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CAMPUS DUQUE DE CAXIAS

MATRIZES

Profa. Rachel Nasser


Curso Técnico em Polímeros
Matrizes
 Instaladas ao final da extrusora com a função de conformar
e produzir gradiente de pressão.
 Bidimensionais: com variações geométricas no sentido
transversal ao fluxo (x e y)
 A função da matriz é distribuir o polímero fundido através
de canais, no formato desejado garantindo uniformidade de
dimensões, homogeneidade de temperatura e balanço do
fluxo volumétrico.
PARTES DA MATRIZ
– Distribuidor: canais para a distribuição homogênea do fluxo.
Desnecessários no caso de perfis simétricos (dimensões x e y
próximas) e menores que o diâmetro da rosca. Filmes planos
têm distribuidor.
– Canais de convergência: convergir o fluxo de fundido para o
paralelo da matriz e lábios. Se não houver distribuidor ficam
logo após a rosca.
– Paralelo e lábios: os paralelos controlam o inchamento do
extrudado, estabilizam o fluxo, homogeneizam ou diferenciam
temperatura, os lábios podem ter dispositivos para regular a
espessura do produto final, ser lubrificados, arredondados.
REQUISITOS PARA A MATRIZ
 Criar queda de pressão (ΔP)
 Inclinações suaves
 Não podem existir pontos mortos
 Produzir baixas tensões
 Minimizar emendas ou linhas de soldas
Irregularidades dimensionais do
extrudado
Distribuição de fluxo
 É necessário que o fluxo se distribua uniformemente
pela matriz.
 Uma matriz com diferentes espessuras ao longo da
direção x, exige um balanceamento adequado da
geometria dos canais. O polímero tem preferência por
escoar pela região mais espessa H.
Vm α h2 Q α h3
 A equação da lei das potências mostra que quanto
maior o afinamento do fluido por cisalhamento, maior a
tendência do material fluir pelas regiões mais espessas
da matriz.
Matriz de perfil assimétrico

É necessário o balanceamento do fluxo para que


a vazão fique uniforme em cada uma das
diferentes partes
Principais tipos de matrizes
 Planas (flat dies): chapas, filmes planos e
fitas, entre outros.
 Anelares (annular dies): para a fabricação
de filmes tubulares e tubos.
 Perfis (profile dies): gaxetas, rodapés,
batentes, molduras e forros.
 Para recobrimento: fios, cabos e perfis de
aço.
Matrizes planas
 Devido a elevada viscosidade dos
polímeros são necessárias elevadas
pressões para que fluam pela matriz
estreita. Essas pressões tendem a separar
as placas (superior e inferior).
 As placas devem ter espessuras suficientes
para impedir o seu empenamento, o que
alteraria a espessura do produto.
Matrizes Planas

 As matrizes planas sofrem elevadas pressões sobre as


placas de montagem do seu corpo
 Os parafusos que unem as placas devem resistir
Matriz plana
@ Construídas em aço ferramenta com
geometria interna  específica para cada
polímero.
@ As matrizes planas de extrusão 
(flat-die) são indicadas para laminar PVC,
Polietileno Tereftalato (PET), polipropileno 
(PP), Poliestireno (PS) , Polietileno (PEAD e
PEBD) e ABS.
@ Fabricadas nas larguras de 250mm a
3500mm e espessura de chapa de 0,20mm  a
40mm. 
@ Matrizes planas com opção também com
duas ou três camadas ou cores.
Com barra de restrição interna ou sem barra
interna.
Seções das Matrizes planas
 Canal de Alimentação (distribuição): canal
profundo, ocupa o sentido transversal, tem como
função distribuir o material ao longo da largura da
matriz a partir da entrada (portal circular).

 Estrangulador ou restritor: afunilamento do


material, tem espessura pequena, promover o
fluxo uniforme, distribuição homogênea na
largura, os diferentes tipos de matriz plana são em
função do formato do estrangulador.
Seções das Matrizes planas
 Câmera de relaxação: são seções mais espessas
que a anterior e se localizam após o restritor,
ocorre redução na velocidade de fluxo e na tensão
de cisalhamento. Relaxar as tensões do
estrangulador.

 Lábios: seção final da matriz, tem a função de


ajustar a espessura do filme, ideal que sejam
ajustáveis, corrige pequenos defeitos de
espessura.
Seções das Matrizes planas

Deve espalhar o polímero fundido e gerar uma espessura uniforme.


Para tal é necessário existir:
- Canal apropriado para a massa fluir,
- Ajuste dos lábios,
- Controle fino de temperatura do corpo da matriz.
Tipos de matrizes planas
 Em forma de T: largamente utilizada na indústria
para recobrimentos, ideal para polímeros de
baixa viscosidade e alto índice de fluidez.
Possui uma seção de alimentação com
formato circular e larga

Sem câmera de relaxação


Tipos de matrizes planas
 Em forma de cabide: distribuidor com formato de
gota e redução gradativa dos centros para a
borda.
Tem a tendência de formar filmes mais
espessos no centro, necessitando de lábios com
ajuste modular.
Podem apresentar a placa superior lisa.
Formatos das câmeras

(a)Preferida para coextrusão


(b) e (f) Para filmes de PP e PS
(c) e (d) Ideais porém com alto custo de ferramental
(e) Preferida para filmes monocamadas
Dimensões das seções
Dimensões das Seções
 O dimensionamento dos canais está
relacionado com:
– Tipo do polímero
– Tamanho do produto final
– Produtividade desejada
 São utilizados programas de computador
para auxiliar no projeto das matrizes, para
que o fluxo seja uniforme compensando os
diferentes caminhos a percorrer.
Controle de espessura
 Mesmo quando bem projetada a matriz, podem
ocorrer variações de espessura por pequenas
variações de temperatura ou grade de polímero.
 É necessário um ajuste fino da espessura através
da regulagem dos lábios (principalmente para
matrizes maiores que 30 cm de largura).
 Em certos tipos de matriz pode-se regular a
espessura na região de estrangulamento,
controlando a preferência do fluxo.
Regulagem dimensional (espessura
e largura)
 Distanciadores: controla a borda
do filme ou chapa. Regulam a
largura do filme e geram bordas
arredondadas e isentas de
ondulações. Nunca deve
exceder 25% da largura da
matriz. São reguláveis e podem
ser eliminados quando
necessário. Por ex., para
polímeros termicamente
degradáveis não é desejado
devido ao maior cisalhamento
na região podendo causar
degradação.
Regulagem dimensional (espessura
e largura)
 Puxadores: após o produto emergir da
matriz plana é puxado, promove
estiramento, minimiza efeitos de die-swell e
promove orientação (aumento da
resistência mecânica e resistência a
permeabilidade).
Matrizes para filmes tubulares ou
anelares
 Simetria radial
 Exige um “mandril” interno
 O fluxo sai da extrusora na forma de tarugo
e deve ser moldado na forma anelar
 O diferencial entre os tipos de matrizes
anelares está na forma de adaptação do
mandril
Tipos de matrizes anelares
 Mandril fixado por cruzetas (a) Corpo da matriz
(b) Mandril
(c) Cruzeta tipos pernas de
aranha – hastes 3 a 12 (8)
(d) Cruzetas tipo placas
perfuradas – anulam a linha
de solda (alto cisalhamento ao
passar pelos furos, após
recuperação elástica)
(e) Lábios – reguladores ou
estabilizadores de espessura.
(f) Corte B-B mostra a cruzeta
convencional (1)
(2) Haste desenhada para
gerar alto cisalhamento
permitindo ao polímero sofrer
alta deformação (D) em
seguida relaxamento (R) –
ameniza linha de solda.
Tipos de Cruzetas
-Podem variar em função do tamanho da matriz ou tipo de polímero
-As dimensões das cruzetas devem variar em função das pressões exercidas
dentro da matriz
-Ocorre desgaste devido a elevadas taxas de fricção.

(a) Cruzeta em oito hastes – spider legs


(b) Cruzeta convencional – comumente utilizada em matrizes pequenas (Ø < 50 mm)
(c) Cruzeta com hastes tangenciando o mandril com o intuito de espalhar melhor a
linha de solda
(d) Suporte da cruzeta com placa perfurada
(e) Mandril fixado por placa com furos estrategicamente dimensionados
Tipos de matrizes anelares
 Mandril fixado por cilindro perfurado

(a) Corpo
(b) Mandril
(c) Cilindro perfurado fixado na base da matriz
(d) Lábios reguladores de espessura
(e) Sistema centralizador

A mudança de fluxo leva a maior homogeinização da linha de solda e efeitos de


relaxação devido aos furos (Ø 2 a 5 mm)
O fluxo muda duas vezes de direção criando zonas de baixa velocidade
Tipos de matrizes anelares
 Mandril fixado diretamente na base do corpo
(a) Corpo
(b) Mandril fixado no corpo
(c) Alimentação lateral – o fluido abraça ou
envolve o mandril de forma ascendente,
criando uma junção do lado oposto
(d) Lábios reguladores de espessura
(e) Região da linha de solda

É possível controlar o fluxo pelo ângulo α dos canais e minimizar a linha de solda
Tipos de matrizes anelares
 Matrizes espiraladas
(a) Envolvendo o mandril
(b) Alimentação lateral
- Ocorrência de linha de solda
- Aumentar o paralelo da matriz ou seja, o
comprimento da mesma após passar pela
cruzeta.

CANAIS ESPIRAIS
- Aumentam o caminho do fundido até a
saída da matriz e induz fluxo
multidirecional
- Podem ser em números variados e
contornar parcial ou totalmente o
mandril.
Requisitos para o bom funcionamento da
matriz com espirais
 Espessura final do perfil regulável na saída
da matriz
 Existência de lábios após o mandril, para
corrigir flutuações na vazão causada pelos
canais espiralados
 Cálculo dimensional dos canais, mandril e
corpo da matriz para garantir fluxo uniforme.
O controle de temperatura é feito individualmente para cada região.
Tudo é dimensionado através de cálculos: taxa de fluxo, temperatura, queda de pressão.
Matriz para perfis
 Têm formato específico com espessura
maior que 1000 µm, ou seja, não é filme
 Podem ser simétricos ou assimétricos
 Ex.: chapas, tubos, gaxetas, tarugos,
canudos, cintas.
 Matrizes para perfis assimétricos são
chamadas de “matrizes para perfis”, são as
mais elaboradas.
Matrizes para perfis

-As matrizes para perfis são divididas em áreas com dimensões x e y diferentes
-O problema mais crítico é o balanço do fluxo entre as diferentes regiões
-O polímero fundido tende a fluir pela região mais espessa
-A espessura z é regulada de forma a balancear o fluxo

“O projeto de matrizes assimétricas não segue um regra única, vai da experiência


do projetista em um jogo de tentativa e erro. A utilização de programas de
computador que auxiliam o projeto das matrizes tem reduzido as dificuldades.”
Matrizes para perfis
 Alterar a relação dos paralelos (L) entre as
diferentes regiões para modificar a diferença de
pressão (ΔPz)
 Diferenciando a geometria logo antes da saída do
material (lábios) em cada região assimétrica.
Pode aparecer fluxo transversal prejudicando
propriedades.
 Para que o fluxo assuma velocidade média igual
em todas as regiões, a relação vazão/área deve
ser igual.
Cálculo da vazão (Q) – Perfis complexos
 Para simplificar a equação de cálculo de vazão
para figuras com formatos muito complexos.

O fator F é obtido através de tabelas ou gráficos, em livros e manuais.


Cálculo da vazão (Q) – Perfis complexos

Após calcular a vazão para cada uma das diferentes formas ou


divisões, basta igualar as vazões pelas diferentes áreas
ocupadas.
Cálculo da vazão (Q) – Perfis complexos
 Exemplos

- Deve-se encontrar LA, LB, LC e LD (LC = LD)


- Basta dimensionar um dos valores de L para que os demais sejam fornecidos.
Efeito do IE sobre o dimensionamento
da matriz

O grau de IE varia também com as variáveis do processo T, ΔP, Q,


coeficiente de atrito, tipo de polímero
COEXTRUSÃO
 Para produtos que necessitam de
propriedades de vedação (barreira) à
umidade, CO2, ou a O2, boa resistência ao
impacto e à tração e bom aspecto visual

 São filmes com mais de uma camada de


polímeros distintos ou não.

 Empregado principalmente no ramo de


embalagens.
COEXTRUSÃO
 As camadas podem ser classificadas em:
– camadas de acabamento: geralmente externas, devem proporcionar
caraterísticas como brilho, transparência, capacidade de impressão ou
capacidade de soldagem;
– camadas de estrutura: devem possuir boas propriedades mecânicas, como
resistência ao impacto, resistência à tração, além de características
especiais, como, por exemplo, capacidade de encolhimento (filmes
encolhíveis);
– camadas de barreira: diminuem a permeabilidade do filme à umidade,
oxigênio, gás carbônico e outros gases (EVOH, PA, PET e PVDC).
– camadas de adesão: como nem todos os materiais usados em camadas
estruturais são compatíveis alguns materiais usados em camadas de função,
utiliza-se entre os dois uma camada de material com excelente adesão com
ambos;
Matriz para extrusão multicamada
 Matrizes planas
– Diferentes canais levam os diferentes polímeros até os
lábios da matriz.
– É sempre nos paralelos dos lábios que ocorre a junção
final de todas as camadas.
– A mistura dos polímeros pode ocorrer por elevada
temperatura ou junção antecipada.
– O comprimento dos paralelos depende da viscosidade e
temperatura de chegada de cada polímero. Deve ser o
suficiente para garantir boa adesão.
– As quedas de pressões ao longo dos canais devem ser
as mesmas para que possa ocorrer a junção do fluxo
sem preferência para o fluxo de uma das linhas.
– As matrizes planas para coextrusão têm distribuição,
restritor, relaxador e lábios. Os lábios são comuns para
todas as camadas.
Matriz para extrusão multicamada
 Matrizes anelares
– Os mandris são ocos e colocados um dentro
do outro de forma a produzir canais individuais.
– Os mandris podem ser espiralados ou não.
– Aqui a junção também ocorre nos lábios. Os
paralelos dos lábios devem ter o comprimento
suficiente para tal.

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