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Materiais

de Construção II
ENGENHARIA CIVIL
Professor : Esp. Patrick Pallas
AULA 6: METAIS EM GERAL
METAIS: Definição

• A definição comum e usual de metal baseia-se nos atributos de brilho


típico, opacidade, condutibilidade térmica, dureza, forjabilidade, entre
outros.
MINÉRIO: Definição

• Material metálico obtido da exploração de jazidas. O metal se


encontra na natureza em estado livre ou composto (o que é o mais
comum). Dificilmente ocorre de maneira pura, geralmente associado
à impurezas, genericamente chamadas gangas. À essa mistura é
dado o nome de minério.
• Jazida: É uma massa de substâncias existentes na superfície ou no
interior do solo, que venham a ser economicamente vantajosos.
• Mina: É a jazida na extensão concedida pelo governo. Toda
mineração é controlada pelo Código de Minas, sob supervisão da
Divisão de Fomento da Produção Mineral, do Ministério de Minas e
Energia. Ao interessado é fornecida uma LAVRA.
MINERAÇÃO: Definição

• A colheita do minério ocorre conforme se apresenta a jazida,


podendo ser a céu aberto ou subterrânea.
MINERAÇÃO: Definição

• O objetivo final do processo é concentrar e separar os minérios


utilizáveis da ganga, através de processos de purificação mecânicos
ou químicos.
• Processos mecânicos:
• Fragmentação: minério é quebrado em pedaços menores.
• Classificação: pedras inúteis são separadas.
• Levigação: material colocado em água corrente, metal que é mais denso
afunda, a ganga mais leve é recolhida na superfície.
• Flotação: quando a ganga é mais densa que o minério, são misturados
com água e óleo, posteriormente recebem insuflação de ar, formando uma
espuma rica em minério, que é colhido na superfície, enquanto a ganga se
deposita no fundo.
• Lavagem simples
MINERAÇÃO: Definição

• Processos químicos:
• Ustulação: minério é aquecido sob forte jato de ar.
• Calcinação: fogo direto no minério.
METALURGIA: Definição

• Processo de purificação do minério.


• Processos:
• Redução: mais comum, feito com carbono ou óxido de carbono a altas
temperaturas, em fornos, do qual resulta o metal puro ou quase puro em
estado de fusão.
• Precipitação química simples: emprega reações simples.
• Eletrolítico: empregado somente com minérios que possam ser
dissolvidos na água. Utilizada também para refinação dos metais obtidos
por algum dos processos anteriores.
SÍNTESE DO PROCESSO DE OBTENÇÃO DOS
METAIS
PRINCIPAIS TIPOS DE MINÉRIOS

• Alumínio:
• É um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre. Sua extração,
geralmente, não é recomendável economicamente quando misturada à
argila.
• O minério explorado é denominado de bauxita, óxido que se apresenta sob
duas formas:
O2Al2(HO)2 ou Al2(HO)3

• Estados Unidos, Canadá, Rússia, França, Inglaterra e Noruega são os


maiores produtores mundiais.
• Brasil possui reservas excelentes em Minas Gerais, Pará, Bahia, Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Há jazidas enormes em Paragominas,
Oriximina e outras cidades da floresta amazônica. A produção nacional
aumenta a ponto de se tornar auto-suficiente e até exportar.
ALUMÍNIO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PRINCIPAIS TIPOS DE MINÉRIOS

• Chumbo:
• O minério explorado é denominado de galeria, sulfeto. O metal puro é
obtido através de processo de redução. Apresenta-se sob a forma de:

PbS

• Estados Unidos, Austrália, México, Canadá, Birmânia e Alemanha são os


maiores produtores mundiais.
• Brasil possui minas em São Paulo, Paraná e Bahia. A produção nacional é
auto-suficiente com previsão de importação.
CHUMBO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PRINCIPAIS TIPOS DE MINÉRIOS

• Cobre:
• Obtido através de diversos minérios, entre eles a calcosina Cu 2S (sulfato),
cuprita Cu2O (óxido), calcopirita Cu2S . Fe2S3 (sulfato), malaquita e azurita
(carbonatos). A purificação ocorre por calcinação e fusão.
• Estados Unidos, Canadá e Chile são os maiores produtores mundiais.
• Brasil possui minas no Rio Grande do Sul (Caçapava, Camaquã, Seival e
Bagé), na Bahia e Goiás. A produção nacional atende à metade da
demanda, com previsão de auto-suficiência.
COBRE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
PRINCIPAIS TIPOS DE MINÉRIOS

• Estanho:
• O minério explorado é a cassiterita SnO 2 (dióxido) ou eventualmente na
forma livre da pirita.
• Málaca, Índias Holandesas, Bolívia e Argentina são os maiores produtores
mundiais.
• Brasil possui minas em Minas Gerais, Rio Grande do Sul (Camaquã) e
Amapá. Só a reserva localizada em Rondônia é superior à soma das
reservas do resto do mundo. Goiás também possui reservas colossais.
ESTANHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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PRINCIPAIS TIPOS DE MINÉRIOS

• Zinco:
• O minério explorado é a blenda ZnS (sulfato), calamita (silicato) e
smithsonita (carbonato). No processo de purificação o minério é aquecido,
posteriormente vai para fornos especiais, onde o metal puro, por ser volátil,
se sublima e é recolhido.
• México, Austrália, Suécia e Bélgica são os maiores produtores mundiais.
• Brasil possui produção insignificante em Minas Gerais e São Paulo. A
produção atende um terço da demanda interna. Estudo apontam a
ocorrência de ótimas jazidas, prevendo-se auto-suficiência em breve.
CONSTITUIÇÃO

• Cristalização:
• Os metais no estado normal apresentam corpos cristalinos, ou seja, os
átomos agrupam-se de maneira ordenada.
• Os corpos cristalinos são anisotrópicos, suas propriedades variam de
acordo com a orientação dos cristais. Como há muitos cristais, distribuídos
desuniformemente, os metais apresentam uma “falsa isotropia”.
• As deformações a frio tendem a orientar os grãos.
• Os metais comuns possuem estrutura em rede cúbica de faces centradas,
composta de 14 átomos (Fig 20.1).
• Os metais alcalinos, alcalino-terrosos e o ferro na temperatura de forja,
possuem estrutura de cubo centrado (Fig. 20.2).
CONSTITUIÇÃO

• Formação dos grãos:


• Os átomos se reúnem formando os cristais que são as moléculas não
visíveis dos metais, que agrupam-se formando os grãos ou dentrites, que
em certos casos já são visíveis a olho nú.
• A figura 20.4 mostra a formação dos grãos a partir do acondicionamento
de um metal em fusão em um recipiente à temperatura normal.
•a) Devido as correntes de esfriamento terem direção perpendicular à superfície de
contato, no primeiro momento os grãos que resfriam formam agulhas.
•b) Essas agulhas, por terem esfriado, geram novas correntes de esfriamento, agora
perpendiculares entre si, aparecendo ramificações.
•c) As novas ramificações irão formar outras, sucessivamente, de modo a resultar na
aparência geral de uma árvore.
•d) As ramificações ocorrem até cada dentrite encontrar outra ramificação vizinha e
não há mais metal a solidificar. Entre as dentrites forma-se um filme importante para
a resistência do metal (película intercristalina).
LIGAS METÁLICAS

• Liga é a mistura, de aspecto metálico e homogêneo, de um ou mais


metais entre si ou com outros elementos. Deve ter constituição
cristalina e comportamento como metal.
• Geralmente possuem propriedades mecânicas e tecnológicas
melhores que as dos metais puros.
• Classificação:
• Mistura mecânica: quando os cristais estão simplesmente misturados, por
ex.: a liga de estanho-chumbo na solda do funileiro.
• Soluções sólidas: quando os cristais são interligados durante a
solidificação, por ex.: o aço, em que o carbono faz parte do grão de ferro.
• Compostos químicos: quando os dois metais formam um composto
químico diverso, por ex.: a liga de cobre e zinco (latão).
LIGAS METÁLICAS

• Obtenção das Ligas:


• Fusão: processo mais simples, consiste em misturar os componentes
fundidos na proporção desejada.
• Pressão: os dois metais são pulverizados, misturados e martelados, até
formarem um corpo único.
• Aglutinação: processo semelhante ao de pressão, mas a ligação é
assegurada por um cimento qualquer.
• Eletrólise: ocorre com a mistura apropriada de sais, com o objetivo de se
efetuar deposição simultânea de dois ou mais metais.
• Metalurgia associada: ocorre através da purificação de minérios já
compostos dos metais que se quer fazer a liga ou através da mistura de
seus minérios.
PROPRIEDADES

• Aparência: todos os metais comuns são sólidos à temperatura


ordinária. A porosidade não é aparente. Apresentam brilho
característico. O brilho pode aumentar por polimento ou tratamentos
químicos.
• Densidade: a densidade dos metais comuns varia entre 2,56 e 11,45
(a platina alcança 21,30) à temperatura ordinária. Para se obter a
densidade basta dividir o peso de um bloco por seu volume.
• Dilatação e condutibilidade térmica: O coeficiente de dilatação dos
metais situa-se entre 0,10 a 0,003mm/m/ºC. A ordem decrescente
começa com o zinco, segue para o chumbo, estanho, cobre, ferro e
termina com o aço. A condutibilidade térmica situa-se entre 1,006 e
0,080 calorias gramas/s/cm²/cm/ºC. A prata é o maior condutor,
seguindo-lhe o cobre, alumínio, zinco, bronze, ferro, estanho, níquel,
aço e chumbo.
PROPRIEDADES

• Condutibilidade elétrica: Os metais são muito bons condutores de


eletricidade. O cobre vem sendo substituído, por razões econômicas, pelo
alumínio.
• Resistência à tração:

Seção Estricta

Alongamento: Densidade da estricção:


PROPRIEDADES

• Resistência ao choque: Resistência que o metal opõe à ruptura sob ação


de uma carga considerada instantânea. Ensaio realizado pelo aparelho
chamado de Pêndulo de Charpy.

Resistência ao choque:
PROPRIEDADES

• Dureza: Os metais podem ser duros ou relativamente moles. A ABNT adota


a dureza Brinell. O aparelho consta de uma prensa com uma esfera de aço
temperado que se faz penetrar no metal sob ação de uma carga
estabelecida. O efeito da força imprime uma marca de determinado diâmetro.
Tempo de 10s para metais duros e 30s para metais brandos.

Número de Dureza Brinell:


PROPRIEDADES

• Fadiga: Conforme o metal, a resistência à fadiga pode ser bastante baixa. A


ruptura por fadiga ocorre quando o metal é solicitado repetidas vezes por
cargas menores ou sentidos variados. A causa dessa ruptura é a
desagregação progressiva da coesão entre os cristais, que vai diminuindo a
seção resistente, até chegar ao limite. Existem processos diferenciados para
medir a fadiga, conforme se trate de tração, flexão, se de barras, blocos, entre
outros, de modo que cada caso requer a escolha de um ensaio adequado.
PROPRIEDADES

• Dobramento: Os corpos de prova podem ter seção circular ou retangular


constante, arestas arredondadas com raio de curvatura mínimo de 1mm.

• Dobramento simples: Não tem relação com a fadiga. Finalidade de verificar a


capacidade do metal ser dobrado ate determinado ângulo, sem romper. O metal é
dobrado em torno de um pino cilíndrico até ficarem paralelas as duas pontas (180º).
Amostra não deverá fissurar nem romper.

• Dobramento alternado: Ensaio não normalizado, onde a amostra fixada a um


torno é levada a dobramentos alternados em ângulos de 90º para cada lado até
haver fissuração ou ruptura. A máquina de ensaios deve aplicar esforços
progressivamente, sem golpes, e permitir regular a velocidade da aplicação.
PROPRIEDADES

• Duração: A duração de um metal depende da sua resistência e proteção


contra a corrosão, além de outros fatores como resistência à fadiga, esforços
que recebe, ação do fogo, variações de temperatura, entre outros.

• Corrosão (oxidação): Corrosão é a transformação não intencional de um


metal, a partir de suas superfícies expostas, em compostos não aderentes,
solúveis ou dispersíveis no ambiente em que o metal se encontra. Quase
todos os metais apresentam corrosão, exceto o ouro e a platina.
• Corrosão química: Pela simples exposição ao ar e aumento de temperatura, o
metal pode reagir com o oxigênio e formar óxidos. O cobre pode formar uma película
vermelha ou preta. A alumínio, logo após a laminação é recoberto por uma película
finíssima de óxido, que impede o prosseguimento da reação, protegendo-o. O ferro
produz ferrugem, que não possui coesão, se solta facilmente em escamas ou pó,
possui volume maior que o ferro original.
• Corrosão eletroquímica: Processo mais complexo e pernicioso porque as camadas
formadas não impedem o prosseguimento das reações. Consiste no movimento de
eletricidade entre áreas de potencial elétrico diferente, sempre que exista um meio
condutor externo e um contato interno (circuito). A solução condutora externa
geralmente é a própria umidade atmosférica.
PROPRIEDADES

A diferença de potencial elétrico pode ocorrer:


• Nos locais onde estejam em contato metais diferentes.
• Nas ligas, devido a existência de grande quantidade de cristais de composição
diversa. Por isso as ligas são mais atacáveis que os metais puros, o que não
impede dessas ligas se tornarem ótimos neutralizantes de corrente.
• Quando existem impurezas no metal.
• Entre zonas onde o metal sofreu tensões diferentes, por exemplo na zona ao
redor dos rebites, nas arestas de chapas dobradas e diferenças no polimento.
• Peças em contato com meio ambiente diferente, por exemplo areia levemente
ácida, metal apoiado em água, metal enterrado com zona de umidade
diferenciada.
• Pontos onde o capeamento protetor está rompido devido formação de
desequilíbrio de potencial com o resto estável.
• Locais com corrente elétrica próxima ou quando o metal é atravessado por
corrente.
• Quando o metal, além de já ter condições ótimas para corrosão ainda sofre
grandes tensões (stress-corrosion).
PROPRIEDADES

• Corrosão:
PROPRIEDADES

• Proteção contra corrosão: A eliminação total é difícil porque


normalmente os óxidos formados são mais estáveis que o metal puro. A
tendência natural do metal é voltar a ser um óxido.

• Métodos de proteção contra corrosão:


• Escolha adequada do metal ou liga em função do meio em que vai atuar: Certos
metais ou ligas formam imediatamente uma camada protetora firme e inibidora da corrosão
(alumínio, chumbo, cobre e zinco).
• Meio não corrosivo onde o metal vai atuar: O dióxido de enxofre presente na atmosfera
urbana industrial oxida o ferro. O ar marítimo, rico de cloro, é altamente corrosivo.
• Recobrimento do metal por um óxido ou sal insolúvel e resistente, que impeça
troca eletrolítica: Anodização do alumínio, fosfatização do ferro ou zinco.
• Capeamento metálico: O metal é recoberto por uma fina camada não porosa de outro
metal, podendo ser proteção anódica (niquelagem do ferro) ou catótica (galvanização do ferro,
com zinco).
• Proteção catódica: Consiste em transformar a estrutura que se quer proteger em cátodo,
adicionando um ânodo conveniente. Difícil de executar.
• Adoção de cuidados especiais na construção: Não deixar em contato metais de
potencial diferente, cuidado nas tensões diferenciais, uniformidade no ambiente, entre outros.
• Pintura superficial com tintas apropriadas.

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