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PROPRIEDADES DOS METAIS

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DEFORMADOS PLASTICAMENTE

A capacidade de um material se deformar plasticamente


está relacionado com a habilidade das discordâncias se
movimentarem
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7. Discordâncias e
Mecanismos de Aumento de
Resistência
- Conceitos básicos: características das
discordâncias, sistemas de
escorregamento
- Aumento da resistência por diminuição
do tamanho de grão
-  Aumento da resistência por solução
sólida
- Encruamento, recuperação,
recristalização e crescimento de grão 2
PROPRIEDADES DOS METAIS
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DEFORMADOS PLASTICAMENTE

A capacidade de um material se deformar plasticamente


está relacionado com a habilidade das discordâncias se
movimentarem
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DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
 Os materiais podem ser solicitados por tensões
de compressão, tração ou de cisalhamento.
 Como a maioria dos metais são menos
resistentes ao cisalhamento que à tração e
compressão e como estes últimos podem
ser decompostos em componentes de
cisalhamento, pode-se dizer que os metais
se deformam pelo cisalhamento plástico ou
pelo escorregamento de um plano cristalino
em relação ao outro.
 O escorregamento de planos atômicos envolve o
movimento de discordâncias

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DISCORDÂNCIAS E
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DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
 Em uma escala microscópica a deformação plástica é o
resultado do movimento dos átomos devido à tensão
aplicada. Durante este processo ligações são
quebradas e outras refeitas.
 Nos sólidos cristalinos a deformação plástica geralmente
envolve o escorregamento de planos atômicos, o
movimento de discordâncias e a formação de maclas
 Então, a formação e movimento das discordâncias
têm papel fundamental para o aumento da
resistência mecânica em muitos materiais.
A resistência Mecânica pode ser aumentada
restringindo-se o movimento das discordâncias

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MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
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E A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
 Discordâncias em cunha movem-se devido à aplicação de uma tensão de cisalhamento perpendicular à linha de
discordância
 O movimento das discordâncias pode parar na superfície do material, no contorno de grão ou num precipitado ou
outro defeito
 A deformação plástica corresponde à deformação permanente que resulta principalmente do movimento de
discordâncias (em cunha ou em hélice)

 vem

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MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS

Direção de escorregamento

Plano de escorregamento
Uma distância
interatômica
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MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
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EM CUNHA E EM HÉLICE

 vem

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Fonte: Prof. Sidnei/ DCMM/PUCRJ
DENSIDADES DE
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DISCORDÂNCIAS TÍPICAS
 Materiais solidificados lentamente = 103 discord./mm2
 Materiais deformados= 109 -1010 discord./mm2

 Materiais deformados e tratados termicamente= 105 -106 discord./mm2

 vem

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CARACTERÍSTICAS DAS
DISCORDÂNCIAS IMPORTANTES PARA
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AS PROP. MECÂNICAS
 Quando os metais são deformados plasticamente cerca de 5% da energia é retida internamente, o
restante é dissipado na forma de calor.
 A maior parte desta energia armazenada está associada com as tensões associadas às discordâncias
 A presença de discordâncias promove uma distorção da rede cristalina de modo que certas regiões
sofrem tensões compressivas e outras tensões de tração.

 vem

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INTERAÇÃO DE
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DISCORDÂNCIAS
 ATRAÇÃO  REPULSÃO

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MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS EM
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MONOCRISTAIS
 Durante a deformação
plástica o número de
discordâncias aumenta
drasticamente
 As discordâncias movem-se
mais facilmente nos planos de
maior densidade atômica
(chamados planos de
escorregamento). Neste caso,
a energia necessária para
mover uma discordância é
mínima
 Então, o número de planos
nos quais pode ocorrer o
escorregamento depende da
estrutura cristalina

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Planos e direções de deslizamento
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das discordâncias
 Sistemas de delizamento:conjunto de planos e
direções de maior densidade atômica

 CFC: {111}<110> (mínimo 12 sistemas)


 CCC: {110}<111> (mínimo 12 sistemas)
 HC: apresenta poucos sistemas de
deslizamento (3 ou 6) por isso os metais
que cristalizam nesta estrutura são
frágeis
PARA ALGUNS MATERIAIS COM ESTRUTURAS CCC E HC O
ESCORREGAMENTO DE ALGUNS PLANOS SÓ SE TORNAM
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OPERATIVOS A ALTAS TEMPERATURAS
CFC: {111}<110>
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(mínimo 12 sistemas de
escorregamento)
Planos: {111}= 4
Direções: 3 para cada plano

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Maclas

 Discordâncias não é o único defeito


cristalino responsável pela
deformação plástica, maclas também
contribuem.
 Deformação em materiais cfc, como
o cobre, é comum ocorrer por
maclação
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Mecanismos de aumento de
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resistência dos metais


 Aumento da resistência por adição de elemento
de liga (formação de solução sólida ou
precipitação de fases)
 Aumento da resistência por redução do tamanho
de grão
 Aumento da resistência por encruamento
 Aumento da resistência por tratamento térmico
(transformação de fase): será visto
posteriormente

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INTERAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS
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EM SOLUÇÕES SÓLIDAS

Quando um átomo de uma impureza esta presente,


o movimento da discordância fica restringido, ou seja,
deve-se fornecer energia adicional para que continue
havendo escorregamento. Por isso soluções sólidas
de metais são sempre mais resistentes que seus
metais puros constituintes
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DEFORMAÇÃO PLÁSTICA EM
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MATERIAIS POLICRISTALINOS
O contorno de grão
interfere no movimento
das discordâncias
 Devido as diferentes
orientações cristalinas
presentes, resultantes
do grande número de
grãos, as direções de
escorregamento das
discordâncias variam
de grão para grão

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Aumento da resistência por
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diminuição do tamanho de grão


 O contorno de grão funciona como
um barreira para a continuação do
movimento das discordâncias devido
as diferentes orientações presentes
e também devido às inúmeras
descontinuidades presentes no
contorno de grão.

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Dependência da tensão de
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escoamento com o tamanho de grão

 esc= o + Ke (d)-1/2

 o e Ke são constantes
 d= tamanho de grão
 Essa equação não é válida para
grãos muito grosseiros ou muito
pequenos

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ENCRUAMENTO OU ENDURECIMENTO
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PELA DEFORMAÇÃO À FRIO


 É o fenômeno no qual um material endurece
devido à deformação plástica (realizado pelo
trabalho à frio)
 Esse endurecimento dá-se devido ao
aumento de discordâncias e imperfeições
promovidas pela deformação, que impedem
o escorregamento dos planos atômicos
 A medida que se aumenta o encruamento maior é
a força necessária para produzir uma maior
deformação
 O encruamento pode ser removido por
tratamento térmico (recristalização)

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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES
MECÂNICAS EM FUNÇÃO DO
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ENCRUAMENTO

O encruamento aumenta a
resistência mecânica

O encruamento aumenta
o limite de escoamento

O encruamento
diminui a ductilidade

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ENCRUAMENTO E
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MICROESTRUTURA
 Antes da  Depois da
deformação deformação

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RECRISTALIZAÇÃO
(Processo de Recozimento para
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Recristalização)

 Se os metais deformados
plasticamente forem submetidos ao
um aquecimento controlado, este
aquecimento fará com que haja um
rearranjo dos cristais deformados
plasticamente, diminuindo a dureza
dos mesmos
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MECANISMO QUE OCORRE NO
AQUECIMENTO DE UM MATERIAL
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ENCRUADO

ESTÁGIOS:

 Recuperação
 Recristalização
 Crescimento de grão

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MECANISMO QUE OCORRE NO
AQUECIMENTO DE UM MATERIAL
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ENCRUADO

Ex: Latão

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RECUPERAÇÃO
 Há um alívio das tensões internas
armazenadas durante a deformação devido
ao movimento das discordâncias resultante
da difusão atômica
 Nesta etapa há uma redução do número de
discordâncias e um rearranjo das mesmas
 Propriedades físicas como condutividade
térmica e elétrica voltam ao seu estado
original (correspondente ao material não-
deformado)

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RECRISTALIZAÇÃO
 Depois da recuperação, os grãos ainda
estão tensionados
 Na recristalização os grão se tornam
novamente equiaxiais (dimensões iguais
em todas as direções)
 O número de discordâncias reduz mais
ainda
 As propriedades mecânicas voltam ao seu
estado original

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CRESCIMENTO DE GRÃO
 Depois da recristalização se o
material permanecer por mais
tempo em temperaturas elevadas o
grão continuará à crescer
 Em geral, quanto maior o tamanho
de grão mais mole é o material e
menor é sua resistência

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TEMPERATURAS DE
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RECRISTALIZAÇÃO

 A temperatura de recristalização é
dependente do tempo
 A temperatura de recristalização
está entre 1/3 e ½ da temperatura
de fusão

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TEMPERATURAS DE
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RECRISTALIZAÇÃO
 Chumbo- 4C
 Estanho - 4C
 Zinco 10C
 Alumínio de alta pureza 80C
 Cobre de alta pureza 120C
 Latão 60-40 475C
 Níquel 370C
 Ferro 450C
 Tungstênio 1200C
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DEFORMAÇÃO À QUENTE E
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DEFORMAÇÃO À FRIO
 Deformação à quente: quando a
deformação ou trabalho mecânico é
realizado acima da temperatura de
recristalização do material
 Deformação à frio: quando a
deformação ou trabalho mecânico é
realizado abaixo da temperatura de
recristalização do material
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DEFORMAÇÃO À QUENTE
VANTAGENS
 Permite o emprego de menor esforço mecânico para a mesma deformação
(necessita-se então de máquinas de menor capacidade se comparado com
o trabalho a frio).
 Promove o refinamento da estrutura do material, melhorando a tenacidade
 Elimina porosidades
 Deforma profundamente devido a recristalização

DESVANTAGENS:
 Exige ferramental de boa resistência ao calor, o que implica em custo
 O material sofre maior oxidação, formando casca de óxidos
 Não permite a obtenção de dimensões dentro de tolerâncias estreitas

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DEFORMAÇÃO À FRIO

 Aumenta a dureza e a resistência dos materiais,


mas a ductilidade diminui
 Permite a obtenção de dimensões dentro de
tolerâncias estreitas
 Produz melhor acabamento superficial

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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES EM
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FUNÇÃO DO ENCRUAMENTO

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