Você está na página 1de 27

ALVENARIA ESTRUTURAL

PROTENDIDA
Renato Baiochi Alves Veronese
Prof.: Dr. Roberto Chust Carvalho
ESTRUTURA

 Introdução

 Aplicações

 Vantagens e Desvantagens

 Procedimentos e Critérios para Dimensionamento

 Conclusões

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 2


INTRODUÇÃO

 Alvenaria estrutural = resistente à compressão;


 Baixa resistência à tração;
 Causas de tração na parede:
• Cargas excêntricas;
• Força de vento ou empuxo;
• Continuidade com outros elementos estruturais (laje);
• Excentricidade acidental ou variação das propriedades da parede.
 Necessidades de reforço: graute, armadura, etc.;
 Utilização de protensão em alvenaria.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 3


APLICAÇÕES

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 4


APLICAÇÕES
Muros de Arrimo

 Ações de empuxo;
 Reino Unido (BECK; SHAW; CURTIN, 1987):
• Muro de 3 m;
• Custo 33% menor do que a utilização de painéis de concreto armado;
• Utilização de torquímetro.

 Brasil (PARSEKIAN et al., 2007):


• 2001: Muro de 2,5 m;
• 2002: Muro de 5,0 m.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 5


APLICAÇÕES
Silos

 Dublin (MALLAGH, 1982):


• Cabos de protensão posicionados ao redor do perímetro externo;

• Protensão aplicada para apertar os cabos uns contra os outros;

• Ancoragem na posição desejada;

• Elevado tempo para realização da protensão.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 6


APLICAÇÕES
Edificações de Pequena Altura

 Edifícios de pequena altura com pé direito duplo;

 Ações laterais de vento;

 Reino Unido (SHAW, 1987):


• Vão de 25 x 15 m e 8,5 m de altura;
• Solução mais economicamente viável para a época;
• Pesquisas já viabilizavam o método.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 7


APLICAÇÕES
Vigas e Pilares

 As vigas (canaletas) de alvenaria possuem seções adequadas (PEDRESCHI;


SINHA, 1982);

 Economia de 30% para utilização de pilares de alvenaria protendida, e


aumento da resistência em 8 vezes, se comparado ao concreto armado
(SHAW, 1987).

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 8


APLICAÇÕES
Tabuleiro de Ponte para Pedestres

 Reino Unido (SHAW; CAINE, 1998):


• Duas pontes com vão de 6 metros;
• Tabuleiro construído verticalmente;
• Transportado para posição final;
• Protensão aplicada nos vãos longitudinais do tabuleiro.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 9


VANTAGENS

 Semelhantes às vantagens do concreto protendido sobre o concreto armado;


 Vantagens (HENDRY; SINHA; DAVIES, 2004):
• Menor abertura de fissuras, se comparado com alvenaria armada;
• Melhor desempenho relacionado ao cisalhamento;
• Alta resistência à fadiga;
• Possibilidade da eliminação de grautemento (reduzindo custos);
• Possibilidade do uso de torquímetro (fácil utilização);
• Possibilidade de paredes mais esbeltas;
• Execução facilitada e com menor tempo de duração.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 10


DESVANTAGENS

 Eliminação do graute:
• Necessidade de blocos mais resistentes;
• Armadura sujeita à agentes de corrosão.

 Utilização de torquímetro:
• Apenas para pequenas tensões.

 Desconfiança em fazer uso do sistema.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 11


CRITÉRIOS DE
DIMENSIONAMENTO
NBR 15961-1:2011

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 12


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Flexão e Compressão

 Em serviço, não devem aparecer tensões de tração na alvenaria;

 Quando cabo não aderido, 70% da resistência última não pode ser excedida;

 Em ELU, Nsd < Nrd;

 Para o dimensionamento, seção considerada homogênea e bruta;

 σtd ≤ ftd (Tabela 1);

 σcd ≤ fd; fk = 0,70.fpk ou fk = 0,85.fppk


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 13
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Flexão e Compressão

Tabela 1 – Valores característicos da resistência à tração na flexão.

Fonte: ABNT, 2011.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 14


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Força de Protensão

 Determinada através da verificação de tração nula em serviço;

 Resistência à tração da alvenaria baixa, sendo viável utilizar toda a protensão


possível (NBR 6118:2014);

 Utilizar coeficiente de majoração de 0,9 para efeito favorável da força de


protensão, no cálculo das ações de serviço.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 15


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Resistência da Alvenaria

 Considerar alvenaria não armada;

 Possível reduzir o coeficiente de ponderação da resistência da alvenaria em


20%, para realizar a verificação antes das perdas de protensão;

 Possibilidade de flambagem para cabos não aderidos.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 16


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Resistência da Alvenaria
Compressão simples
  

• NRd = força normal resistente de cálculo (N);


• fd = resistência à compressão da alvenaria (Pa);
• A = área da seção resistente (m2);
• R = coeficiente redutor devido à esbeltez;
• l = índice de esbeltez.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 17


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Resistência da Alvenaria
Flexão Simples

 σcf ≤ 0,50.fd

 σtf ≤ ftd

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 18


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Resistência da Alvenaria
Flexo-compressão
  

• Nd = força normal de cálculo (N);


• Md = momento fletor de cálculo (N.m);
• fd = resistência à compressão da alvenaria (Pa);
• A = área da seção resistente (m2);
• Z = módulo de resistência de flexão mínimo da seção resistente (m 3);
• R = coeficiente redutor devido à esbeltez do elemento;
• K = 1,5 (fator que ajusta a resistência à compressão na flexão.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 19


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Verificação da Ruptura

  Md < Mu

 (Para seções uniformes)


• x = posição da linha neutra (m);
• Ap = área dos cabos de protensão (m2);
• fpd = tensão nominal no cabo de protensão (Pa);
• fd = resistência à compressão da alvenaria (Pa);
• b = largura da parede (m);
• Mu = momento último (N.m);
• d = altura útil da seção (m).
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 20
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Cisalhamento
Tabela 2 – Valores característicos de resistência ao cisalhamento
em juntas horizontais de paredes.

Fonte: ABNT, 2011.

 σ = tensão normal de pré-compressão na junta (ações permanentes,


coeficiente de ponderação 0,9).

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 21


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Perdas de Protensão
 Relaxação do aço;
 Movimentação higroscópica;
 Deformação elástica da alvenaria;
 Fluência;
 Atrito;
 Acomodação das ancoragens;
 Efeitos térmicos.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 22


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Perdas de Protensão
Deformação elástica, efeitos térmicos, movimentação higroscópica e
fluência
  
• Ds = variação média de tensão de protensão (Pa);
• αe = razão entre os módulos de elasticidade do aço e da alvenaria;
• sm = tensão de protensão inicial no centroide dos cabos de protensão (Pa);
• Ep = módulo de elasticidade do aço do cabo de protensão (Pa);
• DT = variação de temperatura (ºC);
• ka = coeficiente de dilatação térmica da alvenaria (ºC -1);
• ks = coeficiente de dilatação térmica do aço (ºC-1);
• C = fluência específica (Pa-1);
• εms = coeficiente de deformação unitária por retração na alvenaria.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 23
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Perdas de Protensão
Atrito, relaxação do aço e acomodação das ancoragens
 Atrito desconsiderado para cabos retos e não aderidos;

 Acomodação desconsiderada caso sejam utilizadas barras para protensão;

 Demais casos, calcular as perdas de acordo com a NBR 6118:2014;

 Coeficientes de relaxação na Tabela 3.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 24


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Perdas de Protensão
Atrito, relaxação do aço e acomodação das ancoragens
Tabela 3 – Valores do coeficiente de relaxação em porcentagem.

Fonte: ABNT, 2014.

 Valores para 1000h após protensão, a 20º C, em relação à tensão inicial (σ po).

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 25


CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
Perdas de Protensão
Tensão de contato
 Necessária utilização de coxim de concreto acima da placa de ancoragem;
 Necessária execução de pelo menos uma fiada grauteada;
 a ≥ 50 mm ou a ≥ t/3;
 Fd/(a.b) ≥ 1,5.fd
Figura 1 – Tensão de contato.

Fonte: ABNT, 2011.


26
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar
CONCLUSÕES

 Sistema apresenta vantagens sobre alvenaria armada quando se trata de grandes


vãos e alturas e ações laterais;
 Eliminação do uso de enrijecedores e seções com grandes dimensões;
 Normatizado em países, como:
• Estados Unidos;
• Alemanha;
• Austrália;
• França;
• Suíca;
• Reino Unido (pioneiro das estruturas de alvenaria protendida).
 Limitações quanto ao uso, devido à permanência ao uso de concreto armado e
alvenaria armada.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - UFSCar 27

Você também pode gostar