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No caso de litígio judicial, a ficha clínica é, provavelmente, o documento mais importante
e muitas vezes o único, para comprovar o estado inicial do paciente, razão pela qual
sugere-se contenha alguns requisitos mínimos para este fim. Deve incluir a identificação
completa do paciente como nome, espécie, raça, porte, sexo, idade real ou presumida,
pelagem, além da identificação do proprietário (cliente), com telefone e endereço
completo, para o caso de situações emergenciais e contato para autorizações de
internamento e procedimentos cirúrgicos.
A ficha clínica também deve conter a queixa principal relatada pelo proprietário do
paciente, o histórico de saúde do animal, que pode indicar limitações e cuidados durante
a terapia, sendo responsabilidade do proprietário do paciente fornecer informações
idôneas e corretas. Ainda, deve conter os sinais clínicos, manifestações físicas
verificadas no exame clínico inicial pelo médico veterinário, as quais devem ser descritas
em detalhes. Sugere-se que o proprietário do animal, assine a ficha clínica impressa para
sustentar a idoneidade das informações cedidas nos campos a que lhe compete.
Documentos legais
Plano de Tratamento –
O profissional da área da saúde é caracterizado como liberal, ou seja, aquele que tem
liberdade de convicção para definir a melhor conduta terapêutica a adotar.
Todavia, nem sempre existe concordância entre profissionais sobre o melhor
procedimento, visto as limitações da ciência, habilidade técnica ou formação filosófica.
Por este motivo, sua ausência resulta em dificuldade de prova para o médico veterinário.
O dever de informação é uma prioridade na área da saúde, além de obrigatório pelo Código
de Defesa do Consumidor, pois o paciente não pode se sujeitar ao tratamento sem amplo
conhecimento de todas as suas intercorrências pelo seu proprietário.
Assim, o consentimento informado é uma condição indispensável a constar do prontuário
do paciente.
Este documento prova uma decisão voluntária, realizada pelo proprietário do animal após
ser bem informado sobre seu animal submeter-se a tratamento específico.
al documento deve estabelecer o fim exato a que se destina e o prazo durante o qual a
imagem do paciente poderá ser veiculada, pois o não cumprimento dessa diretriz pode dar
origem a um processo por uso indevido da imagem.
Documentos legais
Planilha de Serviços Executados –
Sobreleva consignar, por fim, que toda documentação produzida por iniciativa do
profissional (orientações, atestados) deve ser redigida em duas cópias, legível, contendo
identificação do profissional (timbre) e do paciente, sendo que uma cópia será datada e
assinada pelo proprietário do paciente comprovando seu recebimento e fará parte do
prontuário do mesmo.
Documentos legais
PERICIA
A Lei 5.517/68, artigo 5º, alínea g, que dispõe sobre o exercício da profissão, estabelece que é
competência privativa do médico-veterinário “a peritagem sobre animais, identificação, defeitos,
vícios, doenças, acidentes, e exames técnicos em questões judiciais”.]
o artigo 158 do Código de Processo Penal (CPP), quando uma infração deixar vestígios é
indispensável o exame de corpo de delito.
“Isso sempre é feito para seres humanos, mas ainda é pouco realizado para animais, apesar da
previsão legal para todos e em qualquer situação”, diz o médico-veterinário, que é perito criminal
federal e atua em perícias de crimes contra a fauna.
Ainda acrescenta que o inciso I, do artigo 6º do CPP, determina que, “logo que tiver conhecimento
da prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, providenciando para
que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais”.
“Infelizmente isso ainda acontece pouco nos crimes praticados contra animais”, afirma o perito.
O CPP estabelece, em seu § 1º, do artigo 159, que “na falta de perito oficial, o exame será realizado
por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame”.
“Com isso, o delegado pode chamar o profissional de uma universidade, de outro órgão público ou
até mesmo da iniciativa privada, desde que seja médico-veterinário, com conhecimento técnico
para esclarecer os fatos, de preferência com prática em perícias”, esclarece Reis.