A fim de contrapor a teoria da reserva do possível, a doutrina
desenvolveu a teoria do mínimo existencial. Trata-se de um
postulado implícito da CF/88, funcionando como um limite da cláusula da reserva do possível.
Em verdade, quando chegamos ao mínimo existencial, não
pode o Estado negar a prestação do direito, nem mesmo por alegação de insuficiência de recursos financeiros. Há um mínimo existencial para existência digna que impede a alegação da reserva do possível. Este princípio visa atingir o legislador, a fim de vedar a desconstrução daquilo que foi construído, ou simplesmente destruir o que foi concretizado através da regulamentação de normas constitucionais. Este legislador, uma vez tendo regulamentado determinado dispositivo constitucional, não poderia ser retrocedido, no tocante à matéria, e revogar ou prejudicar o direito já reconhecido ou concretizado. A proibição do retrocesso significa que se já foi concretizado determinados direitos, não é possível que tais direitos sejam retrocedidos.