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Introdução à Estratégia Naval

 A história naval é uma subdivisão da história marítima e


apresenta como principal objeto “a guerra no mar com todas as
suas implicações tecnológicas, políticas, institucionais,
operacionais, estratégicas e financeiras”.

 Envolve o estudo e a análise das formas como os governos


organizaram e empregaram a força no mar para conquista os seus
objetivos políticos”, como também “como as decisões foram
elaboradas e como as armas e sistemas de combate navais foram
utilizados para obtenção dos fins sociais e políticos pretendidos
por determinada sociedade organizada ou mesmo não organizada”.
 A história naval fornece subsídios, por meio da investigação histórica,
para compreensão da importância do mar para o Brasil e para criação
de alternativas para o desenvolvimento do poder marítimo e o poder
naval do país.

 Compreender as especificidades da profissão naval.

 Compreender a importância da história naval para o fortalecimento


da instituição Marinha do Brasil e no desenvolvimento do poder naval
brasileiro.
Importância estratégica do mar para o Brasil
 Perspectiva Histórica
 Colonização (1500-1822): Chegada dos colonos através do oceano
atlântico e uso do mar nas lutas contra os invasores.

 Luta pela independência mediante ação da Marinha Imperial (1822-


1824): uso do mar para transporte de tropas e manutenção do território
nacional.

 Combate às revoltas regenciais (1835-1845): uso do mar para transporte


de tropas e manutenção do território nacional.

 Período Republicano (1889-1945): uso do mar para consolidar a


economia agrário-exportadora e a defesa do território brasileiro na 1ª e 2ª
Guerras Mundiais (1914-1917; 1939-1945).
Importância estratégica do mar
 Perspectiva atual:
 Consciência da urgência de defesa do nosso
patrimônio oceânico e da importância do
oceano Atlântico que, em função da sua
imensa extensão e riqueza é chamado de
Amazônia Azul:

 9.198 Km de coast line (baías, enseadas e


ilhas) para vigiar, proteger e cuidar.
 85% de todo o comércio externo do país,
importação e exportação utiliza o Atlântico
como via de principal acesso.
Importância estratégica do mar
 Perspectiva atual:
 Consciência da urgência de defesa do nosso
patrimônio oceânico e da importância do
oceano Atlântico que, em função da sua
imensa extensão e riqueza é chamado de
Amazônia Azul:
 90% de todo petróleo e gás encontra-se em
zona offshore do oceano.

 Existência de outras fontes de inexploradas


como os nódulos polimetálicos e também
minerais: ilmenita, monazita, zirconita,
manganês, cobalto, níquel.
Importância estratégica do mar
 Perspectiva atual:
 Consciência da urgência de defesa do nosso
patrimônio oceânico e da importância do
oceano Atlântico que, em função da sua
imensa extensão e riqueza é chamado de
Amazônia Azul:

 Recursos Marítimos: as algas calcárias,


diversidade de pescados.

 86% da população encontra-se no litoral,


dependendo do mar para alimentação,
transporte, lazer e bem estar.
Importância estratégica do mar
 Perspectiva atual:
 Consciência da urgência de defesa do nosso
patrimônio oceânico e da importância do
oceano Atlântico que, em função da sua
imensa extensão e riqueza é chamado de
Amazônia Azul:

 Indústria da Pesca: 825.164 toneladas por


ano.
Conceitos do Pensamento Estratégico Naval

Poder Marítimo: “é a capacidade que resulta da integração de


recursos que dispõe o Brasil para utilização do mar e também das
águas interiores, quer como instrumento de ação política e
militar, quer como fator de desenvolvimento econômico e social,
visando a conquistar e a manter os objetivos nacionais”
(BITTENCOURT, 2006, p. 12).
ELEMENTOS DO PODER MARÍTIMO
Marinha
Mercante
Infra
estrutura
PESSOAL
hidroviári
a

Poder
exploração Marítimo
Indústria
dos recursos
do mar Bélica

Indústria Instituições
Naval de pesquisa
PODER NAVAL

• Poder Naval: “é o componente militar do poder Estrutura de


marítimo” (BITTENCOURT, 2016, p. 13). comando e
controle
• Elementos do Poder Naval:
Meios Navais,
aeronavais e
fuzileiros navais

Marinha do
Poder Naval Logística
Brasil

Meio de apoio

Administração
CARACTERÍSTICAS DO PODER NAVAL

Permanência:
Mobilidade:
operar continuamente por grandes
deslocar-se prontamente e a grande períodos em áreas distantes com
distância independência.

Poder Naval
Versatilidade:
Flexibilidade:
Capacidade para realizar várias
tarefas. Preparar a força para Organizar grupamentos operativos
combate e como instrumento de de diferentes valores, em função da
paz. missão recebida.
Concepção Estratégica Naval

 Formulação básica de emprego estratégico do Poder Naval, desenvolvida


para fazer frente a uma situação de conflito específica.
 Comunicação Marítima: “os caminhos existentes no mar para o comércio
exterior ou interno, ou seja, as rotas por onde trafegam os navios, desde seus
portos de origem até os de destino” (BITTENCOURT, 2006, p. 11).
Concepção Estratégica Naval

 Bloqueio Naval: impedir a comunicação marítima do inimigo.

Guerra da Cisplatina (1825-1828) Guerras de Independência – Bahia (1823)


Esquadra em potência
• Uma força inferior iria evitar a batalha
mantendo-se segura dentro de um
porto protegido por posições terrestres,
assumindo uma posição de “esquadra
em potência” (fleet in being) onde sua
mera existência iria reduzir a liberdade
de ação do inimigo, servindo assim a um
propósito estratégico mesmo que isso
torne impossível um comando do mar.
Bloqueio Naval
• A resposta para a postura da esquadra em potência era o bloqueio ao
porto feita de forma aproximada ou afastada. A forma aproximada tinha o
inconveniente de dificultar o apoio logístico, sendo que mais tarde, com a
introdução de armas como as minas, torpedos, submarinos, aviões e
artilharia pesada de costa, tornou-se absolutamente inviável.

• Já o bloqueio afastado concebia que não era possível impedir totalmente


o inimigo de navegar, mas tornava possível impedir o acesso à navegação
em determinadas áreas controladas. Por outro lado, encorajava a saída da
esquadra confinada, abrindo a possibilidade de engajá-la em alto mar.
Bloqueio naval
• Quando o inimigo recusa a batalha e se
encerra em seus portos, a potência
naval dominante tem a escolha entre
duas estratégias:

1. Não impedi-lo de sair, na esperança de


provocar uma batalha decisiva – Ex:
TRAFALGAR – LORD NELSON.

2. Bloqueá-lo com mais ou menos rigidez,


de maneira que ele não possa se
evadir sem antes ser imediatamente
localizado e seguido.
Formas de bloqueio
naval
 Bloqueio Cerrado: ele é dito cerrado
quando mantido na proximidade
imediata dos portos inimigos.

 Bloqueio Aberto: quando praticado a


grande distância do litoral inimigo.

 Ocorre na época contemporânea, com o


aperfeiçoamento dos meios defensivos
(avião, minas, torpedos, submarinos). O
progresso dos meios de detecção e de
vigilância permite compensar a
deficiência resultante do afastamento.
Concepção Estratégica Naval

 Bloqueio Fluvial: impedir a comunicação marítima do inimigo pelo rio.

 Observação: quem controla a foz, controla o rio. Quem controla o rio,


controla a margem.
Concepção Estratégica Naval

 Batalha Decisiva: aniquilamento da esquadra inimiga.

Batalha Naval do Riachuelo (1865): Batalha Naval de Trafalgar (1805): Royal


Marinha Imperial x Esquadra Paraguaia. Navy x Marinha Francesa
Concepção Estratégica Naval

 Batalha Decisiva: aniquilamento da esquadra inimiga.

Batalha Naval de Tsushima (1905):


Marinha Imperial Russa x Marinha
Japonesa
Concepção Estratégica Naval

 Corso: Navegação por particulares, autorizados mediante concessão de patente


de corso pelo governo, para perseguir e destruir a marinha mercante do
inimigo, mediante armamento do navio. Corso sem autorização é pirataria.

Corsários platinos na Guerra da Cisplatina


(1821-1828).
• Desenvolvida com finalidade econômica, a
qual se ampara principalmente na
iniciativa privada, sancionada pelo Estado,
que fornece as cartas de corso. Esses dois
gêneros coexistiam, como em terra a
Guerra convencional e a guerrilha, mas
com duas diferenças:

1. No mar, a Guerra de Esquadra não exclui a


Guerra de corso, as duas podem se
desenrolar simultaneamente no mesmo
teatro.

2. A Guerra de corso sempre foi considerada,


até sua abolição no século XIX, um gênero
lícito para um Estado.
Concepção Estratégica Naval

 Domínio do Mar: “impedir que o inimigo


use suas comunicações marítimas, além
de garanti-la para benefício próprio”.
(ALBUQUERQUE; SILVA, 2006, p.3).

 Pensamento estratégico que


fundamentou a criação da Marinha
Imperial.
• Concepção Estratégica Naval

• Domínio do Mar: “impedir que


o inimigo use suas comunicações
marítimas, além de garanti-la
para benefício próprio”.
(ALBUQUERQUE; SILVA, 2006,
p.3).

• Esquadra em Potência

• Domínio do mar contrastado –


Batalha de Jutlândia em 1916.
Concepção Estratégica Naval

 Comando do mar: “o controle das


comunicações marítimas para fins
comerciais e militares. Sem
comunicação, o inimigo torna-se alvo
de pressões militares sobre seu
território uma vez que podem ficar
sem abastecimento e pontos de
distribuição” (CORBETT, 1911, p. 90).
Concepção Estratégica Naval

 Formação de comboio:
defesa do comércio marítimo.

 Guerra Submarina Irrestrita


durante as duas grandes
guerras mundiais.
Concepção Estratégica Naval
 Persuasão Naval: “Ato de emprego político
do poder naval , influenciando mentes e
atitudes, sem o uso da força”
(BITTENCOURT, 2006, p. 54).

 Obedece ao caráter versátil do poder


naval: atuar na guerra e na paz.

 Relacionado à liberdade dos mares:


possibilidade de deslocamento dos
navios de guerra em águas
internacionais, atingindo lugares
distantes e lá permanecendo.

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