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INCLUSÃO ESCOLAR E BULLYING

NAS ESCOLAS: QUANDO A


INCLUSÃO SE TORNA UMA
EXCLUSÃO
TIAGO DOS SANTOS MATRICARDI; DIEGO VIRGILIO DE SOUZA;
LUCAS MALACHIAS; DANILO GOMES DA SILVA; IASMIN ZANCHI BOUERI
INTRODUÇÃO
Práticas e estratégias da escola para lidar com bullying no meio
A violência física sempre foi muito estudada e condenada, pois deixava educacional
marcas e cicatrizes visíveis em suas vitimas. Mas atualmente outro tipo de Com relação a violência moral, primeiro busca-se resolver com diálogos.
agressão tem feito parte da mídia brasileira, a violência verbal e A professora em sua entrevista diz que as medidas a serem tomadas
emocional. Todas elas têm sido estudadas internacionalmente, mas apenas primeiramente por ela, antes do encaminhamento a diretoria são “profundo
na atualidade estão sendo observadas pelos brasileiros. A pesquisa tem diálogo com o agressor, vítima e com familiares de ambos” E as medidas
como proposta discutir no contexto escolar e principalmente nas aulas de tomadas posteriormente pela escola são, de acordo com o relato da diretora
educação física o tema bullying, com todos os envolvidos. que: “a escola busca trazer a família a frente do problema, para que todos
Tabela 1. Descrição das ações que podem estar presentes na prática do Bullying. possam se responsabilizar pela educação de seus filhos, pois a orientação
cabe a família, mas muitas vezes são delegadas somente a escola”.
AÇÕES QUE PODEM ESTAR PRESENTES NA PRÁTICA DO BULLYING Ambas afirmam durante a entrevista que as estratégias de prevenção
Colocar apelidos Fazer Sofrer Agredir adotadas para evitar a violência escolar são a utilização de palestras com o
Ofender Discriminar Bater conselho tutelar, leituras e discussões de artigos e matérias especificas do
Zoar Excluir Chutar meio escolar e com os alunos, cartazes e discussões sobre o tema.
Gozar Isolar Empurrar Segundo a diretora os acontecimentos de violência dentro de sua escola
Encarnar Ignorar Ferir diminuíram consideravelmente, mas só podemos dizer isso por causa do
Sacanear Intimidar Roubar trabalho realizado pela mesma e a ajuda financeira e estrutural, assim
Humilhar Perseguir Quebrar Pertences possibilitando uma maior aproximação da comunidade junto ao corpo
Assediar Amedrontar Dominar docente, e hoje a diretora relata que os alunos conseguem participar de
Aterrorizar Tiranizar eventos organizadamente e têm uma rotina de sala.

OBJETIVO Como a família do agressor lida com a escola


Verificar, por meio de relatos de professores e diretores, quais as As frases que são normalmente utilizadas são “Não sei mais o que fazer
estratégias utilizadas para prevenção do bullying, seus efeitos e com este menino (...) não posso com a vida dele ou então, pode mandar
consequências no meio escolar de crianças com necessidades educacionais para o conselho tutelar (...) outros chegaram para as professoras e
especiais em atividades escolares e aulas de educação física. disseram que a mesma podia bater, beliscar, colocar de castigo caso
precisassem quando aprontam”.
Com relação a este fato os participantes relataram conversar com as famílias
MÉTODO
e verificar alternativas de instruir estes familiares, o que muitas vezes acaba
Participantes:.Um professor e uma diretora de escola regular municipal sendo uma difícil tarefa.
do Estado de SP.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Instrumento: Foram utilizados dois instrumentos, sendo um roteiro de
entrevista semiestruturado para professor e um roteiro de entrevista Este trabalho pretende dar continuidade a coleta dos dados para que desta
semiestruturado para diretor . forma seja possível investigar mais profundamente as causas destes fatos
junto aos professores e diretores, e também conversar com os próprios
RESULTADOS alunos para certificar sua posição frente a situação enfrentada.
Faz-se importante destacar que este projeto pretende levantar a
Identificação e frequência de casos de bullying problemática de estudo e verificar quais as práticas podem ser adotadas por
Segundo a professora, há diversos casos de bullying incluindo alguns que profissionais que desenvolvem atividades em ambientes escolares para que
ela já presenciou, como “Xingamentos, ofensas e em último caso seja possível diminuir a ocorrência do bullying nas escolas e proporcionar
violência física”. A diretora em seus relatos também presenciou alguns um ambiente escolar mais saudável e menos excludente aos alunos.
casos, “agressões e xingamentos entre crianças são os mais comuns”. REFERÊNCIAS
Quando nos referimos aos alunos com necessidades educacionais
especiais os resultados são similares, pois em ambas as entrevistas CONSTANTINI, Alessandro. Bullying : como combatê-lo? Prevenir e enfrentar a
observamos os mesmos acontecimentos, vejam trecho da entrevista da violência entre os jovens. Trad. Eugenio Vinci de Morais. São Paulo: Editora Itália
professora: “Houve um caso com uma aluna portadora de síndrome de Nova, 2004. 224 p.
down, que sofria bullying por parte dos colegas da sua sala de origem, a NJAINE, K.; MINAYO, M. C. S. Violência na escola: identificando pistas para a
mesma não queria mais entrar na sala, mas o quadro foi revertido prevenção. Revista Interface: Comunicação, Saúde, Educação, v.7, n.13, p.119-134,
colocando-a em outra sala, onde as crianças a respeitavam não por ser 2003.
FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar. 2ª
deficiente, mas por ser capaz de se desenvolver também.”
edição Editora. Campinas-SP: Verus 2005. 224 p.

 
Este trabalho está sendo desenvolvido na disciplina Processos Investigativos, do curso de Licenciatura em Educação Especial, sob a orientação da Profa. Dra. Maria
Amélia Almeida e Márcia Duarte, docentes do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos, pela Ms. Iasmin Zanchi Boueri, aluna de
doutorado do PPGEES/UFSCar, Carla Airela Rios Vilaronga, pedagoga do curso de Educação Especial e Aline Pillegi, aluna de mestrado do PPGEES/UFSCar.

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