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Direito – UniJuazeiro
4° Semestre Tarde
Professor: José Fontenele Lopes Júnior
Homicídio Qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte
ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio Qualificado
O homicídio qualificado é definido como crime hediondo, nos termos do art. 1º, I, da Lei
n. 8.072/90, com redação determinada pela Lei n. 8.930/94.
As circunstâncias que qualificam o homicídio são mais complexas e variadas que aquelas
que o privilegiam, e dividem-se em:
a) Motivos: paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe ou fútil — art. 121, § 2º, I e
II;
b) Meios: veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio de que
possa resultar perigo comum — III;
c) Modos: traição, emboscada, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa da vítima — IV;
d) Fins: para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime — V;
e) Condição ou pessoa do sujeito passivo: feminicídio e homicídio funcional – VI e VII.
Homicídio Qualificado
Homicídio Qualificado
2) Por motivo torpe (§2, inciso I): é o motivo repugnante, abjeto, vil, indigno,
que repugna à consciência média. Viola o sentimento ético-moral da
sociedade, demonstrativo de depravação espiritual do sujeito.
Ex.: matar alguém para adquirir-lhe a herança, por ódio de classe, vaidade e
prazer de ver sofrer.
O motivo não pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil.
Na fase da pronúncia, o Magistrado deve manifestar-se de forma sucinta
acerca da existência ou não de indícios da qualificadora do homicídio.
Homicídio Qualificado
3) Fútil (§2, inciso II): Fútil é o motivo insignificante, banal, que se apresenta de
forma desproporcional entre o crime e sua causa moral, não pode ser causa
suficiente para tal ação do agente.
O motivo fútil não se confunde com ausência de motivo.
Exs.: matar o garçom porque encontrou uma mosca na sopa, matar o cobrador
porque errou no troco, matar a funcionária doméstica porque deixou queimar o
feijão na panela etc.
As circunstâncias de caráter pessoal (subjetivo) não se comunicam entre os
participantes do crime (art. 30 CP). Os motivos do homicídio constituem
circunstâncias pessoais ou subjetivas.
Ex.: Os sujeitos A e B praticam homicídio, agindo o primeiro por motivo torpe,
desconhecido do segundo, só o primeiro responde pela forma qualificada.
Homicídio Qualificado
4) Meios insidiosos ou cruéis ou que possa resultar perigo comum (§2, inciso
III):
Veneno é toda substância que, introduzida no organismo, por intermédio de ação biológica ou
química, pode lesar ou causar a morte.
Meio insidioso existe no homicídio cometido por intermédio de estratagema, dissimuladamente,
isto é, como cilada.
O envenenamento só irá constituir meio insidioso se a vítima desconhecer a circunstância de
estar sendo envenenada.
Existindo emprego de violência no sentido de que a vítima ingira a substância, não ocorre a
qualificadora, podendo incidir o meio cruel.
Obs.: Uma substância teoricamente inidônea para fins de causar lesão/morte pode assumir a
condição de venenosa. Ex.: ministrar açúcar em quantidades razoáveis a pessoa diabética é um
modo ou forma de envenená-la.
Homicídio Qualificado