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EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA E
ACIONAMENTOS DE
MOTORES
Engº Ricardo P. Tamietti

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OBJETIVO

 Analisar os princípios e as tecnologias disponíveis


para os acionamentos elétricos de motores
assíncronos, identificando as vantagens e
desvantagens dos métodos apresentados.

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PROGRAMA

 Tipos de motores elétricos


 Contatores – categoria de emprego de motores
 Coordenação e seletividade
 Tipos de partidas de motores
 Acionamentos elétricos
 Sistemas de Velocidade variável

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Introdução

 ACIONAMENTO ELÉTRICO: Sistema capaz de converter energia


elétrica em energia mecânica (movimento), mantendo sob
controle tal processo de conversão.

 São normalmente utilizados para acionar máquinas ou


equipamentos que requerem algum tipo de movimento
controlado, como por exemplo a velocidade de rotação de uma
bomba.

 Os motores mais amplamente utilizados nos acionamentos


elétricos são os motores de indução monofásicos e trifásicos.

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Introdução

 Um acionamento elétrico moderno é formado normalmente pela


combinação dos seguintes elementos:

• MOTOR: converte energia elétrica em energia mecânica


• DISPOSITIVO ELETRÔNICO: comanda e/ou controla a potência elétrica
• TRANSMISSÃO MECÂNICA: adapta a velocidade e inércia entre motor e
máquina (carga)

SISTEMA MOTOR CARGA


ELÉTRICO ELÉTRICO MECÂNICA

CONTROLE

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Introdução

 A escolha do motor e de seus dispositivos de partida e parada,


mesmo influenciada por aspectos ambientais, está diretamente
relacionada com a carga mecânica a ser acionada e ao impacto
dela no sistema elétrico.

 No acionamento das cargas mecânicas os conjugados


resistentes e de arraste precisam ser analisados para evitar
problemas operacionais como desgaste, vibração, aquecimento...

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Dispositivos de partida de motores elétricos

 Funções de partidas-motores
Distribuição Elétrica de BT Isolar eletricamente o circuito de
força da alimentação geral
Seccionamento Seccionamento
Detectar e interromper o mais
Proteção contra Proteção contra rápido possível correntes
curto-circuito curto-circuito anormais superiores a 10 In

Proteção contra Detectar aumentos de corrente


sobrecarga até 10 In e evitar o aquecimento
do motor e dos condutores antes
da deterioração dos isolantes
Comutação Comutação
Consiste em estabelecer,
interromper e regular o valor da
corrente absorvida pelo motor
Soft-Start Inversor de
freqüência

Motor Motor

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Sistemas de velocidade variável

 Muitos processos industriais requerem dispositivos de


acionamento de cargas com velocidade variável:

• BOMBAS: variação de vazão de líquidos


• VENTILADORES: variação de vazão de ar
• SISTEMAS DE TRANSPORTE: variação da velocidade de transp.
• TORNOS: variação da velocidade de corte
• BOBINADEIRAS: compensação da variação de diâmetro da
bobina

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Sistemas de velocidade variável

 Durante muitos anos, as aplicações industriais de velocidade


variável foram ditadas pelos requisitos dos processos e limitadas
pela tecnologia, pelo custo, pela eficiência e pelos requisitos de
manutenção e componentes empregados.

 No passado: a variação de velocidade era feita por motor de


indução de velocidade fixa (primeiro dispositivo de conversão de
energia elétrica para energia mecânica) + dispositivo de
conversão de energia através de componentes mecânicos,
hidráulicos ou eletromagnéticos (segundo dispositivo de
conversão de energia).

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Sistemas de velocidade variável tradicionais

 VARIADORES MECÂNICOS
• Acoplamento por polias: redução ou ampliação de velocidade
fixas, sem a possibilidade de uma variação contínua de rotação.
Para cada nova rotação, o motor deve ser desligado para a troca
das polias. Baixo rendimento com o motor operando quase
sempre nas suas condições nominais, independente das
rotações desejadas na sua saída (desperdício de energia).
• Variadores mecânicos (motoredutores): avanço em relação ao
anterior, pois aqui já se consegue variar a rotação de saída
através de um jogo de polias/engrenagens variáveis. Continua o
baixo rendimento com o motor, operando quase sempre nas
suas condições nominais, independente das rotações desejadas
na sua saída (desperdício de energia). Equipamentos limitados a
baixas e médias potências (limite das engrenagens).

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Sistemas de velocidade variável tradicionais

Polias

Motoredutores Correias

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Sistemas de velocidade variável tradicionais

 VARIADORES HIDRÁULICOS

• O controle da variação de velocidade do motor é feita através da


vazão do fluido injetado no motor.
• Permite variação contínua de velocidade.
• Baixo rendimento e elevada manutenção.

 VARIADOR HIDROCINÉTICO
• Composto de um eixo de entrada (rotação fixa) e de um eixo de
saída, cuja rotação pode variar linearmente de zero até uma
rotação muito próxima à do eixo de entrada (existem perdas...)
• Permite variação contínua de velocidade
• Baixo rendimento

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Sistemas de velocidade variável tradicionais

Variadores
oleodinâmicos
de velocidade,
com variação
de velocidade
de 0-1700 rpm
com potência
de 0,5HP a
30HP

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Sistemas de velocidade variável tradicionais

 VARIADORES/EMBREAGENS ELETROMAGNÉTICOS

• Mudou-se o conceito de variação exclusivamente mecânica para


variação eletromecânica;
• Utiliza-se técnicas baseadas no princípio físico das correntes de
Foucault, utilizando um sistema de discos acoplados a bobinas
que podem ter seu campo magnético variável, variando-se assim
o torque (e também a velocidade) na saída do variador.
• Rendimento muito baixo, pois apresenta perdas por
aquecimento e ruído
• Aqui também o motor sempre estará girando na rotação
nominal, independente da rotação desejada no eixo de saída
(desperdício de energia), quando se opera em rotações abaixo
da nominal.

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Sistemas de velocidade variável atuais

 Na década de 80, com o desenvolvimento de semicondutores de


potência com excelentes características de desempenho e
confiabilidade, foi possível a implementação de sistemas de variação
de velocidade eletrônicos.

 O dispositivo de conversão de energia elétrica para mecânica


continuou sendo o motor, porém sem a utilização de dispositivos
secundários mecânicos, hidráulicos ou eletromagnéticos.

 Os sistemas de variação contínua de velocidade proporcionam, entre


outras, as seguintes vantagens: economia de energia, melhoramento
do desempenho de máquinas e equipamentos (adaptação da
velocidade aos requisitos do processo), elimina picos de corrente na
partida etc.

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Tipos de motores elétricos

 Motores assíncronos trifásicos

• Estator: em um motor assíncrono trifásico, três enrolamentos


geométricamente deslocados 120º são alimentados cada um por uma
das fases de uma rede trifásica alternada. Os enrolamentos
percorridos por estas correntes alternadas produzem um campo
magnético girante com velocidade síncrona (rpm):

120  f f = frequência; P = nº polos


Ns 
P
• Rotor: constituído por barras curto-circuitadas que sob ação do campo
girante, tem força eletromotriz induzida nas barras, dando origem à
circulação de correntes que interagindo com o campo magnético
girante darão origem a forças (conjugado) movimentando o rotor no
sentido do campo magnético.

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Tipos de motores elétricos

120  f
Ns 
S P

4 pólos,60 Hz
120  60
Ns   1800rpm
4

ns

Curva conjugado x corrente x velocidade

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Tipos de motores elétricos

S  ns  n
S ns  n
S (%) 
ns

120  f 1  S 
n
p

n  1740
 1800  1740 
S (%)    100
ns
 1800 
n S (%)  3,3%
Curva conjugado x corrente x velocidade

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Tipos de motores elétricos

Ponto de equilíbrio = conjugado


de aceleração é zero e a
velocidade permanece constante
(nominal)

O conjugado do motor
deve ser sempre MAIOR
que o conjugado da
carga, em todos os
pontos entre zero a a
velocidade nominal
(inclusive na partida)

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Tipos de motores elétricos

• O rendimento varia com


a carga do motor;
• Rendimento alto
significa baixas perdas;
• Quanto maior o
rendimento, menor a
potência absorvida da
linha, e portanto, menor o
custo da energia elétrica.

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Tipos de motores elétricos

Pu=C.

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Tipos de motores elétricos

 Rotor de gaiola simples


– É caracterizado por um conjugado de partida relativamente suave
mas com uma corrente absorvida muito superior a corrente nominal
quando do funcionamento em regime.

 Rotor de gaiola dupla


– É caracterizado por possuir duas gaiolas: a externa de alta
resistência elétrica que limita a corrente na partida e a interna de
baixa resistência que oferece características de bom desempenho
em regime.

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Motores de alto Rendimento

 Motor de Alto Rendimento

• Possui rendimento superior ao motor standard


• Gera baixas perdas;
• Reduz significativamente a elevação de temperatura, com
conseqüente aumento de vida útil;
• Promove a racionalização da produção e do consumo de
energia elétrica, eliminando os desperdícios e reduzindo os
custos.

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Motor de Alto Rendimento

 Eficiência energética através do


motor de Alto Rendimento

• O setor industrial é responsável


por 43% do consumo anual de
energia em nosso país. Dentro
deste setor, onde há maior
demanda de energia elétrica, os
motores são responsáveis por
aproximadamente 55% deste
consumo.

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Motor de Alto Rendimento

 Diferenças entre o motor de Alto Rendimento e o motor standard

• Maior quantidade de cobre: reduz as perdas Joule (perdas no estator);

• Chapa magnética com alta permeabilidade, baixas perdas e entreferro


reduzido - reduz a corrente magnetizante e consequentemente as perdas
no ferro;

• Enrolamento dupla camada: resulta em melhor dissipação de calor;

• Rotores tratados termicamente: reduz as perdas suplementares;

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Motor de Alto Rendimento

 A diferença de rendimento entre os motores padrão e Alto rendimento


variam entre 1,5 e 7 % sendo que para os motores de potencia menor a
diferença é maior. Vale lembrar que a economia de energia em motores
maiores é sempre maior, pois 2% em um motor de 150CV, pode ser muito
maior que 7 % em um motor de 1CV.

Motor standard Motor A.R


Motor 5 CV 4 polos 85,0 88,5
Motor 150CV 4 polos 93,5               95,0

 O custo do motor AR varia entre 30 e 40% a mais que o Standard  e o


tempo de retorno está ente 8 meses e 18 meses, com média de 12 meses

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Motor de Alto Rendimento

Características técnicas dos motores standard e de alto rendimento


Item de Motor standard Motor alto Característica
comparação rendimento
Quantidade de Menor Maior Reduz perdas
cobre Joules
Comprimento do Menor Maior Reduz perdas
pacote de ferro magnéticas
Enrolamento Camada Simples Dupla camada Provê melhor
dissipação do calor
gerado
Chapa metálica Altas perdas Baixas perdas Reduz a corrente
magnetizante
Rotor Sem tratamento Tratado Reduz perdas
termicamente suplementares no
ferro

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CONTATORES: Categoria de emprego de motores

 A suportabilidade dos contatores aos esforços decorrentes da interrupção


de correntes superiores à sua corrente nominal e a sua durabilidade ao ser
submetido a operações repetidas levou a uma classificação dos
contatores pela IEC.

 Essa classificação leva em conta:


– a freqüência das operações liga - desliga,
– valor das sobrecargas,
– fator de potência da carga,
– tipo de operação dos motores: na partida, na frenagem, na inversão
da rotação, etc.

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CONTATORES: Categoria de emprego

 Categorias de emprego segundo IEC 947-4


• As categorias de emprego normalizadas fixam os valores de corrente que
o contator deve estabelecer ou interromper, mantendo vida útil de 1,0 a
10,0x107 manobras.

• Elas dependem:
– da natureza do receptor controlado: motor de gaiola ou de anéis,
resistências, capacitores, lâmpadas fluorescentes, etc.
– das condições nas quais são efetuados os fechamentos e aberturas:
motor em regime ou bloqueado ou em partida, inversão do sentido
de rotação, frenagem por contracorrente.

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CONTATORES: Categoria de emprego de motores

 As categorias de emprego em corrente alternada

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CONTATORES: Categoria de emprego de motores

 As categorias de emprego em corrente alternada

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CONTATORES: Categoria de emprego de motores

Categorias de
emprego
segundo IEC
947-4

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Coordenação

 A coordenação das proteções é o


ato de associar, de maneira
seletiva, um dispositivo de
proteção contra os curtos-
circuitos (fusíveis ou disjuntores)
com um contator e um dispositivo
de proteção contra as sobrecarga.
Tem por objetivo interromper, em
tempo, toda corrente anormal, sem
perigo para as pessoas e
assegurando uma proteção
adequada da aparelhagem contra
uma corrente de sobrecarga ou
uma corrente de curto-circuito.

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Coordenação
 Sem coordenação
• São grandes os riscos para o operador, como também podem ser grandes os
danos físicos e materiais.
 Coordenação tipo 1
• É aceita uma deterioração do contator e do relé sob 2 condições:
– nenhum risco para o operador,
– todos os demais componentes, exceto o contator e o relé térmico, não
devem ser danificados.
 Coordenação tipo 2
• O risco de soldagem dos contatos do contator é admitido se estes puderem
ser facilmente separados. Após ensaios de coordenação tipo 2, as funções
dos componentes de proteção e de comando continuam operacionais.
• É a solução que permite a continuidade de serviço.
 Coordenação total
• É a solução em que não são aceitos nenhum dano ou desregulagem.

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Coordenação
 Qual a escolha certa?
• O tipo certo de coordenação para determinada instalação
depende dos parâmetros de funcionamento. A escolha
acertada proporcionará ao usuário um custo de instalação
mínimo. Fatores determinantes para uma instalação
englobam:
– TIPO 1: pessoal de manutenção especializado; equipamentos de custos
acessíveis; continuidade de serviço não requerido ou feito pela
substituição da chave de partida do motor sob defeito.
– TIPO 2: continuidade de serviço; redução do pessoal especializado e
especificações que estipulam o tipo 2.

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Coordenação

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Tipos de acionamentos estáticos para motores


assíncronos:

• Partida direta
• Estrela-triângulo
• Auto-transformador
• Soft-starter com controle de tensão/conjugado

 Variadores de velocidade

• Inversor de frequência

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida direta

É o modo de
partida mais
simples, com o
estator ligado
diretamente à
rede. O motor
parte com as
suas
características
naturais.
Para motores de
grande porte,
não é utilizado
(grande Ip !!!)

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Principais características

• Destina-se a máquinas que partem em vazio ou com carga;

• Partidas normais (< 10s). Para partidas prolongadas (pesadas), deve-se


ajustar as especificações do contator, relé de sobrecarga, condutores, etc;

• Relé de sobrecarga: ajustar para a corrente de serviço (nominal do motor);

• Frequência de manobras: média 15 manobras/hora.

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida direta

VANTAGENS

• Menor custo
• Muito simples de implementar
• Alto torque de partida

DESVANTAGENS

• Alta corrente de partida, provocando queda de tensão na rede de


alimentação (interferência em equipamentos ligados na mesma instalação
• É necessário sobredimensionar cabos e contatores
• limitação do número de manobras/hora

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Tipos de partida de motores assíncronos

PARA EVITAR OS PROBLEMAS MENCIONADOS COM A PARTIDA DIRETA,


PODE-SE UTILIZAR UM SISTEMA DE PARTIDA COM REDUÇÃO DE TENSÃO
E, CONSEQUENTEMENTE, REDUÇÃO DE CORRENTE.

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida estrela-
triângulo
Este processo de 
partida só pode ser
utilizado num motor
em que as duas 
extremidades de
cada um dos três Y
enrolamentos
estatóricos estejam Y
ligadas à placa de
terminais. Consiste
na alimentação do
motor com redução
de tensão na
partida.

43
Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida estrela-triângulo

• Este processo de partida só pode ser


utilizado em motores que possuam
ligação em dupla tensão (por exemplo
380/220V).
• A menor tensão deverá ser igual a
tensão de rede e a outra 1,73 vezes
maior.
• Esta partida é implementada com
dois contatores, proporcionando na
partida ligação estrela no motor (maior
tensão, com redução da corrente de
partida em 1/3) e após a partida
ligação em triângulo (tensão nominal).

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida estrela-triângulo

Principais características:

• Apropriada para máquinas com conjugado resistente de partida baixo


(até 1/3 do conjugado de partida do motor), praticamente constante, tais
como máquinas para usinagem de metais (tornos etc);
• É aplicada quase que exclusivamente para partidas em vazio (sem
carga). Somente depois de se ter atingido a rotação nominal a carga
poderá ser aplicada;
• O conjugado resistente da carga não deve ultrapassar o conjugado de
carga do motor, nem a corrente no instante da comutação deve atingir
valores muito elevados;

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida estrela-triângulo

Principais características:

• Partidas normais (< 15s). Para partidas prolongadas (pesadas), deve-se


ajustar as especificações do contator, relé de sobrecarga, condutores,
etc.
• Relé de sobrecarga: ajustar para 0,58 vezes a corrente de serviço
(nominal do motor);
• Relé de tempo: ajustar a um tempo de aceleração à aproximadamente
90% da rotação nominal;
• Frequência de manobras: média de 15 manobras/hora.

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Tipos de partida de motores assíncronos

85 95

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida estrela-triângulo

VANTAGENS

• custo reduzido
• a corrente de partida é reduzida a 1/3 quando comparada com a partida direta
• não existe limitação do número de manobras/hora

DESVANTAGENS

• redução do torque de partida a aproximadamente 1/3 do nominal


• são necessários motores para duas tensões com seis bornes acessíveis
• caso o motor não atingir pelo menos 90% da velocidade nominal, o pico de
corrente na comutação estrela para triângulo é equivalente ao da partida direta
• em casos de grande distância entre motor e chave de partida, o custo é
elevado devido a necessidade de seis cabos

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Tipos de partida de motores

 Partida por
autotransformador

O motor é
alimentado com
tensão reduzida
através de um
autotransformador
, que é desligado
do circuito no final
da partida.

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Principais características

• Destina-se a máquinas de grande porte, que partem com aproximadamente


metade da carga nominal (conjugado resistente de partida próximo da metade
do conjugado nominal do motor), tais como: calandras, britadores,
compressores, etc;
• Partidas normais (< 20s). Para partidas prolongadas (pesadas), deve-se
ajustar as especificações do contator, relé de sobrecarga, condutores, etc;
• Auto-transformador (com proteção térmica): taps de 65 a 80%;
• Relé de sobrecarga: ajustar para a corrente de serviço (nominal do motor);
• Relé de tempo: ajustar a um tempo de aceleração à aproximadamente 90% da
rotação nominal;
• Frequência de manobras: média de 10 à 15 manobras/hora.

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida por auto-transformador

VANTAGENS

• pode ser usada para partida de motores sob carga


• proporciona um conjugado de partida ajustável às necessidades da carga
• a corrente de partida é reduzida (proporcional a I2):
– TAP 65% de Un: redução para 42% do seu valor de partida direta
– TAP 80% de Un: redução para 64% do seu valor de partida direta

DESVANTAGENS

• custo maior que a estrela-triângulo, além da construção mais volumosa,


necessitando de quadros maiores
• frequência de manobras limitada

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Tipos de partida de motores assíncronos

QUADRO COMPARATIVO

Tipo de chave Tensão Ip Torque Partida

Direta 100% Ip Cp A plena carga

Estrela-triângulo 58% Ip x 0,33 Cp x 0,33 Praticam. a vazio*

Compensadora 80% Ip x 0,64 Cp x 0,64 Com carga


TAP 80% TAP 80%
65% Ip x 0,42 Cp x 0,42
TAP 65% TAP 65%

* ex: bombas e ventiladores com registro fechado, correias transp. sem carga, compressores
com válvula fechada, etc.

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Tipos de partida de motores assíncronos

TODOS OS MÉTODOS DE PARTIDA VISTOS


ANTERIORMENTE CONSEGUEM UMA REDUÇÃO NA
TENSÃO, TORQUE E CORRENTE DE PARTIDA, PORÉM A
COMUTAÇÃO É POR DEGRAUS DE TENSÃO

I  f (U ) nos bornes
C  f(U ) 2

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Tipos de partida de motores

 Soft-starter (partida
suave)
A alimentação do motor,
quando é colocado em
funcionamento, é feita por
aumento progressivo da
tensão (rampa de tensão),
o que permite uma partida
sem golpes e reduz o pico
de corrente.

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Tipos de partida de motores assíncronos

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Tipos de partida de motores assíncronos

 É um dispositivo eletrônico para controle de tensão, ou seja,


servem para acelerar/desacelerar a velocidade dos motores na
partida.

 A tensão reduzida é controlada ajustando-se o ângulo de disparo


de um par de tiristores em antiparalelo em cada fase da fonte.
Circuitos de controle eletrônico controlam a tensão aplicada ao
motor.

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Pelo ajuste correto das


variáveis de controle, o torque
do motor e a corrente são
idealmente ajustadas às
necessidades da carga. A
medida que a tensão vai
aumentando (num período
ajustável de tempo – rampa de
tensão), a corrente aumenta
para acelerar a carga de uma
maneira suave e sem degraus.

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Parada do motor: por inércia


ou controlada
• Por inércia: tensão vai
“instantaneamente” a zero,
implicando que o motor não
produza nenhum conjugado
na carga, que por sua vez
vai perdendo velocidade até
parar.
• Controlada: soft-starter vai 1- Reduzindo tensão aplicada ao motor, este
gradualmente reduzindo a perde conjugado
tensão de saída até um 2- Perda de conjugado, aumento escorreg.
valor mínimo de tempo pré- 3- Aumento de escorreg., motor perde veloc.
definido. 4- Motor perde veloc., a carga também perderá

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Tipos de partida de motores assíncronos

 Partida por soft-starter

VANTAGENS

• controle da corrente de partida (próxima à nominal)


• não existe limitação do número de manobras/hora
• longa vida útil pois não possui partes eletromecânicas móveis
• torque de partida próximo do torque nominal
• pode ser empregada também para desacelerar o motor
• possibilita inversão do sentido de rotação
• Proteções integrais (falta de fase, sobrecorrente, subcorrente, sobrecarga etc)

DESVANTAGENS

• É necessário tensão auxiliar para o soft-starter


• Maior custo na medida em que a potência do motor é reduzida
• distorções harmônicas na linha

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Nova tecnologia TCS - Torque Control System

A tecnologia TCS foi desenvolvida para o Soft-Start e permite, através de um


novo algoritmo, o Controle de Tensão e Corrente do motor, fazendo com que
o Conjugado de aceleração e desaceleração sejam lineares.

Esta Tecnologia conta com uma lógica chamada:


“Fuzzi Logic”- conhecida como lógica nebulosa ou difusa.

Com a utilização deste algoritmo conseguimos respostas mais rápidas,


precisas e estáveis para o controle em Conjugado.

60
Nova tecnologia TCS - Torque Control System
 Vantagens do controle do conjugado

Soft-Start controle em tensão Soft-Start controle em conjugado

61
Inversores: Acionamentos de
velocidade variável

62
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

frequência escorregamento
velocidade

120  f  1  S 
n
p
Nº de pólos

Podemos observar que, para se variar a rotação do motor, deveremos ou


variar a frequência (f), ou o escorregamento (S) ou o número de pólos.

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Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Variação do número de pólos:

Pode ser feita através de:


• enrolamentos separados no estator
• um enrolamento com comutação de pólos
• combinação dos dois anteriores

Não é interessante para os objetivos colocados, pois


teríamos uma variação discreta de velocidade. Além disso, a
carcaça é geralmente bem maior que o de velocidade única.

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Inversores: Acionamentos de velocidade variável
Variação do escorregamento:

• variação da resistência rotórica • variação da tensão do estator


2 2
3  R2  I 2 Pouco utilizado, uma vez que
S
s  C também gera perdas rotóricas
e a taxa de variação de
velocidade é pequena

Também seria inviável, pois com este método as perdas


aumentarão e os valores de torque do motor seriam alterados

65
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

120  f  1  S 
n
p

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Inversores: Acionamentos de velocidade variável
Variação da frequência: Motor 4 pólos; S = 0,0278
a) f = 60 Hz (frequência nominal)
120  60  1  0,0278
n  1750rpm
4
b) f = 30 Hz
120  30  1  0,0278
n  875rpm
4
c) f = 90 Hz
120  90  1  0,0278
n  2625rpm
4
67
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

O QUE QUEREMOS???:

O ideal será obtermos uma variação da


frequência que vamos aplicar ao enrolamento
estatórico do motor, conseguindo assim alterar a
rotação do motor, mas com TORQUE
CONSTANTE.

68
Inversores: Acionamentos de velocidade variável
Variação da frequência:

C  m  I 2
O torque (C) será constante se o
fluxo (m) permanecer constante

U
Como o torque precisa ser
mantido adequado e este só se
m 
mantém constante se o fluxo (m)
f
permanecer constante, teremos
que variar então a tensão (U) U
juntamente com a frequência (f). K
f
69
Inversores: Acionamentos de velocidade variável
Curva TORQUE x VELOCIDADE quando o motor é alimentado
com frequência variável:

Motor 4 pólos/60Hz/S=50rpm

Para cada frequência, teremos


uma velocidade síncrona,
mantendo-se uma diferença
constante do escorregamento

70
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Como podemos, a partir da tensão e frequência


constante da rede, obter um sistema trifásico com
frequência variável?

INVERSORES DE FREQUÊNCIA

71
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 O que é um inversor de frequência?

O inversor de freqüência é um equipamento eletrônico desenvolvido


para variar a velocidade de motores de indução trifásicos, composto
de três etapas distintas: retificação, filtragem e inversão.

72
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

73
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 ETAPA DE ENTRADA (RETIFICADORA)


• Composta de pontes trifásicas de diodos, que fazem o papel de retificação
da tensão e frequência alternada da rede com valor fixo (ex, 220V-60Hz),
transformando-a em corrente contínua.

 ETAPA DE FILTRAGEM (CIRCUITO INTERMEDIÁRIO)


• Composta por capacitores para troca de potência reativa com o motor nos
momentos em que o motor opera como “motor” ou “gerador”, além de
diminuir as ondulações na tensão que foi retificada pela etapa de entrada,
garantindo o fornecimento de tensão CC à etapa seguinte.

 ETAPA DE POTÊNCIA
• Com o sinal CC, os semicondutores que compões o inversor, através de
técnicas digitais (ex: PWM), chaveiam o sinal controlando o tempo de
“ligamento e desligamento” dos semicondutores, fazendo o valor médio
variar, conseguindo “fabricar” uma nova onda senoidal com frequência
variável.

74
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Objetivos dos acionamentos utilizando inversores

• Controle de velocidade e torque nos motores elétricos;


• Precisão na movimentação de carga;
• Sincronismo na operação conjunta de motores;
• Proteção operacional contra sobrecargas, curto-circuitos e acidentes;
• Repetibilidade e uniformidade na produção industrial;
• Possibilidade de interligação em redes de automação.

75
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Filosofias de controle

• CONTROLE ESCALAR: Variação da tensão e freqüência


proporcionalmente dependendo do modelo do inversor (controle U/f).

• CONTROLE VETORIAL: Controle individual dos componentes elétricos do


motor (corrente de magnetização, corrente rotórica). Controle de
velocidade e torque do motor.

76
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar de tensão: controle U/f

• A variação U/f é feita


linearmente até a frequência
nominal (ex. 60Hz);
• Acima de 60Hz, a tensão,
que já é a nominal
permanece constante;
• A partir de 60Hz, a
corrente, o fluxo, e
conseqüentemente o torque,
diminuirão (região de
enfraquecimento de campo).

77
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar de tensão: controle U/f

U • Fazendo uma análise muito


I2 
R 2
 XL
2
 simplificada, a corrente do
estator I2 é proporcional à
resistência R e ao valor da
U U reatância XL (2fL)
I2  
X L 2   f  L • Acima de 30Hz, R << XL;

U • I2 = CONSTANTE ( In)
I2 
f

78
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar de tensão: controle U/f


• A região de
enfraquecimento de campo é
uma região onde o fluxo
começa a decrescer e,
portanto, o torque também
começa a diminuir

U
m  Constante após fn

f Aumentando...

C  m  I 2
fn

79
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar de tensão: controle U/f


• A potência de saída do
conversor de frequência
segue a variação U/f, ou
seja, cresce linearmente até
a frequência nominal e
permanece constante acima
desta.

P  C 
Redução do consumo (kWh) ficando a potência “P”
(kW),“modulada” pela carga aplicada “C” (kgf.m) e pela rotação
do motor “” (rpm).
80
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar de tensão: controle U/f


• O motor de indução é auto-ventilado. Com a redução de rotação (f),
a ventilação já não é mais a mesma do que seria se estivesse nas
suas condições nominais;
• de 0 a 30Hz, deve ser feita uma análise do tipo de carga acionada
para tirar conclusões a respeito do aquecimento do motor;
• a tensão de saída do conversor apresenta distorção harmônica
(forma de onda não perfeitamente senoidal), provocando aumento da
corrente eficaz e consequente aumento de perdas;
• LOGO, É NECESSÁRIO REDUZIR CONJUGADO E POTÊNCIAS
ADMISSÍVEIS NO MOTOR (CURVA PADRONIZADA)

81
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar de tensão: controle U/f

82
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle escalar em inversores de frequência é utilizado em


aplicações normais que não requerem elevada dinâmica (grandes
acelerações e frenagens), nem elevada precisão e nem controle
de torque;
 Um inversor com controle escalar pode controlar a velocidade
de rotação do motor com precisão de 0,5% da rotação nominal
para sistemas sem variação de carga, e de 3 a 5% com variação
de carga de 0 a 100% do torque nominal;
 A faixa de variação de velocidade é pequena e da ordem de 1:10
(ex: 6Hz a 60Hz);
 O inversor de frequência escalar é mais utilizado em sistemas
que não requerem alto desempenho;
 Custo menor quando comparado ao controle vetorial.

83
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle vetorial

• Em aplicações onde se faz necessária uma alta performance


dinâmica, respostas rápidas e alta precisão de regulação de
velocidade, o motor elétrico deverá fornecer essencialmente um
controle preciso de torque para uma faixa extensa de condições
de operação;
• Acionamentos CC  sempre representaram uma solução ideal,
pois a proporcionalidade da corrente de armadura, do fluxo e do
troque num motor CC proporcionam um meio direto para o seu
controle;
• A diferença entre controle escalar (U/f) e o controle Vetorial, é a
malha de controle, que permite monitoração independente da
velocidade e do torque requerido.

84
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle vetorial

85
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle vetorial
• No motor de indução, a corrente do estator é a responsável por
gerar o fluxo de magnetização e o fluxo de torque, não
permitindo obter um controle direto de torque;
• No inversor V/f a referência de velocidade é usada como sinal
para gerar os parâmetros V/f;
• No inversor vetorial, calcula-se a corrente necessária para
produzir o torque requerido pela máquina, calculando-se a
corrente do estator e a corrente de magnetização;
• Controle vetorial: performance dinâmica de um acionamento CC
e as vantagens de um motor CA;

86
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Controle vetorial

 O Controle Vetorial pode ser de dois tipos:


• Sensorless: malha aberta (sem encoder – tacogerador de
pulsos)
• Com encoder: malha fechada (com realimentação de velocidade
por encoder)
 Ambos apresentam excelentes características de regulação e
resposta dinâmica, sendo que o controle com encoder apresenta
um grau de desempenho superior

87
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 Com encoder  “sensorless”

• Regulação de velocidade: 0,01% • Regulação de velocidade: 0,1%

• Regulação de torque: 5% • Regulação de torque: não tem

• Faixa de variação de velocidade: • Faixa de variação de velocidade:


1:1000 1:100

• Torque de partida: 400% máx. • Torque de partida: 250% máx.

• Toque máximo (mão contínuo): • Toque máximo (mão contínuo): 250%


400%

88
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

inversor motor carga

Aumento/diminuição
de carga

Velocidade
constante
Compensação do Frequência de saída
escorregamento é feita do inversor aumenta Lembrete: “S” é
pelo inversor para ou diminui conforme a determinado diretamente
manter a velocidade corrente do motor varia pela condição de carga
constante em função do aumento do motor. Logo, se “S”
independentemente de ou diminuição de carga varia, a velocidade
mudanças de carga
também!

89
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

90
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 VANTAGENS  DESVANTAGENS

• Utilização de motores de indução • Distorção harmônica da rede;


padrão; • Rendimento: como a tensão de
• Alta precisão de velocidade; alimentação não é senoidal, haverão
• Suavidade nos movimentos; harmônicos que provocarão maiores
• Sincronismo c/ alta precisão; perdas e consequente redução do
• Torque controlável; rendimento;
• Ampla faixa de variação de • Ruído: variará sensivelmente em função
velocidade; da frequência e do conteúdo de
• Pesos e dimensões reduzidas; harmônicas do inversor
• Operação em áreas de risco; • Confiabilidade do equipamento
• Disponibilidade de “by-pass”; eletrônico
• Cos  próximo de 1;
• Frenagem regenerativa;
• Economia de energia.

91
Aplicações de acionamentos com
motores de indução e inversores de
frequência

92
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

• Assim como precisamos saber como se comportam as


características de torque e de potência ao longo das rotações
do motor quando este é acionado por inversor de frequência,
precisamos também estudar os tipos de torque resistentes e
potências consumidas nas mais diversas aplicações pelas
respectivas cargas.

MOTOR X CARGA

• Conjugado nominal: conjugado nominal necessário para


mover a carga em condições de funcionamento à velocidade
específica.

93
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

• Conjugado de partida: conjugado requerido para vencer a


inércia estática da máquina em movimento. Para que uma
carga, partindo da velocidade zero, atinja a sua velocidade
nominal, é necessário que o conjugado do motor seja sempre
superior ao da carga.
• Conjugado de aceleração: conjugado necessário para
acelerar a carga à velocidade nominal. O conjugado do motor
deve ser sempre superior ao conjugado de carga, em todos os
pontos entre zero e a rotação nominal. No ponto de inserção
das duas curvas, o conjugado de aceleração é nulo, ou seja, é
atingido o ponto de equilíbrio a partir do qual a velocidade
permanece constante. Este ponto de interseção corresponde a
velocidade nominal

94
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

• O conjugado de
aceleração assume
valores bastante
diferentes na fase da
partida.
• O conjugado de
aceleração obtém-se a
partir da diferença entre
o conjugado do motor e
o conjugado da carga.

95
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

96
Inversores: Acionamentos de velocidade variável
Conjugado constante
Nas máquinas deste tipo, o
conjugado permanece
constante durante a variação
da velocidade e a potência
aumenta proporcionalmente
com a velocidade (ex: esteiras
transportadoras, pontes
rolantes, guinchos pórticos,
cadeira do laminador etc).
P  C 
C  constante (k)
P  k 

97
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Conjugado variável (crescente


com a velocidade)
Ex.: sistemas de acoplamento
hidráulico ou
eletromagnéticos, geradores
ligados em carga de alto fator
de potência

P  C 
C  k 
P  k  2

98
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Conjugado variável (crescente


com o quadrado da
velocidade)
Ex.: bombas centrífugas e
ventiladores.

P  C 
C  k  2

P  k  3

99
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Conjugado variável
(inversamente proporcional a
velocidade)
Ex.: brocas de máquinas,
bobinador, desbobinador,
máquinas de sonda e
perfuração de petróleo.
P  C 
k
C

Pk

100
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Com base no que estudamos até agora, podemos tirar a primeira


conclusão importante sobre a aplicação de acionamentos:

“Nunca utilizar um acionamento sem antes


conhecer o tipo de carga acionada”

Deve-se levar em consideração as curvas características:


• TORQUE x VELOCIDADE
• POTÊNCIA x VELOCIDADE DO MOTOR E DA CARGA

101
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Comportamento do motor de indução com variação da frequência

1 2
f0 até fn Enfraquecimento
U/f = constante de campo

0 fn Hz

102
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

OPERAÇÃO ABAIXO DA ROTAÇÃO NOMINAL:


• As perdas no cobre são resultado da corrente do motor, então a
perda de potência será proporcional a carga.
• Dessa forma, se o motor gira mais lento, com a mesma
corrente nominal (determinada pela carga) gerando a mesma
perda de potência que ocorre em velocidades elevadas, o motor
se sobreaquece, pois há um menor fluxo de ar de refrigeração
disponível.
• Ventiladores e bombas centrífugas:
centrífugas a carga normalmente
diminui, conforme a velocidade se reduz, desta forma o
“problema” de sobreaquecimento deixa de existir

103
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

• Em motores autoventilados, a redução da ventilação nas baixas


rotações faz com que seja necessária a diminuição no torque
demandado ou o sobredimensionamento do mesmo.
• O fator K (fator de redução de torque) leva em consideração as
influências da redução da ventilação em baixas rotações, bem
como das harmônicas e do enfraquecimento de campo.
• IMPORTANTE: para motores com ventilação independente, não
existirá mais o problema de sobreaquecimento do motor por
redução de refrigeração, podendo o mesmo ser dimensionado
com a carcaça normal e potência necessária ao acionamento.

104
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

• Geralmente, até 50% da fn utiliza-se o fator K como redutor de


potência ou, se quisermos, poderemos utilizar o Fs (fator de
serviço) e/ou o aumento da classe de isolamento do motor para
manter o torque constante.

• Abaixo de 50% frequência nominal, para se manter o torque


constante, geralmente deve-se aumentar a relação U/f do
inversor.

105
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

 constante

106
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

OPERAÇÃO ACIMA DA
ROTAÇÃO NOMINAL:
• Acima da frequência nominal,
como já visto, como o motor
funcionará com
enfraquecimento de campo, a
máxima velocidade estará
limitada pelo torque máximo
disponível do motor e pela
máxima velocidade periférica
das partes girantes do motor
(ventilador, rotor, mancais).

107
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Curva de Torque x Frequência para uso de motor com inversor de frequência

• K = fator de redução
de torque (“derating
factor”)
• K está entre 0,7 a 1,0
e depende do conteúdo
de harmônicas do
inversor (valores típicos
A B C são de 0,8 a 0,9)

108
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

109
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

EFEITO DA TEMPERATURA
• NBR-7094: condição usual de
serviço para temperatura
ambiente < 40ºC
• Temparatura ambiente > 40º,
utilizar Fator de Redução de
potência nominal
•Fator de redução = 2% / ºC

110
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

EFEITO DA ALTITUDE
• NBR-7094: condição usual de
serviço para altitude < 1000m
• altitude > 1000m, utilizar Fator
de Redução de potência
nominal
•Fator de redução = 1% / 100m

111
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

EXEMPLO PRÁTICO:

• Uma esteira transportadora necessita operar de 150 a 900 rpm.


Considerando o conjugado resistente na rotação nominal igual a
1,6 kgf.m, rede de 380V, 60Hz, determine o motor para operação
com inversor de frequência.

Dados:
900 rpm/60Hz

120  f 120  60 C (kgf .m)   (rpm)


p   8 pólos P(kW ) 
s 900 974
P(kW )  1,6  900 974  1,47kW

112
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Frequência dentro da faixa de


variação de velocidade:

 s1  p 150  8
f1    10 Hz
120 120
 s2  p 900  8
f2    60 Hz
120 120

Da curva Torque x Frequência , obtemos:

f1  K1  0,5
f 2  K 2  0,9

113
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

Determinação do torque nominal do motor (necessidade de


pleno torque a baixa velocidade):

C (c arg a) 1,6kgf .m
Cn(motor )    3,2kgf .m
K1 0,5

Através do catálogo de fabricante de motor, obtemos:


Motor de P = 4cv (3,0kW), Cn = 3,29 kgf.m, 380V, 60Hz, 8
pólos (900rpm)
Valor deve ser maior!

114
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

PROVA: Marque com Verdadeiro (V) ou Falso (F)

( V ) O motor acionado por inversor apresenta características de


torque constante de 6 a 60Hz.

( F ) O inversor apresenta em sua saída tensão constante e


frequência variável.

( V ) O inversor é constituído basicamente de um módulo


retificador, filtro, ponte de transistores e módulo de controle

( F ) O motor acionado por inversor apresenta características de


torque constante acima de 60Hz

115
Inversores: Acionamentos de velocidade variável

( F ) O motor não pode ser acionado por inversor acima de 60Hz


por falta de ventilação e sobreaquecimento.
( F ) O Toque de partida de um motor CA acionado por inversor é
de aproximadamente 2,5 vezes o toque nominal do motor

( V ) Para frequência abaixo de 6Hz é necessário o reforço de


torque ajustado pelo aumento do fluxo de magnetização.

( V ) Nunca se deve utilizar um inversor sem conhecer o tipo de


carga acionada.

( V ) Em aplicações com inversores, sempre que trabarmos


abaixo da rotação nominal, estaremos ECONOMIZANDO energia.

116
Obrigado!
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117
Produtos VERT Engenharia

 Título: CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


 Formato: 247 páginas formato A4 - 210 x 297mm
 e-Book (em CD-Rom), totalmente ilustrado, mais de 30 exercícios práticos,
conforme resolução 456 da ANEEL DE 29/11/00!
Este material técnico tem como objetivo dar orientação para
uma correta instalação de capacitores, corrigindo
efetivamente o fator de potência, proporcionando às
empresas um aumento da produtividade do sistema
elétrico, através da redução das perdas de energia em
cabos e transformadores, redução dos custos de energia
elétrica (redução de multas e de perdas elétricas), liberação
da capacidade do sistema, elevação dos níveis de tensão
entre outras vantagens. Especial atenção é dada às
harmônicas na instalação.  
Outro assunto bastante importante abordado é o de
gerenciamento de energia e tarifação energética. Em face
do crescente uso de automação nas indústrias e do
aumento das multas e ajustes cobrados pelas
concessionárias, o gerenciamento da energia elétrica vem
se tornando uma necessidade para as empresas
interessadas em reduzir custos.

118
Produtos VERT Engenharia

 Título: PASSO A PASSO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS


 Formato: aproximadamente 400 páginas formato A4 - 210 x 297mm
 e-Book (em CD-Rom), totalmente ilustrado, com mais de 60 plantas do projeto
detalhadas em AutoCAD, mostrando a aplicação passo-a-passo da NBR 5410 nas instalações
elétricas residenciais. A idéia principal deste livro é mostrar de forma clara, simples e objetiva,
todas as etapas para a elaboração de um projeto de instalações elétricas
residenciais de baixa tensão, conforme prescrições da NBR 5410.
A didática aplicada é de ser realmente passo-a-passo, ensinando os
conceitos e teorias com a aplicação prática, partindo de uma planta de
arquitetura de uma residência de 8 cômodos. Cada simples etapa do
projeto vai sendo desenvolvida e representada pelo acréscimo de uma
nova planta, implantada sobre a da etapa anterior, resultando em uma
visão dinâmica e muito clara do desenvolvimento do projeto.b Enfim, é
um material muito útil aos profissionais eletrotécnicos, sejam eles
iniciantes ou não, pois trata não apenas de conceitos básicos (muitas
vezes esquecidos por profissionais experientes), mas o que deve ser
feito e como deve ser feito, abordando todas as questões de
dimensionamento e segurança, preparando e atualizando o profissional
para a elaboração de projetos elétricos e para o promissor mercado de
trabalho de Avaliação da Conformidade das Instalações Elétricas , onde
serão exigidos certificados de inspeção das instalações elétricas pelas
concessionárias.

119
Produtos VERT Engenharia

 Título: UTILITÁRIO PARA CÁLCULOS ELETROTÉCNICOS


 Planilha eletrônica (em CD-Rom), para automatização dos cálculos de
projetos elétricos residenciais.
Extremamente prático e com uma abordagem inédita, este
utilitário (desenvolvido conforme a NBR 5410/97 em
planilha eletrônica MS-Excel 97) permite automatizar os
cálculos dos projetos elétricos residenciais. São 8 módulos
(inter-relacionados) dedicados a: Previsão de carga;
Divisão de circuitos; Dimensionamento de condutores;
Dimensionamento de eletrodutos; Dimensionamento da
proteção; Cálculo de Curto-circuito; Divisão de cargas;
Conversão de unidades.
Esta planilha oferece ao usuário uma rapidez para a
elaboração de uma memória de cálculo referente a todas as
etapas de dimensionamento de uma instalação elétrica
residencial (limitada para 15 cômodos por quadro de
distribuição), permitindo a impressão dos resultados
obtidos, como, por exemplo, o dimensionamento do padrão
de entrada e do quadro de distribuição de cargas, com a
indicação dos circuitos, potência, corrente, condutores fase,
neutro e de proteção, disjuntor, etc para cada circuito
terminal.

120
Produtos VERT Engenharia

 Título: AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:


verificação, inspeção e ensaios
 Formato: 167 páginas formato A4 - 210 x 297mm
 e-Book (em CD-Rom) sobre o mais recente tema da área de instalações elétricas: a
avaliação da conformidade das instalações elétricas de baixa tensão.
Conforme exigência da NBR 5410, qualquer tipo de edificação residencial,
comercial ou industrial, sejam elas novas ou reformas em instalações
existentes, deve proceder à "verificação final" das instalações antes de
entregues ao uso, através de uma inspeção visual e de diversos ensaios, a
fim de se verificar se a instalação está em conformidade com suas
exigências e prescrições.

Este livro (único do gênero no mercado nacional) aborda, de maneira prática,


todas as necessidades que os projetistas e engenheiros deverão atender
para terem seus projetos elétricos e obras inspecionadas satisfatoriamente
segundo os requisitos das normas técnicas pertinentes. É colocado em foco
também as necessidades e responsabilidades de quem compra projetos, de
quem instala e de quem inspeciona. Resumindo: quem deve fazer o que,
quando e como! Enfim, é um material técnico para ser utilizado por todos os
responsáveis neste processo de elaboração, compra, instalação e inspeção
de projetos elétricos.

121
Produtos VERT Engenharia

 Título: INTERPRETANDO A NBR 5410: INFLUÊNCIAS EXTERNAS E GRAUS


DE PROTEÇÃO
 Formato: 63 páginas formato A4 - 210 x 297mm
 e-book (em CD-Rom) + Software G-pro versão 1.0
Um dos grandes destaques da NBR 5410, e, infelizmente, na maioria das vezes, passado
despercebido por grande parte dos projetistas, é a classificação das chamadas influências
externas, as quais orientam as tarefas de seleção e instalação dos componentes de uma
instalação elétrica. É fundamental o conhecimento da compatibilidade entre as características
construtivas de um determinado componente da instalação e o ambiente onde será instalado.
A seleção correta está intimamente relacionada ao emprego de um componente com o grau
de proteção adequado, sendo esta a informação que os fabricantes de materiais elétricos
costumam fornecer em seus catálogos ou no corpo do próprio componente.

Este produto apresenta as regras sobre a classificação das influências externas e aplicação
dos graus de proteção em projetos de engenharia de uma maneira mais inteligível, fornecendo
orientação sobre a aplicação destas regras e, mais do que isso, as principais razões das
prescrições normativas citadas, utilizando exemplos práticos.

É oportuno salientar que, para agilizar ainda mais o acesso a estas informações, este produto
inclui, além deste "e-book", o software G-PRO, um aplicativo em ambiente windows® para
gerenciamento e consulta a todas as informações normativas referente ao presente tema.

122
VENDAS:

VERT ENGENHARIA
www.vertengenharia.com.br
vendas@vertengenharia.com.br

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