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ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRACÇÃO ESCOLAR

APRESENTAÇÃO PARA FORMANDOS


( AULAS TEÓRICAS )
II ANO DO CURSO MÉDIO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTOS

Docente:
António Munguambe
Maputo, 2017

AM, 2017
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ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRACÇÃO ESCOLAR
I. ADMINISTRAÇÃO EDUCACIONAL
1.1.BREVE HISTORIAL E DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
( SIGNIFICADO DE ADMINISTRAÇÃO )
 A palavra administração tem a sua origem no termo latim ad (direcção, tendência
para) e minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma
função abaixo do comando de outrém, isto é , aquele que presta um serviço a outro
(CHIAVENATO, 2000);

 No entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação do seu


significado original e, neste contexto podemos difinir a administração como sendo
o processo de planear, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de
alcançar objectivos .

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1.1. HISTORIAL E DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
( CONTEÚDO DA ADMINISTRAÇÃO )
 No que diz respeito ao respectivo conteúdo, tal como em relação ao seu
significado, este também variou , no caso, conforme a teoria a considerada,
sendo que:
- Na Administração Ciêntifica, o seu conteúdo eram os métodos e processos de
trabalho de cada operário;
- Na Teoria Clássica, ela envolve e focaliza a previsão, organização,
direcção, coordenação e controle do trabalho organizado em toda a
organização; e

- Na Teoria das Relações Humanas, a mesma busca os melhores resultados por


meio de condições que permitam a integração das pessoas nos grupos
sociais e a satisfação das necessidades individuais

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1.1. HISTORIAL E DESEFIOS DA ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
( OBJECTO DA ADMINISTRAÇÃO )

 O objecto da administração é a actividade organizacional, sendo que :

- Inicialmente, o seu objecto era simplesmente a actividade fábril;

- Depois, entendeu-se as empresas industriais; e

- Mais adiante, à todo tipo de organização humana, passando gradualmente a


envolver também o intercâmbio entre as organizações e seus ambiente.

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1.1. HISTORIAL E DESEFIOS DA ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
( DESAFIOS ADMINISTRAÇÃO )

 O administração deve estar focalizado no futuro para poder preparar a


respectiva organização para enfrentar os novos desafios que surgem , quer
através de novas tecnologias, quer através de novas condições socias e
culturais e novos serviços;
 Isto significa que que os administradores/ gestores devem pensar como levar
sua organização à excelência, devem ter espírito empreendedor, aceitar
desafios, assumir riscos e possuir um senso de inconformismo sistemático;

 Somente assim a administração pode conduzir a respectiva organização


( como por exemplo, um centro hospitar, escola, empresa, clube desportivo e
outras organizações ) para uma situação cada vez melhor e sustentável.

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1.2. SIGNIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
 No contexto geral, como já vimos, administração é o processo de planear,
organizar, coordenar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar
objectivos (CHIAVENATO, 2003), podendo – se dizer o mesmo em relação ao
conceito de gestão em geral;
 No entanto, no contexto educacional os conceitos destes dois termos são
completamente distinto:
 (i) A administração escolar é formulação, controlo e acompanhamento de
políticas da organização (BILHIM, 2000; CHIAVENATO, 2003;
MEGGINSON et al, 1998) - Ela é feita nível do topo da organização escolar; e
 (ii) A gestão escolar, compreende a implementação das políticas,
procedimentos, regras e regulamentos, conforme o definidos pela administração
(BILHIM, 2000) - Ela é feita ao nível da base da organização escolar .

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1.2. SIGNIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR


 Nesta perspectiva, podemos entender por administração e gestão escolar
como a sendo a forma de organizar o trabalho pedagógico, que implica:

- a visibilidade de objetivos e metas dentro da instituição/organizição escolar;

- a gestão colegial dos recursos materiais e humanos, o planeamento das


suas actividades e a distribuição de funções e/ ou atribuições ;

 A gestão escolar diz respeito a todos os aspectos da gestão colegial e


participativa da escola e a democratização da tomada das decisões.

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1.3.CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS REALCIONADOS COM


A ADMINISTRAÇÃO

1.3.1. ORGANIZAÇÃO
( Tipos de organizações )
Existem dois tipos , nomeadamente:
 (i) Organizações formais:
 As organizações formais são criadas explicitamente com fins determinados
(Chiavenato, 2006). Por exemplo, dividamente estruturados as igrejas ou mesquita
tratam especificamente da vida espiritual dos seus membros; a fábrica de bolachas
produz bolachas, as instituições de educação produzem professores, médicos,
engenheiros , etc...
 Elas têm estatutos e regulamentos que guiam as suas actividades;
 A vida das organizações formais é mais longa do que a dos seus membros, não
interessando quem entra ou quem sai;.
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1.3.CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS REALCIONADOS


COM A ADMINISTRAÇÃO
1.3.1. ORGANIZAÇÃO
( Tipos de organizações )
(ii) Organizações informais:
 Nascem expontaneamente, constituem – se desordenadamente e geralmente são
mal estruturadas;
 Resultam das relações sociais decorrentes de um processo natural dos seus
membros em busca de uma associação expontânea para a satisfação daquelas
necessidades não atendidas pela organização formal;
 Podem evoluir para uma organização formal, mediante cumprimento dos
necessários requesitos, definindo e fixando as suas relações e objectivos.
 Por exemplo, entre outras, podem ser considerados como organizacões
informais, um grupo de amigos ou uma equipa de futebol do bairro.
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1.3.2. SISTEMA
( Conceito geral e funcionamento ) ...

 Um sistema pode ser entendido como um conjunto de dois ou mais elementos


ou partes de um órgão dinamicamente relacionados e interdependentes,
desenvolvendo uma actividade ou função para atingir um certo objectivo
( Martins, 1999 ).
 De acordo com Texeira ( 1998 ), o funcionamento de um sistema pressupõe a
existência de :
- Entradas : São os recursos que vão permitir o funcionamento do sistema, no
caso das escolas são os ingressos dos alunos, professores e outros funcionários,
as influências da comunidade, material didáctico, recursos financeiros, etc.

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1.3.2. SISTEMA
( Conceito geral e funcionamento )
- Processamento: que é transformação das entradas de acordo com os
objectivos desejados, no caso do sistema escolar este e feito atravéz do
processo de ensino e aprendizagem;
- Saídas ou Resultados: produto final, que no caso das escolas e o aluno forma
ou graduado, também designado por sucesso escolar e educativo do aluno;
- Retroacção: “feedack” ou retroalimentação, o controlo do funcionamento e do
níveis do desempenho do próprio sistema (quantitativa e qualitativamente), no
caso do sistema escolar e feito através das avaliações, supervisões e
inspecções escolares;
- Entopia: tendência de desintegração, desorganização ou deterioração do
sistema.
 A figura 1, seguinte , ilustra o funcionamento do sistema:
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SISTEMAS
(Conceito e funcionamento )

Figura 1: Funcionamento do sistema


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1.3.2. SISTEMA
( Tipos de sistemas: sistema fechado vs sistema aberto )

 Dependendo da maneira ou da intensidade com que se relaciona um determina


sistema com o respectivo ambiente externo, atravéz das suas saidas e entradas,
disigna - se por sistema aberto ou por sistema fechado;

 Não obstante esta designação e ou classificação, importa realcar que na prática


não existe nenhum sistema totalmente fechado (que seria ermético), nem um
sistema totalmente aberto (que seria evanescente);

 Isto é, todo o sistema tem algum grau de ralacionamento mútuo com respectivo
ambiente externo;

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1.3.2. SISTEMA
( Sistemas fechados )
 Apresenta poucas entradas e poucas saidas no seu relacionamento com o
respectivo ambiente externo;

 As suas entradas e saídas são bem conhecidas e geram sempre um tipo de


relação causa e efeito: para uma determinada entrada (causa), ocorre sempre
uma determinada saída (efeito) e por isso são também chamados de sistemas ou
deterministicos;
 Apresentam uma separação nítida entre as suas entradas e saidas em relação ao
seu ambiente externo, obedecendo nessa relação as leis da fisica;

 Exemplos: maquinas, motores e todas as tecnologias inventadas pelo Homem.

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1.3.2. SISTEMA
( Sistemas abertos )

 Apresentam uma variedade enorme de entradas e saídas com o respectivo


ambiente externo;

 Essas entradas e saídas não são bem conhecidas e suas relações de causas
(entradas ) e efeitos (saidas ) são indeterminadas, sendo por isso que estes
são designados também por sistemas orgânicos;

 Exemplos: as organizações em geral, escolas, empresas, os sistemas vivo e,


principalmente o Homem.

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1.3.2. SISTEMA
( Sistemas abertos )

 Nas organizações não existe uma separação muito nitida entre o seu sistema e o
seu ambiente envolvente;

 O sistema é aberto à medida que efetua transações ou intercâmbios (entradas e


saídas) com o ambiente que o envolve.

 Em outros termos, o sistema aberto apresenta uma grande interdependência com o


seu ambiente; e

 Essa interdependência não obedece as leis determinísticas da física;


 
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1.3.2. SISTEMA
(Ambiente sistémico )
 O ambiente sistémico ou organizacional pode ser dividido em 2 (duas )
partes, nomedamente:

- Macroambiente: compreende aspectos mais amplos ou globais que


envolvem (influenciam, afectam...) a maioria dos sistemas. (Exemplo:
situação sócio – económica, políticas governamentais de determinado país
e outros)

- Microambiente: corresponde a sistemas que interagem directamente e em


particular com sistema em causa , são os sistemas mais próximas (Exemplo:
comunidades onde determinada escola ou uma empresa se encontram
implantados.)

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1.3.3. FUNÇÕES DA GESTÃO

 Elas permitem conduzir a organização para o alcance dos seus objectivo,


nomedamente, as seguintes:
 Planeamento – onde os gestores definem os objectivos e a forma de os
atingir;
 Organização – na qual os gestores definem as inter – relações entre as
diversas funções da organização;
 Liderança - onde os gestores lideram (coordenam e dirigem, conduzem e
motivam os seus colaboradores) a execução de tudo o que foi planeado; e
 Controle – fase em que os gestores controlam os resultados obtidos,
comparando - os com os objectivos pretendidos e introduzem as necessárias
correcções.

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1.3.4. NÍVEIS TÍPICOS DE GESTÃO

 (i) Nível institucional / Gestão de topo (Director Geral): onde são


definidas as estratégias globais da organização , definidos os equilíbrios e
procedimentos que asseguram a sobrevivência e o sucesso em todo o
sistema organizacional;
 (ii) Nível Gestão Intermédia – (Directores sectoriais ): Planeamento
tático, que é a forma de combinação de recursos humanos, materiais,
financeiros, e tecnológicos que a organização utiliza para a realização das
suas operações;
 (iii) Nível Operacional (Chefes/Supervisores) – Processo de intervenção
sobre as realidades operacionais, visando melhorá – las, segundo critérios
de desempenho e de acordo com a demanda;

 A figura 2, seguintes, ilustra os níveis típicos de gestão:

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1.3.4. NÍVEIS TÍPICOS DE GESTÃO

  Nív eis de Gestão Funções de Gestão


 

 NíveL Institucional (Directores Gerais) Planeamento Estratégico 

 Nível Intermed iário (Direct.ores d e sectoriais ) Planeamento Tático

 Nível Op eracional (Chefes e Supervisores) Planeamento Op eracional

Execussão das Tarefas e Operações

Figura 2 : Níveis típicos de gestão 1

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1.3.5. GESTOR

• Segundo o conceito clássico, desenvolvido por HENRI FAYOL (1949), e


citado por CHIAVENATO (1999), o gestor é definido pelas suas funções no
interior da organização;

• Assim, o gestor é a pessoa a quem compete a interpretação dos objectivos


propostos pela organização e actuar, através da previsão (planeamento),
organização, liderança e controlo, de forma a atingir os objectivos
organizacionais;

• Nestas condições, pode se concluir que , na escola, tal como muitos outros
funcionários desta, o professor é, efectivamente, um gestor e deve actuar
como tal.
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1.3.6. SIGNIFICADO DE EFICIȆNCIA E EFICÁCIA

 Os conceitos eficiência e eficácia, embora a primeira possam parecer


sinónimos, na realidades são completamentes distintos:

- EFICIȆNCIA: significa fazer bem e correctamente, realizar tarefas de


maneira certa, com mínimo esforço e com melhor aproveitamento possível dos
recursos;
- EFICÁCIA: tem a haver simplesmente com o alcance dos objectivos e
resultados, isto é, o grau de coincidência entre os resultados alcançados e os
objectivos planeados;

 Existe uma relação muito intensa entre a eficiência e eficácia, uma vez que
nos processos eficientes (eficiência), existêm normalmente maiores e melhores
probabilidades de se alcançarem os objectivos e as metas planeadas; AM,
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1.3.7 . PRODUTIVIDADE

 Produtividade: uma medida de desempenho que inclui a eficiência .


(proporção entre os resultados alcançados e os recursos utilizados para o
efeito ) e a eficácia (que é o grau de coincidência do alcance dos objectivos);

 Uma organização é produtiva quando consegue atingir os seus objectivos,


transformando as suas entradas em resultados ao mais baixo custo possível;

 Assim, a produtividade implica uma preocupação com a eficiência, tanto


como com a eficácia dos respectivos processos.

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1.3.8 . VALORES

 Valores: são convicções básicas de que um modo específico de conduta ou


valores finais é individualmente ou socialmente preferível a um modo oposto;

 Implicitam a ideia primaria ( uma convicção ) do que e certo ou errado na


optica do individuo ou do grupo social )

 Sistema de valores: uma hierarquia baseada na classificação dos valores de


uma pessoa ou grupo social, de acordo com a sua intensidade ( por exemplo:
geralmente os activista tem em primeiro lugar da lista dos seus valores a
igualidade; os sindicalista têm no topo a segurança familiar, enquanto que os
executivos têm em primeiro lugar o repeito próprio...)

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1.3.9. VALORES
 Existem 2 ( Dois ) grupos de tipo de valores, a saber:
- Valores terminais ou finais: são a culminância da vida; as metas que uma pessoas
ou grupos sociais gostaria de atingir durante a sua vida (Exemplos: vida confortável /
igualdade ...);
- Valores instrumentais: modo de comportamento ou meios escolhidos para o alcance
das mentas dos valores terminais (Exemplos: dedicação ao trabalho/ coragem...)

 No estudo do comportamento organizacional, os valores são importantes, porque:


- Estabelecem uma base para a compreensão das atitudes e da motivação;
- Os valores influenciam as atitudes e o comportamento das pessoas.

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1.3.9 . SATISFAÇÃO COM O TRABALHO
 Satisfação com o trabalho: uma atitude geral em relação ao próprio
trabalho, tendo em consideração o grau de coincedência entre as recompensas
recebidas de facto pelo trabalho e aquilo que se acredita merecer;
 As formas mais comuns de medir o grau de satisfação das pessoas mais
conhecidas, são:
- Cassificação única global: que não é nada mais do que a resposta a seguinte
tipo de questão: Levando tudo em consideração, como se sente em relação ao
seu trabalho, numa escala que vai de 1 a 10, nos parametros de
extremamente insatisfeito e extremamente satisfeito, respectivamente;

- Somatório das facetas de trabalho: é a mais sofistícada – Ela é feita atravez


do somatório de distintas facetas do trabalho como a natureza do trabalho, a
supervisão, relacionamento com os colegas, a remuneração e outros,
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II. ORGANIZAÇÃO ESCOLAR


2.1. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

 Como já vimos, uma equipa futebol, uma unidade hospitalar, um corpo de


bombeiros, tal como uma escola ou outros agrupamentos com finalidades
diversas, designam se de um modo geral por organização;

 Uma organização, pode ser entendida como “ um conjunto de duas ou mais


pessoas trabalham juntas, de um modo estruturado e coordenado para alcançar
os objectivos da organização. ( Megginson, et al. 1998 )

 Neste contexto, pode-se concluir que a escola é uma organização


especificamente educativa e formativa.

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2.1. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

 A escola e uma organização, uma unidade social, com identidade própria,


articulada num sistema (Batista, 2003) ;

 As relações que se mantém entre os seus interveniente encontram - se


reguladas por normas que definem o comportamento esperado por parte de
cada um deles, em situações concretas, diversas; e

 Se qualquer um dos seus membro não cumpre tais regras ou viola - as fica
sujeito ao sancionamento adequado normalmente previsto.

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2.2. MISSÃO DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR


( Brito, 1994 )
 A missão de uma organização explicita a razão de ser e da sua existência,
legítima a sua função na sociedade e esclarece a ligação entre essas função
e os objectivos concretos que ela prossegue;

 Neste contexto a escola tem como missão (1) “ desenvolver global e


equilibradamente o aluno, nos aspectos intelectual, sócio - educativo,
psicomotor e cultural (2), com vista à sua correcta integração na
comunidade “

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2.3. IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR


(Chambel et al, 1997)
 Serve a sociedade: educa e forma as pessoas para responder as
necessidades da sociedade;

 Preserva o conhecimento: cujos registos servem de base para a adquirir e


ou construir mais aprendizagem que permite chegar a maiores e melhores
resultados no processo de ensino e aprendizagem: e

 Proporciona carreira: carreiras compensatórias, fonte de sobrevivência,


satisfação e auto - estima individual e colectiva.

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2.4. PARTICULARIDADES DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR


( Brito, 1994,p. 6)
 “A escola é uma organização cujo produto a obter é o sucesso escolar e
educativo do aluno;

 O aluno é a matéria – prima, o produto e ao mesmo tempo cliente da escola;

 O aluno é também trabalhador da escola (processo de formação);

 Os trabalhadores são os professores, os funcionários administrativos,


pessoal de apoio em geral e os próprios alunos, como já vimos;

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2.4. PARTICULARIDADES DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR


( Brito, 1994, p.6)
 A comunidade a ser servida pelo produto final da escola (Homem formados)
é cliente desta, assim o cliente da escola não é só o aluno;

 A escola é a organização mais complexa e difícil de gerir, dado que o produto


a obter é difícil de qualificar, quantificar, pesar e medir para determinar a sua
qualidade;
 Para esta complexidade da organização são necessários trabalhadores
extremamente especializados em múltiplas áreas do saber: Pedagogia;
Línguas maternas, nacionais e estrangeiras; Matemática; História; Sociologia
e outras.”
 NB: Estas particularidades deferenciam a organização escolar das demais .

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2.5. GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES ESCOLARES
2.5.1. CONCEITO DE GESTÃO ESCOLAR

 Conforme já sabemos, a gestão escolar compreende a implementação das


políticas e princípios, procedimentos, regras e demais directrizes, de acordo
com o definido pela administração central, tendo em conta a realidade local;

 O conceito de gestão escolar esta associado ao fortalecimento da


democratização do processo pedagógico, à participação responsável de
todos nas decisões necessárias e na sua efectivação, mediante um
compromisso colectivo com resultados educacionais cada vez mais
efectivos e significativos (Luck et al. , 2005 ; Martins, 1999)

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2.5. GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES ESCOLARES


2.5.2. FUNÇÕES DA GESTÃO ESCOLAR
 De acordo com o Secretariado da Commonwealth (1993), a gestão escolar
devem, localmente:
- Garantir a formulação de politicas, objectivos e métodos que permitam a
escola o alcance dos seus objectivos, em conformidade com as politicas
educacionais centralmente definidas;
- Aplicar as políticas educacionais e os métodos visando a formação pessoas
úteis a sociedade;
- Assegurar a existência dos recursos humanos, materiais e curriculares para
o o processo de ensino e aprendizagem;
- Coordenar a escola para que ela funcione com eficiência e eficácia; e
- Influenciar e estimular os recursos humanos para o seu trabalho.

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2.5.3. VERTENTES DA GESTÃO ESCOLAR
(Brito, 1994)

A gestão escolar aborda de forma profunda e abrangente os aspectos


concretos da rotina educacional, com um todo: e

 Nesse contexto, ela visa a criação de todas condições necessárias para que as
instituições do ensino cumpram com a sua nobre missão, nomeadamente a de
ensinar com qualidade e formar o cidadão com as competências e habilidades
indispensáveis para a sua vida pessoal e profissional;

 A gestão escolar inclui 3 (três) vertentes fundamentais: gestão pedagógica –


didáctica ; gestão administrativa e financeira e gestão funcional e dos espaços

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(i) GESTÃO PEDAGÓGICA - DIDÁCTICA

Enquadra as actividades, os projectos, os recursos e serviços


relacionados com o ensino e a educação;

Definição de metas, gerenciamento dos projectos pedagógicos e das


pessoas envolvidas, detectando e corrigindo o que pode ser
melhorado;

Criação de um ambiente estimulante e motivador para todos e,


particularmente para o professor e o aluno.

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(ii) GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA


Compreende fundamentalmente a gestão dos recurso humanos,
matérias e financeiros e dos demais processos administrativos que
suportam a eficiência e a eficácia da actividade pedagógica ;

Valorização, enquadramento e motivação dos recursos humano;

Uso racional dos matériais e bens, fixos e movéis, de curta e longa


duração, e consumíveis;
Gestão orçamental e financeira, critériosa e transparente: previsão
das despesas e contenção de custos, asseguramento e gestão das
fontes de financiamento.

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(iii) GESTÃO FUNCIONAL E DOS ESPAÇOS


 Tem a ver com a forma eficiênte de gerir os edifícios, salas de aulas, auditórios,
equipamentos e matériais diversos, os recintos desportivos e de lazes e os demais
espaços da escola, tendo em vista o suporte adequado das sua actividade pedagógicas e
outras relacionadas , realçando:
- A satisfação dos respectivos utentes e o registo dos seus aspectos críticos, o atendimento
das opiniões e reclamações sobre as formas de acesso e do conforto oferecido no uso
dos mesmos;

- Enconomicidade na sua projeção, construção e uso, prevelégiando a sua polivalência,


localização e a qualidade intrísicas as actividades em vista;
- Reabilitação e manutenção sistemática, límpeza, higiêne e segurança; e
- Responsabilização dos seus utentes.

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IV. ESCOLA COMO UM SISTEMA SOCIAL


4.1. SISTEMA SOCIAL ESCOLAR...

 Em geral, um sistema social e um sistema de interacção de uma


pluridade de actores, dentro da qual a acção esta orientada por
regras, que são complexos de espectativas complementares
referentes a roles e sanções ( Person, 1951);

 Um sistema social e um modelo de organizações que possui uma


unidade total e distintas partes sobre as suas componentes. Ele e
composto por subunidades, elementos e subsistemas que são
interligados dentros de padrões relativamente estáveis de ordem
social
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4.2. SISTEMA SOCIAL ESCOLAR


 Nestas condições e pelos conhecimentos que já possuímos sobre sistemas
podemos concluir que a escola como uma organização é um sistema social :

 Segundo Martinez e Lahore (1981), a escola e considerada como um


sistema social pelas seguintes razões:
- Nelas existe um processo de interacções entre vários indivíduos;
- Existem regras ou normas que regem as condutas de tais indivíduos;
- As regras ou normas estão adequadas aos papéis que cada um dos
interveniente na escola deve desempenhar; e
- Tais regras ou normas enquadram – se nos objectivos da escola.
 O sistema escolar apresenta – se com todos os elementos pressupostos
para o respectivo funcionamento
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4.3. UNIDADES DO SISTEMA SOCIAL

 No sistema social em geral, as relações são estabelecidas atravéz dos papéis que os seus
deferentes actores desempenham, com uma certa abstração do individuo que esta por de
trás desse papel: essa abstacção ajuda a compreender o núcleo de todo o sistema social
e, como até onde um individuo pode representar múltiplos papéis ou roles;

 Os papéis dos diferentes actores são sempre complementares e contém o aspecto


reciprocidade: essa ideia de expectativa de uns ante o desempenho de outros e, vice –
versa, está associada aos conceitos de mérito e de sanções que podem recair sobre os
os actores num processo concreto de interacção com outros titulares de roles concretos e
especificados,

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4.4. UNIDADES DO SISTEMA SOCIAL

 Os actores (as unidades do sistema) numa situação social desempenham papéis


ou roles sujeitos a regras, tem deveres e obrigações, perante a violação ou
omissão destes, podem ser sancionados

 A unidade de todo o sistema social, pois, será o conceito do rol ou função


social, que pode ser definido como “ a participação estruturada de uma pessoa
num processo concreto de interacção social com outros titulares de roles
concretos e específicos” ( Persons,1951);

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4.5. OS ROLES E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR ...
 Nas instituições escolares os seus diversos actores actuam de acordo com os respectivos
roles ou papéis, regulados por normas que traduzem as obrigações, deveres e direitos de
cada um ou grupo distinto de actores;

 Tendo em vista o alcance dos objectivos da instituição escolar, os papéis dos diferentes
actores devem ser suficientemente diferenciados e claramente designados, devendo
previlegiar – se a sua complementaridade;

 Na escola, para além dos roles do professor e do estudante, temos vários outros roles
complementares: do director, do pessoal administrativo ou ainda do servente da escola,
entre outros, interactuando com os professores, com os alunos e entre si.

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4.5. OS ROLES E A INSTITUIÇÃO ESCOLAR.


 A aceitação e prática das normas harmonizadas referentes a roles
complementares numa determinada situação, constituem a essência da
instituição escolar, assim como de uma outra qualquer que seja;

 Neste sentido, mostra –se pertinente que:

- Tais normas sejam claras, devendo serem amplamente divulgadas por toda a
comunidade escolar ; e

- As pessoas sejam continuamente treinadas / capacitadas sobre as mesmas,


tendo em vista o seu comprometimento e envolvimento proactivos;
 Vale lembrar que: “ Na escola somos todos gestores.” ( Brito, 1994)
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4.6. “STATUS”
 A unidade de todo o sistema social e a pessoa humana como actor que se
empenha para alcançar um objectivo, representando um papel, com
obrigações e deveres ;

 A esses deveres inerentes ao seu papel / rol correspondem também direitos,


o quer dizer que pode também esperar determinadas actuações dos outros
actores, com os quais se relaciona.

 Do ponto de vista sociológico, significa que o conceito de papel e


inseparável do de status, “tal como as duas faces de uma mesma moeda”:
( i ) A primeira ( o papel ), que refere - se as obrigações e deveres; e
( ii ) A segunda ( o status ), que refere - se a direitos.
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ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRACÇÃO ESCOLAR

4.6. O STATUS .

 Os actores (as unidades do sistema social) se integram em grupos e


subgrupos, e diferenciam – se pelas posições que aí ocupam, o que implica
para cada um rol a desempenhar, o qual garante - lhe um determinado
status (Johnson, 1965 ) .

 Então podemos afirmar que o status e a posição que ocupamos na


hierarquia de prestígio da sociedade, sendo que:
( i ) o mesmo cria uma obrigação de agirmos de maneira que a sociedade
espera; e
(ii ) um papel, uma função e um comportamento que se espera de nós divido
ao status particular que temos.

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