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REVOLUÇÃO

FRANCESA
ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO
FRANCESA

• França pré-revolucionária:
1. Inverno rigoroso  comprometimento da produção agrícola;
2. Explosão demográfica acompanhada de uma depressão
econômica;
3. Monarquia absolutista de Luís XVI e Maria Antonieta  gastos
exacerbados da corte;
4. Campanhas militares consumindo recursos econômicos  guerra
de independência dos EUA;
5. Desigualdade social: apenas o Terceiro Estado, composto por
burgueses e camponeses pagavam impostos;
• Solução para a crise: mudanças no sistema de
arrecadação de impostos  pressões dentro
das classes nobiliárquicas  demissão do
ministro de finanças por Luís XVI;
• Descontentamento da população 
convocação da Reunião dos Estados Gerais no
Palácio de Versalhes (1789).
A ASSEMBLEIA DOS ESTADOS GERAIS
“O que é o Terceiro Estado? Tudo! O que ele tem sido?
Nada! O que ele quer ser? Vir a ser alguma coisa!” –
Abade Sieyès

• Reunião dos Estados Gerais  convocação de


representantes das camadas para acabar com a crise
econômica;
• Primeiro impasse: critério de votação  voto por cabeça
ou por Estado;
• Luís XVI determina a votação por Estado  3º Estado
enfurecido;
• Invasão da sala da Péla pelo Terceiro Estado 
Juramento da Sala da Péla
exigência de uma Assembleia Constituinte  início da
Revolução.
A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
(1789 – 1791)
• Importantes avanços sociais;
• Influência dos ideais da Ilustração; CONSTITUIÇÃO
FRANCESA DE 1791
• Constituição Civil do Clero  secularização do Estado  • Poder dividido em três:
formação do clero “juramentado” e “refratário”; Executivo, Legislativo
e Judiciário
• Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão  princípio • Monarquia
da igualdade jurídica (isonomia); constitucional com
Assembleia Legislativa
• Lema da revolução: “liberdade, igualdade e fraternidade”; • Voto censitário
• Receio de um golpe pelo rei  levante em Paris  avanço
sobre a Bastilha;
• Tomada da bastilha em 14 de julho de 1789  população
armada e presos do absolutismo soltos;
• O “grande medo”  revoltas rurais contra os nobres.
MULHERES NA REVOLUÇÃO

• A condição da mulher na sociedade absolutista: submissão;


• Maria Antonieta – uma mulher à frente do seu tempo ou
uma rainha negligente?
• As mulheres na Revolução – criação de clubes políticos –
ideias iluministas difundidas;
• Outubro de 1789 – Marcha sobre Versalhes – 7 mil mulheres
protestando contra o alto preço do pão – pressão contra a
família real;
• Olympe de Gouges – líder do movimento das mulheres –
publicação da Declaração dos Direitos da Mulher e da
Cidadã (1791) Marie Gouze,
conhecida como
Olympe de Gouges
(1748 – 1793)
• PREÂMBULO
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma assembleia
nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas
causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma declaração solene, os
direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher. Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a
todos os membros do corpo social seus direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao ser
comparado com o fim de toda e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres
devem ser inteiramente respeitados; e, que, para serem fundamentadas, doravante, em princípios simples e
incontestáveis, as reivindicações das cidadãs devem sempre respeitar a constituição, os bons costumes e o
bem estar geral.
Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos sofrimentos maternais,
reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos da mulher e da
cidadã: 
• Artigo 1º
• A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no
interesse comum. 
• Artigo 2º
O objeto de toda associação política é a conservação dos direitos imprescritíveis da mulher e do homem.
Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. 
(...)
• Artigo 10
Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio. A mulher tem o direito de subir ao
patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações não perturbem a ordem
pública estabelecida pela lei.
• Artigo 11
A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da mulher, já que essa
liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode então dizer livremente:
"Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de
responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei.
(...)
• CONCLUSÃO
Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O poderoso
império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de superstições e de mentiras. A
bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da usurpação. O homem escravo multiplicou
suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se
injusto em relação à sua companheira.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA (1791 – 1792)
• Divisões no interior do governo:
1. Girondinos: alta burguesia e nobreza que aderira a
revolução  sentavam à direita na Assembleia;
2. Jacobinos: pequena burguesia e camponeses  sentavam
à esquerda  “sans-cullottes”  radicalização;
• Movimentações contrarrevolucionárias  Áustria 
general Brunswick;
• Tentativa de fuga do Rei  sequestrado e levado ao
Palácio das Tulherias;
• Ameaça de ataque aos revolucionários caso matassem o
rei pelo manifesto Brunswick  radicalização do processo
revolucionário  jacobinos no poder. Sans-cullote
A CONVENÇÃO NACIONAL (1792 – 1795)
• Fase da revolução com maior saldo de mortos;
• Fervor nacional  criação de um calendário revolucionário e o uso do “barrete
frígio”;
• Execução de Luís XVI e Maria Antonieta;
• Símbolo da revolução: a guilhotina;
• Jacobinos no poder  principais líderes: Danton e Robespierre;
• Convenção Nacional  base da governança revolucionária  Constituição de 1791
anulada;
• Vitórias importantes às camadas populares:
1. Criação do Comitê de Salvação Pública  órgão que legitimava ações rápidas e
que deveriam ser seguidas por toda a população;
2. Congelamento dos preços (lei do preço máximo);
3. Empréstimo compulsório às elites;
4. Convocação obrigatória à guerra;
• Robespierre  época mais atroz do
governo jacobino  período conhecido
como “Terror”;
• Camponeses contra o governo
revolucionário  Revolta de Vendeia;
• Radicalização revolucionária 
fragmentação política entre os próprios
jacobinos  “raivosos” e “indulgentes”
 enfraquecimento dos revoltosos;
• Batalha Termidoriana: golpe dos
girondinos  execução de Robespierre na
guilhotina.
Robespierre
A execução de Luis XVI em praça pública
Calendário revolucionário

O barrete frígio
“A Liberdade Guiando o Povo” – Eugène Delacroix, 1830
Vamos, filhos da Pátria
O dia da glória chegou
Contra nós da tirania
A bandeira sangrenta é levantada
A bandeira sangrenta é levantada

Você ouve no campo


Os uivos de soldados ferozes
Eles vêm até os seus braços
Matar seus filhos, seus
companheiros

Às armas cidadãos!
Formem seus batalhões!
Marchemos, marchemos
Que o sangue impuro regue
nossos sulcos
Cena do filme Edith Piaf – La Vie En Rose
O DIRETÓRIO (1795 – 1799)
• Período da alta burguesia (girondinos) no poder;
• Nova Carta Magna aprovada em 1795  voto
censitário e governo liderado pelo Diretório 
cinco homens escolhidos pelo Poder Legislativo;
• Esvaziamento das agitações e perseguições
políticas;
• Levante orquestrado pelo jornalista François
Babeuf: Conspiração dos Iguais;
• Fim dos conflitos: convocação de Napoleão
Bonaparte  figura respeitada por ambas as
vertentes da Revolução;
• 1799: golpe do 18 Brumário  renúncia do
Diretório  Napoleão Bonaparte no poder. Napoleão Bonaparte

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