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Catálogo da Exposição da Semana de Arte Moderna de 1922, com ilustração de capa feita por Di Cavalcanti
No dia 13, Graça Aranha proferiu
a conferência "A emoção
estética na arte", na qual elogiou
os trabalhos expostos, investiu
contra o academicismo, criticou a
Academia Brasileira de Letras e
proclamou os artistas da
Semana como personagens
atuantes na "libertação da arte".
No dia 15, Oswald de Andrade leu alguns de seus poemas e Mário de
Andrade fez uma palestra intitulada "A escrava não é Isaura", onde se
referia ao "belo horrível" e evocava a necessidade do abrasileiramento da
língua e da volta ao nativismo.
Na noite do dia 17, houve a apresentação de Villa-Lobos. A Semana
prestigiou e promoveu o talento do artista, transformando-o, pela boa
acolhida do grande público, na figura máxima do período nacionalista do
qual se insere a produção musical modernista.
A Semana de 1922 representa o marco do lançamento público do
Modernismo Brasileiro, uma vez que os artistas que lá exibiam suas
obras tinham como objetivos a ruptura com as tradições acadêmicas, a
atualização das artes e da literatura brasileiras em relação aos
movimentos de vanguarda europeus e o encontro de uma linguagem
autenticamente nacional. A idéia era atualizar culturalmente o Brasil,
trazendo as influências estrangeiras, colocando-o ao lado dos países que
já haviam atingido sua independência no plano das idéias, das artes
plásticas, da música e da literatura. A partir dela, iniciou-se uma década
de polêmicas, provocações, invenções, brigas estéticas, enfim, uma farra
que parecia inesgotável, levando Mário de Andrade a afirmar que os oito
anos que se seguiram à "festa" do Teatro Municipal foram "a maior orgia
intelectual que a história artística registra".
Agora que foi explicado o que foi o evento, seus objetivos, é provável
que se pense: Mas, como surgiu a idéia de montar uma Semana de Arte
Moderna? Mário de Andrade deixa bem claro, que não foi dele: "Por mim
não sei quem foi, nunca soube, só posso garantir que não fui eu". Porém,
com a ajuda de registros do livro de memórias de Di Cavalcanti
chamado "Viagem de Minha Vida - Testamento da Alvorada", ele
assinala que foi ele o idealizador da Semana de Arte Moderna, tendo
como um modelo a Semana de Deauville, na França. Assim ele sugeriu a
Paulo Prado a realização de "uma semana de escândalos literários e
artísticos de meter estribos na burguesiazinha paulistana". Analisando
agora o evento, há que se dizer que o público não teve a mesma reação
frente aos diferente tipos de arte. As artes plásticas foram as que tiveram
melhor repercussão.
OS ARTISTAS
Os artistas que tiveram presença na Semana de 22, foram os poetas
Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de
Almeida, Ribeiro Couto, Plínio Salgado e Sérgio Milliet. Graça Aranha,
Ronald de Carvalho e Menotti del Picchia ocuparam-se em explicar as
novas teorias. A exposição de pintura tinha obras de Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Goeldi, como também do escultor
Vitor Brecheret e dos arquitetos Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel.