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Serviço de Aprendizagem em Petróleo

Geologia do Petróleo

Wallace Augusto de A Costa

Departamento de Geologia da SEAPETRO – Angelo J. Nascimento / Portugal Jr. / Rodrigo


ORIGEM DO PETRÓLEO

A origem do petróleo é um dos mistérios mais bem


guardados pela natureza, existindo duas linhas
teóricas para a explicação de sua gênese.

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TEORIA INORGÂNICA

Postula uma origem sem intervenção de


organismos vivos. A teoria de Porfirev enuncia
que, sob altas pressões e temperaturas na parte
superior do manto, formam-se rochas ultramáficas
que contêm óxidos de ferro, compostos voláteis
(H2O, CO) e compostos orgânicos equivalentes ao
petróleo que podem existir em equilíbrio com o meio
circulante.

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TEORIA INORGÂNICA

Os principais argumentos para suportar esta teoria são:

- acumulações comerciais de h/c em rochas cristalinas;


- presença de hidrocarbonetos em gases vulcânicos;
- presença de hidrocarbonetos em meteoritos;
- existência de campos gigantes;
- existência de falhas profundas.

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TEORIA ORGÂNICA

Postula a intervenção de organismos vivos na formação


do petróleo. A matéria orgânica depositada com os
sedimentos é convertida, por processos bioquímicos
durante o soterramento, num polímero complexo
denominado querogênio, que, por sua vez, é
transformado em hidrocarbonetos por craqueamento
térmico a grandes profundidades, sob pressões e
temperaturas adequadas.

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TEORIA ORGÂNICA

Os evidências para suportar esta teoria são:

- mais de 99% das acumulações de petróleo encontram-se em


rochas sedimentares;
- possibilidade de produzir hidrocarbonetos em laboratório, a
partir de matéria orgânica;
- a sintetização de hidrocarbonetos a partir de rochas ricas
em matéria orgânica;
- disseminação de hidrocarbonetos em rochas geradoras;

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TEORIA ORGÂNICA

Mais evidências que suportam esta teoria são:

- indicação de origem bioquímica para alguns compostos do


petróleo;
- petróleo possui a propriedade de ser oticamente ativo, fato
inerente aos compostos orgânicos;
- petróleo só ocorre em reservatórios que estão, de alguma
forma, em contato com folhelhos ou carbonatos ricos em
matéria orgânica (rochas geradoras).

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TEORIA ORGÂNICA

Atualmente, no mundo ocidental, a teoria


orgânica é a que possui maior aceitação
entre os geólogos e outros cientistas.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

O petróleo é formado por uma mistura


complexa de hidrocarbonetos e
heterocompostos (não hidrocarbonetos).
Hidrocarbonetos são compostos
formados exclusivamente de hidrogênio e
carbono. A maioria dos petróleos contém
mais de 90% de hidrocarbonetos.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

Parafinas são hidrocarbonetos em que os


átomos de carbono estão ligados entre si por
uma valência simples. No petróleo são
encontradas parafinas normais,
isoparafinas (ramificadas) e cicloparafinas
ou naftenos (cadeia fechada).

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

As parafinas normais podem conter desde 1 até


mais de 70 átomos de carbono, porém as com mais de
33 átomos ocorrem em pequena proporção.
As isoparafinas mais importantes do petróleo são
os isoprenóides (pristano, fitano, farnesano, etc.).
O ciclopentano e o ciclohexano são os
naftenos mais importantes do petróleo.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

Hidrocarbonetos parafinicos normais (alcanos)

Possuem formula geral CnH2n+2, sendo os nomes desses


alcanos formados pelo prefixo(numero de carbonos) e do sufixo
ano.Exemplo deles é o metano, constituído por apenas um
átomo de carbono ligados a quatro átomos de hidrogênio.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

Hidrocarbonetos parafinas ramificadas (isoparafinas ou


isoalcanos)

Podem apresentar ramificações em um ou mais átomos


de carbono, tendo a mesma formula geral dos alcanos:

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

Hidrocarbonetos parafinicos cíclicos (naftênicos)

Os átomos de carbono são dispostos na forma de


anéis, podem apresentar radicais parafinicos normais ou
ramificados ligados ao anel ou outro hidrocarboneto ciclico.
A nomenclatura utilizada é as mesma dos parafinicos
agora com prefixo ciclo.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO
Hidrocarbonetos insaturados (olefina, diolefinas ou
triolefinas)

Os mais comuns são os alcenos, com formula geral CnH2n,


aonde o prefixo especifica o numero de carbonos e o sufixo é eno,
quando ocorre uma tripla ligação carbono-carbono, os
hidrocarbonetos insaturados são denominados de alcinos , e o
sufixo é ino

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO
Hidrocarbonetos aromáticos

São formados por ligações duplas e simples que


se alternam em anéis com seis átomos de carbono,
sendo o mais simples o benzeno, que possui considerável
instabilidade, e devido ao seu pronunciado odor todos são
conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

A tabela abaixo demonstra as principais características


das famílias dos hidrocarbonetos:

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

Não hidrocarbonetos entram na


composição do petróleo em
proporções variáveis. Todos os
petróleos contêm asfaltos, compostos
de enxofre, compostos oxigenados,
compostos nitrogenados e elementos
metálicos.

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

O conteúdo de enxofre no petróleo varia


desde frações centesimais até mais de 5%.
Os petróleos de maior densidade
normalmente são mais ricos em enxofre. Os
compostos de enxofre mais comuns são:
mercaptans, tiofenos e compostos
inorgânicos (ex. H2S ).

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COMPOSIÇÃO
E PROPRIEDADES DO PETRÓLEO

O teor de oxigênio nos petróleos é geralmente


inferior a 2% e seus compostos principais são ácidos
carboxílicos e fenóis.
Elementos metálicos são normalmente
encontrados no petróleo, pelo menos quinze já foram
identificados, sendo os principais: cálcio, sódio,
magnésio, ferro, vanádio, alumínio, lítio, telúrio,
bário, estrôncio, manganês e cobre.

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QUEROGÊNIO:
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

O querogênio é a fração da matéria orgânica


insolúvel em solventes orgânicos, presente
nas rochas sedimentares. A porção solúvel é
denominada de betume.
Três tipos principais, caracterizados no
diagrama de Van Krevelen (H/C, O/C) por
seus respectivos estágios de evolução,
parecem englobar a maioria dos querogênios
existentes (Figura 2).

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QUEROGÊNIO:
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

No querogênio do tipo I, a razão


H/C é originalmente alta e o
potencial para geração de óleo e
gás também é elevado. Este tipo de
querogênio é derivado
principalmente da matéria orgânica
algal lacustre (contém 10 a 70%
de lipídios) e da matéria orgânica
enriquecida em lipídios por ação
microbiana. DIAGRAMA DE VAN
KREVELEN

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QUEROGÊNIO:
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

No querogênio do tipo II, a razão


H/C e o potencial de geração de
óleo e gás são mais baixos do
que os observados no querogênio do
tipo I, embora ainda sejam bastante
significativos. É usualmente
relacionado com a matéria
orgânica marinha depositada
em ambientes redutores.
DIAGRAMA DE VAN
KREVELEN

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QUEROGÊNIO:
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

No querogênío do tipo III, a razão


H/C é baixa e o potencial de
geração de óleo é insignificante,
mas pode ainda gerar gás quando
submetido a temperaturas muito
elevadas. A matéria orgânica é
principalmente derivada de plantas
terrestres superiores, composta
basicamente por celulose e lignina
que são extremamente deficientes
em hídrogênio.
DIAGRAMA DE VAN
KREVELEN
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QUEROGÊNIO:
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

I - Derivado de matéria orgânica amorfa (algas


planctônicas); + 50% lipídios; elevado potencial para
gerar HC líquido.
II - Derivado de matéria orgânica herbácea (polens,
esporos); + 40% lipídios; regular/bom potencial para
gerar HC líquido.
III - Derivado de matéria orgânica lenhosa (vegetais
superiores); potencial desprezível para gerar óleo; Possui
alto potencial gerador de gás.

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

Transformação termoquímica de matéria orgânica e a geração


de petróleo:
- Organismos vivos principalmente plânctons, plantas e
bactérias vão morrendo e seus restos se depositando em
conjunto com o material carreado pelos rios, em mares e
lagos.

- A matéria orgânica contém gorduras, proteínas e


carboidratos. As gorduras não são facilmente atacáveis pelas
bactérias anaeróbicas. Algumas áreas em fundos de mares e
lagos são calmas. Sem renovação, acabam ficando
desprovidas de Oxigênio.

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

- Formação do sapropel: lama putrefata.

- Cerca de 10% desta lama se transforma em menos


de um milhão de anos em betume. Os restantes 90%
com poucos milhões de anos se transformam em
biopolímeros, depois em biomonômeros, depois em
geopolímeros (querogênio) e finalmente em petróleo.

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

Os três principais estágios da


transformação da matéria orgânica nos
sedimentos são:

-diagênese;

-catagênese;

- metagênese

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

A diagênese começa em sedimentos


recentemente depositados, onde a atividade
microbiana é um dos principais agentes de
transformação. Rearranjos químicos ocorrem a
pequenas profundidades. No final desta fase, a
matéria orgânica consiste principalmente de
querogênio. Do ponto de vista da exploração do
petróleo, as rochas geradoras são consideradas
imaturas.

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

A catagênese resulta do aumento da


temperatura, durante a história de soterramento
dos sedimentos. A degradação termal do
querogênio é responsável pela geração da
maioria dos hidrocarbonetos. É a principal fase
de formação de óleo e gás úmido. As rochas
geradoras são consideradas maturas

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

A metagênese é alcançada a grandes


profundidades, onde há destruição dos
hidrocarbonetos líquidos, sendo preservado
apenas o gás seco. As rochas geradoras são
consideradas senis ou supermaturas. Este
estágio começa mais cedo que o metamorfismo
da fase mineral.

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

-Até65ºC  Diagênese - Atividade bacteriana que provoca a


reorganização celular e transforma a matéria orgânica em
querogênio. O produto gerado é o metano bioquímico ou
biogênico.

- De 65ºC até 165ºC  Catagênese - Quebra das moléculas


de querogênio. O produto gerado é hidrocarbonetos
líquidos e gás.

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TRANSFORMAÇÃO
DA MATÉRIA ORGÂNICA

-De 165ºC até 210ºC  Metagênese - Quebra das


moléculas de hidrocarbonetos líquidos. O produto
gerado é gás leve.

- Ultrapassando 210ºC  Metamorfismo - Degradação


do hidrocarboneto gerado deixando como
remanescente gás carbônico e algum resíduo de gás
metano.

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REQUISITOS
PARA ACUMULAÇÃO DE PETRÓLEO

Para que se forme uma acumulação petrolífera


são necessários cinco requisitos básicos:

- presença de rochas geradoras;


- presença de rochas-reservatório;
- presença de rochas capeadoras;
- trapas;
- relações temporais adequadas.

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REQUISITOS
PARA ACUMULAÇÃO DE PETRÓLEO

Geração
Requeridos: matéria orgânica em quantidade suficiente,
temperatura e tempo
Migração
Requeridos: momento adequado e rota de migração
adequada
Migração primária
Migração secundária
Acumulação
Requeridos: porosidade e permeabilidade adequadas e
selo
Pode ser até a superfície ou formando outros
reservatórios de petróleo

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REQUISITOS
PARA ACUMULAÇÃO DE PETRÓLEO

Figura A - Os fatores geológicos necessários para a ocorrência


de acumulações de petróleo.
Fonte: Alves et al., 1986.
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REQUISITOS
PARA ACUMULAÇÃO DE PETRÓLEO

Figura B: Relação entre elementos


tectônicos e estratigráficos com
acumulação de petróleo

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ROCHAS GERADORAS

São rochas de granulação fina (folhelhos e calcários),


cuja matéria orgânica, sob condições termoquímicas
adequadas, se transforma em petróleo.
A teoria orgânica moderna postula que o petróleo se
origina da matéria orgânica depositada juntamente com
os sedimentos numa bacia sedimentar.

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ROCHAS GERADORAS

Como essa matéria


orgânica é produzida e quais as condições para a sua
preservação nas rochas sedimentares?

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ROCHAS GERADORAS

O petróleo, do mesmo modo que o carvão, jamais teria


existido caso não ocorresse a
fotossíntese nos vegetais que viveram no passado.
A fotossíntese é um processo biológico que se deve à
ação da clorofila (Figura 11).

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ROCHAS GERADORAS

Figura 6 - Fotossíntese e processos que envolvem o elemento carbono. A maior parte do carbono da Terra
está concentrada nos sedimentos, sendo que 18% é orgânico e 82% estão nos carbonatos. A maior parte
do carbono orgânico produzido é rapidamente oxidado para CO2 e reciclado para a atmosfera e hidrosfera.
Adaptado de Tissot & Welt.
1978.
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ROCHAS GERADORAS

Embora o processo da fotossíntese ainda não seja perfeitamente


conhecido, sabe-se que seu ponto de partida é a excitação
da clorofila pela ação da luz.
A energia das moléculas de clorofila é utilizada para sintetizar
monossacarídeos
(açúcares simples, ex.: glucose) e polissacarídeos (ex.: celulose),
fundamentais para as sínteses mais complexas de matéria
orgânica nas células vegetais.

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ROCHAS GERADORAS

O mar é a principal fonte de matéria orgânica, que aí é


sintetizada principalmente por
algas microscópicas do tipo diatomáceas e dinoflageladas
(Figura 12).

Figura 7 - Algas microscópicas típicas: A - diatomáceas e B -dinoflageladas. Fonte: Ferreira, 1989.

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ROCHAS GERADORAS

As algas do grupo das diatomáceas são,


atualmente, as responsáveis pela maior parte
da fotossíntese realizada na Terra, fato que as torna
as maiores produtoras de matéria orgânica neste
planeta - matéria orgânica potencialmente geradora de
petróleo. Essas algas são encontradas, atualmente, em
todas as regiões do globo terrestre: no mar, nos
lagos, nos rios e nos solos úmidos.
As algas diatomáceas contêm 5 a 10% de lipídios,
matéria-prima a partir da qual a
maior parte do petróleo é originado.

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ROCHAS GERADORAS

Os animais marinhos, inclusive os planctônicos, são


pouco importantes do ponto de
vista de produção de matéria orgânica potencialmente
geradora de petróleo. Esses organismos
são decompostos com facilidade, antes de serem
incorporados aos sedimentos, não
participando significativamente na gênese do petróleo.
As plantas terrestres também não contribuem de
maneira notável para a gênese do
petróleo. Calcula-se que, atualmente, a matéria
orgânica trazida pelos rios representa menos
que 1% das substâncias orgânicas dos oceanos.

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FATORES QUE CONTROLAM
A PRODUÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Nas áreas continentais, o fator mais importante


no processo de produção de matéria
orgânica é o clima. Nas regiões desérticas, a
produtividade é mínima, ao passo que, nas
regiões de clima favorável, onde se desenvolvem
florestas exuberantes, a produtividade é
máxima.
Nos mares, a produtividade orgânica é
controlada pela luz, pela temperatura e pelo
teor de nutrientes dissolvidos na água.

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FATORES QUE CONTROLAM
A PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Condições para a preservação de quantidades


significativas de matéria orgânica só
existem no meio aquático. O ar atmosférico é um
fluido altamente oxidante, já que contém
cerca de 21% de oxigênio. Ele difunde-se
facilmente nos sedimentos continentais,
destruindo
rapidamente a matéria orgânica que neles
porventura exista.

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FATORES QUE CONTROLAM
A PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Por outro lado, o conteúdo de oxigênio nas águas


é muito baixo (menor que 1%) e a
água circula mais lentamente através dos sedimentos
do que o ar, permitindo, assim, uma
melhor preservação da matéria orgânica. Os
sedimentos marinhos e lacustres são, por isso, os
únicos aptos a se tornarem rochas
potencialmente geradoras de petróleo.

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FATORES QUE CONTROLAM
A PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

A zona mais favorável para a preservação da matéria


orgânica está, geralmente, entre
200 e 800 metros de profundidade. É entre estes
limites de profundidade que se encontra a
zona de concentração mínima de oxigênio. A baixa
concentração de oxigênio nessa zona
deve-se aos fenômenos respiratórios que aí se processam
e às fermentações oxidativas, ambos
consumidores de oxigênio. As águas profundas são
ricas em oxigênio devido às correntes
submarinas que trazem águas saturadas em oxigênio
das regiões polares.

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ROCHA GERADORA E PETRÓLEO

Para ser classificada como geradora, uma rocha deve


conter matéria
orgânica em quantidade suficiente e esta matéria
deve ser adequada à geração de
hidrocarbonetos. Além disso, a rocha deve ter sido
submetida a condições termoquímicas
adequadas ao processo de transformação da matéria
orgânica em petróleo. A temperatura
mínima é estimada em 65 C e a temperatura máxima em
160 C, pois a esta temperatura,
num tempo geológico, todo o petróleo líquido é destruído.

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ROCHA GERADORA E PETRÓLEO

Deve ser lembrado que apenas uma pequena


parte da matéria orgânica da rocha geradora
transforma-se em petróleo (2 a 5%).
Outro dado interessante é que, do petróleo
acumulado nos reservatórios geológicos, o homem
só pode aproveitar 20 a 30%, sendo que, em
alguns casos, a recuperação é inferior a 10%.

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ROCHA GERADORA E PETRÓLEO

Testemunho de uma rocha geradora Figura 9 – Rocha potencialmente


de petróleo da Formação Candeias geradora de petróleo observada ao
(folhelho rico em matéria orgânica), microscópio (folhelho). Fonte: Adans,
Bacia do Recôncavo. 1984.

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QUALIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA

- A maior parte do petróleo resulta do craqueamento do


querogênio, polímero poliaromático de alto peso
molecular, originário da matéria orgânica depositada
juntamente com os sedimentos, numa bacia
sedimentar.

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QUALIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA

Craqueamento

- Derivado do verbo em inglês to crack: quebrar, dividir.


É como se denominam vários processos químicos na
indústria, principalmente na indústria do petróleo,
onde um composto é dividido em partes menores
pela ação de calor.
Exemplos:
C2H6 → C2H4 + H2
Exemplo da produção de eteno, importante matéria-
prima para a produção de plásticos.

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QUALIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA

Ao microscópio observam-se três tipos de matéria orgânica:


amorfa, herbácea e lenhosa.

- A matéria orgânica amorfa resulta da decomposição


de algas microscópicas e de bactérias, cujos restos
podem ser identificados em lâminas delgadas. É a
matéria orgânica mais adequada para a geração de
óleo e gás. Possui elevado teor de hidrogênio e baixo
teor de oxigênio.

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QUALIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA

Na matéria orgânica herbácea, distinguem-se


cutículas vegetais, polens, esporos, etc. Este
material, proveniente de vegetais superiores,
também dá origem a óleo e gás, porém óleos
com abundância de parafinas pesadas.
Contém menor teor de hidrogênio e maior teor
de oxigênio que a matéria amorfa.

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QUALIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA

Na matéria orgânica lenhosa, são identificadas,


em lâminas delgadas, partículas com aspecto
lenhoso, muitas vezes com vasos condutores de
seiva bem preservados. Este tipo de matéria
gera somente gás, mas apenas sob condições
severas de temperatura. Tem baixo teor de
hidrogênio e alto teor de oxigênio.

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MATURAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Quanto a maturação da matéria orgânica, as rochas


podem ser:

Rochas Imaturas - as condições


termoquímicas foram inadequadas à geração
de quantidades significativas de petróleo. As
rochas imaturas podem gerar gás seco
(metano, de origem bioquímica) e pequenas
quantidades de óleo imaturo.

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MATURAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Rochas Maturas - as condições termoquímicas


foram adequadas à geração de quantidades
substanciais de petróleo.

Rochas Senis - a paleotemperatura máxima foi


excessiva, tendo destruído o petróleo líquido
eventualmente gerado. Somente acumulações de
gás (principalmente metano) podem ser esperadas
de rochas senis.

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ROCHA RESERVATÓRIO

- Trata-se de qualquer rocha porosa e permeável capaz de


armazenar o petróleo expulso das rochas geradoras durante o
processo de compactação. Pode ser ígnea, metamórfica ou
sedimentar.

A maior parte do petróleo até hoje descoberto encontra-se


em arenitos (Figuras 13 e 14) e calcários (Figura 15). Isto
deve-se ao fato de que estas rochas porosas e permeáveis são
as mais comuns nas bacias sedimentares.

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ROCHA RESERVATÓRIO

Figura 13 – Testemunho de uma rocha- Figura 14 – Arenito observado ao


reservatório (arenito portador de petróleo), microscópio. Fonte: Adans, 1984.
Bacia do Recôncavo.

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ROCHA RESERVATÓRIO

O Campo de Ghawar, na Arábia


Saudita, que é o maior campo
petrolífero do mundo,
produz de calcários. O Campo
de Burgan, no Kuwait, o segundo
Figura 15 - Calcarenito
em reservas de óleo, produz
observado ao microscópio. de arenitos do Cretáceo
Fonte: Adans, 1984.

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ROCHA RESERVATÓRIO

POROSIDADE

- É a percentagem de vazios (espaços porosos) das


rochas. Quando todos os poros são levados em
consideração, tem-se a porosidade absoluta.
Se apenas os poros conectados entre si são
considerados, tem-se a porosidade efetiva. Todas as
rochas-reservatório têm uma certa proporção de poros não
conectados.

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ROCHA RESERVATÓRIO

POROSIDADE (Ø) = (Volume de poros / Volume da


Amostra) x 100
A porosidade dos reservatórios varia tanto vertical como
horizontalmente.
A maioria dos reservatórios apresenta porosidade entre 10 e
20%. Uma rocha menos porosa pode ser explorada, desde que sua
espessura seja grande.
A porosidade deve ter continuidade lateral, para que o volume
de óleo armazenado seja comercialmente explotável. Alguns
arenitos apresentam boa porosidade em caráter regional, outros
têm porosidade extremamente variada.

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ROCHA RESERVATÓRIO

Figura 16 - Distribuição dos fluidos nos poros de uma rocha-reservatório. Do


volume total do óleo existente somente um pequeno percentual é recuperável,
neste caso 30%. Fonte: Alves et al., 1986.

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ROCHA RESERVATÓRIO

A classificação das rochas-reservatório quanto à porosidade, pode ser


visualizada na tabela 4:

Tabela 4 – Classificação das rochas reservatório quanto à porosidade.

Porosidade (%)

Fechada 0-9
Regular 9 - 15
Boa 15 - 20
Excelente 20 - 25

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ROCHA RESERVATÓRIO

Denomina-se porosidade primária aquela


controlada pelo ambiente de sedimentação.
Ou seja, o material detrítico ou orgânico pode
acumular-se de tal forma que espaços vazios
(poros) são deixados entre os grãos de areia ou
fragmentos de conchas, por exemplo.
A porosidade primária é a porosidade mais
importante em arenitos.

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ROCHA RESERVATÓRIO

A porosidade secundária desenvolve-se como


resultado de algum processo geológico após a
rocha-reservatório ter sido litificada (consolidada). A
porosidade secundária desempenha
importante papel em calcários. O tamanho dos poros
varia desde milimétricos até cavernas,
no caso de porosidade secundária desenvolvida pela
dissolução da rocha carbonática original.

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ROCHA RESERVATÓRIO

A disposição (Figura 14), a classificação, o arredondamento dos


grãos e a proporção de cimento e matriz são os principais fatores
que afetam a porosidade.

Figura 14 - A disposição dos grãos afeta


sensivelmente a porosidade

As rochas-reservatório são estudadas em laboratórios de petrofísica,


principalmente através de testemunho. São obtidos dados quantitativos
não só da porosidade e da permeabilidade, mas também da saturação
dos fluidos presentes

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ROCHA RESERVATÓRIO

PERMEABILIDADE

É a medida da capacidade de uma rocha de


permitir fluxo de fluidos. É normalmente expressa em
Darcy (D). Como esta unidade é muito grande, na
prática utiliza-se o milidarcy (mD). Diz-se que uma
rocha tem permeabilidade (k) de 1 Darcy quando
transmite um fluido de 1 cp (centipoise) de viscosidade
através de uma seção de 1 cm2, à razão de 1 cm3 por
segundo, sob um gradiente de pressão de uma
atmosfera.

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ROCHA RESERVATÓRIO

A classificação das rochas-reservatório quanto à


permeabilidade pode ser visualizada na tabela 5:

Tabela 5 – Classificação das rochas reservatório quanto à


permeabilidade.

Permeabilidade (mD)
Baixa Menor que 1
Regular 1 – 10
Boa 10 – 100
Muito boa 100 – 1000
Excelente Maior que 1000

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ROCHA RESERVATÓRIO

Normalmente, a permeabilidade encontrada nos


reservatórios varia entre 5 e 1000 mD. Verifica-se, na
figura 18, que rochas com a mesma porosidade
podem ter permeabilidades bastante diferentes.
Uma rocha pode ser muito porosa, porém não
permeável, como é o caso dos folhelhos.
O fraturamento da rocha pode aumentar
consideravelmente sua permeabilidade.

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ROCHA RESERVATÓRIO

Figura 18 – Foto de rochas-reservatório ao microscópio mostrando uma


grande variação da permeabilidade para porosidades semelhantes.
Fonte: Schlumberger/CMR.

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ROCHA RESERVATÓRIO

A maioria dos campos brasileiros produz de arenitos:


campos de Miranga, Água Grande, Araçás e Buracica
na Bacia do Recôncavo; Roncador, Marlim, Albacora e
Vermelho na Bacia de Campos e Canto do Amaro,
Estreito, Fazenda Belém na Bacia Potiguar.

Rochas com baixa ou nenhuma permeabilidade original


podem, através de fraturamento hidráulico, tornar-se
boas produtoras. Nos Estados Unidos (Kentucky), existe
um campo com 3.800 poços produtores em folhelhos
fraturados. No Campo de Candeias, no Recôncavo
Baiano, também há produção em folhelhos fraturados.

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ROCHAS CAPEADORAS

A rocha-reservatório é um recipiente onde o petróleo se


acumula. Um reservatório qualquer só pode conter fluidos se
suas paredes forem relativamente impermeáveis.

No caso dos reservatórios


geológicos, as paredes do
recipiente são as rochas ditas
capeadoras (Figura 19).

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ROCHAS CAPEADORAS

Figura 16 - Seção esquemática de uma acumulação de petróleo, numa trapa estrutural. Fonte: Ferreira,
1989.

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ROCHAS CAPEADORAS

Uma boa rocha capeadora deve ser mais ou


menos plástica, pois as rochas mais rígidas são
mais fraturáveis, deixando escapar o petróleo. Os
calcários, quando puros, são muito quebradiços e,
portanto, inadequados como rochas capeadoras.. No
Campo de Burgan, no Kuwait, as rochas capeadoras
são calcários impuros e folhelhos.

Nenhum material é completamente impermeável.


O capeamento, freqüentemente, é imperfeito, o que
acarreta a presença de exsudações na superfície.

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ROCHAS CAPEADORAS

Alguns arenitos e siltitos têm permeabilidade tão


baixa que podem funcionar como rochas capeadoras.
Entretanto, fraturam-se com facilidade devido aos
movimentos da crosta terrestre. Conglomerados também
são excelentes rochas capeadoras.

Figura 23 – Conglomerado.
Fonte: Adans, 1984

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ROCHAS CAPEADORAS

Existe um grande número de diápiros de sal no mundo,


sendo que no Golfo do México
ocorrem notáveis campos produtores de petróleo a eles
associados (Figura 21).
Diápiros são corpos cilíndricos de sal, circulares ou
elípticos em planta, com diâmetro
variando entre 800 a 6.500 metros.
Os mais rasos estão invariavelmente cobertos por uma
cap rock. A cap rock é um
corpo discóide, com espessura variando entre 100 e
300 metros.

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ROCHAS CAPEADORAS

Cerca de 28 minerais e variedades foram descritos nas cap


rocks dos diápiros do
Golfo do México, porém os mais importantes são a
anidrita, a gipsita, a calcita e o enxofre.

Figura 21 - Domos de sal perfurantes evidenciados por levantamento sísmico em área offshore, Galveston,
Texas. Fonte: TGS/GECO

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ROCHAS CAPEADORAS

Na figura 25 temos um resumo das relações entre o tipo de rocha e


sua função numa acumulação de petróleo.

FOLHELHOS GERADORES E SELANTES *

ARENITOS RESERVATÓRIOS

RESERVATÓRIOS
CALCÁRIOS
GERADORES E SELANTES *

EVAPORITOS SELANTES

* RESERVATÓRIO QUANDO FRATURADOS

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TRAPAS ou ARMADILHAS

São situações estruturais ou estratigráficas


que propiciam condições para a existência de
acumulações petrolíferas.
De um modo geral, as trapas podem ser
classificadas, segundo Levorsen (1958), em três
tipos principais: estruturais, estratigráficas e
combinadas.

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TRAPAS ou ARMADILHAS

TRAPAS ESTRUTURAIS

São trapas formadas por alguma deformação local, como


resultado de falhamentos e de dobramentos (Figura 25),
sendo as mais evidentes nos mapeamentos geológicos de
superfície e as mais rapidamente localizadas em
subsuperfície. Pode-se identificar uma trapa estrutural por
geologia de superfície, perfurações estruturais, geologia de
subsuperfície, por métodos geofísicos ou por
combinação destes métodos.

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TRAPAS ou ARMADILHAS

Figura 25 - Tipos mais comuns de trapas


estruturais. Alves et al., 1986.

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TRAPAS ou ARMADILHAS
ESTRATIGRÁFICAS
São as trapas formadas por alguma variação na
estratigrafia, na litologia ou em ambas (Figura 26). Podem
ser primárias ou secundárias.

Figura 26 - Trapas estratigráficas e trapas associadas a discordâncias


paleogeomórficas. Fonte: Modificado de Alves et al., 1986.
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TRAPAS ou ARMADILHAS

Trapas Estratigráficas Primárias

São produtos diretos do ambiente de sedimentação. São também


denominadas trapas deposicionais.

Figura 27 - Trapas estratigráficas


primárias. Fonte: Ferreira, 1989.

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TRAPAS ou ARMADILHAS

Trapas Estratigráficas secundária


São as que desenvolveram-se após a deposição e diagênese da
rocha reservatório (Figura 28). Estas trapas estão freqüentemente
associadas a discordâncias.

Figura 28 - Trapas estratigráficas secundárias. Fonte: Ferreira, 1989.

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TRAPAS ou ARMADILHAS

TRAPAS COMBINADAS

São as trapas formadas pela combinação de fatores


estruturais e estratigráficos em proporção
aproximadamente igual.
Trapas combinadas típicas são formadas quando uma
falha corta um arenito próximo à sua mudança de
fácies para folhelho (Figura 30) ou quando este mesmo
arenito é dobrado.

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TRAPAS ou ARMADILHAS

TRAPAS COMBINADAS

Figura 30 - Trapa combinada. Fonte: Ferreira, 1989.

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TRAPAS ou ARMADILHAS

TRAPAS COMBINADAS

Figura 27 - Trapa combinada. Fonte: Ferreira, 1989

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RELAÇÕES TEMPORAIS

Uma acumulação comercial de petróleo só ocorre após


uma seqüência predeterminada de eventos. Por
exemplo, se uma trapa se formar após a migração
do petróleo, ela será seca. Conseqüentemente, uma
trapa formada muito tarde na história de uma bacia
não é atrativa do ponto de vista exploratório.

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RELAÇÕES TEMPORAIS

Figura 31 – Exemplo de uma seção geológica


passando por uma acumulação de petróleo.

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MIGRAÇÃO DO PETRÓLEO

A saída dos hidrocarbonetos a partir do querogênio e


o seu transporte dentro e através dos capilares e
poros estreitos de uma rocha geradora constitui o
mecanismo denominado de migração primária. O
movimento do petróleo, depois da sua expulsão da
rocha geradora, através de fraturas, falhas,
discordâncias e das rochas permeáveis, constitui a
migração secundária (Figura 35).

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MIGRAÇÃO DO PETRÓLEO

Figura 35 - Representação da migrações primária e secundária. Fonte:


Tissot & Welt, 1978.

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MIGRAÇÃO PRIMÁRIA DO PETRÓLEO

Movimento da fase hidrocarboneto, induzido por


pressão. A geração de hidrocarbonetos, a partir da
atuação da temperatura sobre o querogênio, aumenta
continuamente o volume de querogênio, com a
criação de centros de alta pressão dentro das rochas
geradoras.
Aumento de pressão, microfraturas, subseqüente
liberação de pressão, expansão dos fluidos e,
finalmente, transporte, são processos descontínuos
que devem se repetir muitas vezes nas rochas
geradoras, a fim de produzir a movimentação de uma
quantidade significativa de óleo ou gás.

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MIGRAÇÃO SECUNDÁRIA DO PETRÓLEO

É controlada por quatro parâmetros: flutuação de


óleo e gás na água que satura os poros das rocha,
diferencial de pressão, diferencial de concentração
e fluxo hidrodinâmico.

Enquanto os fluidos aquosos nos poros das rochas


em subsuperfície estiverem estacionários, a
única força condutora para a migração secundária
é a flutuação.

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MIGRAÇÃO SECUNDÁRIA DO PETRÓLEO

A pressão capilar é a força que faz com que as gotas


de petróleo e as bolhas de gás preencham os
espaços porosos da rocha. Sempre que as pressões
capilares são muito altas ou os poros das rochas
são muito reduzidos, o óleo em migração é
trapeado.

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MIGRAÇÃO SECUNDÁRIA DO PETRÓLEO

O estágio final da formação de acumulações de


petróleo é a concentração (segregação) nas
porções mais elevadas disponíveis na trapa. A
rocha capeadora ou barreira de permeabilidade é
que paralisa a movimentação do petróleo, em
virtude de um decréscimo geral no diâmetro dos
poros, exercendo, por isso, pressões capilares
maiores que as forças condutoras. Estima-se que as
distâncias cobertas pela migração secundária sejam
da ordem de 10 a 100 quilômetros.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

O geólogo pode afirmar que, em certas áreas, não


existe possibilidade de ocorrer petróleo; o inverso é
muito mais difícil, porque não se tem meios
seguros de prever a existência de petróleo,
podendo-se dizer somente da possibilidade de
sua presença. A confirmação da sua existência só é
possível com a perfuração de um poço.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Podemos agrupar em dois grandes conjuntos, os


métodos empregados na exploração de petróleo, quais
sejam: geológicos e geofísicos.

MÉTODOS GEOLÓGICOS E GEOFÍSICOS

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

MÉTODOS GEOLÓGICOS:
Geologia de Superfície
Mapeamento das rochas aflorantes, para delimitação
das bacias sedimentares e das maiores estruturas
possíveis de acumular petróleo.
Aerofotogrametria
Consiste em fotografar o terreno utilizando-se de um
avião, com altitude, direção e velocidade monitoradas.
Fotogeologia
É a determinação das feições geológicas a partir de
fotografias aéreas. Grandes feições, como dobras, falhas e
mergulho das acamadas, podem ser visualizados.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Geologia de subsuperficie
É o estudo dos dados obtidos com a perfuração de
poços em uma área ou bacia, com os quais podemos
definir estruturas favoráveis ao trapeamento do petróleo.
Os métodos de subsuperficie mais utilizados são:
Descrição da litologia: caracterização das amostras
de calha e testemunhos obtidos durante a perfuração de
um poço.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Mapeamento estrutural: técnica de representação gráfica que mostra,
em planta, tanto a distribuição em área quanto a configuração atual de
uma unidade estratigráfica ou um horizonte de interesse (figura 30).

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Secção estrutural: representação gráfica que mostra um


corte transversal do terreno, tomando como base, dados de
afloramentos ou de poços (figura 31).

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Paleontologia
Ciência que trata da identificação e datação dos
fosseis.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

MÉTODOS GEOFÍSICOS:

A Geofísica trata do estudo da Terra através de


suas propriedades físicas.
A exploração geofísica iniciou-se na década de
20, com o objetivo de detectar variações, má
distribuição de algumas propriedades físicas
interna das rochas, tais como a gravidade,
magnetismo, resposta sísmica, eletricidade e
radiatividade. Os principais na industria de petróleo
são:

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

MÉTODOS GEOFÍSICOS:
. Gravimetria
Conjunto de técnicas que mede pequenas variações na gravidade
com base nas mudanças laterais da densidade das rochas, utilizando-se
de um aparelho chamado Gravímetro. A aquisição destes dados visa,
principalmente, estabelecer o arcabouço estrutural de uma bacia
sedimentar, seus limites e a ocorrência de domos salinos.
. Magnetometria
Mede pequenas variações na intensidade do campo magnético
terrestre, em conseqüência da distribuição irregular das rochas
magnetizadas em subsuperfície. É utilizada, principalmente, para
delimitação das bordas de bacias, de intrusões ígneas e de altos
estruturais do embasamento.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

MÉTODOS GEOFÍSICOS:

Sísmica
Este método utiliza a propagação de ondas de choque na
crosta terrestre originadas por explosão de cargas de
dinamite ou vibração através de Vibrosseis. Estas ondas de
choque, refratadas e refletidas pelas camadas sedimentares,
são captadas pelos sismógrafos e posteriormente
processadas e interpretadas pelos geofísicos.

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

MÉTODOS GEOFÍSICOS: Sísmica

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EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

MÉTODOS GEOFÍSICOS: Sísmica

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ACOMPANHAMENTO GEOLÓGICO DE POÇO

A real existência do petróleo só pode ser


comprovada com a perfuração de poços, através da
correta obtenção e aproveitamento das informações
obtidas na boca do poço.
As tarefas desenvolvidas no acompanhamento
geológico do poço são:

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ACOMPANHAMENTO GEOLÓGICO DE POÇO

- Descrição de amostras de calha e testemunhos;


- Identificação imediata dos indícios de
hidrocarbonetos em amostras de calha, detector
de gás e fluido de perfuração;
- Confecção gráfica de perfis de acompanhamento;
- Execução de operação de perfilagem e teste de
formação a poço aberto;
- Transmissão de informação de rotina;
- Confecção de relatórios.

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AMOSTRAS DE CALHA

As amostras de calha são fragmentos de rocha resultantes da


ação mecânica da broca, que vem à superfície transportada pelo
fluido de perfuração que circula no poço.
São as informações mais aproximadas da realidade, função
direta da criteriosidade do encarregado da coleta e da lavagem.
Uma boa coleta é o primeiro passo para uma boa
amostragem.
O intervalo de coleta das amostras é dependente da finalidade
do poço. Desta forma, em um poço pioneiro, faz-se a amostragem
de três em três metros. Onde a estratigrafia é mais conhecida, a
amostragem é feita a cada nove metros.

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AMOSTRAS DE CALHA

Características observadas nas amostras de calha:

Tipo de rocha;
Percentual de ocorrência de cada
tipo litológico;
Cor e tonalidade;
Granulometria;
Arredondamento de grãos;
Seleção de grãos;
Composição principal e acessória
das rochas;
Matriz/cimento;
Estrutura;
Porosidade;
Indícios de hidrocarbonetos (fluorescência, corte e mancha);
Outros atributos, tais como dureza, compactação, tipo de fratura, etc.

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AMOSTRAS DE CALHA

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TESTEMUNHOS

A testemunhagem é um processo de amostragem direta, que


consiste na obtenção de uma seção representativa da rocha em
subsuperfície, na sua exata profundidade.
Há dois tipos de testemunhos: o convencional (obtido
durante a perfuração) e a amostragem lateral (obtida após a
conclusão do poço em zonas pré-selecionadas através de
perfis).
No primeiro tipo, pode-se adquirir qualquer metragem de
testemunhos, enquanto no segundo, apenas pequenos plugues
da ordem de uma polegada de comprimento por meia polegada
de largura.

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TESTEMUNHOS

A testemunhagem é realizada para:

Avaliação de indícios;

Obtenção de dados paleontológicos;

Estudos estratigráficos e sedimentares;

Estudos de reservatório;

Determinação dos parâmetros petrofísicos da rocha.

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TESTEMUNHOS

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INDÍCIOS DE HIDROCARBONETOS

O principal objetivo do geólogo de poço é a detecção,


em tempo hábil, de hidrocarbonetos nos reservatórios
perfurados, através de amostras de calha,
testemunhos, detector de gás e fluido de perfuração,
identificados através de fluorescência, corte e
manchas de óleo.

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Caracterização de indícios em amostras de
calha e testemunhos

Fluorescência – é o fenômeno da emissão de ondas


eletromagnéticas por algumas substancias, quando submetidas à
ação da luz ultravioleta.
Corte – é a disseminação do hidrocarboneto dos poros da
rocha, quando em contato com um solvente orgânico (ex.:
tricloretano).

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Caracterização de indícios em amostras de
calha e testemunhos

Figura 33 – Fluoroscópio utilizado na


observação de indícios de HC em amostras
de calha.

Mancha de óleo – pode ser observada tanto nos poros da rocha


quanto na superfície dos grãos. A cor da mancha da uma idéia
quanto ao tipo de óleo contido no reservatório.

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Detector de Gás e Cromatógrafo

São equipamentos de grande utilidade, podendo prevenir kick e


blow-out,detectar hidrocarbonetos não influenciáveis pela luz
ultravioleta, ajudar a interpretação de perfis e identificar gases
leves (ex.: metano) e totais.
Os tipos de detectores utilizados na Petrobras são:
DG-100 – usado principalmente em terra. Determina os valores de
UGT (unidades de gases totais) e UGP (unidades de gases
pesados);
Analysts – usado em plataformas. Alem de determinar os valores
UGT e UGP, consegue definir as quantidades relativas dos principais
componentes gasosos (metano, etano, propano, isobutano e
butano), quando acoplado ao cromatógrafo.

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PERFIL DE ACOMPANHAMENTO GEOLÓGICO

À proporção que o poço é perfurado, o geólogo registra uma enorme


variedade de dados em um gráfico de profundidade que é denominado
perfil de acompanhamento geológico ou strip-log.
Estes dados são:
Tempo de penetração da broca – muito útil na interpretação geológica,
marcando o topos de formações e definição de intervalos porosos para
teste de formação;
Litologia percentual e descrição sumária;
Litologia interpretada;
Informações sobre a perfuração e outras operações – tipo, diâmetro e
profundidade de entrada da broca, avanço, revestimento, cimentação, etc.
Registros do detector de gás;
Resumo de testes de formação e perfilagem;
Resultados de testemunhagens.

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AVALIAÇÃO DE FORMAÇÃO

Durante a perfuração de um poço, torna-se necessário identificar


os vários tipos de rochas atravessadas pela broca, localizar aquelas
que possam conter hidrocarbonetos e avaliar seu significado
comercial. Os resultados obtidos através destes procedimentos se
constituem em uma avaliação de formação.
Para que uma avaliação possa ser perfeita, ela deve ser iniciada
desde os primeiros metros perfurados, realizando-se em duas
etapas, quais sejam:

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AVALIAÇÃO DE FORMAÇÃO

Avaliação exploratória ou geológica


Durante a perfuração do poço: amostras de calhas
testemunhos
anomalias em detectores de gás
kicks de água ou gás
Durante ou após a perfuração do poço: perfilagem
teste de formação a poço aberto
amostras laterais
Avaliação exploratória ou de produção
Teste de formação a poço revestido (semelhante a teste de formação a
poço aberto).
Na realidade, os métodos de avaliação exploratória baseiam-se,
principalmente, na perfilagem de poços e em testes de formação.

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PERFILAGEM

Perfil é a representação gráfica continua de uma ou mais


características ou propriedades das rochas atravessadas por
um poço em relação à profundidade.
Os perfis podem ser confeccionados manualmente (ex.:
perfil de acompanhamento, granulométrico, de tempo de
penetração, etc.) ou eletronicamente. Estes são ditos perfis
elétricos, permitem inferir certas propriedades físicas (elétricas,
acústicas, radioativas, entre outras) das rochas atravessadas,
caracterizando-as e possibilitando correlações entre poços.

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RELAÇAO ENTRE OS PARAMETROS MEDIDOS PELOS PERFIS
MAIS UTILIZADOS E AS PROPRIEDADES DAS ROCHAS
PERFIL PARAMETRO(s) MEDIDO(s) RESPOSTAS
Potencial Espontâneo Potencial elétrico natural entre o Argilosidade, litologia,
(SP) poço e a superfície permeabilidade e
indicação qualitativa da
salinidade da água de
formação.
Elétrico-indução (IEL, Resistividade da zona mais Resistividade
ISF), Lateroperfil afastada da parede do poço
(DLL) e Duploindução
(DIT)
Microperfil (ML, Resistividade da zona próxima à Resistividade
MSFL) parede do poço
Raios gama (GR) Radioatividade natural e total da Litologia e argilosidade
formação
Raios Gama Espectral Conteúdo radioativo total e Litologia, argilosidade e
(NGT) parcial da formação devido aos identificação do tipo de
elementos U, Th, e K, argila da rocha.
isoladamente.
Sônico (BHC, BCS) Tempo de propagação de uma Porosidade, velocidade
onda acústica ao longo das acústica das rochas e
paredes do poço. identificação litológica.
Densidade (CDL) Quantidade de elétrons por Porosidade, densidade
unidade de volume de rocha e identificação litológica.
Litodensidade (LDT) Efeito fotoelétrico das rochas Porosidade, densidade
e identificação litológica.
Neutrônico (CNL, Concentração de hidrogênio por Porosidade,
CNS) unidade de volume da rocha. identificação litológica e
de fluido.

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TESTE DE FORMAÇÃO A POÇO ABERTO

A operação de teste de formação tem por finalidade o reconhecimento


dos fluidos das formações e as suas características de produção dos
reservatórios. Para tanto, a pressão da formação é colocada,
temporariamente, em contato com a pressão atmosférica, através de uma
coluna testadora conectada a DC´s. HW´s e DP´s.
O intervalo a ser testado é isolado através de obturadores constituídos
por borrachas que se expandem pela aplicação de peso na coluna,
assentando nas paredes do poço.
A coluna é descida vazia para permitir que, após a abertura da válvula
hidráulica no fundo, a formação possa produzir para a coluna testadora.
Se o intervalo testado for de boa permeabilidade, poderá ocorrer
surgência de fluido (gás, óleo ou água).

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SIGLAS E NUMERAÇÃO DOS POÇOS

Os poços perfurados em terra recebem denominação de acidentes


geográficos (rios, vales, lagoas, etc.) ou de localidades próximas (vilas,
povoados, fazendas, etc.).
Os poços perfurados em áreas marítimas pioneiras recebem o nome do
estado da federação a que pertencem acrescido de S (referencia à palavra
submarino), como, por exemplo, BAS (Bahia Submarino). Já os campos
marítimos são batizados com nomes populares de peixes acompanhados da
sigla do estado e S.
O prefixo numérico do poço indica qual a sua principal finalidade, sendo
constituídos de quatro partes, unidas entre si por um traço de união (hífen), a
saber:

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SIGLAS E NUMERAÇÃO DOS POÇOS
CLASSIFICAÇÃO
REFENCIAL NOMINAL
(SIGLA)
NUMERO SEQUENCIAL
ESTADO DA FEDERAÇÃO
PREFIXO FINALIDADE
1 Pioneiro
EXPLORATÓRIOS
2 Estratigráfico
3 Extensão
EXEMPLO 7-AG-15-BA
4 Pioneiro adjacente
5 Jazida mais rasa
6 Jazida mais profunda
EXPLOTATÓRIOS 7 Desenvolvimento ou
lavra
8 Injeção
9 Especial
Tabela 4 – Nomenclatura de poço.

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Reservatórios
A engenharia de reservatórios se preocupa
basicamente com a retirada dos fluidos do interior
das rochas, de modo que eles possam ser
conduzidos até a superfície.
São estudadas na engenharia de reservatórios a
caracterização das jazidas, as propriedades das
rochas, as propriedades dos fluidos nelas contidos,
a maneira como estes fluidos interagem dentro da
rocha e as leis físicas que regem o movimento dos
fluidos no seu interior, com o objetivo de maximizar a
produção de hidrocarbonetos com o menor custo
possível.
Permeabilidade absoluta

• A medida da capacidade de uma rocha permitir o fluxo


de fluidos é chamada permeabilidade.

• Quando existe apenas um único fluido saturando a rocha,


esta propriedade recebe o nome de permeabilidade
absoluta.
Permeabilidade efetiva

Quando existe mais de um fluido, a facilidade com que


cada um se move é chamada permeabilidade efetiva ao
fluido considerado.
Classificação dos reservatórios

A classificação de um reservatório de petróleo é feita


de acordo com o comportamento da mistura de
hidrocarbonetos nele contida e das condições de
pressão e temperatura a que estiver submetida.
Tipos de reservatórios

- Óleo

- Gás

Departamento de Geologia da SEAPETRO – Angelo J. Nascimento / Portugal Jr. / Rodrigo


Reservatório de óleo
Reservatórios de gás

Ao chegar à superfície a mistura gasosa é submetida a


processos nos quais os componentes mais pesados são
separados dos mais leves. Caso ocorra uma certa
produção de líquido este recebe o nome de reservatório
de gás úmido, caso contrário recebe o nome de
reservatório de gás seco.
Fluidos produzidos

Um comportamento padrão esperado para um reservatório


de óleo é que ele produza óleo, gás natural e água.

Produção de óleo
O óleo é a parte dos hidrocarbonetos que permanece no
estado líquido quando a mistura é levada a superfície.
Mecanismos de Produção

• Gás em Solução
• Capa de Gás
• Influxo de Agua
• Combinado
Gás em Solução
Capa de Gás
Influxo de água
Combinado
FIM

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