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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Ciências Contábeis


Mestrado em Contabilidade
Disciplina: Teoria da Contabilidade
Prof. Dr. José Maria Dias Filho

INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E AUDITORIA

VINÍCIUS JESUS SOUZA


Programa

 Contextualização;

 Definições

 Motivações

 Qualidade da Auditoria
 Abordagem teórica

 Abordagem empírica

 Governança corporativa de auditoria

 Exemplos de pesquisas

 Considerações finais
CONTEXTUALIZAÇÃO

Relevância

Tempestividade

Qualidade da informação
contábil

Conservadorismo

Gerenciamento de
resultados
Almeida (2010)
CONTEXTUALIZAÇÃO

Administrador Contrato Acionistas

Monitoramento

Informações contábeis

Auditoria

Reduzir a assimetria Mitigar os custos


informacional de agência
Definições e Objetivos

 Franco e Marra (1991): auditoria compreende o exame de documentos, livros e


registros, inspeção e obtenção de informações e confirmações internas e externas,
relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses
registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes;
 Hoog e Carlin (2007): auditoria contábil, de maneira geral, busca certificar que as
informações contábeis representam adequadamente a posição da empresa no
período sob análise, em conformidade com os pronunciamentos técnicos,
interpretações e orientações vigentes, assegurando a credibilidade das mesmas;
 Gramling et al.: é o processo de comprovação de afirmações a respeito de ações e
eventos econômicos.

Auditoria interna Auditoria externa


Por que contratar uma auditoria?
 Segundo Almeida (1996), os principais motivos são os seguintes:

 obrigação legal;

 medida de controle tomada pelos acionistas, proprietários ou administradores da


empresa;

 imposição de credores;

 compra/venda ou combinação (fusão, aquisição, cisão etc.) da empresa.


Qualidade das auditorias

Qualidade das auditorias

Abordagem Abordagem
teórica empírica

Braunbeck e Carvalho (2012)


Qualidade das auditorias: abordagem teórica
 Para Watts e Zimmerman (1986) o “valor” de uma auditoria para os usuários das
demonstrações contábeis existirá à medida que a percepção dos usuários seja de
que a probabilidade de que o auditor reporte uma quebra contratual seja não nula.

 Nesse contexto, DeAngelo (1981) considerou que a probabilidade de um auditor


informar uma quebra contratual, mediante a existência de uma desconformidade,
depende:
1)Da probabilidade de o auditor descobrir a desconformidade existente;
2)Da probabilidade de o auditor informar de fato a desconformidade descoberta.

QA = f (competência, independência)
Competência técnica

 Para DeAngelo (1981) a descoberta de uma falha no sistema contábil de uma


firma auditada dependerá das habilidades técnicas do auditor, da tecnologia
empregada na execução da auditoria, dos procedimentos realizados e da
extensão dos seus exames.

Benefícios de se contratar
auditores competentes

Demanda Oferta

Impacto positivo na avaliação


econômica de Retorno econômico
entidades/projetos

Watkins (2004)
Independência da Auditoria

Valor da firma de auditoria


Probabilidade da empresa auditada trocar de
auditor como resposta a sua insatisfação com a
modificação da opinião do auditor (1)
E= V+Q+P-L
Probabilidade de que a situação financeira da
entidade se deteriore e o auditor seja envolvido em
um caso célere que com consequências negativas
(2)

V= Valor das quase rendas


associadas ao cliente que está sob
análise; Perdas (1) < Perdas (2) => Auditor tende a ser
Q= Ativos específicos relacionados independente
aos demais clientes;
P= Ativos específicos da firma de
auditoria como um todo;
L= Valor presente das contingências Arruñada (1997)
por responsabilidade profissional;
Independência da auditoria
Outros fatores de podem influenciar a independência da auditoria:
 Moore et al. (2006) destacamos seguintes:
 a contratação dos auditores pelos próprios gestores que serão auditados;
 auditores assumir posições nas empresas clientes;
 a prestação de serviços extras ao de auditoria.

 Tamanho da firma de auditoria;


 Tempo de relação entre auditor e auditado.
Qualidade das auditorias: abordagem empírica

 Estudos que se utilizaram de métricas baseadas em informações contábeis


para avaliar a qualidade das auditorias;

 Estudos que se utilizaram de métricas baseadas em variáveis de mercado


para avaliar a qualidade das auditorias; e

 Estudos que se basearam em informações resultantes do próprio processo de


auditoria.
Métricas baseadas em informações contábeis

 Davidson e Neu (1993) consideraram a hipótese de que os resultados contábeis são


gerenciados para diminuir o seu erro em relação às projeções previamente divulgadas
pelos administradores

 Consideraram esse erro de projeção como proxy para qualidade de auditoria;

 Construíram um modelo para analisar se o tamanho da firma de auditoria refletiu


sobre a qualidade da auditoria;

 Os resultados confirmaram que a qualidade das auditorias, tal como foi


operacionalizada no teste é maior quando realizadas pelas grandes firmas de
auditoria.
Métricas baseadas em informações contábeis

 A pesquisa que utiliza medidas contábeis ganhou impulso a partir da utilização de


modelos para detectar accruals discricionários;
 Modelos: Jones (1991) Jones modificado (1995), dentre outros.

 Exemplos de pesquisa: DeFond e Subramanyan (1998), Krishnan (2003), Francis e Yu


(2009), Almeida e Almeida (2009).
 Destaque para o trabalho de Myers et al.(2003) que constatou que relacionamentos
mais longos entre auditores e auditados produzem menores níveis de accruals
discricionários.
 Evidencias contrariam a rotação obrigatória das firmas de auditorias e foram publicadas um ano
após a promulgação da SOX.

Azevedo (2007) constatou que no Brasil a troca de auditores reduz o nível de


gerenciamento
Métricas baseadas em variáveis de mercado
 Dimensão reputacional da auditoria;
 Ghosh e Moon (2005) investigaram a influência do tempo de relacionamento entre o
auditor e o auditado sobre a qualidade da auditoria percebida pelo mercado
considerando como variáveis o retorno acionário e a perspectivas de agências de
rating.
 Resultados:
 Constataram que o mercado atribui maior confiança às demonstrações auditadas
por empresas que estão a mais tempo em seus clientes.
Métricas baseadas no processo de auditoria

 Pesquisas concentradas nesse grupo procuraram avaliar a qualidade da auditoria


a partir de elementos presentes no próprio processo de auditoria;

 Reiguer e Raghunandan (2002) analisaram as opiniões emitidas por auditores


antes da ocorrência de situações públicas de insolvência de um grupo de
empresas em paralelo com o tempo de relacionamento entre o auditor e a firma
auditada.
 Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a probabilidade de um auditor
emitir um parecer com modificação de opinião sobre a continuidade da empresa
é menor nos primeiros anos de relacionamento.
Outras Considerações

Governança Corporativa Auditoria

Lei Sarbanes-Oxley
Pesquisas recentes

 Martinez e Moraes (2014) investigaram a relação entre os honorários de auditoria


contábil e a qualidade das auditorias no Brasil. Usando dados de 300 empresas de
capital aberto, listadas na BM&FBOVESPA para as quais foi possível identificar a
remuneração dos auditores no período de 2009 a 2012
 Resultado: As firmas de auditoria que recebem uma remuneração menor do que seria
esperado, tendem a tolerar maior gerenciamento de resultados agressivo –income .

 Oliveira (2016) verificou o impacto da conversão ao IFRS no comportamento dos


custos de auditoria sobre as empresas dos países da América Latina listadas na
Bolsa de Nova Iorque, regidas sobre as regras da SEC.
 Resultado: O estudo indicou uma queda nos custos de auditoria com o advento do
IFRS.
Considerações finais

A auditoria tem contribuído para a qualidade das informações contábeis?


Referências
 BRAUNBECK, G. O.. Determinantes da qualidade das auditorias independentes no Brasil. 2010. 133 f. Tese (Doutorado
em Controladoria e Contabilidade) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Departamentos de
Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 2010.
 BRAUNBECK, G. O.; CARVALHO, L. N. Auditoria Independente. LOPES, A.B.; IUDÍCIBUS, S.. Teoria Avançada da
Contabilidade. São Paulo, Atlas, p. 303–329, 2012.
 DANTAS, José Alves. MEDEIROS, Otávio Ribeiro de. Determinantes de qualidade da auditoria independente em bancos.
Revista de Contabilidade e Finanças, São Paulo, v. 26, n. 67, p.41-59.
 LIMA, D. T. S.; AYUB, G. P. ; PACHECO, L. O. ; MACEDO, M. A. S.. Influência da Auditoria na Qualidade da Informação
Contábil: Um estudo sob a perspectiva da relevância e da tempestividade para o ano de 2010 no Brasil. XXXVI
Encontro ANPAD, p. 1–16, 2012.
 MOORE, D. A., TETLOCK, P. E., TANLU, L., & BAZERMAN, M. H.(2006). Conflicts of interest and the case of auditor
independence: moral seduction and strategic issue cycling. Academy of Management Review, 31(1),1-20.
 PORTE, Marcelo.. SAUR-AMARAL, Irina. PINHO, Carlos. Pesquisa em Auditoria: principais temas. Revista de
Contabilidade e Finanças, São Paulo, v. 29, n. 76, p.41-59.
 SANTANA, A. G. ; TEIXEIRA, S. A. ; BEZERRA, F.A. ; CUNHA, P. R. . Auditoria independente e a qualidade da
informação na divulgação das demonstrações contábeis: estudo comparativo entre empresas brasileiras auditadas
pelas Big Four e Não Big Four. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ (Online), v. 19,
p. 70-87, 2014.
 WATTS, R. L.; ZIMMERMAN, J. L. Positive theory of accounting. Englewood Cliffs, NY: Prentice-Hall, 1986.

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