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Pressupostos

específicos da ação
executiva
713.º a 716.º CPC
Tipos de ações:
Art. 10º CPC
Ações declarativas

Ações executivas
• para pagamento de quantia certa
• para entrega de coisa certa
• para prestação de facto
Finalidade? reparação efetiva de um direito que foi violado
Título executivo pressuposto formal de toda
execução

art. 724º nº 4 alínea a) CPC


Deve acompanhar o requerimento inicial de execução, caso contrário, o juiz
indefere liminarmente o requerimento executivo art. 726º nº 2 alínea a) CPC
Espécies de títulos executivos
• sentenças condenatórias;
• documentos exarados ou autenticados por notário ou por outras entidades
ou profissionais com competência para tal;
• títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos;
• documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força executiva
art. 703º CPC
Pressupostos da ação executiva
Pressupostos gerais Pressupostos específicos
Legitimidade Certeza
Personalidade e capacidade
judiciária das partes Exigibilidade
Competência do tribunal
Patrocínio judiciário Liquidez
Certeza, exigibilidade e liquidez
“A execução principia pelas diligências, a requerer pelo exequente,
destinadas a tornar a obrigação certa, exigível e líquida, se o não for em
face do título executivo” art. 713º CPC
“A certeza da obrigação contende com a própria prestação ou com o
respetivo objeto, pelo que, em sede executiva, há que tomar
previamente certas as obrigações cumulativas e as obrigações
alternativas; a exigibilidade tem a ver com o vencimento da obrigação,
com a sua sujeição a condição suspensiva, ou com a satisfação duma
prestação por parte do credor ou terceiro.” Abílio Neto
Obrigações alternativas Art.º549 do CC
• Sempre que a indeterminação da prestação resulte do facto de
estarmos perante obrigações alternativas, deve aplicar-se o art. 714º
CPC
Escolha da prestação pode ser determinada pelo:
• Devedor - Citado e notificado para se opor à execução e para no prazo
de 20 dias ou num outro prazo acordado, dizer qual das prestações
escolhe
• Credor- Indicar no requerimento inicial qual das prestações escolheu
• Terceiro- Notificado para a efetuar a escolha na fase liminar do
processo executivo
Obrigações genéricas
• Apenas determinada quanto ao seu género, não havendo qualquer
esclarecimento quanto à sua espécie
• O devedor é interpelado antes de ser intentada a ação para que este
escolha a prestação. Caso não indique, a escolha caberá ao credor -
art. 539º e seguintes do CC.
Obrigações a prazo

Obrigação com prazo a fixar pelo


Obrigações com prazo tribunal
Ultrapassado o prazo, a
Na fase liminar da ação executiva, o
obrigação passa a ser exigível credor precisa de promover a fixação
e o devedor entra em mora judicial do prazo.
até à cobrança da sua Emprega-se quando quer pela
prestação, exceto se o credor natureza da prestação, das
não tiver realizado os atos de circunstâncias que levaram à situação
cobrança de prestação que lhe de fixação de prazo, quer por força dos
incumbissem usos ou nos casos em que as partes
Obrigações condicionais ou dependentes de
prestação
• Quando estamos perante uma obrigação cujo vencimento dependa
da verificação de uma condição suspensiva (art. 270º CC), de
umacontraprestação que o credor ou um terceiro tenham de realizar
(art. 428º CC) ou da fixação de um prazo pelo tribunal (art. 777º nº2
CC):
➢ OU o credor possui uma prova documental que verifique qualquer
das condições e faz prova que a obrigação se tornou exigível;
➢ OU não possui prova documental e aplica-se o art. 715º nº 2 do CPC,
oferecendo as provas não documentais ao requerer a execução,
seguindo-se sempre de despacho liminar
Obrigações sinalagmáticas
• “Se nos contratos bilaterais não houver prazos diferentes para o
cumprimento das prestações, cada um dos contraentes tem a
faculdade de recusar a sua prestação enquanto o outro não efetuar a
que lhe cabe ou não oferecer o seu cumprimento simultâneo”
art. 428º CC

art. 715º CPC


• Compete ao credor, fazer prova de que efetuou a prestação, caso
contrário não poderá proceder à execução
Consequências da falta de certeza ou
exigibilidade Art.º726º nº 5 CPC
O juiz profere despacho de aperfeiçoamento O exequente corrige
as irregularidades
possíveis de sanar

O juiz profere despacho de indeferimento liminar

Se a execução prosseguir e o titulo


executivo for uma sentença e a
falta do pressuposto
não tiver sido sanada, esse será
um dos fundamentos do
executado para se opor á
execução - art. 729º alínea e) CPC.
Liquidez Art. 716º nº 4 a 7 CPC
• “São ilíquidas, para efeitos de execução, as obrigações que têm por
objeto uma prestação cujo quantitativo não se encontra determinado
ou fixado, de tal modo que o devedor sabe que deve, mas
desconhece o quantum, bem como aquelas que têm por objeto a
universalidade.” Abílio Neto
• Liquidação por simples cálculo aritmético
• Liquidação calculada pelo juiz
• Liquidação calculada por árbitros
Liquidação por simples cálculo aritmético
• “A liquidação dependerá de simples cálculo aritmético quando a
mesma possa realizar-se exclusivamente com base no que consta do
título executivo e, por isso, sem recurso a quaisquer elementos a ele
estranhos.” José Lebre de Freitas
• No requerimento executivo o exequente fixa o quantitativo,
especificando as operações realizadas que lhe permitiram chegar ao
valor apresentado. art. 716º nº 1 CPC
Exemplos:
• Obrigação de pagamento de um preço a determinar de acordo com a
cotação (moeda, ação ou mercadoria) verificada em determinado dia
• O pagamento de uma indemnização a ratear por vários credores
conjuntos na proporção dos respetivos direitos
• O pagamento de juros, cujo montante dependerá do período de
tempo durante o qual se vençam

O exequente apresenta ao executado um pedido ilíquido


Questão objeto de recurso:
Inexigibilidade da quantia exequenda e ausência de título executivo

• A e B defendem que a quantia exequenda não se encontra vencida,


não sendo por isso exigível. Sustentam para esse efeito que o BANCO,
SA não emitiu qualquer declaração resolutória do contrato e que no
contrato de mútuo com pagamento em prestações, o vencimento
antecipado e imediato das prestações em falta não desobriga o credor
de interpelar o devedor (art. 781º nº1 CC).

Na cláusula 7ª do contrato encontra-se estipulado que o BANCO SA reserva-se no direito de resolver


unilateralmente o contrato e considerar vencido o empréstimo, tornando-se imediatamente exigível toda
a dívida, se o(s) Mutuário(s) deixar(em) de cumprir alguma das obrigações resultantes do contrato
O tribunal decidiu:
• Face ao não cumprimento de uma das prestações, o prazo para cumprimento das
restantes deixou de existir como prazo indicativo de vencimento, cabendo ao
credor/exequente interpelar o devedor para exigir antecipadamente as restantes
prestações.
• O BANCO, SA não emitiu qualquer declaração rescisória do contrato ou interpelou
previamente os devedores para pagamento da totalidade da quantia mutuada e
respetivos juros contratuais, tendo optado, por instaurar a ação executiva com base no
contrato, requerendo a citação dos Executados para procederem ao pagamento da
totalidade da dívida.
• Os efeitos de tal comportamento não podem, ter o alcance pretendido por A e B no
sentido da inexigibilidade da totalidade da dívida, porquanto o credor encontra-se
munido de título executivo idóneo de certificação do seu direito à prestação e o
incumprimento desta encontra-se indubitavelmente demonstrado.
• O tribunal interpretou a “exigibilidade imediata” enquanto perda do
benefício do prazo ou antecipação de exigibilidade, isto é, o prazo das
prestações antecipadas deixou de existir como facto indicativo do
vencimento, tornando-se a obrigação pura, dependendo o seu
vencimento de interpelação
• O vencimento da totalidade da dívida ocorreu com a citação dos
executados e os respetivos juros moratórios (quanto às prestações
ainda não vencidas à data da citação), que serão devidos desde a
citação
1. Gabriela fez um documento denominado “ confissão de dívida” em Setembro
de 2019 no qual confessa dever ao seu primo Arménio 5000,00€ que deveriam
ser pagos em 2 de Janeiro de 2020 acrescidos de juros de mora à taxa legal,
tendo feito esse documento perante um solicitador que reconheceu
validamente as suas assinaturas. Pronuncie-se fundamentadamente quanto à
validade desde documento enquanto titulo executivo.
Este documento não é um titulo executivo porque não se enquadra nos
taxativos do Art.º703 do CPC.
Documento particular autenticado ou autentico: é feito pelo advogado ou pelo
solicitador, verifica se estão cumpridos todos os requisitos e lê as pessoas.
Documento autenticado com reconhecimento de assinaturas: apenas se reconhece
assinaturas, ve se está em conformidade com o cartão de cidadão.

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