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UNÇÃO DOS EXTREMA

ENFERMOS
SACRAMANTO DA CURA.
≠ UNÇÃO
Como deve ser administrada a Extrema Unção

O Sacerdote unge o doente com o óleo dos enfermos que é a matéria do


Sacramento da Extrema-Unção. Esta unção deve ser feita seis vezes: nos
olhos, nas narinas, nos ouvidos, na boca, nas mãos e nos pés. Para cada unção
o Padre repete a forma do Sacramento da Extrema-Unção. Temos então:

• MATÉRIA: o óleo dos enfermos – é um dos óleos consagrados pelo Bispo na


Quinta-feira Santa, na Missa Crismal (assim chamada por causa da benção
dos óleos). Deve ser obrigatoriamente de oliveira, ou seja, azeite doce.

• FORMA: Por esta santa unção e por sua grande misericórdia, Deus te


perdoe tudo que fizeste de mal pela … vista (ouvido, olfato, gosto e
palavras, tato, passos)
PALAVRA DE DEUS

Mc 6,13
Tg 5,14-15
Os sacramentos da Confissão e da Unção são chamados
sacramentos de cura, porque renovam a presença de Deus
nos momentos em que passamos pelas fraquezas, seja do
pecado, seja da doença ou da velhice. Esses momentos
são também de grande importância em nossa vida. Não
porque sejam bons momentos, mas porque fazem parte da
vida e a gente precisa aprender a lidar com eles,
contando com a força de Deus.
Hoje vamos falar sobre o segundo sacramento da cura: o
da Unção, também conhecido como Unção dos Enfermos.
Este sacramento nos convida a refletir sobre a doença e
o sofrimento em nossa vida. Quando ficamos doentes
sentimos muito nossa fraqueza e nossos limites, mas
temos encontrar o que é essencial: a presença de Deus
em nossa vida.
Jesus veio para revelar o amor de Deus. Frequentemente, faz  isso
nas áreas e situações em que nos sentimos especialmente ameaçados
em função da fragilidade de nossa vida, devido a doenças, morte etc.
Deus Pai quer que nos tornemos saudáveis no corpo e na alma, e
reconheçamos nisso a instauração do Seu Reino. Por vezes, só com a
experiência da enfermidade percebemos que precisamos do Senhor
mais do que tudo. Não temos vida, a não ser em Cristo. Por isso, os
doentes e os pecadores têm um especial instinto para perceber o que
é essencial.
A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos,
procura pôr isso em prática com os cuidados para com os doentes,
acompanhados da oração de intercessão. Ela possui, sobretudo, um
sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio
Cristo e atestado por São Tiago: «Quem está doente, chame a si os
presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de o ter ungido com
óleo no nome do Senhor» (Tg 5,14-15).
Com o Concílio de Trento, percebeu-se a importância desta evolução e diz que a
Unção dos Enfermos é “Graça do Espírito Santo, com a qual o enfermo se purifica de
seus pecados, aumentando a confiança na misericórdia divina, podendo obter a saúde
corporal se lhe convém à salvação, e forças para levar o peso de sua enfermidade e
resistir ás tentações”.

O Concílio Vaticano II, muda o nome de “Extrema Unção” para “Unção dos Enfermos”
(SC 73), porque não é só para moribundos, mas também para os enfermos graves.
Este Concílio revalorizou o efeito sanativo-corporal de Unção. E diz: “Cristo se
preocupou não só da saúde espiritual, mas também da corporal dos enfermos e a
Igreja continua esta missão em sua vida e de forma especial no Sacramento em que
pede pela saúde espiritual e pela saúde corporal”. A Igreja hoje reconhece que pode
haver em efeito corporal unido ao aspecto espiritual, pois a intenção dela é pedir a
cura plena, total e integral da pessoa humana. Os próprios Leigos, até o séc. VIII,
levavam para casa o Óleo bento e ungiam os doentes. Porém, a partir deste tempo,
determinou-se que só os sacerdotes deveriam fazer uso dos Santos óleos para ungir
os enfermos e assim administrar o Sacramento. Tradição que até hoje continua.
Seus Fundamentos na Economia da Salvação – A
Enfermidade da Vida Humana.
A enfermidade e o sofrimento sempre estiveram entre os
problemas mais graves da vida humana. Na doença, o homem
experimenta sua impotência, seus limites e sua finitude. Toda
doença pode fazer-nos entrever a morte. (CIC 1500). A
enfermidade pode levar às pessoas a angústia, a fechar-se
sobre si mesma, e ás vezes mesmo até ao desespero e á
revolta contra Deus. Mas também pode tornar a pessoa mais
madura, ajudá-la discernir em vida o que não é essencial, para
voltar-se e aquilo que não é essencial. Não raro, doença
provoca uma busca de Deus, um retorno a Ele. (CIC 1501).
Os efeitos da celebração deste Sacramento – um
dom particular do Espírito Santo.
• A principal graça desse Sacramento é a Graça do conforto, de paz e de
coragem para vencer as dificuldades próprias ao estado de enfermidade
grave ou a fragilidade da velhice. Esta Graça é um Dom do Espírito Santo
que renova a confiança e a Fé em Deus e fortalece contra as tentações do
maligno, tentações de desânimo  e medo  da morte. (Hb 2,16). Esta
assistência do Senhor pela força de seu Espírito quer levar o enfermo a
cura da alma, mas também á do corpo, se for esta a vontade de Deus. Além
disso “se ele cometeu pecados, lhes serão perdoados” (Tg 5,15) (CIC 1520)
• A união com a Paixão de Cristo – Pela Graça deste Sacramento, o
enfermo recebe a força e o dom de unir-se mais intimamente a Paixão de
Cristo: de certa forma ele é consagrado para produzir fruto pela
configuração á Paixão Redentora do Salvador. O sofrimento, sequela do
pecado original, recebe um sentido novo: torna-se participação na obra
salvifica de Jesus. (CIC 1521).
• Uma Graça Eclesial – Os enfermos que recebem esse Sacramento, “associando-se livremente a
Paixão e a Morte de Cristo”, contribuem para o bem do povo de Deus. Ao celebrar esse
Sacramento, a Igreja, na Comunhão dos Santos, intercedendo pelo bem do enfermo. E o enfermo,
por sua vez, pela Graça deste Sacramento, contribui para a santificação da Igreja e para o bem
de todos os homens pelos quais a Igreja sofre e se oferece, por Cristo, a Deus Pai. ( CIC 1522).
• Uma Preparação para a última passagem – Se o Sacramento dos enfermos é cedido a todos que
sofrem de doenças e enfermidades graves, com mais razão ainda cabem aos que estão as portas
da morte (“In Exituvital Constituti”)(Concílio de Trento: DS1698). Por isso, também foi chamado
(“Sacramento Exeuntium”). Unção dos Enfermos completa a nossa conformação com a Morte e
Ressurreição de Cristo, como o Batismo começou a fazê-lo. É o termo, das Sagradas Unções que
acompanham toda a vida cristã: a do Batismo, que selou a nós a nova vida; a da Confirmação, que
nos fortificou para o combate desta vida. Essa derradeira Unção fortalece o fim de nossas vidas
terrestre como de um sólido baluarte para enfrentar as últimas lutas antes da entrada na casa do
Pai ( CIC 1523).
No Código de Direito Canônico

Capítulo III DAQUELES A QUEM SE DEVE ADMINISTRAR A UNÇÃO


DOS ENFERMOS

• Cân. 1004
§ 1. A unção dos enfermos pode ser administrada ao fiel que, tendo atingido o uso
da razão, começa a estar em perigo por motivo de doença ou velhice.
§ 2. Pode-se repetir este sacramento se o doente, depois de ter convalescido, recair
em doença grave, ou durante a mesma enfermidade, se o perigo se agravar.
• Cân. 1005
Na dúvida se o doente já atingiu o uso da razão, se está perigosamente doente, ou
se já es tá morto, administre-se este sacramento.
• Cân. 1006
Administre-se este sacramento aos doentes que ao menos implicitamente o
pediram quando estavam no uso de suas faculdades.
• Cân. 1007
Não se administre a unção dos enfermos aos que perseverarem obstinadamente
em pecado grave manifesto.

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