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CENTRO UNIVERSITARIO ESTÁCIO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: Fundações e contenções

Aula 7
Fundações superficiais:
análise, projeto e execução

Prof. Dasiel Hernández Fernández, MSc. Eng.


Brasília, 2021
Fundações superficiais
Bloco
Elemento de fundação superficial, de concreto, dimensionado de
modo que as tensões de tração, nele resultantes sejam resistidas
pelo concreto, sem necessidade de armadura. Pode ter suas faces
verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em
planta seção quadrada, retangular ou trapezoidal. Podem ser
construídos de pedra, tijolos maciços, concreto simples, concreto
ciclópico.

Dimensão mínima
Em planta, os blocos não devem ter dimensões inferiores a 0,60m.

Profundidade mínima
Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for
assente sobre rocha, tal profundidade deve ser inferior a 1,50m. Em
casos de obras cujos blocos estejam majoritariamente previstos com
dimensões inferiores a 1,00m, essa profundidade mínima pode ser
reduzida.
Fundações
superficiais

A cota de apoio de uma


fundação deve ser tal que
assegure que a
capacidade de suporte do
solo de apoio não seja
influenciada pelas
sazonalidades do clima
ou alterações de
umidade.

Os blocos de fundação
devem ser
dimensionados de tal
maneira que o ângulo β,
mostrado seja maior ou
igual a 60º.
Fundações superficiais

Sapata
Elemento de fundação superficial, de concreto armado,
dimensionado de modo que as tensões de tração, nele resultantes
sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta
para esse fim.
Dimensão mínima
Em planta, os blocos não devem ter dimensões inferiores a 0,60m.
Profundidade mínima
Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for
assente sobre rocha, tal profundidade não deve ser inferior a
1,50m. Em casos de obras cujos blocos estejam majoritariamente
previstos com dimensões inferiores a 1,00m, essa profundidade
mínima pode ser reduzida.
A cota de apoio de uma fundação deve ser tal que assegure que a
capacidade de suporte do solo de apoio não seja influenciada pelas
sazonalidades do clima ou alterações de umidade.
Fundações superficiais
Lastro
Todas as partes da fundação superficial (rasa ou direta) em contato
com o solo devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não
estrutural com no mínimo 5cm de espessura, a ser lançado sobre
toda a superfície de contato solo-fundação.
Fundações em cotas diferentes
No caso de fundações próximas, porém situadas em cotas
diferentes, a reta de maior declive que passa pelos seus bordos
deve fazer um ângulo α com os seguintes valores:
a) solos pouco resistentes : α ≥ 60º
a) solos resistentes : α ≥ 45º
b) rochas : α = 30º
Fundações superficiais
Classificação das sapatas quanto à rigidez – NBR 6118
A classificação das sapatas relativamente à rigidez é importante,
porque direciona a forma como a distribuição de tensões na interface
base da sapata/solo deve ser considerada. Uma sapata isolada tem
função de apoio direto de pilar, suas dimensões de base devem ser
compatíveis com a capacidade de resistência do solo.
Fundações superficiais
Classificação das sapatas quanto à rigidez – NBR 6118
As sapatas rígidas têm a preferência no projeto de fundações,
por serem menos deformáveis, menos sujeitas à ruptura e mais
seguras. As sapatas flexíveis são caracterizadas pela altura
“pequena”, e segundo a NBR 6118: “Embora de uso mais raro, essas
sapatas são utilizadas para fundação de cargas pequenas e solos
relativamente fracos (Pressão admissível menor que 150 kN/m2).”
Fundações superficiais
A norma também considerada no projeto de sapatas que será sapata
rígida quando o ângulo β fica compreendido entre os limites:

0,5 ≤ tg β ≤ 1,5

Se tg β < 0,5 a sapata é considerada flexível, e se tg β > 1,5 não é


sapata, e sim bloco de fundação direta (aquele que dispensa
armadura porque o concreto resiste à tensão de tração máxima
existente na base do bloco).
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
• Uma vez terminada a
escavação deverá ser colocado
imediatamente o concreto
magro.

• Para garantir uma ancoragem


mais segura das armaduras do
pilar, deve-se verificar se a
altura da sapata é maior que
2/3 Lb.

• As dobras, em geral,
mecanicamente não são
necessárias nem se conhecem
patologias atribuídas à sua
ausência; não obstante, a sua
presença garante o
cumprimento estrito da Norma
e melhora estruturalmente as
sapatas.
Fundações
superficiais

Sapatas
isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações
superficiais
Sapatas
isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Fundações superficiais
Sapatas isoladas
Projeto de Fundação em Sapatas
1. Escolher a profundidade de assentamento
Limites: 1,0 m ≤ Prof. < 3,0 m
Observar região dos elevadores ou similares
Valores de α:
-Solos pouco resistentes: α≥ 60º
-Solos resistentes: α= 45º
-Rochas: α= 30º
Executar a fundação mais profunda primeiro:
-Segurança;
-Evitar alívio de tensões.
Projeto de Fundação em Sapatas
2. Determinar a Tensão Admissível (σadm)

• Métodos teóricos
• Método de prova de carga sobre placa
• Métodos semi-empíricos
Projeto de Fundação em Sapatas
3. Determinar a Área mínima da base (Amin)
Projeto de Fundação em Sapatas
4. Fazer a locação das sapatas observando a existência de
sobreposições

 h
≤ 𝑋 ≤ 2 ∗h
2
Projeto de Fundação em Sapatas
4. Fazer a locação das sapatas observando a existência de
sobreposições

 h
≤ 𝑋 ≤ 2 ∗h
2
Projeto de Fundação em Sapatas
5. Fazer a locação das sapatas observando a existência de
sobreposições
• Dimensão mínima = 60cm
• Rodapé mínimo = 20 cm
• Volume da sapata (VS)

Ab = área da base
Ap = área do pilarete (+ 15cm de cada lado do pilar)
H = altura da sapata
R = altura do rodapé
Projeto de Fundação em Sapatas
6. Dimensionamento das armaduras
7. Detalhamento das armaduras
Projeto de Fundação em Sapatas
8. Cálculo e avaliação dos recalques

9. Memorial de cálculo
Projeto de Fundação em Sapatas
LOCAÇÃO DE FUNDAÇÕES:

Somente através de uma analise de tensões, capacidade de carga


e recalques, pode-se realmente minimizar os efeitos da
construção de uma nova fundação em relação a outra.

Uma regra empírica empregada diz que :


“Uma sapata deverá estar distante de outra no mínimo a distância
equivalente à largura da mais larga das sapatas”

Exemplo:
• SAP
ATA
EXI
STE
NTE
:
(1,0
Exemplo de Fundação em Sapatas
Exemplo de Dimensionamento Geotécnico de Sapata
Calcular a sapata centrada
P = 3500 kN
σadm= 400 kPa
Pilar = 50cm x 20cm
Exemplo de Fundação em Sapatas
Exemplo 1: Uma sapata isolada em concreto armado c20 de base
quadrada será executada para suportar um pilar de seção transversal
quadrada de lado 25cm. Estima-se em 100tf a carga vertical
centrada (incluindo peso próprio) a ser transferida para o solo, cuja
tensão admissível é de 2,5 kgf/cm2. O lado da base e a altura da
sapata para que esta seja considerada rígida?
Exemplo de Fundação em Sapatas
EXEMPLO 2: Avaliar a sapata direta de fundação quanto a sua rigidez.
Projeto de Fundação em Tubulões

  D 4,0 m
Projeto de Fundação em Tubulões
 1.Escolher a profundidade de assentamento
Limites: Prof. 3,0 m
2. Determinar a Tensão Admissível (σadm)
3. Área da base calculada para suportar toda a carga vertical
4. Determinar as dimensões em planta da base

  D 4,0 m
Projeto de Fundação em Tubulões
5. Determinar as dimensões em planta do fuste
Dimensão mínima do fuste:
• Execução: caber poceiro (“Segurança” –Ministério do Trabalho e
Emprego (Portaria Nº 644 de 09 de maio de 2013))
• Pelo menos 80cm ou 70cm, conforme acompanhamento
• Caber o pilar: diagonal + 10cm
• Estrutural
• Área de concreto simples compatível com a carga aplicada
Projeto de Fundação em Tubulões
6. Avaliar relação máxima de dimensões

7. Determinar a altura da base (HB)


Projeto de Fundação em Tubulões
8. Volume da base (VB)

9. Dimensionamento das armaduras


Quando posso utilizar apenas armaduras de ligação entre tubulão e
bloco?
• σ = 5MPa (máxima)
• Posso errar até 10% do fuste na locação
• Posso ter um desvio de prumo de 1,5% em relação à profundidade
Projeto de Fundação em Tubulões
9. Dimensionamento das armaduras
Armadura longitudinal
- O dimensionamento apresentado é válido apenas para carga
vertical de compressão e centrada.
- Caso contrário, avaliar flexo-compressão e/ou flexo-tração e
métodos de dimensionamento geotécnico (método Russo, Matlock-
Reese, etc)
- Pode ser dimensionado como pilar de concreto armado
Projeto de Fundação em Tubulões
9. Dimensionamento das armaduras
Armadura longitudinal
Deve ser adotada armadura mínima.
- Carga vertical centrada!

Prescrições de norma

Comprimento da armadura longitudinal: armar até 4,0 m de comprimento ou NSPT > 4


Projeto de Fundação em Tubulões
9. Dimensionamento das armaduras
Armadura Transversal (Estribos)
• Estribos necessários para a carga vertical
• Se existir força horizontal, pode-se dimensionar como viga
• Como não é abordado nas normas, utiliza-se o mesmo conceito de
alteração de seção de Morsh
Projeto de Fundação em Tubulões
9. Dimensionamento das armaduras
Armadura Transversal (Estribos)
Projeto de Fundação em Tubulões
9. Dimensionamento das armaduras
Armadura Transversal (Estribos)
Projeto de Fundação em Tubulões
10. Detalhamento das armaduras
11. Cálculo e avaliação dos recalques
12. Memorial de cálculo
Projeto de Fundação
em Tubulões
Projeto de Fundação em Tubulões
Projeto de Fundação em Tubulões
Projeto de Fundação em Tubulões
Fundações superficiais
Sapata associada: Sapata comum a mais de um pilar.
Fundações superficiais
Sapata associada: Sapata comum a mais de um pilar.
Fundações superficiais
Sapata corrida: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída
linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento.
Fundações superficiais
Sapata de divisa
Fundações superficiais
Sapata de divisa
Fundações superficiais
Vigas de fundação: Vigas de fundação são elementos de fundação
confeccionadas em concreto armado, calculadas de tal forma que,
suportem a carga transmitida por paredes ou pilares de grande
comprimento, e aproveitem o máximo à resistência do terreno de
fundação, utiliza-se para tanto o módulo de reação do terreno (q).
Obs: Se a viga de fundação não for confeccionada em concreto
armado, mas sim em concreto ciclópico ou com pedras de mão
argamassadas a viga de fundação passa a se chamar de baldrame.
Fundações superficiais
Cintas de fundação: São fundações confeccionadas em concreto
pobremente armado e destinadas simplesmente a fazer a amarração
de blocos ou sapatas de pequenas obras, elas também podem se
destinar em alguns projetos a receber as cargas de paredes do
pavimento térreo.
Fundações superficiais
Radier: Elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos
os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos.
Quando a soma das cargas da estrutura dividida pela taxa admissível
do terreno excede à metade da área a ser edificada, geralmente é
mais econômico reunir as sapatas num só elemento de fundação,
que toma o nome de radier.
Pode-se considerar também, quando a área das sapatas ocuparem
cerca de 70% da área coberta pela construção ou quando se deseja
reduzir ao máximo os recalques diferenciais.
Recorre-se a esse tipo de fundação quando o terreno é de baixa
resistência e a espessura da camada do solo é relativamente
profunda.
Este tipo de fundação envolve grande volume de concreto, é
relativamente onerosa e de difícil execução
Resumo de fundações superficiais
Resumo de
fundações
superficiais

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