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AULA 05

O SISTEMA CAPITALISTA -
INFRAESTRUTRA E SUPERESTRUTURA,
CONSCIÊNCIA E IDEOLOGIA

Profa. Ma. Liamar I. Tuon


Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
CATANI, Afrânio Mendes. O que é capitalismo? São Paulo: Brasiliense, 1983. 12ª ed. (Primeiros
Passos; 4).
COSTA, Caio Túlio. O que é anarquismo? 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. (Primeiros Passos;
5).
DIAS, Reinaldo. Sociologia Clássica. São Paulo: Pearson Educacion do Brasil, 2014.
Unidade 3 – Capitalismo, divisão do trabalho e meios de produção.
ENGELS, F.; MARX, K. O manifesto comunista.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique (Orgs.). Dicionário de Conceitos Históricos. São
Paulo: Contexto, 2009.
SPINDEL, Arnaldo. O que é comunismo? 17ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Primeiros Passos,
2)
Algumas perguntas para refletirmos...

• Quem faz a História?

• Quem muda o mundo e as coisas?

• Como está organizada nossa sociedade?

• O que é o capitalismo?

• É possível transformar a realidade em que vivemos sem conhecer o


funcionamento do sistema em que vivemos?
1. O trabalho do homem e as riquezas naturais.
• As riquezas naturais de nada servem sem o trabalho do
homem. Então porque é que são os trabalhadores que estão
em piores condições dentro da sociedade?

• É o trabalho do homem que permite arrancar à natureza suas


riquezas. Mas em que mãos é que vão parar as riquezas? Vão
parar nas mãos dos trabalhadores?
Foto de Sebastião Salgado

• Por que é que um punhado de capitalistas acumula tanta


riqueza, enquanto a maioria do povo tem apenas o
indispensável para viver? E às vezes nem isto?

• Por que razão os capitalistas acumularam riquezas?


2. O processo de produção: força de trabalho e meios de
produção.
• Matérias primas – objetos que são
transformados no processo de produção, para
constituírem o produto final.

• Instrumentos de produção – todas as coisas que


direta ou indiretamente nos permitem
transformar a matéria-prima em produto final Foto de Sebastião Salgado
(ferramentas de trabalho e as máquinas)
• Meios de produção: todos os objetos materiais
que intervêm no processo de trabalho.

• Bens de consumo: todos os bens que se


consome de forma individual (diferente de
meios de produção)
2. O processo de produção: força de trabalho e meios
de produção.
• Trabalho: atividade humana realizada pelo
trabalhador que transforma a matéria-prima e
produz a riqueza.

• Força de trabalho: energia gasta durante o


processo de trabalho.
• Trabalhadores indiretos (Chefes, capatazes,
supervisores, etc.): dão ordens e garantem a
produção em nome do capital.

• Trabalhadores diretos: os que trabalham na


transformação direta da matéria prima.
Relações técnicas de produção
• Relações técnicas de produção são aquelas relações estabelecidas entre os
trabalhadores;

• Elas dependem do controle que os indivíduos tenham dos instrumentos de produção e


do processo de produção em seu conjunto;

• No sistema capitalista os trabalhadores diretos não controlam as máquinas, porque


são elas que impõem aos operários o seu próprio ritmo de trabalho e a sua eficiência;

• Os trabalhadores diretos também não controlam nem o andamento, nem a finalidade


do processo de produção: é o capitalista, por intermédio dos trabalhadores indiretos,
que decide quando, como e quanto se deve produzir tendo em consideração
exclusivamente os seus interesses capitalistas.
Capitalista

Trabalhador indireto
(gerente, supervisor,
feitor, fiscal, capataz)

Trabalhador
direto
Vamos refletir ...

• Se são os trabalhadores que extraem as riquezas da natureza, se são eles


que produzem novas riquezas, por que é que a maior parte destas
riquezas vai parar em outras mãos, nas mãos de um grupo minoritário da
população?
3. A propriedade privada dos meios de
produção, origem de toda a exploração.
• Quem possui os meios de
produção? O capitalista
estrangeiro e o capital
nacional.

• Por que os meios de


produção são
importantes? Porque eles
são as condições
materiais de toda a
produção, sem eles não
se pode produzir.
3. A propriedade privada dos meios de
produção, origem de toda a exploração.
• Força de trabalho: troca da energia e do
trabalho do homem pelo que é pago (salário)

• Condição do trabalhador: baixos salários,


Mulheres no começo da
baixa oferta de emprego, tendo que se Revolução Industrial
submeter a todo tipo de humilhação.

• Os donos dos meios de produção exploram


os que não possuem os meios de produção.

• Exploração do homem escravizado (o


escravo era considerado mais um
instrumento de produção) Serra Pelada. Foto de Sebastião
Salgado.
Sugestão de filmes:

As sufragistas. Daens – um grito de Germinal. Dir.: Tempos Modernos.


Dir.: Sara Gavron. liberdade. Dir.: Stijn Claude Berri. Dir.: Charles
Inglaterra. 2015. Coninx. França, Bélgica, França, Chaplin. 1936.
Bélgica, Holanda. Itália. 1993
1992.
Um
conceito
importante:
Luta de
classes.

Romano Senhor feudal Capitalista

Crianças trabalhando durante


Escravo Servo a revolução industrial
3. A propriedade privada dos meios de produção,
origem de toda a exploração

• “Em todos os sistemas de produção que


analisamos, em que os meios de
produção estão nas mãos de um
pequeno número de pessoas, os donos
destes meios apropriam-se do trabalho
alheio, exploram os trabalhadores, isto é,
estabelecem-se relações de exploração
entre estes grupos.”

• Povos primitivos (sociedades sem


escrita) – não existe a propriedade
privada e portanto não havia
desigualdade.

• Propriedade coletiva.
4. As relações sociais de produção.

• Relações sociais de produção: são as relações que se


estabelecem entre os homens e que são determinadas
pelas relações de propriedade que estes tem com os
meios de produção.

• Explorador/explorado: relações escravistas, relações


feudais, relações capitalistas

• Relações de colaboração recíproca: estabelecem-se


quando existe a propriedade social dos meios de
produção. (comunidades primitivas / sociedade
comunista).

• Relações antagônicas: os interesses do grupo dos


proprietários (exploradores) são diferentes dos interesses
dos trabalhadores (oprimidos)
5. A produção das relações sociais de produção: o
papel do Estado e da ideologia.

• Ao mesmo tempo que as relações de


produção se repetem ou reproduzem vão-se
desenvolvendo as contradições internas
destes sistemas. (riqueza/miséria)

• De que maneira conseguem os exploradores


manter a exploração do povo? Como é que Foto de Sebastião Salgado
os exploradores fazem para que estas
relações de exploração se repitam
continuamente?

• Por serem os donos dos meios de produção,


os capitalistas têm na sua mão o poder
econômico e, como são senhores deste
poder, controlam também outros aspectos da
sociedade, como o Estado, o exército, as
polícias, portanto, controlam também o
poder político; Repressão aos professores - PR
5. A produção das relações sociais de produção: o papel do
Estado e da ideologia.
• Controlam também os meios de comunicação (jornais, tvs, rádios, editoras, cinema,
etc.) e também controlam os conteúdos dos programas de ensino em todos os níveis
– PODER IDEOLÓGICO.
6. Modo de produção, infra-estrutura e superestrutura.

• As sociedades são constituídas pelos elementos


econômicos, jurídicos, políticos e ideológicos , são
organizações complexas em que existem dois níveis: o nível
econômico e o nível jurídico-político-ideológico.

• Modo de produção

• Nível econômico: infra-estrutura

• Nível jurídico-político-ideológico: superestrutura


DIVISÃO TRADICIONAL DA HISTÓRIA

Sociedades Pré- História Antiga História Medieval História Moderna História Contemp.
Escrita 4 mil a.C. 476 d.C. 1453 d.C. 1789 d.C. até a
10 mil a 476 d.C. a 1453 d.C. a 1789 d.C. atualidade
a 4 mil a.C.
Comunidades Aparecimento da Período de Capitalismo Capitalismo
primitivas. escrita transformação da comercial ou industrial.
Trabalho coletivo. cuneiforme. sociedade mercantilismo. Capitalismo
Divisão sexual do Organização das europeia. Declínio gradual financeiro.
trabalho. civilizações da Aumento do do poder da Capitalismo
Não há antiguidade. poder da Igreja nobreza e informacional.
propriedade Invasão dos Católica. aumento gradual
privada. povos bárbaros e Feudalismo. do poder da
Não há destruição do Queda de burguesia.
desigualdade Império Romano. Constantinopla
social.
DIVISÃO DA HISTÓRIA A PARTIR DAS
RELAÇÕES DE TRABALHO E PRODUÇÃO

Modo de Produção Modo de Produção Modo de Produção Modo de Produção Modo de Produção Modo de Produção
Primitivo Asiático Escravista Feudal Capitalista Socialista

Comunidades Mesopotâmia Grécia Europa feudal Quase todos os países Antiga URSS e seus
primitivas. Egito Antigo Roma da atualidade países aliados
Incas Cuba (atual)
Astecas
Trabalho coletivo. Origem da Escravidão. Concentração de Consolidação da Luta dos trabalhadores
Divisão sexual do desigualdade social. Concentração de terras: feudos. burguesia como classe para superar as
trabalho. Hierarquização do poder. Servidão dos que dominante. desigualdades do
Não há propriedade poder. Agravamento das não possuíam Divisão social do capitalismo.
privada. Prestação de serviços diferenças sociais. terras. trabalho. Cada Revolução teve
Não há ao governante. Aperfeiçoamento das A sociedade dividia- Desigualdade social. características muito
desigualdade Divisão social do leis. se em nobreza, Concentração de específicas de acordo
social. trabalho. Divisão social do burguesia, servos e riqueza. com a história de cada
trabalho. escravos (poucos). Valores burgueses de país.
liberdade.
Trabalho livre.
Escravidão.
Poder Poder
político ideológico

SUPERESTRUTURA
OU
NÍVEL

JURÍDICO-POLÍTICO
IDEOLÓGICO
(Estado, leis, justiça) (ideias e
costumes)
INFRAESTRUTURA
OU NÍVEL
ECONÔMICO DE PRODUÇÃO

RELAÇÕES DE PRODUÇÃO

Poder econômico
7. Modo de produção e formação social.

• Os modos de produção se caracterizam por momentos de transição em que convivem


diferentes formas de organização.

• Os s meios de produção e a força de trabalho só representam capital quando são


empregados em determinadas relações de produção: as relações de produção
capitalistas, que permitem aos capitalistas obter mais dinheiro do que aquele que eles
investem na produção.
7. Modo de produção e formação social.

• A repetição da exploração capitalista transforma-se numa “força social”


obrigando uma parte cada vez maior da produção a vender a sua força de trabalho,
aumentando assim, cada vez mais, a riqueza e o poder dos donos do capital.

• Mais-valia, valor, valor suplementar.

Tempos Modernos.
Charles Chaplin.
7. Modo de produção e formação social.
• Capital constante (investido nos meios de produção) e capital variável (investido na
força de trabalho)

• Mais-valia – quantidade de valor criada pelo operário e de que o capitalista se apropria


sem pagar.

• Taxa de exploração ou taxa de mais-valia - à relação que mede o grau de exploração da


força de trabalho.

• Mais-valia absoluta – prolonga a jornada de trabalho do operário ou intensificando o


uso da força de trabalho.

• Mais-valia relativa – se obtém diminuindo o tempo de trabalho necessário, por exemplo,


através do desenvolvimento tecnológico.
7. Modo de produção e formação social.

• A repetição da exploração capitalista transforma-se numa “força social”


obrigando uma parte cada vez maior da produção a vender a sua força de trabalho,
aumentando assim, cada vez mais, a riqueza e o poder dos donos do capital.

• Mais-valia, valor, valor suplementar.

Tempos Modernos.
Charles Chaplin.
O CAPITALISMO É O ÚNICO SISTEMA QUE DEU CERTO!
DEU CERTO????
O CAPITALISMO É O ÚNICO SISTEMA QUE DEU CERTO! DEU CERTO????
COMO EXPLICAR DE ONDE VEM
A RIQUEZA DE POUCOS E
A POBREZA DE MUITOS?


MATERIALISMO DIALÉTICO OU
MATERIALISMO HISTÓRICO
(TEORIA MARXISTA)
Karl Marx
(1818-1883) Friedrich Engels
(1820-1895)
Quais são então as condições necessárias para que a força de trabalho
seja uma mercadoria?

• A existência de um trabalhador que não seja obrigado a trabalhar para um determinado


patrão, que possa mudar de um lugar para outro, oferecendo sua força de trabalho;

• A existência de um trabalhador, que não tenha os meios de produção que a sociedade


utiliza, e que por isso não pode trabalhar por conta própria.
Tempos Modernos. Charlie Chaplin. 1936.

• Exército de reserva de trabalhadores

• O trabalhador é um vendedor da sua própria força de trabalho, e o capitalista é o comprador dessa


mercadoria que se oferece no mercado.
Como surgiu o exército de reserva na Revolução Industrial?

• Corporações de Ofício na Idade Média e Idade Moderna


• Enclosures (cercamentos)
• O desemprego faz com que os capitalistas paguem um salário menor, pois muitos
trabalhadores desempregados se sujeitariam a ganhar menos para poder pelo menos
alimentar sua família.
Movimentos dos trabalhadores

Ludismo Greve geral de 1917

Greve de 1978 Greve de Guariba - 1984


6. MAIS VALIA ABSOLUTA E MAIS VALIA RELATIVA

• Mais valia absoluta – prolonga-se ao máximo a jornada de trabalho do operário


(início da Revolução Industrial, período em que os trabalhadores tinham jornada
de até 16 ou 18 horas por dia)
• Limites físicos – exaustão do trabalhador
• Limites históricos – organização da classe operária

• Mais valia relativa – a que se obtém diminuindo o tempo de trabalho necessário


através por exemplo, desenvolvimento tecnológico
Ideologia
• Há vários significados para o termo. Um dos mais abrangentes apresenta a ideologia como um sistema
de “ideias” ou, mais exatamente, de crenças mais ou menos coerente. Considera ainda que as
ideologias são formas de se entender o mundo e de se posicionar nele. Essa definição, porém, não é a
única. Para muitos intérpretes, a ideologia, ao invés de esclarecer a realidade concreta, prejudica o seu
entendimento. De qualquer modo, existe o consenso de que nenhuma sociedade é desprovida de
crenças ou valores e a ideologia é parte desse sistema de valores mais amplos. Em uma dada
sociedade, não há uma “verdadeira” ideologia, mas várias.

• Os estudos culturais consideram que, mesmo na indústria cultural, os meios de comunicação de massa
não expressam um único universo ideológico, mas sim uma pluralidade de ideologias e discursos.

• Muitos estudiosos defendem que não apenas classes sociais diferentes possuem ideologias
específicas, mas que também frações de classe, etnias, grupos profissionais são portadores de
ideologias particulares. Não negam a existência de uma ideologia dominante ou hegemônica, mas cada
vez acreditam que, se não há ideologias que se opõem à ideologia hegemônica, existem pelo menos
formas adaptativas e criativas elaboradas pelos diferentes grupos sociais para interpretar e se
relacionar com tal ideologia dominante.
Ideologia
• a ideologia aparece intimamente relacionada à alienação, no sentido de que os homens, iludidos pelas
ideias dominantes, deixam de se reconhecer como agentes históricos.

Ideologia. Cazuza Pois aquele garoto


Que queria mudar o mundo
O meu partido é um coração partido Mudar o mundo
E as ilusões estão todas perdidas Agora assiste a tudo
Os meus sonhos foram todos Em cima do muro. Em cima do muro
vendidos Meus heróis morreram de overdose
Tão barato que eu nem acredito O meu prazer agora é risco de vida
Ah! Eu nem acredito Meu sex and drugs não tem nenhum
Que aquele garoto que ia mudar o rock´n roll
mundo. Mudar o mundo Eu vou pagar a conta do analista
Frequenta agora Pra nunca mais ter que saber quem eu
As festas do Grande Monde sou, quem eu sou
Meus heróis morreram de overdose Pois aquele garoto
Meus inimigos estão no poder Que queria mudar o mundo
Ideologia eu quero uma pra viver Mudar o mundo Vídeo disponível em:
Ideologia eu quero uma pra viver Agora assiste a tudo https://www.youtube.com/watch?v=XoiF-
Em cima do muro. pDzod4
Como se dá o controle social? Quais mecanismos são
utilizados na sociedade capitalista?
Hapiness. Animação de Steve Cutts

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=e9dZQelULDk


E a resistência?
Love is in the Air (Soldier throwing flowers). Banksy. 2005.

Essa é uma pintura mural


feita em 2005 em Londres.
Na época, a cidade
britânica passava por uma
onda de protestos. Na
obra, vemos um
manifestante com o rosto
coberto. Ele faz um
movimento como se fosse
atirar um coquetel
explosivo, entretanto, o que
ele carrega é um ramo de
flores. A imagem exibe um
paradoxo ao aliar um ato
"violento" com a delicadeza
das flores.
Napalm (Can't Beat That Feeling). Banksy.

Nessa impactante obra, Banksy faz uma montagem relacionando a Guerra do Vietnã com a cultura capitalista americana.
Isso porque, o artista combinou as imagens de Mickey Mouse e Ronald McDonald, símbolos do American Way of Life,
com a figura de uma menina vietnamita que foi fotografada fugindo dos horrores da guerra. A foto foi feita em 8 de junho
de 1972 pelo fotógrafo Nick Ut, e teve muito reconhecimento, ganhando o Prêmio Pulitzer de Fotografia de Notícias Spot
e a classificação de Foto de Imprensa Mundial do Ano. a obra de Banksy, os personagens americanos são colocados de
mãos dadas com a figura da menina em desespero - após ter o corpo queimado pela bomba química napalm. Assim, o
artista nos leva a refletir sobre a responsabilidade dos EUA no sofrimento de tantas pessoas. Mais de 2 milhões de
vietnamitas morreram nessa guerra.
Shop Until You Drop. Banksy.

A composição foi pintada em um


prédio em Londres, no ano de 2011.
Nela, Banksy ilustra uma mulher em
queda livre com um carrinho de
compras. Os itens comprados
começam a dispersar no ar, assim
como o sapato da moça. A crítica ao
consumismo, e consequentemente
ao capitalismo, é clara. Ele nos faz
refletir sobre como o sistema em
que vivemos é insustentável e sobre
o quanto estamos à beira de um
colapso, mas mesmo assim, o
consumo é estimulado e as pessoas
sentem compulsão por adquirir
produtos e mais produtos.
Guantánamo Bay Prisioner. Banksy.

A prisão de Guantánamo é uma instituição militar estadunidense da Base Naval da Baía de Guantánamo. Ela fica localizada
na ilha de Cuba e é conhecida por seus maus tratos aos prisioneiros, que são alvo de torturas e trabalho forçado. A
denúncia foi feita pela Cruz Vermelha Internacional. Nesse mural, Banksy representou um desses detentos. Em outra
ocasião, em 2006, o artista conseguiu fazer uma crítica ácida com o mesmo tema, ao levar para dentro da Disneylândia um
boneco inflável vestido como um prisioneiro de Guantánamo. A colocação de um boneco com o uniforme de prisioneiros de
Guantánamo na Disney é uma ação artística com impacto direito nos visitantes do parqueEle inflou o boneco dentro do
parque, e este permaneceu mais de uma hora lá até que alguém notasse e o retirasse.
Stop and Search. Banksy. 2007.

Nessa obra, produzida em


2007 em Bethlehem, na
Palestina, o artista expõe um
soldado sendo revistado por
uma menina.Aqui, ele propõe
uma inversão de papéis em
uma situação que
normalmente ocorre com civis,
que é a de ser revistado pelas
forças armadas. A menina
veste uma roupa cor-de-rosa e
representa a inocência.
Girl with ballon. Banksy. 2002.

Girl with ballon foi realizada em 2002 em Londres, na Inglaterra. Na obra, é exibida a figura de uma menina que estende a
mão para pegar seu balão, que é levado pelo vento. O balão é em formato de coração e pintado em vermelho, enquanto o
restante da obra é preta. Há ainda a frase "There is always hope", que traduzida para o português significa "Há sempre
esperança". Aqui, Banksy deixa uma mensagem de crença em dias melhores, mesmo com todo o desalento que há no
sistema em que vivemos. Esse trabalho é, talvez, o mais famoso do artista. Ele foi reproduzido em uma tela e vendido em
2018 em um leilão em Londres por mais de 1 milhão de libras. No momento em que foi batido o martelo da venda, a obra
se autodestruiu por meio de um dispositivo colocado na moldura, surpreendendo todos os presentes. Dessa forma, Banksy
realizou mais uma ação artística que questiona o mercado da arte.
Afinal, quem é Banksy?

“As pessoas que mandam nas cidades não entendem


o grafite porque acham que nada tem o direito de existir
se não gerar lucro,
o que torna a opinião delas desprezível”.
Banksy.

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