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Processo de Obtenção do

Vidro e dos Vitrocerâmicos


O Vidro
Produto inorgânico de fusão que foi resfriado até
atingir condição de rigidez, sem sofrer cristalização.
Vidro
Outra definição: O vidro é uma
substância inorgânica,
homogênea e amorfa, obtida
através do resfriamento de uma
massa a base de sílica em fusão.

Sílica ( SiO2)
Potássio ( K2O)
Alumina ( Al2O3) 
Sódio ( Na2CO3)  
Magnésio ( MgO)
Cálcio ( CaO)

Ao lado: composição teórica de


um vidro comum.
Classificação das
Matérias-Primas
Vitrificantes
• São aquelas passíveis de se transformar
em vidro. A principal é de longe a sílica
(SiO2) fornecida principalmente pela areia.
• Areia: pode ser retirada do mar, de rios, ou
de jazidas. Fornece o óxido de silício.
Fundentes
• Se fundem a temperaturas muito inferiores
à sílica gerando um líquido que dissolve os
grãos de areia, produzindo vidro a
temperaturas tecnologicamente
compatíveis.
• O principal é a BARRILHA - um carbonato
de sódio (Na2CO3). Principal fornecedor
de óxido de sódio.
• Eleva o custo: a barrilha é importada.
Classificação das
Matérias-Primas
Estabilizantes
• Evitam que os vidros se dissolvam em
contato com a água.
• O calcário fornece ao vidro o óxido de
cálcio (CaO), a dolomita óxido de
magnésio (MgO) e o feldspato o óxido de
alumínio ou alumina (Al2O3).
Afinantes
• Permitem que as bolhas geradas na fusão
tenha capacidade subir à superfície.
• O principal é o SULFATO DE SÓDIO
(Na2SO4).
Classificação das
Matérias-Primas
Colorantes
• Óxidos ou elementos metálicos dissolvidos na massa,
interferindo com a luz e produzindo cores.
• Cobalto: azul
• Selênio: rosa
• Manganês: vinho
• Ferro: verde (vidro plano automóvel)
• Cromo: verde (vidro garrafa vinho)
• Utilizados sós ou em conjunto dependendo do
resultado esperado.
Caco de Vidro
• Utilizado em praticamente todas as indústrias de
vidro, pois além de 100% recicláveis, diminuem o
consumo energético, aumentam a capacidade de
extração e também aumentam a vida útil dos fornos.
Obtenção do Vidro
Processo de Fabricação
Fluxograma
Usina de Composição
• A matéria – prima é comprada ou explorada e será separada e
preparada.
• Ocorre transporte de matérias-primas, estocagem, pesagem e mistura.
• Depois ocorrem análises para saber a composição que formará o vidro,
como: teor de caco a ser empregado, teor de afinante.
• O teor dos materiais dependem das análises de composição.
• Nada de falhas: garantir a chegada ao forno de uma mistura, com
qualidade compatível com a exigência de qualidade do vidro produzido.
• Para se ter condições de produção e produtos favoráveis é
fundamental a estabilidade da composição do vidro.
• Se as matérias-primas são de boa qualidade e o cálculo da formulação
tenha sido corretamente efetuado, existem duas oportunidades de se
conseguir uma massa homogênea:
• Antes do forno
• Dentro do forno
Armazenagem, Dosagem e
Mistura
• Usina de composição: silos
onde as matérias-primas
são estocadas.
• Na boca dos silos existem
dosadores que alimentam
balanças.
• Matérias-primas:
encaminhadas ao
misturador.
• Misturar de maneira
homogênea todas as
matérias-primas.
• Mistura: transportada até o
sistema de enforna do
forno.
Usina de Composição
Fusão
• Onde ocorre?
• Em fornos: À combustão ou elétricos.
• São equipamentos que transformam
a composição em vidro fundido nas
condições necessárias para a sua
conformação.
Fornos a Combustão
• Fornos a combustão >>> Cuba >>> Banho de vidro fundido.
• Sobre a cuba é realizada a queima do óleo ou gás e as chamas aquecem o banho, e fundindo
a composição enfornada. Esta região chama-se laboratório.
• Enforna x extração:
• O vidro: constantemente extraído: nova composição é enfornada.

• Medida do
nível realizada
por um
equipamento
muito sensível.
• Manter o nível
o mais estável
possível
• Esquema de
um tipo de
enfornadeira:
Aquecimento

• Forno perde calor com a saída de vidro quente e entrada de nova


composição fria, das perdas para o ambiente, pelas suas paredes...
• No forno se injeta: ar
quente + óleo: chama
que vai aquecer o vidro.
• A fumaça da combustão
passa pela câmara
oposta aquecendo-a e
perdendo calor antes de
ser mandada ao filtro e
à atmosfera.
Oxicombustão
• Diferença: ao invés de se utilizar o ar (21% O2 e 79% de N2) como
comburente, se emprega oxigênio puro.
• O nitrogênio se aquece e leva o calor consigo.
• Com oxigênio puro, se reduz em cerca de 80% o volume de fumaças
geradas.
• O2 não necessita ser pré-aquecido, dispensando as câmaras de
regeneração.
• Calor da fumaça resultante é aproveitado.
• Exigem sistemas de filtragem menos dispendiosos.
• A combustão se realiza continuamente.
Forno Elétrico
• Eletrodos fazem passar corrente elétrica na massa (o vidro
fundido é bom condutor de energia elétrica).
• A composição nova cobre o banho e com o calor vindo deste
se funde.
• Medidor de nível.
• Composição
isola
termicamente o
banho.
• O forno elétrico
não exige
equipamento de
filtragem de
fumaça.
Fusão
• Transformar a composição (mistura
de materiais granulados) em um
líquido homogêneo e muito viscoso.
• Composição funde ocorrendo
reações entre os grãos de matérias-
primas, gerado gases (15% da
massa).
• Ocorre afinagem, eliminação de
bolhas e homogeneização química.
• O vidro vai para a máquina de
conformação.
Conformação e Tratamentos Térmicos
• Conforma-se a massa fundida de vidro em que
se deseja, seja uma chapa, uma garrafa, um
prato ou fibras, utilizando para cada caso
métodos bem distintos.
• No livro “Indústrias de Processos Químicos”
são citados processos de conformação do vidro
como: fourcault (parecido com impresso) e
outros modificados, flutuação, para vidro
aramado e vidro fantasia, soprado, para bulbos
de lâmpada, tubos de televisão, tubos de vidro,
etc.
• Tratamento térmico e superficial antes das
etapas de controle de qualidade, embalagem,
e/ou transformação.
Conformação
• As máquinas que produzem o vidro são interligadas ao
forno através de um canal, que reduz a temperatura da
massa de vidro para aproximadamente 900°C que é
desejada para a formação da gota de vidro.
• Garrafas e embalagens: Utilizamos os processos de
conformação soprado-soprado e prensado-soprado.
•   O vidro plano é o fabricado em chapas.
• A massa fundida sai do forno de forma contínua e plana,
sendo resfriada e cortada em chapas.
• Utilizados: o processo de flutuação em banho de estanho
(float) e laminação por rolo (impresso).
Tratamento Térmico
• Recozimento: aquecimento do vidro (de 399°C-vidro comum a 1074°C-
sílica fundida) seguido de esfriamento lento e homogêneo da peça.
• Exceto as fibras, toda peça de vidro ao ser conformada apresenta
tensões que a fragilizam: é necessário recozer o vidro.
• Têmpera: consiste no aquecimento gradativo até que o vidro atinja a
temperatura de aproximadamente 650°C (ou temperatura de estado
plástico), seguido de brusco resfriamento.
• Produtos de mesa: a têmpera substitui o recozimento e confere boa
resistência mecânica.
• Vidro plano deve ser sempre recozido: será trabalhado (cortado,
lapidado, furado).
• Embalagens: nunca são temperadas por uma dificuldade tecnológica.
Temperado e Lapidado
•   Vidro Temperado:
• O processo de têmpera consiste no
aquecimento gradativo até o vidro atingir
650°C, seguido de brusco resfriamento.
• Resistência mecânica até quatro vezes
maior do que a do vidro comum.
• Vidro Lapidado: Tratamento que o vidro
recebe nas bordas para que não cause
ferimentos e ganhe resistência.
• Tampos de mesa e de pia, móveis,
prateleiras e esculturas...
Laminado e Balístico
• Vidro Laminado: A
laminação consiste na junção
de duas ou mais chapas de
vidro por meio de uma
película plástica (PVB) ou
acrílica (resina).
• Vidro Balístico: Este vidro a
prova de bala pode ser
laminado com PVB ou resina,
sendo composto de duas ou
mais lâminas de vidro
recozido ou temperado, uma
ou mais lâminas de
policarbonato e uma ou mais
camadas de PVB ou resina,
dependendo da espessura
especificada para o vidro.
Vitrocerâmica
A maioria dos vidros orgânicos pode ser transformada em
um estado não-cristalino para um estado cristalino
mediante um tratamento térmico apropriado a alta
temperatura. Este processo é conhecido por desvitrificação,
e o seu produto consiste em um material policristalino com
grãos finos, que é frequentemente conhecido por
vitrocerâmica.
Vitrocerâmicos
• Surgiram há pouco mais de 40 anos.
• É um material fundido e conformado como um vidro, e depois
convertido, em boa parte, a uma cerâmica cristalina mediante um
processo de desvitrificação.
• As matérias-primas são iguais e os processos de comformação também podem
ser os mesmos que os dos vidros.
• A cristalização controlada (desvitrificação) é um fenômeno que ocorre
quando o vidro, contendo um agente nucleante dissolvido (óxido de
titânio, óxido de fósforo, óxido de zircônio, prata, ouro, etc.), é
submetido a temperaturas que variam de 500 a 1.100 graus
centígrados.
• Os materiais vitrocerâmicos são lisos e muito mais resistentes do que o
vidro. Além disso, eles podem ter baixa condutividade elétrica, alta
condutividade térmica e dilatação térmica próxima ao zero.
Aplicações dos Vitrocerâmicos
• Esses materiais funcionam como
isolantes elétricos, característica
necessária aos substratos de
discos rígidos, por exemplo, e
podem ser usados em situações
onde a dilatação do vidro
provoca prejuízos ao bom
funcionamento do equipamento,
como no caso dos telescópios
ou placas de fogões.

• São utilizados como


revestimentos em trabalhos de
arquitetura e para trocadores de
calor, regeneradores e mísseis
teleguiados
Finalização
De toda maneira para o sucesso final da
produção é necessário que a elaboração
tenha sido adequada pois estando o
vidro heterogêneo, ou apresentando
inclusões em sua massa, quer sejam
gasosas ou sólidas, é impossível com
tratamentos posteriores adequar o
produto.
Os vitrocerâmicos estão sendo
pesquisados e com as propriedades
adquiridas serão encontrados muitas
utilidades para estes.

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