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O Timeu

de Platão

COSMOLOGIA
as formas e o cosmo

 o mundo das formas


 o mundo do que é; tudo, neste mundo, “é
sempre e não devém” , é imutável (28a)
 “pode ser apreendido pelo pensamento
com o auxílio da razão” , não pelos
sentidos.
as formas e o cosmo

 o mundo físico (= cosmo)


 o mundo do devir; tudo neste mundo
é apreendido pela opinião e pela
percepção sensível sentidos: “o que é 
aquilo que devém, sem nunca ser” (28a)  

 o próprio cosmo foi produzido a partir 


de arquétipos (mundo das formas)
o demiurgo

 “Ora, se o mundo é belo e o demiurgo é 
bom, é evidente que pôs os olhos no que é 
eterno; se fosse ao contrário – o que nem 
é correcto supor –, teria posto os olhos no 
que devém. Portanto, é evidente para 
todos que pôs os olhos no que é eterno, 
pois o mundo é a mais bela das coisas 
devenientes e o demiurgo é a mais 
perfeita das causas.”
4                         Timeu 29a
os elementos

 o mundo tem que ter uma forma


corporal;deve ser visível e
tangível(31b)
 Por isso, deve incluir o fogo e terra

 daí, a necessidade de (dois) elementos

de ligação
 Por isso, o demiurgo criou o ar e a

água
 os constituintes últimos são
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“átomos” geométricos
Características do universo
 um ser vivo
 único
 tem uma alma
 esférico
 temporal
 “Mas acontecia que a natureza daquele ser era eterna, e não era 
possível ajustá­la por completo ao ser gerado. Então, pensou em 
construir uma imagem móvel da eternidade, e, quando ordenou o céu, 
construiu, a partir da eternidade que permanece uma unidade, uma 
imagem eterna que avança de acordo com o número; é aquilo a que 
chamamos tempo. De facto, os dias, as noites, os meses e os anos não 
existiam antes de o céu ter sido gerado, pois ele preparou a geração 
daqueles ao mesmo tempo que este era constituído.”  Timeu 37d­e
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as formas são atemporais

 “Dizemos que “é”, que “foi” e que “será”, 
mas “é” é a única palavra que lhe é própria 
de acordo com a verdade, ao passo que 
“era” e “será” são adequadas para referir 
aquilo que devém ao longo do tempo – pois 
ambos são movimentos.”
 Timeu 37d­38a

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os corpos celestes

No TIMEU encontramos uma narrativa sobre a


origem das estrelas e dos planetas:

“A partir do raciocínio e do desígnio de um
deus em relação à geração do tempo, para que 
ele fosse engendrado, gerou o Sol, a Lua e 
cinco astros, que têm o nome “planetas”, para 
definirem e guardarem os números do tempo.”
Timeu 38c
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4 tipos de seres vivos(Timeu
39e-40b)

 deuses celestes
 seres alados
 criaturas aquáticas
 criaturas terrestres

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a alma humana
 criação e destruição dos deuses(40d-41a)
 o demiurgo dá instruções aos deuses para
criarem os mortais (41a-d)
 criação das as almas humanas: “entretecei uma
parte mortal nessa parte imortal, formai e engendrai
seres-vivos, fazei-os crescer, providenciando-lhes o
alimento, e, quando perecerem, recebei-os outra vez.”
(41d)
 cada alma é atribuída a um astro (41e)
 morte: a alma justa regressa ao seu astro, a injusta
reincarna para uma segunda tentativa (42b-c)
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O Corpo Humano (44d­47e)

 cabeça e membros(44d-45b)
 olhos e visão (45b-46a)

 finalidade do ver e ouvir (46c-47e)

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finalidade do ver
 “Em meu entender, a visão foi gerada como causa de maior 
utilidade para nós, visto que nenhum dos discursos que temos 
vindo a fazer sobre o universo poderia de algum modo ser 
proferido sem termos visto os astros, o Sol e o céu. Foi o facto 
de vermos o dia e a noite, os meses, o circuito dos anos, os 
equinócios e os solstícios que deu origem aos números que nos 
proporcionam a noção de tempo e a investigação sobre a 
natureza do universo. A partir deles foi­nos aberto o caminho 
da filosofia, um bem maior do que qualquer outro que veio ou 
possa vir alguma vez para a espécie mortal, oferecido pelos 
deuses.”  
 Timeu 47a­b
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finalidade do ver e ouvir


Quanto à voz e à audição, o raciocínio é mais 

uma vez o mesmo: os deuses concederam­no­las 
pelas mesmas razões e com os mesmos fins. Na 
verdade, foi com o mesmo fim que nos foi 
atribuída a fala, que tem um papel fundamental na 
nossa interacção; tudo quanto é útil à voz no 
contexto da música, isso nos foi dado por causa 
da harmonia da audição.”
 Timeu  47c

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estrutura do universo

 síntese e superação das cosmologias


anteriores
 quatro elementos (48b)

 o receptáculo (49a) - conceito novo

 o receptáculo com “espaço” (52b-)

 origem dos elementos (53e) a partir


de triângulos - isósceles ou escalenos
(53c-d)
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as formas atómicas

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Copernican Universe
Interpretação metafórica
Some of those who hold that the world, though
indestructible, was yet generated, try to support
their case by a parallel which is illusory. They say
that in their statements about its generation they
are doing what geometricians do when they
construct their figures, not implying that the
universe really had a beginning, but for didactic
reasons facilitating understanding by exhibiting
the object, like the figure, as in course of
formation. The two cases, as we said, are not
parallel; (de caelo, 279b33 ss)
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Aristóteles. Crítica do Timeu

The ordered, it is said, arose out of the unordered;


and the same thing cannot be at the same time
both ordered and unordered; there must be a
process and a lapse of time separating the two
states. In the figure, on the other hand, there is no
temporal separation. It is clear that the universe
cannot be at
once eternal and generated.
De caelo 280 a 6-11

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Aristóteles. Crítica do Timeu
 A origem de todos estes problemas
está em saber se os entes se geram,
alteram, aumentam e sofrem as
correspondentes mudanças contrárias
porque as coisas primárias são
grandezas indivisíveis ou se, pelo
contrário, não há nenhuma
grandeza indivisível. Esta questão
possui a máxima importância.
 De generatione et corruptione 315 b25-

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Aristóteles.crítica do atomismo

 Além disso, se houver tais grandezas, serão


corpos, como para Demócrito e Leucipo, ou
superfícies , como no Timeu? Ora, quanto a
esta última posição, é absurdo, como
defendemos em outros escritos [de caelo 299
a1], decompor as coisas até às superfícies.
Mais razoável será, portanto, afirmar a
existência de corpos indivisíveis , embora
também estes tenham muitas
consequências absurdas. (315 b29-33)
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Aristóteles.crítica do atomismo

Com efeito, a explicação de Platão diverge da de


Leucipo tão-só na medida em que este diz que
os indivisíveis são sólidos
e aquele diz que são superfícies, e enquanto
Leucipo diz que são definidos por um número
infinito de figuras, sendo cada sólido indivisível
definido por uma, para Platão as figuras são em
número limitado, embora ambos afirmem a
existência de corpos indivisíveis e definidos por
figuras. (325b25-30)
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