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MESTRADO PROFISSIONAL EM AMBIENTE E

SUSTENTABILDIADE – PPGAS

Reincorporação de Resíduos Industriais


específicos da cadeia produtiva da Indústria
Alimentícia

Acadêmicos: Andressa Segabinazzi, Diego Limberger e Maiara Oberherr


INTRODUÇÃO
• Ano após anos, no sistema econômico globalizado
espera-se um aumento de expectativas de
consumo. Essa demanda cria pressões sobre o
ambiente natural e seus recursos e
consequentemente carecimento de novas ideias
sustentáveis e viáveis de destinação e reciclagem
de resíduos (KOSSEVA e WEBB, 2013).
• A INDÚSTRIA PASSA A SE PREOCUPAR?!
INTRODUÇÃO

• O desperdício de alimentos é uma barreira para um


equilíbrio sustentável. Reduzir os resíduos no
processo de distribuição de alimentos é, portanto, um
caminho de oportunidade para se encontrar um ciclo
viável de consumo (SCHRODER, 2013);
• No BRASIL desperdiça 23,6 milhões de toneladas
de alimentos por ano.
DADOS
• Um dos fenômenos causados pela cultura do consumismo é o
desperdício alimentar. São mais de 40 quilos de lixo por pessoa ao
ano.
• De acordo com a FAO, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são
perdidos por ano no mundo, o que representa de 30% do total produzido. Esse
número abrange toda a cadeia alimentar campo, indústria, logística, varejo e
consumidor. 
• Gera um prejuízo de US$ 940 bilhões por ano, ou mais de R$ 3 trilhões.
• Enquanto isso, existem mais de 7,2 milhões de pessoas no Brasil que ainda
são afetadas pelo problema da fome.
O que é possível ser feito pelas indústrias
alimentícias?
EMPRESA DE ESTUDO
RASIP
•A história da RASIP inicia com a diversificação das atividades das Empresas

Randon, quando ingressou no setor agropecuário através do aproveitamento

de incentivos fiscais;

•O inicio das atividades da empresa aconteceu em 15 de maio, na cidade de

Vacaria, região que faz parte dos Campos de Cima da Serra do Rio

Grande do Sul, localização privilegiada para a produção de maçãs de

qualidade;

•A empresa é uma das pioneiras a atuar no segmento de maçã no país.


• Área de cultivo conta com 1.100 ha de macieiras

• Constante atualização tecnológica aos pomares nos


processos, variedades e clones cultivados

• O processo produtivo consiste o plantio até a poda,


condução, polinização, tratamentos fitossanitários,
florada, raleio, colheita, armazenagem e classificação.
RASIP

Figura 1 – Área planta e produção de maçã da RASIP


Fonte: RASIP (2019)
Colheita 1ª Lavagem
Plantio Armazenamento em
acondicionamento eliminação de
câmaras frias de
Pomares em bins (caixas de indesejáveis (folhas
atmosfera controlada
madeira) e frutas podres)

Classificação por cor Canaletas separadas 2ª Lavagem com


Passagem no scanner
peso e formato por tipo água clorada

Embalagem por Expedição


categoria / Transporte
Paletização (mercado)
AÇÕES E RESÍDUOS
• Rigoroso sistema de destinação das embalagens de
agrotóxicos;

• Utilização da água da chuva para a pulverização nos


pomares

• Drenagem de águas residuais utilizadas no preparo dos


fertilizantes, em piso permeável e efluente produzido é
destinado.

• Frutos em estado de putrefação e folhas são


destinados para compostagem.
AÇÕES E RESÍDUOS
• Frutos abatidos separados para
comercialização a terceiros, como
empresas produtoras de sucos e néctares;

Gerados 40 toneladas/ano

Compostagem Indústrias de sucos/néctares


AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

• Utilização de bins. Embalagem de madeira;


• Utilização de metilciclopropeno para inibir a ação do
etileno na fruta (amadurecimento)
• Utilização de agentes como Glicol no fluido
refrigerante, trocando o Amônia (NH3) por ser mais
nociso.
AÇÕES E RESÍDUOS
• Efluente Líquido da empresa é encaminhado até a
lagoa de estabilização para posterior uso no solo,
lavagem de pisos e sanitários.
- Vazão autorizada 102m³/dia
- Efluente gerado: safra 100m³/dia
- Entressafra: 80m³/dia
CERTIFICAÇÕES
• Empresa certificada com GLOBALG.A.P. (Global /
Good Agricultural Pratice – GAP
• Certificação: base da produção sustentável,
ambientalmente correta e socialmente justa
Estudos de uso de resíduos alimentares e
resíduos de peixes para produção de ração
na Indústria de Aquicultura na China

• A indústria de aquicultura da
China domina a produção
global;
• Ingredientes convencionais
podem ser parcialmente
substituídos por resíduos de
alimentos;
Farinha de Peixe

• A base da alimentação para peixes comumente


usada na China é a farinha de peixe;

• Este produto detém um valor monetário alto,


pois a disponibilidade de aminoácidos presente
é de 60% a 68% e é fonte de óleos graxos e
minerais.
RESÍDUOS
• Okara (conhecido como borra de soja) – é o resíduo de
soja resultante da produção de tofu e leite de soja. 2,8
milhões de toneladas por ano são produzidos na China.

• Okara seco tem 25% de proteína bruta, 10% de lipídio bruto


e quantidades significativas de amido, açucares, potássio e
vitamina B;

• Oraka pode substituir ate 75% da proteína da farina de


peixe usada para culturas de tilápia.
RESÍDUOS DE ALIMENTOS
• Estima-se que na China, 195 milhões de toneladas por ano são produzidos;

• Escolher destinar resíduos de alimentos a aterros produz quantidades significativas

de metano, tornando essa prática uma escolha inadequada;

• Peixes alimentados por pallets a base de resíduos de alimentos demostraram níveis

baixos de contaminantes como DDT e mercúrio.

• Processo de biotransformação de resíduos alimentares para aumentar o teor de

proteína bruta e diminuição de fibra;

• Informações sobre diferentes métodos de processamento de resíduos alimentares

para produção de ração são limitados e requer mais pesquisas.


IMPACTOS

• Resíduos de peixes são partes do peixe improprias


para consumo, como ossos, intestinos, cabeças e
caudas;

• Estima-se que 50% do total da captura de peixe não


é utilizada como alimento.
ALIMENTOS
• Alimentos ricos em carboidratos constituem uma grande proporção do desperdício de

alimentos na China e é útil para a indústria de aquicultura;

• Algas podem ser cultivadas com resíduos de alimentos como fonte de nutrientes.

• O cultivo de microalgas é caro e estima-se que representa 30% de custo operacional de

um incubatório de peixes.

• Na China é mais comum uso de resíduos de alimentos na alimentação de suínos

• No Japão 52,5% de resíduos alimentares são usados nos setores de alimentação

• A legislação para o uso de resíduos de alimentos varia de pais para pais. Métodos

diferentes são usados a regularização, mas é unanimo o tratamento térmico para

esterilização (EPA,213).

• Estudos na Europa indicaram que pode-se economizar 1,8 milhões de hectares de terras

agrícolas. (utilizadas para cultivo de grãos para ração animal).


FARINHA DE PEIXE

• A farinha de peixe pode ser facilmente contaminada


por poluentes orgânicos persistentes (POPs) e
pesticidas, e essa poluição é um problema global. No
Canada traços de POPs foram encontrados em
amostras de ração de peixe salmão como também
contaminantes de arsênio, chumbo, cobre, zinco,
flúor e mercúrio.
Referencias Bibliográfica
• DUBENCZUK, F., WEIRICH, H., STRÖHER, J., STELMACH, J.,
QUEVEDO, L. F, OBERHERR, M., CARLINI, N. R. B., DILL, R. E.,
BENINCÁ, T. Visita Técnica a RASIP. UERGS, São Francisco de Paula,
2019.
• YIN MO, W., MAN, Y. B., WONG, M. H. Use of food waste, fish waste and
food processing waste for China’s aquaculture industry: Needs and
challenge. Sciencia of the Total Environment. Hong Kong, China 2018.
• SCHRODER, M., WEBB, C. Food Industry Wastes: Food System
Sustainability and the Consumer. Environ Sci. 2013.

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