Intersticial e Fluxo Linfático INTRODUCAO • Na microcirculação ocorre à função mais objetiva da circulação, o transporte de nutrientes para os tecidos e a remoção dos produtos de excreção das células. • As pequenas arteríolas controlam o fluxo sanguíneo para cada área tecidual, e condições locais nos próprios tecidos controlam, por sua vez, o diâmetro das arteríolas. Assim, cada tecido controla, seu próprio fluxo sanguíneo em relação às suas necessidades, INTRODUCAO • Os capilares são estruturas extremamente delgadas, com paredes de uma só camada de células endoteliais altamente permeáveis. Aí ocorre a troca dos nutrientes e excretas celulares entre os tecidos e o sangue circulante • O objetivo deste capítulo é o de discutir a transferência de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial e, especialmente, os fatores que afetam a transferência do volume de líquido propriamente dito entre o sangue circulante e o líquido intersticial ESTRUTURA DA MICROCIRCULAÇÃO E DO SISTEMA CAPILAR • A microcirculação de cada órgão é especificamente organizada para servir às necessidades especiais desse órgão. • As arteríolas são providas de músculos e seu diâmetro pode alterar-se por muitas vezes. As metarteríolas (arteríolas terminais) não têm revestimento muscular contínuo, mas fibras musculares lisas circundam o vaso em pontos intermediários. • No ponto em que os capilares verdadeiros se originam das metarteríolas, uma fibra muscular lisa circunda geralmente o capilar. Isto é denominado esfíncter pré-capitar. Esse esfíncter pode abrir e fechar a entrada do capilar. • As vênulas são consideravelmente maiores que as arteríolas e têm revestimento muscular muito mais delgado. Entretanto, deve-se lembrar que a pressão nas vênulas é muito menor do que a pressão nas arteríolas. • Os "poros" nos capilares de alguns órgãos têm características especiais: • 1. No cérebro, as junções entre as células endoteliais capilares são principalmente junções "fechadas", que só permitem a passagem de moléculas muito pequenas para os tecidos cerebrais. barreira hematoencefâlica, • 2. No fígado, ocorre exatamente o contrário. As fendas entre as células endoteliais capilares são muito largas, de modo que quase todas as substâncias dissolvidas no plasma, incluindo até mesmo as proteínas plasmáticas, podem passar do sangue para os tecidos hepáticos. • 3. Nos tufos glomerulares renais, numerosas pequenas janelas ovais denominadas fenestrações atravessam diretamente bem no meio das células endoteliais, de modo que grande quantidade de substâncias pode ser filtrada pelos glomérulos sem ter de atravessar as fendas entre as células endoteliais. FLUXO DE SANGUE NOS CAPILARES VASOMOÇÃO
• O sangue geralmente não flui continuamente
pelos capilares. Em vez disso, ele flui de forma intermitente, sendo ativado e desativado a intervalos de alguns segundos ou minutos. A causa dessa intermitência é o fenômeno denominado vasomoção, que significa a contração intermitente das metarteríolas e esfíncteres pré-capilares. • Regulação da vasomoção. O fator mais importante até aqui verificado como afetando o grau de abertura e fechamento das metarteríolas e esfíncteres pré-capilares é a concentração de oxigênio nos tecidos. TROCA DE SUBSTÂNCIAS ENTRE O SANGUE E O LÍQUIDO INTERSTICIAL
• DIFUSÃO ATRAVÉS DA MEMBRANA CAPILAR
• Sem dúvida, o mais importante dos meios pelos quais substâncias são transferidas do plasma para o líquido intersticial, e vice-versa, é por difusão. Efeito da dimensão molecular sobre a passagem através dos poros
• A largura dos poros em fenda intercelulares dos
capilares, de 6 a 7 nm é cerca de 20 vezes o diâmetro da molécula de água, que é a menor das moléculas que passam normalmente pelos poros capilares. Por outro lado, o diâmetro das moléculas das proteínas plasmáticas é ligeiramente maior que a largura dos poros. Substâncias como íons sódio, cloro, glicose e uréia, têm diâmetros intermediários. Por esta razão, é evidente que a permeabilidade dos poros capilares em relação às diferentes substâncias varia de acordo com seu diâmetro molecular. DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME DE LÍQUIDO ENTRE O PLASMA E O LÍQUIDO INTERSTICIAL
• A pressão nos capilares tende a forçar o líquido e
as substâncias nele dissolvidas para os espaços intersticiais através dos poros capilares. Em contraste, a pressão osmótica produzida pelas proteínas plasmáticas (denominada pressão coloidosmótica) tende a causar o movimento do líquido, por osmose, dos espaços intersticiais para o sangue; é essa pressão osmótica que impede perda significativa do volume sanguíneo do sangue para os espaços intersticiais. • Além disso, o sistema linfático também é importante, fazendo retornar à circulação a pequena quantidade de proteínas e de líquido que vaza, de fato, para os espaços intersticiais. • As quatro principais forças determinantes do movimento de líquido através da membrana capilar. • FORCAS DE STARLING • 1. A pressão capilar (Pc), que tende a forçar o líquido para fora, através da membrana capilar. • 2. A pressão do líquido intersticial (Pli), que tende a forçar o líquido para dentro, através da membrana capilar, quando é positiva, mas para fora quando é negativa. • 3. A pressão coloidosmótica plasmática (IIp), que tende a causar a osmose do líquido para dentro, através da membrana. • 4. A pressão coloidosmótica do líquido intersticial (LLli), que tende a causar a osmose do líquido para fora, através da membrana. O SISTEMA LINFÁTICO • O sistema linfático constitui uma via acessória pela qual os líquidos podem fluir dos espaços intersticiais para o sangue. E, mais importante de tudo, os vasos linfáticos podem transportar, para fora dos espaços teciduais, proteínas e grandes materiais particulados, nenhum dos quais pode ser removido diretamente por absorção pelo capilar sanguíneo. Essa remoção de proteínas dos espaços intersticiais é uma função absolutamente essencial, sem a qual morreríamos dentro de cerca de 24 horas. FORMAÇÃO DE LINFA • A linfa deriva do líquido intersticial que flui para os vasos linfáticos. Por esta razão, a linfa, quando começa a sair de cada tecido, tem quase a mesma composição do líquido intersticial. • A concentração de proteínas no líquido intersticial da maioria dos tecidos é, em média, de cerca de 2 g/dl e a concentração protéica da linfa que flui desses tecidos é muito próxima deste valor. • O sistema linfático também é uma das principais vias de absorção de nutrientes a partir do tubo gastrintestinal, sendo responsável principalmente pela absorção dos lipídios. após uma refeição rica em lipídios, a linfa do duto torácico contém até 1 a 2%de lipídios. INTENSIDADE DO FLUXO LINFÁTICO • A intensidade do fluxo de linfa é determinada principalmente por dois fatores: • (1) a pressão do líquido intersticial e • (2) o grau de atividade da bomba linfática. • Por esta razão, qualquer fator que aumente a pressão do líquido intersticial também aumenta normalmente o fluxo linfático. Esses fatores incluem: • Ø Pressão capilar elevada. • Ø Diminuição da pressão coloidosmótica plasmática. • Ø Aumento das proteínas no líquido intersticial. • Ø Aumento da permeabilidade dos capilares. • Bomba intrinseca • quando um vaso linfático é distendido por líquido, o músculo liso da parede do vaso contrai-se automaticamente. Além disso, cada segmento do vaso linfático entre válvulas sucessivas funciona como uma bomba automática distinta. • Bomba extrinseca • Ø Contração dos músculos. • Ø Movimento de partes do corpo. • Ø Pulsações arteriais. • Ø Compressão dos tecidos por objetos fora do corpo. OBRIGADO