exemplo: dada a solução geral: S (-2k - 2, 6k + 8, k), vamos
encontrar os valores quando:

K = 0 (basta substituir em k na solução): S: -2(0) -2; 6.(0) + 8; (0) → S: (-2, 8, 0).


Você pode tirar a “prova real”
K = 1 →S: -2(1) -2; 6.(1) + 8; (1) → S: (-4, 14, 1). atribuindo cada solução à primeira
equação do sistema. Constatará que
ela equivale a igualdade.

Dessa análise, podemos deduzir a seguinte regra:

Regra 3: Dado um sistema escalonado e possível (e já eliminado possíveis equações nulas),


tem-se que, adotando o número de equações restantes como (e) e o número de incógnitas como
(i), o sistema será: - Determinado, se e = i; 127
- Indeterminado, se e <LINEAR
ÁLGEBRA i. E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Regra 3: Dado um sistema escalonado e possível (e já eliminado possíveis equações nulas),
tem-se que, adotando o número de equações restantes como (e) e o número de incógnitas
como (i), o sistema será: - Determinado, se e = i;
- Indeterminado, se e < i.

De maneira simples, podemos analisar um sistema linear escalonado da seguinte


forma:

Figura 46. Análise da solução de sistemas lineares. Fonte: do autor.

4.2.12.3 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE


SUBSTITUIÇÃO REGRESSIVA
Observe o sistema linear a seguir:

Note que ele está escalonado, então, para resolvê-lo, basta:


2x +y −z=9
- Determinar o valor de z na terceira equação;
0x+3y +z = 1
- Substituir o valor de z na segunda equação e obter y;
0x+0y + 2z = 4
- Substituir y e z na primeira equação e obter x.
Este processo é chamado de método das substituições regressivas. Nós já
havíamos utilizado eles acima – é o método mais simples empregado na
resolução de Sistemas Lineares.

Temos: z = -2. Substituindo:


0x+3y +z = 1 (z = -2)
3y – 2 = 1
3y = 3 → y = 1

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ÁLGEBRA LINEAR E
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Substituindo, novamente:
2x +y −z=9 (z = -2 e y=1)
2x + 1 – (-2) = 9
2x +1+2 = 9
2x = 9 – 3
2x = 6 → x = 3

Entretanto, é provável que o sistema não venha escalonado. Desta forma, precisaremos
manipulá-los, mas para isso é necessário que compreendamos o que são sistemas
equivalentes.

4.2.13.4 RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES PELO MÉTODO DE GAUSS -


ESCALONAMENTO
Caro aluno, o escalonamento, ou método de Gauss, requer um pouco mais de atenção.
Você lembra dos conceitos estudados em Matrizes e Determinantes? Então, dado um
sistema linear não escalonado, podemos obter um sistema equivalente a ele mediante
certas modificações efetuadas em suas equações que se assemelham às propriedades dos
determinantes.
De maneira geral, podemos manipular os sistemas realizando três transformações,
que são aplicadas conforme as necessidades de cada sistema.

Transformação 1: Permutar linhas ou colunas, ou seja, trocar de posição, entre si,


equações do sistema.

Transformação 2: Multiplicar os termos de uma equação por uma constante real não
nula.

Transformação 3: Substituir uma equação pela soma, termo a termo, dela com outra
equação, podendo ser ambas multiplicadas, previamente, por uma constante real não
nula.
Exemplo 1: observe o sistema:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Inicialmente, vamos partir da compreensão de que precisamos zerar as primeiras
incógnitas, e o processo se assemelha ao método da adição, onde manipulamos as
equações para que tenhamos opostos aditivos, que zeram as incógnitas e as reduzem a
uma equação de primeiro grau com uma incógnita.
Para isso, vamos organizar o nosso sistema, utilizando a Transformação 1, ou seja,
trocando de posição duas linhas – nesse caso, linha um e dois.

Como o objetivo é eliminar incógnitas, vamos trabalhar com a primeira e a terceira


linha, utilizando a transformação 2. Dessa forma, vamos multiplicar a terceira linha por
(-2), para que depois, quando somarmos, possamos zerar “x”. Então, teremos:

Observe que, agora que a primeira e a terceira linha possuem valores opostos para
x, ao somá-las, o resultado será zero. Então, vamos utilizar a Transformação 3, que nos
permite substituir uma equação pela soma dela com outra equação. Fazendo L1 + L3,
temos:

Note, agora, apenas a segunda e a terceira linha: percebeu que reduzimos essas duas
linhas e que podemos trabalhar apenas com elas? Então, vamos novamente zerar uma
incógnita, utilizando, para isso, a transformação 2, multiplicando a segunda equação por
(3). Assim, teremos:

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ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
Aplicando novamente a Transformação 3, vamos substituir a terceira equação pela
soma dela com a segunda equação. Então, fazendo L3 + L2, temos:

Pronto! Analisando nosso sistema, podemos perceber que é do tipo SPD. Agora que a
última linha possui apenas uma incógnita, podemos então calcular z, e ir substituindo os
valores encontrados nas equações acima.
4z = 4 → z = 1

Note que para encontrar o valor de y, podemos substituir tanto em: y + z = 3,


como em: 3y + 3z = 9, pois são equações equivalentes:

Substituindo z, temos:
y + z =3
y+1=3
y=2

Substituindo z e y:
2x +y – z = 11 Caro aluno, você pode tirar a “prova real”
2x + 2 – 1 = 11 substituindo os valores encontrados para
2x = 10 cada incógnita nas equações do sistema.
x=5
S: (5, 2, 1).

Assim, dado um sistema genérico:

Podemos resolvê-lo por escalonamento transformando-o, para facilitar, em uma


matriz aumentada, e de maneira geral, proceder da seguinte forma:
• Tornar, caso não seja, o coeficiente a11 igual a 1.
• Tornar iguais a zero os coeficientes de x1, nas equações localizadas abaixo da 1ª.
• Transformar, se necessário, o coeficiente de x2 na segunda equação igual a 1.
• Repetir os procedimentos acima, de maneira escalar, conforme a necessidade do

131
ÁLGEBRA LINEAR E
GEOMETRIA ANALÍTICA
sistema.
• Realizado o processo, encontra-se, se possível, o valor da incógnita xn, e
substituindo-se de maneira regressiva, encontram-se todos os valores do sistema.

Exemplo 2: dado o sistema abaixo, transforme-o em uma matriz aumentada e calcule


por escalonamento.
Perceba que para poupar tempo, podemos já trabalhar o
sistema, dividindo a primeira linha por 2, e a segunda
por 4, e, então aumentar a matriz

Permutando as linhas, temos:

Fazendo (4. L1) + L2. (Transformações 2 e 3 juntas, lembra?).

Escalonado sistema e observando a última coluna, você pode deduzir que y=2. Você
pode, também, fazer: -11y = -22

y= → y=2

ou, ainda, dividir a última coluna por (-11). Assim:

Exemplo 3: dado que uma problemática foi organizada no sistema linear abaixo,
transforme-o em uma matriz aumentada e calcule por escalonamento.

Podemos perceber que a segunda linha é múltipla de 3, e a terceira, múltipla de 2.


Portanto, ao ampliar a matriz, podemos já transformá-la. Assim, teremos:

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Permutando a primeira e a terceira linha:

Utilizando as transformações 2 e 3, temos:

→Observado a terceira linha, notamos que: 0x + 0y + 0z = -5,


logo o sistema é impossível. (SI).

Exemplo 4: imaginando que certa situação problema foi estabelecida no sistema


linear abaixo, transforme-o em uma matriz aumentada e calcule por escalonamento.

Perceba que a primeira linha é múltipla de 2, e a terceira linha, múltipla de 3. Portanto,


ao ampliar a matriz, podemos já transformá-la:

Objetivando ter a11 =1, vamos permutar a terceira


coluna com a primeira coluna. Assim, teremos:

Utilizando as transformações T2 e T3, temos:

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Escalonando as últimas duas linhas, tem-se:

Observando a terceira linha, temos um sistema indeterminado,


lembra?
Então, fazemos x = k (onde k, é qualquer número real).

Substituindo na segunda linha, obtemos:


y – k = -1
y = k -1
Substituindo na primeira equação:
z – 3(k – 1) + 4k =3 → z = 3k – 4k -3 +3
z = -k → S: {k, k-1, -k) / k → R}

SAIBA MAIS
Ficou curioso sobre aplicações de Sistemas Lineares? O trabalho de Levorato
contextualiza os conceitos de Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares com
aplicações na Engenharia e Economia. Você pode acessa-lo em:
• https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/151612 /levorato_gbp_me_rcla.
pdf?sequence=3

ATIVIDADE DE INTERAÇÃO – QUIZ


Caro aluno, vamos testar seus conhecimentos aprendidos nessa unidade?
Acesse a plataforma e responda ao “quiz” referente ao estudo de Sistemas
Lineares. Mas antes, que tal dar aquela revisada para se preparar para o quiz?

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AUTO ATIVIDADE
1) Em certo pedágio, após passar uma moto e um ônibus, são arrecadados R$ 18,00. Ao
passar um carro e um ônibus, são arrecadados R$ 22,00. E ao passar um carro, uma moto e um
ônibus, são arrecadados R$ 25.00. Construindo um sistema linear, calcule o valor do pedágio
cobrado por cada veículo.

2) (CEFET-PR) Para a festa do Natal, uma creche necessitava de 120 brinquedos. Recebeu
uma doação de R$370,00. Esperava-se comprar carrinhos a R$2,00 cada, bonecas a R$3,00
e bolas a R$3,50. Se o número de bolas deveria ser igual ao número de bonecas e carrinhos
juntos, a solução seria comprar:
a) 60 bonecas, 30 carrinhos e 30 bolas
b) 20 bonecas, 40 carrinhos e 60 bolas
c) 30 bonecas, 30 carrinhos e 60 bolas
d) 25 bonecas, 45 carrinhos e 70 bolas
e) 40 bonecas, 20 carrinhos e 60 bolas

3) Utilizando o método de Gauss, calcule a solução do sistema Linear.

4) (UFRN) A solução do sistema

É dada por:
a) (-2, 7, 1) b) (4, -3, 5) c) (0, 1, 5) d) (2, 3, 1) e) (1, 2, 3)

GABARITO
1) Montando o sistema, temos:
Moto = m, Carro = c, Ônibus = o
m + o = 18

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c + o = 22
m + c + o = 25
Construindo a matriz:

Trabalhando as duas últimas linhas e depois substituindo nas equações, você encontra os
valores:
S: Moto: R$ 3
Carro: R$ 7,00
Ônibus: R$ 15,00
2) e) 40 bonecas, 20 carrinhos e 60 bolas
3) S: (-1, 2, -4)
4) e) S: (1, 2, 3)

SUGESTÃO DE FILME
Hidden Figures (Estrelas Além do Tempo) é um filme biográfico lançado em
2016, que conta a história de luta, superação e
transformação de Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary
Jackson, mulheres negras que trabalhavam na Nasa e que
foram fundamentais na realização dos cálculos que levaram o
astronauta John Glenn a orbitar em redor da Terra em 1962 e
posteriormente ajudaram os Estados Unidos a levar o homem
para o espaço.
Ao assistir perceba que Katherine Johnson faz uso de
métodos numéricos, que inclusive são contestados no filme por estarem em “desuso”, e note que
seus cálculos manuais possuem maior precisão do que os cálculos computacionais.
O filme teve mais de quinze indicações a prêmios, inclusive três aos Oscar e é inspirador.

SUGESTÃO DE LIVRO
OS MISTÉRIOS MATEMÁTICOS DO PROFESSOR STEWART: RESOLVIDOS POR

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GEOMETRIA ANALÍTICA
HEMLOCK SOAMES E O DR. WATSUP:
O livro apresenta de maneira descontraída diferentes
enigmas lógicos, curiosidades e questões mais aprofundadas
sobre a matemática. Também traz uma linguagem divertida,
discutindo aplicações inusitadas da matemática como o
formato de uma casca de laranja e outros problemas mais
complexos envolvendo temas matemáticos como álgebra,
lógica, análise combinatória, funções, geometria, entre muitos
outros conceitos.

4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Caro aluno, neste capítulo estudamos sistemas lineares, definimos suas propriedades,
características e aprendemos que diferentes problemáticas da vida real podem ser
solucionadas por meio de sistemas lineares.
Diferenciamos algumas equações lineares especiais e verificamos que elas interferem
na resolução e na classificação desse sistema.
Aprendemos ainda a classificar os sistemas lineares em SI, SPD e SPI e analisamos
que dois sistemas equivalentes são aqueles que possuem o mesmo conjunto solução e
que podemos transformar sistemas lineares em matrizes, bem como modifica-los para
facilitar o cálculo de sua solução.
Estudamos, também, diferentes formas de resolver um sistema linear simples,
podendo ser pelo método da Adição ou pelo método de Cramer, sendo que alguns
métodos são mais trabalhosos e limitados quando comparado a outros.
Por fim, aprendemos o que são sistemas escalonados e percebemos que o método de
Gauss, embora seja um pouco trabalhoso, é um ótimo método que nos permite manipular
sistemas e operá-los de maneira rápida, quando comparada ao método de Cramer, por
exemplo.
Pelas problemáticas abordadas nos exercícios percebemos, que sistemas lineares
possuem amplas aplicações em diferentes áreas, sendo que o capítulo abordou uma
breve introdução ao estudo dessa área tão importante da Álgebra Linear.
Reforçamos que é fundamental para seu aprendizado que você estude os conceitos e
realize as atividades propostas, pois é uma forma de aprender e também de se autoavaliar,
percebendo quais conceitos você verdadeiramente se apropriou e quais possui dúvidas

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ou dificuldades. Nesse sentido, reiteramos a importância de você buscar constantemente
outras fontes de aprendizado além do caderno, como livros, videoaulas, ou talvez ainda,
grupos de estudo com os colegas.
Esperamos ter atingido as suas expectativas e promovido um grande aproveitamento
a respeito dessa importante etapa de seus estudos.
Desejamos sucesso em sua jornada e se necessário, estou à disposição por e-mail, que
está especificado no início desse caderno de estudos.
Até mais!
Professora Debora!

4.4 QUESTÕES FINAIS


1) Para certo evento, foi organizado a estrutura do local e separado os setores em Pista,
Ala VIP e Camarote. Anunciada a venda on-line dos ingressos ao público, foi permitido a
compra de mais de um ingresso por cartão de crédito. O sistema computou, nos primeiros
segundos, os valores da venda dos ingressos a três pessoas diferentes, dada na tabela
abaixo:
Pista A. Vip Cam. TOTAL
P. 1 3 5 2 810
P. 2 0 1 3 470
P. 3 0 5 1 530
Aplicando os conceitos de sistema de equação linear, avalia-se que o valores dos
ingressos para os setores Pista, Ala VIP e Camarote são respectivamente
(A) R$ 80,00, R$ 50,00 e 100,00.
(B) R$ 50,00, R$ 80,00 e R$ 130,00
(C) R$ 50,00, R$ 80,00 e R$ 100,00
(D) R$ 130,00, R$ 80,00 e R$ 50,00
(E) R$ 80,00, R$ 80,00 e R$ 50,00

2) (UEL – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS). Uma pessoa que trabalha


com produtos naturais pesquisou o preço do quilo do buriti (B), do tucumã (T) e do açaí
(A) com três produtores diferentes e obteve o seguinte resultado:

B T A
Produtor 1 R$ 3,00 R$ 2,00 R$ 3,00

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GEOMETRIA ANALÍTICA
Produtor 2 R$ 4,00 R$ 3,00 R$ 2,00
Produtor 3 R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 1,00
Ao terminar a pesquisa de preços, essa pessoa concluiu que se fizesse todas as compras
com o produtor 1, gastaria R$ 32,00, com o produtor 2, gastaria R$ 34,00 e com o produtor
3, R$ 27,00. O número total de quilos a serem comprados por essa pessoa, considerando-
se as três frutas juntas seria
(a) 11.
(B) 12.
(C) 13.
(D) 14.
(E) 15.

3) Um vendedor organizou um controle da venda de três produtos diferentes para seus


três clientes mais frequentes. O quadro abaixo ilustra o número de unidades adquirido de
cada produto e o total pago, em reais, em uma única venda.
P. A P. B P. C TOTAL
Cliente 1 1 3 4 1150
Cliente 2 2 2 3 1000
Cliente 3 3 2 2 1050
Aplicando os conceitos de sistema de equação linear, avalia-se que o valores dos
produtos A, B e C serão respectivamente:
(A) R$ 150,00, R$ 200,00 e R$ 100,00
(B) R$ 150,00, R$ 100,00 e R$ 200,00
(C) R$ 150,00, R$ 100,00 e R$ 100,00
(D) R$ 200,00, R$ 100,00 e R$ 100,00
(E) R$ 100,00, R$ 200,00 e R$ 200,00

4.5 REFERÊNCIAS
ANTON, Howard. Álgebra linear contemporânea. Porto Alegre: Bookman, 2006.

ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Edição: 8. ed: Porto
Alegre: Bookman, 2001.

BOLDRINI, José Luiz; COSTA, Sueli I. Rodrigues; FIGUEIREDO, Vera Lúcia; WETZLER,
Henry G. Álgebra linear. Edição: 3. ed.: São Paulo: Harbra, 1980.

139
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GEOMETRIA ANALÍTICA
CORRÊA, Paulo Sérgio Quilelli. Álgebra linear e geometria analítica. Rio de Janeiro:
Interciência, 2006.

DOMINGUES, Hygino H., Álgebra Moderna: Volume Único. Edição: 4. ed. . ed.: São
Paulo: Atual , 2003

ESPINOSA, Isabel Cristina de Oliveira Navarro; BARBIERI FILHO, Plinio; BISCOLLA,


Laura Maria da Cunha Canto Oliva. Álgebra Linear para Computação. Rio de Janeiro:
LTC, 2010.

MEDEIROS, Valéria Zuma;CALDEIRA, André Machado, Pré-Cálculo. Edição: 2. ed.. ed.:


São Paulo: Cengage Learning, 2013

LANG, Serge; JUTUCA, Luiz Pedro San Gil. Álgebra linear. Rio de Janeiro: Ciência
Moderna, 2003.

ROCHA, Enrique, Raciocínio lógico: você consegue aprender. Edição: 2. ed.: Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006

SANTOS, Fabiano José dos; FERREIRA, Silvimar Fábio, Geometria analítica. Porto
Alegre: Bookman, 2009

SHOKRANIAN, Salahoddin. Uma introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro: Moderna,


2009.

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GEOMETRIA ANALÍTICA
uniavan.edu.br
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