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CÉLULAS PRIMITIVAS E REDES DE BRAVAIS

Ítalo Ferraz, Helena Ramírez, Edgar David Guarin


Prof. Qu Fanyao
Estado Sólido I - Mestrado em Física
Instituto de Física - UnB
Brasília, 2015
REDES CRISTALINAS
• Formada pela rede + motivo (base)

• Quando contém apenas átomos ou íons


(checar) do mesmo tipo é dita “rede
monoatômica”.

• Pode ser formada por diversos tipos de


átomos.
REDES CRISTALINAS
CÉLULAS UNITÁRIAS

Um volume de espaço que, quando


transladado por todos os vetores da
rede, apenas preenche todo o espaço
sem sobrepor-se a sim mesmo,
formando assim toda a rede cristalina.
CÉLULAS UNITÁRIAS
CÉLULAS PRIMITIVAS
Existem pelo menos duas definições amplamente usadas para célula primitiva. As
definições são equivalentes:

Célula unitária com o menor volume possível

Célula unitária formada por uma base primitiva, contendo


apenas um ponto na rede (one lattice point)
CÉLULAS PRIMITIVAS (WIGNER-SEITZ)

• Deixa claro a simetria da célula


unitária.
• Contém apenas um ponto na rede
(lattice point) e menor volume
possível.
• Não tem uma relação direta com a
escolha dos vetores da rede.
CÉLULAS PRIMITIVAS (WIGNER-SEITZ)
No espaço recíproco, a célula de Wigner Seitz da origem a zona de
Brillouin, importante no estudo ótico das estruturas cristalinas.
REDES DE BRAVAIS

Uma rede de Bravais é uma rede


cristalina simétrica e infinita que
não mostra mudanças quando é vista
desde qualquer direção.

Além todos os pontos na rede tem o


mesmo numero de vizinhos mais
próximos. Esse numero é denominado
numero de coordenação.
Weber (2004)
REDES DE BRAVAIS
  z
Assim, a posição de um ponto na rede
pode ser dada em termos do vetor:

Vetores primitivos não todos coplanares 𝑎2


 

𝑎3
 

y
Os vetores primitivos compõem o mínimo
volume da rede: 𝑎1
 

x
REDES DE BRAVAIS
Grupos
de
simetria

Inversão Translação

Reflexão ¨Duas
Rotação redes de Bravais são idênticas se é
possível transformar continuamente uma
na outra¨
AUGUSTE BRAVAIS
(1848)

França (1811 - 1863)


REDES DE BRAVAIS EM 2D

+𝛼
 
⃗𝑇  ⃗𝑇 
⃗𝑇  −𝛼
 
𝛼  𝛼 
𝑚∙
  𝑇

𝑚´
  ∙𝑇
⃗ 𝑚∙ 𝑇
  ⃗
  1
𝑚´
  ´ ∙𝑇
⃗ 𝑚 |⃗
𝑇|
2 𝑚
cos 𝛼 = ⇒ cos 𝛼 =
𝑇|
|⃗ 2
 Com e como entãopor isso se tem que:

  é o ordem de simetria
REDES DE BRAVAIS EM 2D

Obliqua Retangular Retangular centrada

Hexagonal Quadrada
REDES DE BRAVAIS EM 2D
As células nas redes de Bravais devem ocupar todo o espaço quando elas são
transladadas, por isso não podem ter outras geometrias:
REDES DE BRAVAIS
1 A rede deve parecer a mesma vista desde qualquer posição.

2
 
Qualquer ponto da rede deve ser dado por

3 A rede deve ser invariante baixo certas transformações

4 Cada ponto da rede tem o mesmo numero de coordenação.

5 As células unitárias devem ocupar tudo o espaço


REDES DE BRAVAIS EM 3D
Os mesmos critérios aplicam-se em 3D, por isso só são possíveis 14 redes de Bravais.

Alguma destas aqui cumpre os requisitos?


REDES CÚBICAS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO

y
x Impossível   Mineral de
Halita ()
Célula
primitiva
WS
REDES CÚBICAS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Primitivos

Volume Célula
Convencional
Impossível
Pontos da Rede
por Célula
1 2 4

Número de
Primeiros 6 8 12
Vizinhos

Fracção de
Empacotamento 0.524 0.680 0.740
REDES TETRAGONAIS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO

Igual a I Igual a I
y   Mineral de
Calcopirita ()
x

Célula
primitiva
WS
REDES TETRAGONAIS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Primitivos
()

Volume Célula
Convencional
Igual a I Igual a I
Pontos da Rede
por Célula
1 2

Número de
Primeiros 4 4
Vizinhos

Fracção de
Empacotamento
REDES ORTORRÔMBICAS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO
z

y
  Mineral de
x Olivina

Célula
primitiva
WS
REDES ORTORRÔMBICAS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Primitivos
()

Volume Célula
Convencional

Pontos da Rede
por Célula 1 2 2 4

Número de
Primeiros 2 2 ou 4 8 4
Vizinhos

Fracção de
Empacotamento
REDES MONOCLÍNICAS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO
z

y
Igual a C Igual a C
x
  Gesso
(Ca)

Célula
primitiva
WS
REDES MONOCLÍNICAS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Primitivos
()

Volume Célula
Convencional
Igual
Igual a
aCC Igual
Igual a
aCC
Pontos da Rede
por Célula 1 2

Número de
Primeiros 2 2 ou 4
Vizinhos

Fracção
Fracção de
de
Empacotamento
Empacotamento
REDES TRICLÍNICAS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO
z

y Igual a P Igual a P Igual a P


x

Célula
primitiva   Mineral de
WS Microclina ()
REDES TRICLÍNICAS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Primitivos
()

Volume Célula
Volume Célula
Convencional
Convencional
Igual
Igual a
aPP Igual
Igual a
aPP Igual
Igual a
aPP
Pontos da Rede
Pontos da Rede
por Célula 11
por Célula
Número de
Número de
Primeiros 2     𝑐𝑐√ 1− 𝑐𝑜𝑠
2 2 2
2𝛼 − 𝑐𝑜𝑠 2𝛽 − 𝑐𝑜𝑠 2𝛾 +2 cos 𝛼 cos 𝛽 cos 𝛾
Primeiros 2 sin √ 1− 𝑐𝑜𝑠 𝛼 − 𝑐𝑜𝑠 𝛽 − 𝑐𝑜𝑠 𝛾 +2 cos 𝛼 cos 𝛽 cos 𝛾
Vizinhos
Vizinhos sin𝛾𝛾
Fracção de
Fracção de
Empacotamento
Empacotamento
REDES ROMBOÉDRICAS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO
z

y Igual a P Igual a P
x

Impossível

Célula   Mineral de
primitiva Dumortierita A
WS
REDES ROMBOÉDRICAS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Primitivos

Volume Célula
Convencional
Impossível Igual a P Igual a P
Pontos da Rede
por Célula 1

Número de
Primeiros 6
Vizinhos

Fracção de
Empacotamento
REDES HEXAGONAIS
PARÂMETROS P C I F EXEMPLO

𝜶
 

Impossível Igual a P Igual a P

Célula   Mineral de
primitiva
Berilo B
WS
REDES HEXAGONAIS
PROPIEDADE P C I F

Vetores
Vetores Primitivos
Primitivos

Volume Célula
Volume Célula
Convencional
Convencional
Impossível
Impossível Igual
Igual a
aPP Igual
Igual a
aPP
Pontos da Rede por
Pontos da Rede por
Célula
3
3
Célula

Número de Primeiros
Número de Primeiros
Vizinhos
6
6
Vizinhos

Fracção de
Fracção de
Empacotamento
Empacotamento
Black Cat Sysytems
OUTROS EXEMPLOS DE REDES
Estrutura HCP: Hexagonal com motivo
composto de 2 átomos
OUTROS EXEMPLOS DE REDES
Estrutura do diamante: FCC com motivo composto de 2 átomos
OUTROS EXEMPLOS DE REDES
Estrutura Cloreto de Césio: SC Estrutura do Cloreto de Sódio: FCC
OBRIGADOS!
REFERENCIAS
Ashcroft, N.W. & Mermin, N.D. (1976). Solid State Physics. Harcourt College Publishers: Fort Worth, Estados
Unidos.

Gonzalez, N. & Szwacka, T. (2010). Basic Elements of Crystallography. Pan Standford Publishing: Singapore.

Kittel, Ch. (1998). Introducción al Estado Sólido. 3° Ed. Editorial Reverté: Barcelona, España.

Marder, M.P. (2010). Condensed Matter Physics. 2° Ed. John Wiley & Sons, Inc.: New Yersey, EstadosUnidos

Pavplov, P.V. (1987). Física del Estado Sólido. Ed. MIR: URSS.

Rosenberg, H.M. (1978). The Solid State. 2° Ed. Oxford University Press: Oxford, Inglaterra.

Sands, D.E. (1975). Introduction to Crystallography. Dover Publications: New York, Estados Unidos.

Vainshtein, B.k. (1994). Fundamentals of Crystals: Symmetry, and Methods of Structural Crystallography.
2° Ed. Springer: Moscou, Rússia.

Weber, S. (2004). Crystallography Picture Book: Crystal Structures. Livermore, California.


REFERENCIAS
Dissemination of IT for the Promotion of Materials Science (DoITPoMS) - http://
www.doitpoms.ac.uk/tlplib/crystallography3/unit_cell.php

International Union of Cristallography –


http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/crystallography3/unit_cell.php

Information and Communication Technology –


http://pms.iitk.ernet.in/wiki/index.php/Unit-1:_Introduction_to_Crystallography

Universidade Técnica de Viena -


http://www.iue.tuwien.ac.at/phd/wessner/node29.html

Introduction to SOLID STATE PHYSICS A Random Walk - Dr. Dattu Joshi -


http://pt.slideshare.net/MazharLaliwala/solid-state-physics-d-r-joshi

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