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Lobo Ibérico

tem um passado,
ainda está presente e merece um futuro
O Lobo no Mundo
O lobo distribuía-se por todo o Hemisfério Norte, à excepção do
Norte de África, vivendo em diferentes habitats:
as zonas geladas do Alasca,
a tundra da Sibéria,
as florestas da América do Norte e da Eurásia,
e as regiões semi-desérticas da Arábia.

Actualmente a sua área de distribuição está muito reduzida.


Na Europa as populações lupinas encontram-se, geralmente
fragmentadas em núcleos pequenos, estando as maiores populações
nos países de Leste.
Também na América do Norte e Central se verificou uma grande
diminuição da população de lobos.  
O Lobo no Mundo
Nos últimos anos, na Europa
Central, a população lupina
aumentou em número e em
área de distribuição, voltando
a recolonizar áreas de onde
havia desaparecido.

Lobos dos países de Leste


expandiram-se para Oeste
(Alemanha e República
Checa) e os lobos de Itália
migraram para Norte (Suíça,
Áustria e França).
O Lobo no Mundo
Esta situação resulta da mudança das
atitudes públicas para com o lobo e da
alteração da ocupação do território pelo
Homem.

Também no leste dos Estados Unidos da


América, nas regiões fronteiriças com o
Canadá, se verifica actualmente uma
expansão da espécie.

O último censo a nível mundial realizado


em 1998, refere a presença de lobo em 43
países: em 83% destes o número de lobos
é estável ou tende a aumentar, e em 17%
o número de lobos está a diminuir.
Espécies e Subespécies de Lobo
  Existem 3 espécies de lobos diferentes:
o lobo da Etiópia (Canis simensis),
o lobo vermelho (Canis rufus),
e o lobo cinzento (Canis lupus).
 Esta última espécie, por sua vez, pode ser subdividida em mais de
30 subespécies (32 a 37 consoante os autores), 24 das quais
existindo na América do Norte.
Protecção do Lobo

O lobo é protegido na maioria dos países europeus


através da Convenção de Berna e de directivas
comunitárias para a conservação da fauna silvestre.

No entanto, há excepções em certas províncias de


Espanha, na Grécia e em alguns países de Leste, onde
o lobo é considerado uma espécie cinegética, ou seja,
pode ser caçado após a obtenção de uma licença.
Lobo Ibérico
Nome vulgar: Lobo
Ibérico.

Nome Científico: Canis


lupus signatus

Área de Distribuição:
Península Ibérica.

Habitat: floresta, serras


e planicies
Lobo Ibérico
Hábitos alimentares: A alimentação é muito
variada, dependendo da existência ou não
de presas silvestres e dos diferentes tipos de
pastoreio de cada região. As principais
presas silvestres deste predador são o javali,
o corço e o veado, enquanto que as presas
domésticas mais comuns são os ovinos, os
caprinos, os bovinos e os equinos. Pode
também predar cães e alimentar-se de
cadáveres de outros animais (necrofagia).

Comprimento: entre 1,40 m e 1,80 m

Peso: machos entre 30 a 40 kg, e fêmeas


entre 25 a 35 kg.
Lobo Ibérico
Período de
gestação: cerca de
2 meses.

Número médio de
crias: 3 a 8

Longevidade : Em
cativeiro, há
registos de
exemplares que
viveram até aos 17
anos.
Lobo Ibérico
Estatuto de conservação: Em
Perigo (Livro Vermelho dos
Vertebrados ICN, de 1990)

Causas de declínio: perseguição


directa (p.ex. veneno) e o
extermínio das suas presas
silvestres. O declínio é
actualmente agravado pela
fragmentação e destruição do
habitat e pelo aumento do número
de cães vadios/assilvestrados.
Lobo na Península Ibérica
A subespécie de lobo que habita a
Península Ibérica designa-se
cientificamente por Canis lupus signatus e
foi descrita por Angel Cabrera em 1907.

Outrora distribuindo-se por toda a


península, actualmente encontra-se
circunscrita às regiões do Centro-Norte e
Norte.

Estima-se que na Península Ibérica,


sobrevivam cerca de 2000 lobos, dos quais
300 em território português.
Declínio do Lobo Ibérico
Durante o século XIX os lobos eram
numerosos em Portugal ocupando todo o
território nacional.

Contudo, já em 1910 era notório o seu


declínio e apesar do actual estatuto de
conservação do lobo, os estudos até agora
realizados sugerem que a população
lupina em Portugal continua em
regressão, encontrando-se actualmente
confinada à região fronteiriça dos
distritos de Viana do Castelo e de Braga,
à província de Trás-os-Montes e parte dos
distritos de Aveiro, de Viseu e da Guarda.
Declínio do Lobo Ibérico
As causas do declínio do lobo
são, fundamentalmente e
como já foi referido, a
perseguição directa e o
extermínio das suas presas
selvagens - veado e corço.

O declínio é actualmente
agravado pela fragmentação e
destruição do habitat e pelo
aumento do número de cães
assilvestrados.
Declínio do Lobo Ibérico
A perseguição directa movida por pastores e
caçadores - caça furtiva com armas de fogo,
remoção das crias das tocas, armadilhagem e
envenenamento - deve-se à crença generalizada
que o lobo ataca o homem e os animais
domésticos.

 A escassez de presas naturais, provocada pela


excessiva pressão cinegética sobre os cervídeos e
pela destruição do habitat, leva a que, de facto, os
lobos por vezes ataquem os animais domésticos.

No entanto, em áreas onde as presas naturais


abundam, os prejuízos provocados pelo lobo no
gado são quase inexistentes.
Declínio do Lobo Ibérico
Ao mesmo tempo, pensa-se que
presentemente existam centenas de cães
abandonados a vaguear pelo país, que
competem com o lobo na procura de
alimento, sendo provavelmente
responsáveis por muitos dos ataques a
animais domésticos incorrectamente
atribuídos ao lobo.

Em relação ao ataque a humanos, existe


apenas uma informação comprovada que
se refere a um animal com raiva, doença
que, felizmente, já há muitos anos se
encontra irradicada de Portugal.
Garantir a sobrevivência do Lobo Ibérico
O lobo só sobreviverá se lhe
proporcionarmos refúgios adequados
e alimentação natural (corço, veado, e
javali), e aceitarmos que cause
algumas baixas nos rebanhos, sendo
os pastores indemnizados, sempre que
o ataque seja comprovadamente
atribuído ao lobo.

A reintrodução de cervídeos - veado e


corço - é fundamental para a
sobrevivência dos nossos últimos
Lobos Ibéricos.
A conservação do lobo e os cães de gado
Para contribuir para a conservação do lobo, através da
diminuição dos conflitos com o homem decorrentes da
predação sobre os animais domésticos, o Grupo Lobo
delineou, em 1987, uma linha de acção que tem por
objectivo recuperar a utilização das raças nacionais de
cães de gado para a protecção dos rebanhos.
Cães de Gado
Os cães de gado têm sido utilizados pelos pastores
durante centenas de anos e fazem parte do sistema
tradicional de pastoreio utilizado em Portugal e
noutros Países do Mediterrâneo e da Ásia.

Como método de protecção, o cão de gado destaca-se


pela sua ancestralidade e capacidade de adaptação às
diferentes situações de pastoreio e de maneio
tradicional do gado, sendo um método de utilização
generalizada.
Cães de Gado
Por toda a Europa mediterrânica, onde a produção pecuária
adquiriu uma grande importância económica, podiam
encontrar-se cães de gado acompanhando os rebanhos
durante o percurso diário de pastoreio ou durante as
migrações transumantes de verão, em busca de melhores
pastos.

Estas migrações sazonais, que podiam atingir centenas de


quilómetros e durar vários meses, implicavam a
movimentação de milhares de animais ao longo de rotas
estabelecidas que cruzavam os países de Norte a Sul,
chegando a atravessar fronteiras.
Cães de Gado
Os cães de gado possuem uma morfologia e
comportamento característicos que os tornam muito
eficientes na protecção dos animais domésticos dos
ataques dos predadores.

Estas características resultaram de uma selecção


baseada no comportamento, efectuada pelo homem ao
longo de milhares de anos.
Função dos Cães de Gado

Os cães de gado trabalham independentemente do


pastor, acompanhando o gado nas suas deslocações e
mantendo-se permanentemente na sua proximidade,
mas sem perturbar a sua actividade.

Cão de gado
transmontano
Função dos Cães de Gado
Ao contrário do cão de gado, o cão de
condução ou cão de virar ou cão pastor,
como também é conhecido, obedece às
ordens do pastor, que ajuda a reagrupar e
conduzir o gado de um local para outro,
perseguindo ou ladrando aos animais. Os
cães de condução trabalham de acordo
com as indicações do pastor não sendo,
geralmente, deixados sozinhos com o
gado. São geralmente cães de pequeno a English shepherd
dog
médio porte e, portanto, muito ágeis.

Os dois tipos de cães têm funções muito


diferentes e podem ser utilizados em
conjunto no mesmo rebanho.
Morfologia dos Cães de Gado
 Apesar do grande número de raças de cães de gado
existentes, estas apresentam uma grande semelhança
morfológica entre si.

São geralmente cães de grande porte, apresentando cabeças


maciças e arredondadas e orelhas placadas (caindo junto à
cabeça).

A pelagem parece ser o principal factor que permite a distinção


das várias raças, podendo ser curta ou longa, e apresentando
toda uma gama de cores, podendo variar do branco ao preto,
resultado das preferências regionais dos pastores.
Raças de Cães de Gado

Por toda a Europa mediterrânica e Ásia, existem cerca de 30


raças reconhecidas de cães de gado.

Esta diversidade resulta de uma selecção baseada, não só na


capacidade de adaptação dos animais às características de cada
região, mas também nas preferências estéticas regionais.

Em Portugal estão reconhecidas 4 raças pelo Clube Português


de Canicultura: o Cão de Castro Laboreiro, o Cão da Serra da
Estrela, nas variadades de pêlo curto e de pêlo comprido, o
Rafeiro do Alentejo e o Cão de Gado Transmontano.
Cão de Castro Laboreiro

O Cão de Castro Laboreiro tem o seu solar na região de Castro


Laboreiro, donde recebeu o nome, entre as serras da Peneda e do
Soajo.

É uma raça considerada rara, sendo relativamente pouco conhecida.

Na sua região de origem é cada vez menos utilizada, em virtude da


diminuição dos rebanhos, apesar de continuar a proteger as
manadas de gado bovino.

É um cão activo que está sempre alerta e em virtude do seu menor


porte demonstra uma grande agilidade.
Cão da Serra da Estrela

O Cão de Serra da Estrela é originário da Serra da Estrela,


onde protegia os rebanhos de ovinos, que acompanhava
durante a transumância.
Devido à grande popularidade da variedade de pêlo
comprido, é a raça portuguesa com maior número de animais
registados.
Existe uma outra variedade de pêlo curto, mais rara e menos
conhecida.
Devido à grande diminuição do número de rebanhos na sua
região de origem, é actualmente mais utilizado na guarda de
quintas e habitações. Também foi utilizado como animal de
tracção.
Rafeiro do Alentejo

O Rafeiro do Alentejo tem o seu solar nas vastas


planícies Alentejanas.

Tradicionalmente acompanhava e protegia os rebanhos


de ovinos nas longas rotas da transumância. Com o fim
da transumância e o desaparecimento do lobo na região,
começaram a ser cada vez mais utilizados na guarda das
grandes herdades e quintas.

É um cão corpulento também utilizado em matilhas de


caça grossa.
Cão de Gado Transmontano

O Cão de Gado Transmontano é originário do Nordeste


Transmontano, uma região planáltica, cortada por vales e serras.

 Ainda é muito utilizado para a protecção do gado,


principalmente o ovino.

É uma raça muito recente, tendo os primeiros registos sido


feitos em 2004.

É um cão de grande tamanho, apresentando semelhanças


morfológicas com o Rafeiro do Alentejo.
Raças estrangeiras de cães de gado

Existem diferentes raças de cães de gado em vários


países Mediterrânicos e da Ásia, entre as quais
podemos destacar algumas.

Espanha
Mastim Espanhol (Mastín Español)

Mastim dos Pirinéus (Mastín de los Pirineos)


Raças estrangeiras

França
Cão de Montanha dos
Pirinéus (Chien de Montagne
des Pyrénées)

Itália
Cão de Pastor Maremmano-
Abruzzese (Cane da Pastore
Maremmano-Abruzzese)
Raças estrangeiras

Eslovénia
Cão de Pastor de Kraski (Kraski Ovcar)

Hungria
Komondor

Kuvasz
Raças estrangeiras

Eslováquia
Slovensky Cuvac

Polónia
Cão de Pastor Polaco Tatra (Polski
Owczarek Podhalanski)

Macedónia, Sérvia e Montenegro


Cão de Pastor Jugoslavo
(Sarplaninac)
Raças estrangeiras

Rússia
Cão de Pastor da Ásia Central
(Sredneasiatskaïa Ovtcharka)

Cão de Pastor do Cáucaso


(Kavkazskaïa Ovtcharka)

Cão de Pastor da Rússia


Meridional (Ioujnorousskaïa
Ovtcharka)
Raças estrangeiras

Turquia
Cão de Pastor da Anatólia (Coban
Köpegi)

Akbash (raça não reconhecida


pela FCI)
Raças estrangeiras

Tibete
Mastim do Tibete (Do-Khyi)

Marrocos
Cão Pastor do Atlas (Aidi)
Outras Raças Portuguesas
Além das raças de cães de gado, há outras raças
portuguesas que é importante preservar:
Cão da Serra de Aires
Cão de Fila de São Miguel
Podengo Português
Perdigueiro Português
Cão de Água Português
Barbado da Terceira
Cão da Serra de Aires

Cão de Fila de São Miguel

Podengo Português
Perdigueiro Português

Cão de Água Português

Barbado da Terceira

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