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CLIMA, SOLO E VEGETAÇÃO NOS

TRÓPICOS
Definição e caracterização dos
‘Trópicos’
1) Situação geográfica?
Trópico de Capricórnio (23°27’ Sul)
Trópico de Câncer (23°27’ Norte)
2) Temperatura?
Regiões com temperaturas médias mais quentes
do Globo?
– Não! –

As regiões onde a amplitude de temperatura


Isotermas:
anual é, em geral, igual ou menor do que
Temperatura
amplitude
Média Anual diária de temperatura.
3) Precipitação?
– Extremamente variável –
Totais e flutuações intra- e inter-anuais
Mecanismos Reguladores do Clima
Aquecimento irregular da superfície da terra gerando
diferenças locais na pressão atmosférica.

Circulação de massas de ar de espaços com alta pressão
(ciclones) para os de baixa pressão (anticiclones).

Distribuição desigual da precipitação no espaço e no tempo.

Aquecimento irregular da superfície do oceano.



Correntes marinhas.

Distribuição desigual da precipitação no espaço e no tempo.
Células de Hadley:
Efeito
Coriolli

ZCIT: Zona de Convergência Intertropical


Efeito Coriolli
Efeito das correntes marinhas

Costas banhadas por correntes frias  < precipitação


Costas banhadas por correntes quentes  > precipitação
Ressurgência de correntes frias abissais  < precipitação
Efeito Orográfico
Efeito
Latitudinal:
Efeito Hemisférico:
Efeito Oceânico e da Continentalidade:
Verão: o continente se aquece relativamente mais que o
oceano  centros de baixa pressão  > precipitação


Continente Oceano

Inverno: o continente se resfria relativamente mais que o


oceano  centros de alta pressão  < precipitação


Continente Oceano
 Classificações climáticas-
 Objetivo: Apresentação sistemática da
distribuição no espaço de importantes
parâmetros atmosféricos ou seus efeitos e
outros tipos de fenômenos.

 As classificações precisas devem contar com:

a) Disponibilidade de dados;
b) Ter objetivo definido;
c) Nível desejado de precisão;
d) Modelos atmosféricos disponíveis.
Classificações climáticas:
Muito variadas e conflitantes
 Classificações climáticas:

Modelo de Köppen

Modelo de Thornthwaite

Modelo de Walter

Modelo de Zonas de Vida de Holdridge


O sistema de Köppen (1900)
 Baseia-se muito na distribuição natural da
vegetação como resposta ao macroclima,
 A abordagem subjacente é de que as variações
da vegetação são determinadas principalmente
pela temperatura em latitudes elevadas e pela
precipitação nas latitudes mais baixas.
 Mistura climas secos tropicais e não tropicais e
desconsidera a duração da estação seca.
 Não distingue o clima das montanhas tropicais.
 Desconsidera aspectos não climáticos na
determinação das savanas.
 Classificação de Köppen
 Tipo A – Tropical pluvial
 Tipo B – Seco
 Tipo C – Mesotérmico húmido (Subtropical)
 Tipo D – Microtérmico húmido (Temperado)
 Tipo E – Polar
 Tipo H – Altitudes elevadas indiferenciados
 Tipo A – Tropical pluvial: mês mais frio > 18°C
Af – Úmido: mês mais seco > 60 mm, floresta pluvial tropical
Am – Intermediário: estação seca branda, floresta tropical
semidecídua.
Aw – Invernal Seco: total < 2500 mm, mês mais seco < 60 mm,
floresta tropical decídua e savana.
As – Estival Seco: muito raro nos trópicos.
 Tipo B – Seco (tropical e não tropical)
BS – Semiárido: estepe
BW – Árido: deserto
O sistema de Thornthwaite
(1931-1948)
 Baseia-se no balanço hídrico obtido de dados
meteorológicos precisos.
 Os dados relevantes são:
temperatura (T)
precipitação (P)
evapotranspiração potencial (EP)
índice precipitação efetiva= P/EP
índice de temperatura efetiva= T/EP.
 O sistema requer utilização de muitos dados de estações
meteorológicas. É muito voltado para a realidade
americana e pouco usado nos trópicos fora das ciências
agrárias.
Sistema de Walter (1973)
 Baseia-se em uma relação bem simplificada entre
temperatura e evapotranspiração produzindo diagramas
climáticos de grande utilidade ecológica e agrícola.
 Pressupõe que a cada 10°C acima do ponto de
congelamento é igual a 20mm de evaporação
dispensando cálculos complexos de evapotraspiração.
Rainfall > 100 mm
 Os diagramas são
Mean monthly construídos apenas com
rainfall as curvas de médias
mensais de temperatura
Mean monthly
temperature e precipitação e a relação
entre as escalas informa
os períodos de relativa
100mm & 40°C
seca por meio do
Relatively dry period cruzamento das curvas.
 Sistema de Walter (1973)

 A informação mais importante do diagrama é


dada por duas curvas; uma para a temperatura
média mensal (suposta ser a medida de
evapotranspiração) e a outra para precipitação.
Informa a precipitação mensal média.

 Onde essas curvas se cruzam indicam períodos


de relativa seca .

 Walter distingue nove zonas climáticas


ecologicamente designadas de Zonabiomas.

 Sistema de Walter (1973)
 Walter divide a Biosfera em:
Geobiosfera e Hidrobiosfera
 Na Geobiosfera são distintas nove zonas climáticas, ou
Zonobiomas (ZB): definidos por um clima
relativamente uniforme e seu respectivo
diagrama climático.
 Na maioria das vezes o Zonobioma corresponde a um tipo
de solo e uma vegetação zonal dominantes.
 Walter inclui ainda os conceitos de:
Zonoecótono (ZE): transições entre ZBs.
Orobiomas (OB): complexos das montanhas.
Pedobiomas (PB): definidos por restrições edáficas.
Sistema de Zonas de Vida de Holdridge et al.
(1971)
 Baseia-se média anual de precipitação e biotemperatura.
 O modelo é tridimensional e organizado de acordo com
região latitudinal, o cinturão altitudinal (que determinam
a biotemperatura) e a província de umidade.
 Muito difundido na América Central e norte da América
do Sul.
 As grande desvantagens são desconsiderar a
estacionalidade do clima e a pouca praticidade do uso
do diagrama tridimensional.
Solos nos Trópicos
 Pedogênese
Solo Material de origem
Clima
Organismos
Tempo
 Propriedades físicas e
químicas.
Papel Fixação
como Fonte de água
substrato Fonte de nutrientes
minerais
Classificação dos solos
 Como ocorre com os sistemas de classificação
climática e de vegetação, os de solo também são
diversificados.
 Sistema Americano - muito apropriado para
mapas de solos detalhados e também para mapas
em pequenas escalas.
 A FAO e a UNESCO decidiram em 1994 embasar
suas classificações de acordo com propriedades
morfométricas do solo.
 Sistema Brasileiro (EMBRAPA): tem procurado
convergir com o da FAO-UNESCO
 Principais categorias de solos
tropicais (EMBRAPA)
Neossolos - Litólicos
Quartzarênicos
Flúvicos
Regolíticos
Cambissolos - Háplicos
Chernozêmicos
Argissolos - Vermelhos
Vermelho-amarelos
Amarelos
Latossolos - Vermelhos
Vermelho-amarelos
Amarelos
Plintossolos
Nitossolos
Organossolos
Gleissolos
Latossolo Vermelho-amarelo
distrófico
RELEVO E VEGETAÇÃO
COMPONENTES DA PAISAGEM

Os componentes de uma paisagem são interativos e


também a delimitam, são eles:

Ambiente abiótico:
(relevo, solos, hidro-geomorfologia e clima);
Perturbações naturais:
(fogo, tufões, enchentes, vulcões, geadas);
Perturbações antrópicas:
(fragmentação dos habitats, desmatamento e estradas);
Biótopos:
(Comunidades Biológicas).
COMPONENTES DA PAISAGEM

O relevo corresponde ao conjunto de formação


apresentadas pela litosfera (camada sólida mais externa do
planeta terra, constituída por rochas e solo).

Essas formas são definidas pela estrutura geológica


combinada com as ações da dinâmica interna e externa da
Terra.
FATORES DO RELEVO

Os fatores internos são responsáveis pela elevação ou


rebaixamento da superfície da crosta terrestre (formação).
Já os fatores externos, causam alterações nessa superfície
(modificações).

Internos: tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos;

Externos: intemperismo, águas correntes, gravidade,


vento, mar, gelo, seres vivos, entre outros.
FATORES DO RELEVO

Fatores internos: as pressões do magma

Têm sua origem nas pressões que o magma exerce sobre a


crosta terrestre;

A diferença entre a temperatura do magma e a temperatura


da crosta, pode resultar em dois fenômenos:
a) o magma extravasa para a superfície;
b) a crosta se transforma novamente em magma.
FATORES DO RELEVO

Fatores externos: a erosão da superfície


 Desgastam e modificam o relevo terrestre, tendendo a
uniformizá-lo;
 O desgaste das formas de relevo está associado à maior
ou menor resistência da rocha à erosão.
 Regiões que há muito tempo não sofrem a influência dos
fatores internos apresentam de relevo consideradas
antigos, geralmente suaves, pois já foram muito
desgastadas pela erosão.
PRINCIPAIS FORMAS DE RELEVO

 Montanhas: regiões com altitude maior que 300 m de


altitude, em que ainda hoje os processos internos
superam os externos. As grandes montanhas
apresentam falhamentos, terremotos e vulcanismos,
demonstrando a forte atuação dos agentes internos.

 Planaltos: são superfícies elevadas, com ondulações


suaves. Entre os fatores externos, predominam os
agentes de desgaste, e não os de sedimentação.
PRINCIPAIS FORMAS DE RELEVO

 Planícies: superfícies que apresentaram pequenos


movimentos na crosta, sendo quase completamente
aplainadas. Os processos de deposição superam os de
desgaste.

 Depressões: a altitude da superfície é mais baixa que


as formas de relevo que as circundam.
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
ECOLOGIA DA PAISAGEM

A litoestrutura, juntamente com o


clima, condiciona o relevo

Esses fatores em conjunto


condicionam os solos
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
ECOLOGIA DA PAISAGEM

Uma única litologia deve apresentar


várias formas de relevo

Cada forma de relevo deve


comportar vários tipos de solo

Cada tipo de solo deve


apresentar vários
agrupamentos biológicos
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
ECOLOGIA DA PAISAGEM

Escala Temporal:

Tende a apresentar a mesma sequência hierárquica do


controle espacial da paisagem.

O tempo de existência de uma forma de relevo é maior que


as dos solos em que estão contidos, do mesmo modo, o
tempo de existência dos solos é maior que a dos
agrupamentos biológicos a que estão contidos.
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
DRENAGEM

O estudo das formas de relevo que influenciam o


escoamento da água em diferentes trajetórias sobre o
terreno é fundamental para o controle da erosão.

Deste modo, pode-se afirmar que a erosão é controlada


pelo relevo, enquanto as diferentes trajetórias do fluxo da
água, em diferentes formas de paisagem, é agente
causador de variabilidade.
O relevo condiciona o movimento de água no solo

Ocasionando variabilidade diferenciada dos


atributos do solo
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
DRENAGEM

Os fatores topográficos representam o efeito combinado do


comprimento e grau de declive da encosta.

Na determinação do fator topográfico, pode-se levar em


consideração, ainda, a forma da encosta. Assim, o
entendimento das formas da paisagem poderá auxiliar na
identificação das rotas preferenciais dos fluxos de água.
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
DRENAGEM

Segundo Resende (1985), a erosão dos solos aumenta das


pedoformas côncavas para as convexas, passando pela
linear que apresenta maior estabilidade. Para esse mesmo
autor, as formas côncavas apresentam ineficiente remoção
de sedimento, sendo forma de maior convergência de água,
enquanto a forma convexa apresenta maior divergência.
MODELO TROEH (1965)
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
VEGETAÇÃO

GRANDES CONDENSAÇÃO DA
SERRAS UMIDADE DO AR
- Altitude
- Exposição do relevo

↑ PLUVIOMETRIA MÉDIA

MELHORIA DA QUALIDADE DOS SITIOS


INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
VEGETAÇÃO
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
VEGETAÇÃO
Conceito de áreas de perda e ganho:
Áreas de ganho: Sedimentação natural de matéria orgânica
(nutrientes) nas áreas de baixada.
 ↑ fertilidade, ↑ características físicas e químicos,
possibilidade de propiciar condições favoráveis ao
estabelecimento e desenvolvimento de comunidades
arbóreas e arbustivas.
Áreas de perda: Saída de nutrientes do sistema via
carreamento e lixivação de nutrientes.
 ↓ das condições favoráveis favoráveis ao estabelecimento
e desenvolvimento de comunidades arbóreas e arbustivas.
INFLUÊNCIA DO RELEVO NA
VEGETAÇÃO
FIM

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