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A Problemática da respiração

conjunta em música de câmara

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Didática Específica ao Ensino Vocacional da Música III

M44388

Carla Martins

Évora,2020
z Música de câmara

 Segundo Dias (1995/1996), a música de conjunto é uma das formas de


ajudar o aluno a atingir uma melhor compreensão musical e favorecer o
desenvolvimento e a melhoria de determinadas competências musicais,
nomeadamente: pulsação / ritmo; maior sensibilização às mudanças e
fraseio; e melhor capacidade de improvisação.

 Para Goodman (2002), a prática de música de câmara torna-se desafiante


para os alunos, se forem explorados quatro aspetos que, de acordo com este
autor, são essenciais para o seu sucesso: a coordenação rítmica, a
comunicação entre instrumentistas, que pode der auditiva ou visual.
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A música de câmara proporciona igualmente vantagens ao nível do relacionamento

em grupo, e a nível pessoal. Em alguns instrumentistas a ansiedade sentida na

performance de forma individual apresenta-se como um obstáculo. Através da

música de câmara, essa dificuldade poderá ser superada, uma vez que, tocando em

conjunto, o aluno divide o palco e a responsabilidade da atuação com outros colegas,

sendo uma forma de o incentivar. Dias(1995/1996)

Shaffer (1984) chegou à conclusão de que os músicos conseguem moldar o seu

próprio ritmo ao mesmo tempo que mantêm a mesma pulsação com os colegas em

performance. Para além disso, os músicos têm a capacidade de se ouvirem entre sim,

de forma a responder adaptarem-se de forma espontânea às várias mudanças

expressivas individuais.
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 Breve análise da Obra:

 Schubert_Der_Hirt_Auf_Dem_Felsen_D965;

 (O Pastor nos rochedos);

 Tonalidade: Sol menor

 Trio de Clarinete, Canto e Piano;


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Relação dos instrumentistas com a
respiração
• O cantor e o clarinetista usam a respiração para tocar, ao contrário do
pianista;

• Pelas propriedades do instrumento, o clarinetista conseguirá naturalmente


aguentar uma nota ou frase durante mais tempo que o cantor.

• Além disso, visto que o clarinete oferece muita resistência ao ar emitido pelo
instrumentista, este é capaz de projetar uma nota muito mais tempo do que
um cantor que, visto não usar um instrumento para a sua performance, é
afetado apenas pela resistência natural dada pelo próprio corpo e treino
diário.
z Respiração do clarinete
Exemplo I
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A Respiração do cantor em função da
Frase musical e do texto
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Respiração do Clarinete
exemplo II
A respiração assinalada serve
de indicação para a entrada do
acorde do pianista, no tempo
seguinte.
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Respiração conjunta em canto e piano em
função do fraseamento e carácter

Tocar em conjunto requer que o aluno de piano


conheça muito bem a parte do colega, conseguindo
antecipar as suas intenções estabelecendo uma
união interior e psicológica do conjunto
(Dellalyan, 2013). Para além disso, o pianista deve
“ter cuidados sonoros e fraseado sempre tendo em
conta a linha melódica do colega” e ainda “seguir
constantemente a linha do cantor/instrumentistas.”
(Dellalyan, 2013, p. 71)
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Bibliografia

 Góis, P. M. D. S. (2019). A música de câmara como ferramenta no


desenvolvimento de competências musicais (Doctoral dissertation).

 Cunha, A. R. B. D. R. (2016). A influência da prática de música de câmara na


pedagogia da pianista Helena Sá e Costa (Doctoral dissertation).

 Vicente, R. A. A. D. (2018). A importância da música de câmara no ensino de


piano (Doctoral dissertation).

 Carvalho, V. D., & Ray, S. (2006). Intersecção da prática camerística com o ensino
do instrumento musical. In XVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-graduação em Música, Brasília.

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