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Controle de processos

Professor: Raimundo
Prof. Raimundo Joecy Pereira
Joecy Pereira
Interpretação dos processos industriais
O DIAGRAMA DE BLOCOS
Um sistema de controle pode consistir de vários componentes, o que o torna bastante difícil de
ser analisado. Para facilitar o seu entendimento e a fim de mostrar as funções desempenhadas
por seus componentes, a engenharia de controle utiliza sempre um diagrama denominado
“Diagrama de Blocos”.
Diagrama de blocos de um sistema é uma representação das funções desempenhadas por
cada componente e do fluxo de sinais. Assim, conforme pode ser visto na próxima figura, os
componentes principais de um sistema são representados por blocos e são integrados por meio
de linhas que indicam os sentidos de fluxos de sinais entre os blocos. Estes diagramas são,
então utilizados para representar as relações de dependência entre as variáveis que interessam
à cadeia de controle.

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Diagrama de blocos

Perturbações

Entrada erro Saída


Controlador Atuador Planta
+

Sensor

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REALIMENTAÇÃO

É a característica do sistema de malha fechada que permite a saída ser comparada com a
entrada. Geralmente a realimentação é produzida num sistema, quando existe uma
sequência fechada de relações de causa e efeito entre variáveis do sistema. Quando a
realimentação se processa no sentido de eliminar a defasagem entre o valor desejado e o
valor do processo, esta recebe o nome de realimentação negativa.

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Denominações usuais no controle industrial
• Planta Uma planta é uma parte de um equipamento, eventualmente um conjunto de itens de
uma máquina, que funciona conjuntamente, cuja finalidade é desenvolver uma dada
operação.
• Processo Qualquer operação ou sequência de operações, envolvendo uma mudança de
estado, de composição, de dimensão ou outras propriedades que possam ser definidas
relativamente a um padrão. Pode ser contínuo ou em batelada.
• Sistemas É uma combinação de componentes que atuam conjuntamente e realizam um certo
objetivo.
• Variável do Processo (PV) Qualquer quantidade, propriedade ou condição física medida a fim
de que se possa efetuar a indicação e/ou controle do processo (neste caso, também chamada
de variável controlada).
• Variável Manipulada ( MV) É a grandeza que é operada com a finalidade de manter a variável
controlada no valor desejado.
• Set Point (SP) ou É um valor desejado estabelecido previamente como referência de
• Set Valor (SV) ponto de controle no qual
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o valor controlado deve permanecer.
Denominações usuais no controle industrial
• Distúrbio (Ruído) É um sinal que tende a afetar adversamente o valor
da variável controlada.
• Desvio Representa o valor resultante da diferença entre o valor
desejado e o valor da variável controlada.
• Ganho Representa o valor resultante do quociente entre a taxa de
mudança na saída e a taxa de mudança na entrada que a causou.
Ambas, a entrada e a saída devem ser expressas na mesma unidade.

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CONTROLE ANALÓGICO X CONTROLE
DIGITAL
Controlador analógico Controladores digitais
Baseados em amplificadores Baseados em processadores
operacionais (Amp‐Op) Hardware (circuito eletrônico) D/As
Elementos passivos (resistores, • Software (programa de controle)
indutores, capacitores)
Filtros Ganhos Comparadores

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PROCESSOS ESTÁVEIS E INSTÁVEIS

Processos Estáveis (ou Naturalmente Estáveis)


• Consideremos o nível “L” do tanque da fig. A seguir. A vazão de saída
Qs é função do nível “L” (Q k. L s = ). Se “L” é constante, implica que
Qs está igual a Qe. No instante To, provocamos um degrau na válvula,
o nível começará a aumentar provocando também um aumento na
vazão de saída Qs. Após um período de tempo o nível estabilizará em
um novo patamar N1, isso implicará que a vazão de saída Qs será
igual a vazão de entrada Qe. Quando isso ocorre, afirmamos que o
processo considerado é um processo estável ou naturalmente estável.

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Processo estável

Autorregulação:
O processo que tem a condição de balancear a sua
energia de saída com a energia de entrada e é
também chamado de processo estável. No processo
da Figura do slide a seguinte, a vazão na saída “R”
tende a se igualar à vazão através da válvula “A”. Se a
válvula “A” for mais aberta ou mais fechada, o
nível do tanque irá aumentar ou diminuir até que a
vazão de saída através de “R” seja igual à nova vazão
na entrada. Então, através de amplos limites, o
processo irá estabilizar e sua vazão de saída será
igual a sua vazão de entrada. O limite desse exemplo
depende da profundidade do tanque.

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http://www.spiraxsarco.com/Resources/Pages/Steam-Engineering-
Tutorials/basic-control-theory/basic-control-theory.aspx
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Processos Instáveis
Processos Instáveis (ou Integrador)
Modificando o processo anterior
com escoamento natural por um
forçado, ou seja, acrescentando
uma bomba de vazão constante Qs
(fig. 3.10) e repetindo o
procedimento anterior observamos
que o nível não se estabilizará.
Esses processos recebem o nome
de processo instáveis ou integrador.

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“Caso a vazão de entrada seja diferente da vazão de saída, o tanque irá esvaziar
completamente ou transbordar, pois não existe tendência deste processo
equilibrar sua saída com sua entrada.” (BEGA, 2003).

Válvula 50% aberta

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ATRASOS NO PROCESSO
Todo processo possui características que determinam atraso na transferência de energia
e/ou massa, o que consequentemente dificulta a ação de controle, visto que elas são
inerentes aos processos. Quando, então, vai se definir o sistema mais adequado de
controle, deve-se levar em consideração estas características e suas intensidades. São
elas: Tempo Morto, Capacitância e Resistência.
Capacitância: “É uma mudança na quantidade contida, por unidade mudada na
variávelde referência.” (BEGA, 2003).
Tome cuidado para não confundir capacitância com capacidade, pois capacidade
são as partes do processo que têm condições de armazenar energia ou material.
Note que embora os tanques tenham a mesma capacidade (por exemplo,
100 m3), apresentam capacitâncias diferentes. A capacitância representa a relação entre
a variação de volume e a variação de altura do material do tanque.

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C= dv =A onde: dV = Variação de Volume
dh dh = Variação de Nível
A = Área

8
7
6
5
4 4
3 3
2 2
1 1

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ATRASOS NO PROCESSO
• RESISTÊNCIA:
• A resistência é uma oposição total ou parcial à transferência de energia
ou de material entre as capacitâncias. Na figura, está sendo mostrado o
caso de um processo contendo uma resistência e uma capacitância.
Como exemplo temos a resistência à passagem de um fluido em uma
tubulação, a resistência à transferência de energia, etc.

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Tempo morto
O tempo morto é o intervalo de tempo onde uma resposta do sistema não é verificada. Isso
ocorre devido a vários fatores, um deles diretamente ligado a distância percorrida e à
velocidade.
“Como os outros elementos fundamentais (resistência e capacitância), raramente
ocorrem sozinhos, são poucos os processos onde não está presente o
tempo morto. Para qualquer projeto o tempo morto deve ser considerado.“ (BEGA, 2003).
Um exemplo de processo que consiste basicamente de tempo morto é o
sistema de controle de peso do produto sobre uma correia transportadora
(Figura 1.12). O tempo morto entre a ação da válvula e a variação resultante
no peso, é igual a distância entre a válvula e a célula detectora de peso dividida
pela velocidade de transporte da correia.

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Se o fluido flui a uma velocidade de 4 m/s e a distância é igual a 20 m, o
tempo morto será de 5 s.

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AÇÕES DE CONTROLE
Foi visto que no controle automático, efetua-se sempre a medição variável controlada (saída),
compara-se este valor medido com o valor desejado e a diferença entre estes dois valores é
então processada para finalmente modificar ou não a posição do elemento final de controle. O
processamento é feito em uma unidade chamada unidade de controle através de cálculos
matemáticos. Cada tipo de cálculo é denominado ação de controle e tem o objetivo de tornar os
efeitos corretivos no processo em questão os mais adequados.
Existem 4 tipos de ações básicas de controle que podem ser utilizados isoladamente ou
associados entre si e dois modos de acionamento do controlador. Iniciaremos definindo estes
dois modos para em seguida estudar cada tipo de ação e suas associações principais.

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Modos de acionamento
• O sinal de saída do controlador depende de diferença entre a variável do
processo (PV) e o valor desejado para aquele controle (SP ou SV). Assim,
dependendo do resultado desta diferença, a saída pode aumentar ou
diminuir. Baseado nisto um controlador pode ser designado a trabalhar de
dois modos distintos chamados de “ação direta” e “ação indireta”.
• Ação direta (normal): Dizemos que um controlador está funcionando na
ação direta quando um aumento na variável do processo em relação ao
valor desejado, provoca um aumento no sinal de saída do mesmo.
• Ação indireta (reversa): Dizemos que um controlador está funcionando na
“ação reversa” quando um aumento na variável do processo em relação
ao valor desejado, provoca um decréscimo no sinal de saída do mesmo.
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AÇÃO DE CONTROLE ON-OF (LIGA-
DESLIGA)
De todas as ações de controle, a ação em duas posições é a mais simples e também a mais
barata, e por isso é extremamente utilizada tanto em sistemas de controle industrial como
doméstico.
Como o próprio nome indica, ela só permite duas posições para o elemento final de controle, ou
seja: totalmente aberto ou totalmente fechado.
Assim, a variável manipulada é rapidamente mudada para o valor máximo ou o valor mínimo,
dependendo se a variável controlada está maior ou menor que o valor desejado.
Devido a isto, o controle com este tipo de ação fica restrito a processos prejudiciais, pois este
tipo de controle não proporciona balanço exato entre entrada e saída de energia.
Para exemplificar um controle ON-OFF, recorremos ao sistema de controle de nível mostrado
na figura 4.1. Neste sistema, para se efetuar o controle de nível utiliza-se um flutuado para abrir
e fechar o contato (S) energia ou não o circuito de alimentação da bobina de um válvula do tipo

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AÇÃO DE CONTROLE ON-OF (LIGA-
DESLIGA)
solenóide. Este solenóide estando energizado permite passagem da
vazão máxima e estando desenergizado bloqueia totalmente o fluxo do
líquido para o tanque. Assim este sistema efetua o controle estando
sempre em uma das posições extremas, ou seja, totalmente aberto ou
totalmente fechado.

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Bibliografia
• FIALHO, Arivelto Bustamante. Instrumentação industrial. 7.ed. SÃO
PAULO: Érica, 2010.
• ALVES, J. J. L. A. Instrumentação, Controle e Automação de
Processos. LTC Editora, 1ª edição, 2005.
• OGATA, Katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno. Editora
Prentice-Hall, 1995.

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