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Lição 06

Jonas:
Deus ama quem você
detesta
“ "E Deus viu as obras deles, como
se converteram do seu mau
caminho; e Deus se arrependeu do
TEXTO mal que tinha dito lhes faria e não
DO DIA o fez."

(Jn 3.10)
2

Deus ama os pecadores mais
desprezíveis, e está pronto a
SÍNTESE perdoá-los desde que eles se
arrependam de seus pecados.

3
Texto Bíblico Jonas 1.1-3

Jonas 1

1 E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai,


dizendo:

2 Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama


contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.

3 E Jonas se levantou para fugir de diante da face do


SENHOR para Társis; e, descendo a Jope, achou um
navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e
desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, de
diante da face do SENHOR. 4
Objetivos
DEFENDER a historicidade do livro de Jonas;

ESCLARECER os motivos que levaram o profeta a


desobedecer à ordem de Deus;

MOSTRAR como às vezes temos dificuldade de


compreender o amor de Deus, principalmente
quando este amor alcança àqueles a quem nós
reprovamos.
5
Introdução
O livro de Jonas tem uma mensagem singular em relação
aos demais profetas. Ele nos oferece a lição de que o
amor de Deus não estava circunscrito apenas em Israel.
O fato de Deus ter escolhido Israel não significava que
havia desprezado as demais nações. Em Jonas
contemplamos o imensurável amor de Deus capaz de se
preocupar com o povo mais cruel daquela época: os
Assírios.
Além de defender a universalidade da graça, o livro
também aponta para a misericórdia divina que concede
novas oportunidades tanto para Jonas quanto para os
Assírios. 6
Introdução
Nossos pecados podem ser vis e execráveis, porém jamais
serão maiores do que o perdão e o amor de Deus.
Estas dádivas divinas estão disponíveis a todos os seres
humanos via arrependimento, até aqueles indivíduos que
reputamos como os mais desprezíveis deste mundo. Deus
ama a todos, inclusive àqueles a quem abominamos.

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JONAS
1
1. Sua vida
 Jonas era filho de Amitai, de Gate-Hefer, da tribo de
Zebulom (Jn 1.1; 2 Rs 14.25). Era um profeta galileu. A vila
de Gate-Hefer ficava a sete quilômetros da cidade de
Nazaré.
 Os judeus na época de Jesus (Natanael) estavam
enganados quando questionaram que nenhum profeta havia
surgido de Nazaré (Jo 1.46).
 O livro de 2 Reis 14.25 circunscreve o ministério de Jonas
no século VIII a.C., no período de 793-753 a.C., na época
do rei Jeroboão II, rei de Israel.
Também este restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada
de Hamate até ao mar da Planície, conforme a palavra do Senhor,
Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas,
filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer. 2 Reis 14:25
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1. Sua vida
 Ele profetizou a expansão geográfica e a prosperidade
política de Israel antes dos triunfos de Jeroboão II.
 Deus desejava o bem de Israel, o problema é que a
prosperidade anunciada por Jonas levou o povo a se
distanciar de Deus.
 Até então, Jonas estava acostumado a entregar mensagens
populares. O sucesso de sua profecia fomentou sua
popularidade em Israel.
 Ele ficou tão preocupado com sua reputação que teve
dificuldade para cumprir a missão que Deus lhe confiou,
uma vez que a ordem divina colidia com os fortes
sentimentos nacionalistas que caracterizavam os principais
círculos sociais de Israel. 10
1. Sua vida
 De modo semelhante, muitos jovens estão preferindo
desobedecer a Deus para preservarem a reputação que
possuem diante dos seus círculos de amizades.
 Na vida cristã, a obediência está em primeiro plano, não a
reputação. Cristo foi reputado por aflito, ferido de Deus e
oprimido (Is 53.4), no entanto, enquanto os homens
julgavam-no como ferido, na verdade estava nos curando,
pois pelas suas feridas nós fomos sarados (Is 53.5).
 A reputação dos homens é falha, mas a obediência a Deus
sempre será louvável. Não troque a aprovação de Deus
pelas honras dos homens (At 5.29).
Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa
obedecer a Deus do que aos homens. Atos 5:29
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2. Um testemunho
 Esse livro, ao contrário dos demais profetas, é mais um
relato histórico do que uma profecia. O livro não é uma
fábula, mas um testemunho verídico. O relato de Jonas não
pode ser considerado uma "história de pescador".
 A narrativa de sua experiência é a base da mensagem que
Deus oferece, não apenas a Assíria, mas também a Israel.
Jonas é o único profeta do Antigo Testamento cuja profecia
não consiste no que disse, mas no que viveu e
testemunhou.
 Ele é o próprio autor do livro (Jn 1.1). Alguns chegam a
duvidar de sua autoria pelo fato do livro ter sido escrito na
terceira pessoa. Alegam que o livro é uma biografia e não
uma autobiografia, porém, era comum ao escritor hebraico
relatar a sua própria história dessa forma. 12
2. Um testemunho
 É provável que Jonas escolhesse escrever dessa forma
como uma espécie de exortação para si mesmo e para a
nação de Israel. Sua história precisava ser divulgada, pois
havia muita gente em Israel que pensava semelhante a
Jonas.
 As nossas experiências com Deus podem ser poderosas
ferramentas de edificação, por isto, devem ser
compartilhadas com as pessoas.

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3. A historicidade do livro
 Jonas é o livro profético do Antigo Testamento mais
questionado pelos teólogos liberais. Infelizmente o debate
em torno desse livro tem obscurecido a sua beleza literária
e significação teológica.
 A história do livro não é fictícia ou parabólica. Não podemos
duvidar da historicidade de Jonas. Seu livro foi inspirado por
Deus e sua história foi verídica.
 O nome de Jonas está vinculado a passagens históricas (2
Rs 14.25). Jonas é tão real e histórico quanto Jeroboão II.
O próprio Cristo ratificou sua historicidade ao citá-lo como
um profeta (Mt 12.38-40).
Pois, assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre do
grande peixe, o Filho do Homem ficará três dias e três noites no
coração da terra. Mateus 12:40 (NVT)
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3. A historicidade do livro
 Se negarmos a historicidade de Jonas questionaremos a
veracidade das palavras de Jesus. Se Jonas foi uma lenda
Cristo faltou com a verdade ao relatar a conversão dos
ninivitas (Mt 12.41).
Os ninivitas ressurgirão no Juízo com esta geração e a condenarão,
porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está
aqui quem é mais do que Jonas. Mateus 12:41
 Jesus confirmou os grandes pilares históricos de Jonas: sua
estadia dentro do peixe e a grande conversão dos ninivitas.
 Existia uma conexão real entre Jonas e Jesus, pois ambos
serviram de sinal para suas gerações (Lc 11.29,30). Ele foi
o único profeta indicado por Cristo como seu antítipo para
representar a maior verdade bíblica: a ressurreição de Jesus
dos mortos.
Porquanto assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o 15
Filho do Homem o será também para esta geração. Lucas 11:30
A EXPERIÊNCIA
DO PROFETA 2
1. A ordem divina
 Jonas recebeu uma ordem clara: Levanta-te, vai à grande cidade
de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jn
1:2. A maldade (malícia) de Nínive (capital da Assíria) era
grande.
 A Assíria era uma espécie de Sodoma e Gomorra reerguida
naqueles dias. Era o epicentro mundial da violência, tortura,
feitiçaria, idolatria, etc. O profeta Naum chama Nínive de "a
cidade sanguinária" (Na 3.1).
 A deusa Ishtar - da guerra e do sexo - era a principal
divindade adorada na Assíria. Violência e imoralidade eram
as marcas constitutivas daquele povo. Eles tinham o
costume de decepar as mãos, orelhas e narizes, vazar os
olhos e esfolar vivos os seus inimigos. Até crianças eram
queimadas vivas. 17
1. A ordem divina
 Eles desconheciam a palavra misericórdia. Jonas não
desejava que esse povo fosse perdoado, por isto, recusou
cumprir a missão.
 Somos hábeis em condenar pessoas por crimes e atos vis,
todavia, até o criminoso mais cruel, por mais difícil que seja
de entendermos, tem direito de experimentar o perdão e o
amor de Deus (Lc 23.43). Deus ama até quem nós
detestamos (Rm 5.8; 1 Tm 1.15).
Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu
por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8

Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus
veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o
principal. 1 Timóteo 1:15
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2. A fuga e a tempestade
 Jonas tentou fugir da face do Senhor indo para uma direção
oposta. Társis, uma colônia fenícia de mineração no
sudoeste da Espanha era o lugar mais longe que alguma
embarcação poderia levá-lo (Jr 10.9; Ez 27.12). Ele
comprou a passagem e se escondeu dentro do navio.
 O Todo-Poderoso interferiu enviando ao mar uma
tempestade (Jn 1.4). Enquanto os marinheiros estavam
apavorados, Jonas permanecia apático, dormindo no porão
do navio. Seu sono não era apenas físico, mas também
espiritual.
 Os marinheiros do navio acreditaram que por detrás da
tempestade existia uma causa espiritual e resolveram
lançar sortes para ver a origem do problema (Jn 1.7). Esta
era uma prática muito popular entre as nações no passado 19
(Js 7.16; 15.1; Pv 16.33; At 1.26).
2. A fuga e a tempestade
 A sorte caiu em Jonas (Jn 1.7) que foi lançado ao mar (Jn
1.12-15).
E ele lhes disse: Levantai-me e lançai-me ao mar, e o mar se
aquietará; porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta
grande tempestade. Jonas 1:12
 O livro de Jonas nos ensina que é melhor obedecer a Deus
do que desafiá-lo (Dt 27.10; 1 Sm 15.22).
Portanto, obedecerás à voz do Senhor, teu Deus, e farás os seus
mandamentos e os seus estatutos que hoje te ordeno.
Deuteronômio 27:10
 Há muitas pessoas desafiando a Deus com sua rebeldia e
obstinação. Caminhar na contramão da vontade divina é
uma decisão perigosa demais. Desobediência é a rejeição
da vontade de Deus. A Bíblia nos ensina a viver em
conformidade com a vontade de Deus (Rm 12.2). 20
3. O arrependimento do profeta
 Ao ser lançado no mar, Deus enviou um grande peixe para
engolir Jonas (Jn 1.17). O peixe não foi um dispositivo
punitivo da parte de Deus, mas um instrumento do seu
livramento.
 O grande peixe engoliu Jonas, não para devorá-lo, mas para
protegê-lo. O milagre não estava em Jonas ter sido engolido
pelo grande peixe, mas em não ter sido digerido por ele.
 Através do grande peixe Deus preservou a vida do profeta.
Jonas tinha desistido de tudo, mas Deus não tinha desistido
dele. Deus não desiste de você até mesmo quando você
desiste de si mesmo.
 O profeta ficou três dias e três noites nas entranhas do
peixe (Jn 1.17). 21
3. O arrependimento do profeta
 No interior do peixe, orou ao Senhor. Pela primeira vez no
livro, recobrou a consciência espiritual e se quebrantou
diante de Deus.
 A verdade é que Jonas esperava morrer envolto pelas águas
do mar, mas ao acordar vivo nas entranhas do peixe,
percebeu o milagre. Depois de caminhar nas trilhas da
rebeldia e sofrer a disciplina, Jonas encontrou alívio no
caminho do arrependimento e da consagração.
 A oração de Jonas consistia de duas partes: Agradecimento
pelo livramento (Jn 2.2-6) e renovação do compromisso
profético (Jn 2.7-10).
Eu desci até aos fundamentos dos montes; os ferrolhos da terra
correram-se sobre mim para sempre; mas tu livraste a minha vida
da perdição, ó Senhor, meu Deus. Jonas 2:6
Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que 22
votei pagarei; do Senhor vem a salvação. Jonas 2:9
A LIÇÃO DO
LIVRO 3
1. A pregação de Jonas
 Jonas foi novamente comissionado por Deus (Jn 3.1). O
grande peixe vomitou-o no litoral palestino, provavelmente
próximo ao porto de Jope.
 Ele precisou se dirigir a Nínive realizando uma longa
viagem. Chegando lá, a mensagem proclamada por ele foi
catastrófica.
 Pareceu incondicional, pois Jonas não apresentou a
possibilidade de salvação. Era uma mensagem de juízo e
calamidade. O profeta anunciou: "Ainda quarenta dias, e Nínive
será subvertida" (Jn 3.4). A palavra "subvertida" no original é a
mesma utilizada para retratar a destruição de Sodoma e
Gomorra.
 O profeta tinha fogo em suas palavras. A misericórdia pelos 24
ninivitas não ardia em seu coração.
1. A pregação de Jonas
 Embora tivesse sido alvo da misericórdia, se comportou
como um instrumento de juízo. Mas os ninivitas ficaram
impactados com a pregação dele.
 A resposta dos ouvintes foi imediata: Proclamaram um
jejum, vestiram-se de panos de saco e se humilharam (Jn
3.5,6). O arrependimento foi unânime. Eles não justificaram
seus erros, apenas clamaram pelo perdão divino. O
arrependimento sincero é um ato de graça que Deus nos
concede e esta atitude tem o poder de mudar
completamente o nosso destino. O arrependimento é uma
via de restauração espiritual (Lc 15.7; 24.47; At 11.18).
E os homens de Nínive creram em Deus, e proclamaram um jejum, e
vestiram-se de panos de saco, desde o maior até ao menor. Jonas
3:5
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se 25
arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não
2. O descontentamento do profeta
 O arrependimento dos ninivitas não agradou a Jonas. Ele
ficou ressentido (Jn 4.1). No auge da angústia revelou as
causas que o levaram a fugir de sua missão. Ele temia pela
misericórdia divina (Sl 78.38; 86.5). Sabia que Deus, em
sua piedade, poderia se sensibilizar com o arrependimento
dos ninivitas e remover o juízo (Jn 4.2).
E orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse,
estando ainda na minha terra? Por isso, me preveni, fugindo para
Társis, pois sabia que és Deus piedoso e misericordioso, longânimo
e grande em benignidade e que te arrependes do mal. Jonas 4:2
 O desejo de Deus não é punir imediatamente o pecador, por
isso oferece oportunidade para o arrependimento (Jr 36.3;
2 Pe 3.9).
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por
tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns
se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 2 Pedro 3:9 26
2. O descontentamento do profeta
 Frustrado, Jonas desejou morrer (Jn 4.3). Saiu da cidade e
de longe ficou assistindo desgostosamente o desfecho de
Nínive, já prevendo a possibilidade da suspensão do juízo.
 Neste ínterim, recebeu a lição da aboboreira (Jn 4.6-11).
Deus lhe mostrou que ele tinha compaixão de uma planta
que morreu, mas não se compadecia daquele povo que
morreria (Jn 4.11).
e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que
estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir
entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos
animais? Jonas 4:11
 Deus o confrontou e expôs sua incoerência. A misericórdia
divina que experimentamos deve também ser
compartilhada com todos aqueles que dela carecem.
Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos 27
nossos devedores. Mateus 6:12
3. Deus ama quem você detesta
 A questão principal era que Jonas abominava os ninivitas.
Ele desejava, no seu íntimo, que eles fossem condenados.
 Precisamos entender que Deus não é um controle remoto
ao alcance de nossas mãos, que age de acordo com nossos
comandos.
 Seus planos são perfeitos, sua misericórdia é eterna e seus
pensamentos são sempre melhores que os nossos, para nós
e para todos (Jó 11.8; Sl 40.5; Is 30.18; 55.8,9).
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem
os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Isaías 55:8
 Jonas agiu como um típico hebreu de sua época. Seu
preconceito contra os Assírios era resultado de sua visão
altamente nacionalista, e Deus precisou trabalhar em sua
visão para mudar seu coração.
28
3. Deus ama quem você detesta
 Também possuímos valores e pensamentos contaminados
pelo espírito de nossa época.
 Precisamos que Deus trabalhe em nós levando-nos à
libertação. Somos apressados em julgar o próximo e temos
dificuldade de liberar o perdão, inclusive a quem amamos.
 Imagine então a dificuldade que temos de perdoar a quem
reprovamos. Não somos tão diferentes de Jonas!
Precisamos da misericórdia divina sobre nossas vidas.
Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não
sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os
pecadores, ao arrependimento. Mateus 9:13

29
Conclusão
O livro terminou apresentando o imensurável amor de
Deus pelas pessoas, independente da nacionalidade.
Nenhum livro no Antigo Testamento ensinou de maneira
tão visível e categórica a misericórdia divina às outras
nações.
Jonas aprendeu a lição? Acreditamos que sim. O ato de
registrar a história apresentando suas grosserias
pessoais paralelamente à perfeição divina indica o desejo
de exortar seus compatriotas para que não cometessem
os mesmos erros praticados por ele.

30
Próxima Lição
Lição 07

Miqueias: Deus quer


obediência

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