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ECONOMIA MONETÁRIA

DEMANDA POR MOEDA


ABORDAGEM DE FRIEDMAN
ABRDAGEM DE FRIEDMAN

 Ressurgimento, em bases teóricas mais sofisticadas,


da tradicional abordagem de Cambridge. Procurou
determinar as variáveis de que depende a moeda,
fazendo-a resultar da agregação de duas demandas
distintas: a das unidades familiares e a das empresas.
 A abordagem de Friedman ressalta ser necessário
identificar as variáveis determinantes da demanda de
moeda pelas unidades familiares. Destaca-se a
demanda de moeda pelas empresas, destacando os
elementos que a diferenciam da demanda de moeda
pelas famílias. Por fim, considera-se as duas
conjuntamente, chegando a demanda agregada de
moeda.
Abordagem de Friedman
A DEMANDA DE MOEDA PELAS FAMILIAS
Segundo Friedman, a demanda de moeda pelas unidades familiares
é função das seguintes variáveis:
> Riqueza total, decorrente da soma das riquezas humanas e não
humanas;
Proporção da riqueza humana sobre a de natureza não
humana (material);
Custo de oportunidade de retenção de ativos monetários (dado
pelos retornos de títulos de renda variável e de renda fixa, bem
como pela taxa esperada de inflação);
Outros fatores econômicos e não econômicos, de natureza
institucional, decorrentes do processo de desenvolvimento
histórico das economias nacionais ou de fatores meramente
conjunturais que interferem momentaneamente nas preferências
das famílias e das empresas quanto às diferentes formas de
retenção de ativos.
Abordagem de Friedman

 Riqueza humana
 RIQUEZA TOTAL Riqueza não humana Moeda
 Títulos de renda variável

 Títulos de renda fixa


 Imóveis
 Bens Físicos Outros ativos
 materiais
GRAFICO
Abordagem de Friedman
Na abordagem de Friedman, a riqueza total, W, se converte na
linha de restrição orçamentária da família. Dada uma curva de
indiferença, If, e outras formas alternativas de riqueza Z, a
expansão da riqueza total elevará não apenas as possibilidades
de aquisição de Z como também de retenção de Lf. Em (a)
estabelece-se o modelo genérico que envolve esse conjunto de
variáveis. Em (b) são evidenciados os efeitos de variações no
nível da riqueza total.
Deste modo, a demanda de moeda pelas familias, Lf, é função
direta do nível de riqueza total, W. assim:
Lf= f(W)
E, dado ser a moeda um bem normal, uma vez que o efeito
renda se exerce positivamente sobre sua demanda, podemos
também admitir que:
§Lf / §W >0
Abordagem de Friedman
Proporção
 da Riqueza Humana sobre a Não Humana
Esta proporção também indicada como variável determinante da demanda de

moeda pelas famílias. Como numa sociedade não escravocrata é impossível
transformar riqueza humana em riqueza não humana, a proporção entre dois
tipos complementares de riqueza, indicada por Ω, é que irá afetar a demanda
de moeda.
Apresentando a riqueza humana menor grau de liquidez que as demais

formas de riqueza não humana, quanto maior for a proporção da primeira em
relação ao total da segunda, tanto maior será a necessidade de retenção de
moeda. Todavia, à medida que a proporção Ω se reduz, a necessidade de
retenção de ativos monetários se torna menos aguda. A capacidade futura de
trabalho é institucionalmente vista como garantia inferior à que resulta de
outras formas convencionais e imediatas de riqueza acumulada. Assim:
 Lf = f(Ω)
Também no caso dessa variável, sendo positiva e direta a variação que se

estabelece entre ela e o montante da demanda de moeda, podemos indicar
que:
 §Lf / §Ω >0

Abordagem de Friedman
Custo de Oportunidade de Retenção da Moeda
Esse custo é medido em relação às taxas de retorno dos ativos
financeiros de renda variável e de renda fixa e ainda com base na taxa
esperada de inflação. Ao decidir reter saldos monetários, as unidades
familiares estão incorrendo em custos de oportunidade representados
pela taxa de retorno, r, que os ativos de renda variável (ações) podem
render e pela taxa de juros, i, que pode ser auferida com a aplicação
em títulos de renda fixa. Além disso, se a taxa esperada de inflação P*
for positiva, indicando alteração para mais do nível geral dos preços
dos bens e serviços disponíveis no mercado, a retenção de ativos
monetários importará em um custo adicional, representando, nesse
caso, pela perda o seu poder real de compra.
Isto significa que a variação das taxas de retorno (r e i) dos ativos
financeiros em que a moeda pode ser convertida bem como a variação
esperada do nível geral dos preços, P*, levará as unidades familiares a
alterar a composição do seu patrimônio. E essa recomposição afetará
a demanda de moeda.
Abordagem de Friedman

Outros Fatores
Além de sofrer a influência das variáveis já
focalizadas (W, Ω, r, i, P*), a demanda de
moeda pelas famílias é também influenciável
por um conjunto de outros fatores econômicos e
não econômicos, decorrentes dos resultados
presentes da formação histórica da economia,
de condições conjunturais e do estado atual das
expectativas. Entre esses fatores, podem ser
citados os que se seguem:
Abordagem de Friedman

> Estrutura de distribuição da renda;


Regimes de mercado prevalecentes no quadro da oferta
de bens e serviços e de fatores de produção;
Graus de incerteza quanto ao futuro;
Expectativas quanto à ocorrência de manifestações
anormais, como guerras e crises econômicas agudas;
Grau de estabilidade da ordem politico-institucional;
Variáveis localizadas no âmbito da psicologia social;
Estrutura de valores sociais e éticos predominantes.
Abordagem de Friedman

O conjunto de fatores é de difícil quantificação e nem sempre é


possível precisar a direção de seus efeitos sobre a demanda de
moeda. Isso não obstante, não pode ser desprezado, daí por
que, representados pela variável µ, eles integram a função da
demanda de moeda pelas unidades familiares. Assim,
 Lf = f(µ)
Dadas as dificuldades de precisão dos efeitos dos fatores
assinalados na demanda de moeda, que a variável µ é
constante, notadamente a curto prazo. Neste caso, ao admiti-la
constante, assume-se que:
 § Lf /§µ =0
Em conclusão, reunindo em uma só função todas as

variáveis focalizadas, a demanda de moeda pelas famílias,


segundo a versão de Friedman, é dada pela seguinte expressão:
 Lf = f(W, Ω,r, i, p*, µ). P
Demanda por moeda das Empresas
Existem diferenças básicas entre a
demanda por moeda das unidades básicas
detentoras de riqueza (famílias) e das
empresas:
No entanto, estas diferenças não alteram
significativamente a função demanda por
moeda.
Demanda por moeda das Empresas
1º - As empresas vêem a moeda como um
elemento que interage com os seus fatores
de produção e não apenas como um ativo
líquido em sua carteira, que pode ser
transformado em outras formas de ativo (e
vice-versa)
Demanda por moeda das Empresas
2º - Como proxy da riqueza total das
empresas podem ser usados alguns
indicadores relacionados à produção,
como valor adicionado líquido, valor
bruto de produção, volume de vendas,
etc., ainda que nenhuma se revele um
substituto perfeito para o conceito de
riqueza total.
Demanda por moeda das Empresas
3º A divisão da riqueza entre a forma
humana e não-humana não tem relevância
especial para as empresas de negócio, já que
elas normalmente compram serviços de
ambas formas no mercado.
Isso porque a capacidade produtiva dos seres
humanos (riqueza humana) pode ser
“comprada” no mercado de trabalho pelos
empresários como um fator de produção
disponível no mercado.
Demanda por moeda das Empresas
4º - As taxas de retorno da moeda e de
ativos alternativos são altamente
relevantes para elas, pois essas taxas
determinam o custo de retenção de saldos
monetários.
Entretanto, as taxas particulares que são
relevantes podem diferir daquelas que são
relevantes para as famílias
Demanda por moeda das Empresas
5º - A variável “u” (utilidade da moeda)
para as empresas de negócio é altamente
relevante.
Um subconjunto de variáveis – como a
expectativa sobre a estabilidade
econômica e a variação do nível de preços
é normalmente comum tanto para
empresas quanto para as famílias.
Demanda por moeda das Empresas
Em síntese, a função demanda por moeda
das empresas é bastante próxima da função
das unidades familiares.
Considera-se que as diferenças fundamentais
relacionam-se ao conceito de riqueza total e
à importância (ou não) da divisão da riqueza
total em riqueza humana e riqueza não-
humana e as taxas de retorno dos ativos que
não são importantes para cada uma delas.
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
Diferenças entre Keynesianos (na
abordagem de Tobin-Baumol) e os
quantitativistas, no que se refere à
demanda por moeda, têm sido destacadas
por monetaristas como Friedman.
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
KEYNESIANOS MONETARISTAS
Consideram a mudança na quantidade de Ressaltam um impacto “direto” mais amplo do
moeda como afetando em primeira instância a gasto, em que indivíduos procuram dispor de
taxa de juros e o gasto é afetado somente seus saldos monetários em excesso pagando
“indiretamente”, uma vez que a nova taxa de uma soma maior para compra de títulos, bens
juros altera a lucratividade e, assim o gasto e serviços e ainda pagando suas dívidas.
com investimentos reais, que via multiplicador
afeta o gasto total.
Tendem a concentrar em um espectro estreito Consideram um espectro maior de ativos e de
de ativos negociáveis (moeda e títulos de taxa de juros que devem ser levadas em conta,
renda fixa) e a taxa de juros. tais como bens duráveis e semiduráveis e
outros ativos reais.
Quanto ao papel da taxa de juros na função da Em geral não enfatizam o papel da taxa de
demanda por moeda, criticavam a TQM juros e consideram-na como tendo pequeno
dizendo que mudanças na oferta e na demanda papel na função demanda por moeda.
por moeda (velocidade) não são independentes
e que a mudança na oferta leva a uma
alteração na qualidade de moeda demanda,
como resultado da taxa de juros
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana
Diferenças da Teoria Monetarista
com relação à Teoria Keynesiana

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