Você está na página 1de 33

Apoptose

Necrose Apoptose
Estímulos Anoxia, agentes bacterianos, Fisiológicos: fatores de
químicos, físicos crescimento.
Patológicos: vírus, radiação,
fatores de crescimentos

Morfologia Afeta grupo de células, edema Ocorre em células isoladas,


intracelular, rompimento das organelas intactas, invaginação
organelas e da membrana da membrana, enrugamento
celular, formação de corpos
apoptóticos

Fragmentação Aleatória, ação de enzimas Intranuclear, ação de


do DNA liberadas com ruptura das endonucleases específicas
organelas

Bioquímica Não requer energia, sem Requer energia, síntese de


síntese de proteínas e não há proteínas e comando genético
controle genético

Reação Inflamação local e Sem inflamação e danos para o


Tecidual conseqüências clínicas organismo
Histórico
1951 – Glücksman estuda morte celular programada em
embriões de mamíferos. Biol Ver 1951, 26:59-86.
1965 – Kerr descreve “shrinkage necrosis”. J Pathol
Bacteriol 1965, 90:419-35.
1970 – Currie (endocrinopatologista) observa fragmentos
de células no córtex da adrenal de ratos submetidos a
baixas doses de 9,10-dimetil-1,2-benzantraceno.
1970 – Currie e Wyllie identificam os mesmos
fragmentos celulares no córtex das adrenais de ratos
recém-natos com depleção de ACTH.
Histórico
• 1971 – Kerr junta-se à Currie e Wyllie, identificam
“shrinkage necrosis” em condições fisiológicas e
patológicas. Crowford chama a atenção do do grupo para as
publicações sobre estudos com embriões e morte celular
programada.
• 1972 – Kerr, Wyllie e Currie sugerem que “necrose” seria
um termo inapropriado para descrever morte celular que
ocorre em condições fisiológicas. Sugerem o termo
“apoptose” para o contrário de mitose na regulação do
tamanho dos tecidos. Br J Câncer 1972, 26:239-57.
• Década de 80 – estudos de biologia molecular levam a
importantes avanços na compreensão da apoptose.
Onde ocorre ?
• Embriogênese
• Morte neuronal, desaparecimento to timo e
ducto tireoglosso, atrofia prostática pós
castração
• Involução de tecidos dependentes de
hormônios
• Processo de reparo e inflamação aguda
• Controle do turnover celular
• Neoplasia
– Células malignas têm a capacidade diminuída em
sofrer apoptose frente a um estímulo fisiológico
• Doenças auto-imunes
– Perda do controle fisiológico da morte de
linfócitos auto-reativos após o término da
resposta imune
• Infecção viral
– Capacidade de inibir a apoptose pela produção
de proteínas supressoras da morte celular
Métodos de Detecção da Apoptose
• Microscopia de luz
• Microscopia eletrônica
• Técnica do TUNEL
• Técnica de ISEL
• Marcação in situ da cadeia terminal 3’OH
• Quantificação por FACS
• Fotografia por espaço de tempo
• Southern blot + Hibridização
Morfologia
• Microscopia eletrônica
– alterações nucleares
– alterações citoplasmáticas
– alterações da membrana plasmática
– separação das células vizinhas
– formação de corpos apoptóticos
– rápida fagocitose de corpos apoptóticos pelas
células vizinhas e por macrófagos
Morfologia
• Microscopia óptica
– corpos apoptóticos com ou sem material nuclear basofílico
– apoptose observada em condições normais
• corpos de Councilman (fígado)
• corpos cariolíticos (criptas intestinais)
• corpos tingíveis (macrófagos dos centros germinativos de
linfonodos)
• corpos de Civatte (liquem plano)
• queimadura solar (irradiação ultravioleta, na pele)
• formação de pigmentos de lipofucsina (na melanosis coli)
– Redução do número de células sem comprometimento da
arquitetura tecidual.
Bioquímica
• fragmentação rápida e regular do DNA
nuclear
– 300-, depois em 50-kilo pares-base
– divisão da dupla-fita em DNA internucleosomal
• Proteinases citoplasmáticas
BIOLOGIA MOLECULAR
Ciclo Celular

M
G2

G1
S G0

Células
Quiescentes
Ciclinas

• O progresso das células através das diferentes fases do ciclo celular é


controlado por complexos de proteínas quinases (CDKs), as quais são
controladas por proteínas designadas ciclinas.
• CDKs: cyclin depend kinases:
– moléculas que possuem níveis celulares constantes
– apresentam-se em formas ativas e inativas
– ativadas pelas ciclinas
• Os níveis celulares de cada ciclina apresentam picos em fases específicas
do ciclo celular
– ciclina D combina-se com CDK4 e CDK6 na fase G1
– ciclina E combina-se com CDK2 no final da fase G1
– ciclina A combina-se com CDK2 e CDK1 na fase S
– ciclina B combina-se com CDK1 na fase G2
Ciclinas
• As ciclinas são cofatores na ativação de proteínas
específicas:
– quinases dependentes da ciclinas (CDK)
– fosforilam inúmeras outras proteínas
– estimulam a passagem pelas diversas etapas do ciclo celular
– inibidas por proteínas inibidoras das quinases:
• inespecíficas
– p21, p27 e p57
• específicas
– p15, 16, 18 e 19
Genes Supressores Tumorais
• Genes que codificam proteínas capazes de alterar
o ciclo celular na presença de mutações ou danos
ao DNA
– reparam o DNA lesado
– interrompem o ciclo celular em células com danos
severos
• induzem a apoptose
– liberam o ciclo após o reparo
Genes Supressores Tumorais
• Mecanismos oncogênicos através dos genes supressores tumorais
– inativação de um dos alelos por
• mutação herdada
• mutação “de novo”
• deleções ou rearranjos
– Inativação do segundo alelo
– Após a perda completa da expressão do gene ocorre a neoplasia
Regulação genética
• c-myc
• p53 mutante
• bcl-2
Mecanismo de ação
Célula normal
da p53
Dano no DNA

P53 ativada
liga-se ao DNA

Up-regulation dos genes alvo

bax
p21 GAAD 45
(gene ativador da apoptose)
inibidor das CDK reparador do DNA
Ciclo interrompido em
G1
Reparo do DNA Falha no reparo

Células normais Apoptose


Apoptose
• Apoptose consiste na morte celular programada, na qual
a célula entra em um rígido processo de auto-destruição
• Presença de intensa condensação da cromatina com
aspecto bolhoso e picnose nuclear.
• Freqüentemente acompanhada por degradação
internucleossomal do DNA
– A eletroforese apresenta um padrão escalonado (“ladder”)
• A apoptose é controlada por uma família de proteínas:
bax
bcl-2 Inibem a Desencadeiam
bad
bcl-xL apoptose a apoptose
bcl-xS
Apoptose
Família bcl-2
• Família de genes que codifica proteínas homo e heterodímeros
– bcl-2 e bcl-xL inibem a apoptose
– bax, bad e bcl-xS induzem a apoptose pela ativação da via das
caspases
• bcl-2
– gene inibidor da apoptose
– codifica proteína localizada na membrana externa das mitocôndrias,
na membrana do retículo endoplasmático rugoso e na carioteca
– sua mutação foi inicialmente identificada em linfomas foliculares de
células B
• t(14;18) (q32;q21)
Apoptose
bcl-2
• Mecanismos de ação do bcl-2
– para que ocorra a apoptose, deve haver liberação do
citocromo C do interior das mitocôndrias
• dimerização do bax forma canal para liberação do citocromo C
• dimerização do bcl-2 inibe a formação de canais
– p53 ativa, estimula a dimerização do bax
• apoptose
– ação sinérgica do c-myc e do bcl-2
• c-myc: estimula a proliferação
• bcl-2: inibe a apoptose
APOPTOSE
NO
TECIDO
HEPÁTICO
FÍGADO
• Condições fisiológicas (regressão; regeneração)
• Doenças
• Tratamentos
• Exemplos
– remoção de estimulo mitogênico (nitrato) ou de
promotores tumorais (acetato de cyproterona)
– Administração de 1,1 dicloroetileno,
ciclohexamide, dimetilnitrosaminas, 1-ß-D-etanol
DISTRIBUIÇÃO
Corpos apoptóticos ao redor da
veia hepática terminal
(ratos tratados com etanol)

Sugere que a “idade”da célula pode determinar


qual célula irá morrer

Infecção viral induzindo a formação de


corpos de Councilman
Carcinogênese
• Taxa de crescimento: diferença entre
replicação e morte celular

• Carcinógenos não genotóxicos: efeitos


através da estimulação da replicação celular
e modulação da incidência de apoptose
• Após iniciação muitas células entram em
apoptose e nunca se desenvolve um foco pre-
neoplasico apoptose determina a eficiência da
iniciação
• Estágio de promoção: focos pré neoplásicos
exibem altas taxas de replicação celular, mas
pouco crescimento, isso devido ao aumento da
apoptose promotores tumorais inibem apoptose
e aceleram o crescimento e carcinogênese
• A apoptose em nódulos neoplásicos e tumores é um
importante fator determinante do crescimento e pode
ser regulado por hormônios que podem diminuir ou
acelerar o crescimento tumoral
TGF-beta 1
• Iniciação da apoptose
• Induz a apoptose em hepatócitos isolados
• in vivo hepatócitos que sofreram apoptose
são positivos com marcadores
imunohistoquímicos (anticorpos contra
precursores do TGF-beta 1)
Sistema “fas/fas ligand”

• Proteína de membrana plasmática (receptor de


membrana)
• Administração de anticorpos anti-fas ou do “fas
ligand” determina apoptose (situação
semelhante a hepatite fulminante)
• fas está super-expressado em doenças crônicas
hepáticas (HBV; HCV), o que pode explicar a
apoptose na necrose saca bocada
• Nos casos de apoptose induzidas pelo sistema fas o
grupo de proteínas - caspases - estão ativadas; isso
abre a porta para um possível tratamento através da
inibição dessas enzimas\

• Em algumas linhagens celulares de hepatomas, as


células escapam da apoptose devido a anormalidades
do sistema fas correlacionando com disfunção da
proteína fas ou de sua cascata; adequação de
terapias anti-tumorais
Transplante hepático
• Oclusão vascular precoce X disfunção
primária do enxerto X rejeição
• Apoptose: detectada na citotoxicidade
imunomediada e nos casos de isquemia
moderada
• Células apoptóticas são encontradas
freqüentemente nos órgãos com rejeição
• Apoptose é um mecanismo de lesão tecidual precoce,
antes da necrose; aumento da apoptose deve ser
interpretado como um sinal precoce de isquemia
indicando oclusão vascular inicial (Sediv, et al -
Histopathology 1998)
• Apoptose de células endoteliais seguida pela dos
hepatócitos é um importante envento da morte celular
após injúria por isquemia/ reperfusão (Kohli V, et al -
Transplantation, 1999)
• Inibição da apoptose através de alvos moleculares
específicos pode servir para controlar a injúria por
reperfusão (Kuo PC, et al - Clin Transplantation, 1998)
Increased apoptosis of hepatocytes in vascular
occlusion after orthotopic liver trasnplantation
Gollackner B, et al. Tranpl Int 2000, 13 (1): 49-53
• 75 pacientes (m = 46; f = 26) (idade média
47; 1 a 64 anos)
• Método “TUNEL”
• Disfunção primária do enxerto (n=9)
• oclusão vascular (n = 11)
• rejeição aguda precoce (n= 22)
• controles (11)
RESULTADOS
• Os maiores índices de apoptose foram observados
nos casos de oclusão vascular (P<0.001)
• Enxertos com disfunção primária evidenciaram
hepatócitos 100% necróticos
• Rejeição aguda evidenciaram uma contagem de
céls apoptóticas maior que o controle (P<0.003)
que aumenta diretamente com a severidade da
rejeição

Você também pode gostar