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A Pena de Morte e o Cristão

Em um passado não muito distante, os


tribunais executavam os condenados
de maneiras brutais. Alguns eram
atravessados com bastões ou
esmagados por elefantes, enquanto
outros tinham a pele arrancada ou os
ossos triturados.
Diante delas, os métodos tradicionais
parecem piedosos. Afinal, o enforcamento
e a cadeira elétrica, e injeção letal, têm,
pelo menos, o mérito de matar com
rapidez, de acordo com a Anistia
Internacional, 78 nações promovem
execuções de criminosos.
A Pena de Morte é um assunto atual.
A sua validade é discutida em todos os
setores da sociedade.
À medida em que aumenta a incidência
dos crimes violentos vemos alguns setores
movimentando-se para que a Pena Capital
seja instaurada em nosso sistema
judiciário.
Mas o que diz a Bíblia sobre este
tema? Qual deve ser a posição do
servo de Deus, perante assunto tão
controvertido?
A impunidade aumenta a criminalidade.
Isto é um fato! Será que as nossas leis são
suficientemente duras a ponto de
corrigirem, ou inibirem a desordem social?
Seria a pena de morte uma punição justa e
até necessária em nosso contexto
brasileiro?
Este é um assunto polêmico que
apresenta dificuldades, e algumas
questões precisam ser levantadas e
respondidas em nosso estudo sobre o
assunto. :
Primeiro, a Bíblia proíbe, ordena ou
autoriza a pena de morte? Segundo, a pena
de morte seria justamente aplicável e
promoveria a segurança em nosso contexto
social? E terceiro, quem seria responsável
pelo julgamento e aplicação da pena
capital?
A proposta desta lição é de estudarmos
o tema, assumindo que a Bíblia nem
ordena, nem proíbe a pena capital, mas
a permite como dispositivo punitivo
caso um país decida adotá-lo.
ESCLARECENDO O FUNDAMENTO
Não há proibição contra a pena de
morte na antiga Aliança.
Encontramos no Antigo Testamento o
6º mandamento “não matarás”.
Todavia, esta lei não significava a
proibição de toda morte como sentença
penal.
A intenção da pena de morte no Antigo
Testamento era de frear pecados sociais de
um povo que viveu mais de 400 anos como
escravo, influenciado pela cultura
pecaminosa egípcia e sem uma referência
clara da justiça divina.
A Lei de Deus
O Que É a Lei de Deus?
Deus proferiu e revelou diversas
determinações e deveres para o homem,
em diferentes épocas na história da
humanidade. Sua vontade para o homem,
constitui a sua Lei e ela representa o que é
de melhor para os seus.
Toda vontade de Deus revelada
constitui-se num mandamento.
Quando estudamos a Lei de Deus,
devemos discernir, os diversos aspectos
desta lei, apresentados na Bíblia.
Muitas doutrinas erradas podem ser
evitadas, se possuirmos a visão bíblica
do assunto.
Podemos dividir a Lei de Deus
em três áreas,(três aspectos):
1. A Lei Civil ou Judicial — Representa a
legislação dada à sociedade ou ao
estado de Israel, por exemplo: os
crimes contra a propriedade e suas
respectivas punições.
2. A Lei Religiosa ou Cerimonial — Esta
representa a legislação levítica do Velho
Testamento, por exemplo: os sacrifícios e
todo aquele simbolismo cerimonial.
3. A Lei Moral — Representa a vontade
de Deus para com o homem, no que diz
respeito ao seu comportamento e aos
seus deveres principais.
Toda a Lei É Aplicável aos Nossos Dias?
Quanto à aplicação da Lei, devemos
exercitar a seguinte compreensão:
Estamos Sob a Lei Moral de Deus, no
sentido de que ela continua
representando a soma de nossos
deveres e obrigações para com Deus e
para com o nosso semelhante.
A Lei Moral vem antes dos Dez
Mandamentos Gênesis 9:6
A Lei Moral de Deus, constituindo a sua
vontade permanente para o homem, e
estabelecendo as obrigações e deveres, do
homem para com Deus e do homem para
com o seu semelhante, foi revelada em
diversas ocasiões, mesmo antes da
codificação mosaica.
A Bíblia nem ordena, nem proíbe a pena
capital, mas a permite como dispositivo
punitivo caso um país decida adotá-lo. Assim,
podemos protestar a seu favor, caso
entendamos que seja necessário a aplicação
de penas mais rígidas, como a pena de morte
em nossos tribunais.
A pena de morte promove a vida de
quem quer viver. O “não matarás” é
uma advertência para quem não quer
se tornar um assassino. Isto significa
que se o indivíduo matou, perdeu o
direito de viver.
A autoridade instituída por Deus tem o
dever de proteger com a espada, e com
este mesmo instrumento punir o
criminoso impedindo-o de ser uma
possível ameaça aos cidadãos de bem.
Romanos 13:1-7
A pena de morte não é algo
realizado por vingança familiar,
nem sem critérios objetivos da
gravidade do crime em que se dará
a condenação.
A sentença será dada pelo Estado, um
juiz especializado, leis específicas, e
sobre um crime doloso e hediondo
em que envolve assassinato ou a
desonra com dano irreparável do
indivíduo, como por exemplo, o
estupro.
Talvez, alguém seja contra a pena de
morte no Brasil argumentando que
sempre é possível um inocente morrer
injustamente.
De fato, este é a melhor objeção à pena capital. Todavia,
a resposta a este argumento é satisfatoriamente dada
por Gordon H. Clark quando ele questiona
“a pena de morte é inviável pela possibilidade de erro
judiciário ou o erro do judiciário deve ser minimizado
ao máximo?
A continuidade de crimes deve ser garantida por lei?”
O sistema legal brasileiro deve ser aperfeiçoado e
corrigido e não afrouxar as penas por ter falhas.
Três motivos deveriam nos levar a
considerar como necessária a
aplicabilidade da pena de morte em
nosso sistema judiciário:
Primeiro, a influência geral, ou seja, a
teoria de que quando uma pessoa é
castigada outros criminosos em
potencial estariam menos dispostos a
cometer os mesmos crimes.
Segundo, a influência específica, que é a
teoria de que o criminoso castigado não
cometerá mais crimes estando morto.
E terceiro, a retribuição legal, isto é, a
teoria de que o crime exige um castigo
com uma pena que lhe seja
proporcional.
Quando o Estado não castiga o criminoso
com uma punição equivalente ao seu
crime, ele penaliza a vítima, protege o
criminoso, e fomenta a insegurança na
sociedade.
Muitos cristãos pensam que Deus é
somente amor e não entendem que o
amor, a disciplina e a justiça fazem parte
dos atributos comunicáveis de Deus.
Apocalipse 3:
Vários cristãos, lendo as determinações
do sermão da montanha de Jesus, se
colocam contra a pena de morte,
porque deveríamos "dar a outra face",
em vez de procurarmos vingança.
No Sermão da Montanha, Jesus está
falando contra o nosso desejo pessoal
por vingança. Ele não está negando o
poder e a responsabilidade do governo.
Ele fala a nós como indivíduos, nos
ensinando que não devemos tentar
assumir ou substituir poderes e
responsabilidades que pertencem aos
governos.
Assim ele nos chama, como indivíduos a amar os
nossos inimigos e voltar a outra face. No
contexto global do Novo Testamento, entretanto,
ele reforça a autoridade dos governos como
promotores da lei e da ordem, dos princípios de
justiça, entre os quais se encontram a correta
aplicação da pena capital.
Mateus 26.52: Jesus disse: "...todos os que
lançarem mão da espada, pela espada
morrerão". Essa afirmação é um
reconhecimento da legitimidade de
aplicação da pena capital, como justa
punição aos que vivem pela violência e
desrespeito à vida.
João 19.11: "... nenhum poder terias contra
mim, se de cima te não fosse dado..". Jesus
reconhece que o poder de Pilatos de tirar a
vida, vem do alto. Ele não contesta este
poder, mas o considera legitimo, ainda que
aplicado ilegitimamente, no caso de Jesus.
Atos 25.11: Paulo, na sua defesa
perante Festo, disse: "Se eu cometi
algum erro e fiz qualquer coisa
digna de morte, não recuso
morrer".
Romanos 1.32: "... que são dignos de
morte, os que tais coisas praticam..".
Paulo reconhece que existem pessoas
"dignas de morte" dependendo dos
atos praticados.
Apocalipse 13.10: "Se alguém matar à
espada, necessário é que à espada seja
morto". Em harmonia com a afirmação
de Cristo, em Mateus 26:52, numa
inferência de que o princípio de justiça
da retribuição, continua válido no
Novo Testamento.

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