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“ O PRIMEIRO PASSO ”

“ADMITIMOS QUE ÉRAMOS IMPOTENTES PERANTE A NOSSOS


HÁBITOS, VÍCIOS E EMOÇÕES, E QUE TÍNHAMOS PERDIDO O
DOMÍNIO SOBRE NOSSAS VIDAS.”
Ninguém gosta de admitir a derrota total. A admissão da impotência
perante a dependência química é o primeiro passo para a libertação, pois
há grande relação entre a humildade e a sobriedade.
Não importa o que ou quanto nós usávamos, estar limpo vem em
primeiro lugar.
Sem a aceitação de não podermos usar drogas ou álcool, qualquer busca
de ajuda será em vão porque permaneceremos em um processo de
egoísmo, vivendo ilusões e dificilmente alcançaremos sucesso em nossa
recuperação.
Quando alguém ficar em dúvida, deve-se perguntar:
Posso controlar o uso de substâncias químicas que alterem de alguma
forma a minha mente ou meu estado de ânimo?
Será forçoso reconhecer que a maioria se vê numa situação impossível
de controlar.
Para admitir, basta quebrarmos a máscara do orgulho que nos envolve e
analisarmos um pouco o que está ocorrendo em nossa vida: Os prejuízos
que a droga e o álcool estão nos trazendo no trabalho, nos estudos, no
convívio com nossos familiares, em nosso dia-a-dia, na saúde, etc.
A causa do orgulho está na crença que fazemos de nossa superioridade
individual; é aqui que fazemos sentir a influência do pensamento somente
da vida terrestre (ou material). Se não acreditamos em nada depois desta
vida, é natural que o orgulho se manifeste, fazendo-nos entrar num
processo de imediatismo, apenas querendo viver o agora se satisfazendo
sem se importar com as consequências do depois, vivendo num estado de
ilusão e não percebendo a realidade que acontece ao nosso redor.
A humildade facilita o processo de admissão, que resulta em maior
aceitação da realidade, no entendimento de que estamos errados quanto
ao uso de substâncias químicas. A partir desta humilde admissão,
começamos a fazer com maior facilidade uma análise mais profunda de
nós mesmos e de nossa vida.
‘A nossa incapacidade de controlar o uso de drogas ou álcool é um
sintoma da doença da Dependência Química, precisamos admiti-lo para
nos recuperar’.
Esta é uma doença física, mental, social e espiritual, que afeta todas
as áreas de nossa vida.
O aspecto físico é o uso compulsivo de substâncias químicas: a
incapacidade de parar, uma vez que tenhamos começado. Somente
com um tratamento poderemos estacionar os prejuízos que estão
sendo causados em nosso corpo.
O aspecto mental é o desejo incontrolável de usar, cada vez mais,
mesmo vendo a destruição de nossas vidas, pois não conseguimos
mais raciocinar com razão e lógica, e apenas também com um
tratamento poderemos estacionar esta degradação mental, a parte
social afeta a nossa convivência com os outros, que a partir do ponto
que nos tornamos menos confiáveis, perdemos a nossa dignidade
perante o mundo.
A parte espiritual da doença, se dá em nosso egocentrismo; nos
colocamos como senhores de um universo que nos pertence, do qual
somos senhores, e neste universo não cabe um Deus que não seja eu;
meu ego domina tudo e todos.
Com deus afastado de minha vida, com ele se vão os princípios
espirituais por ele ensinados e passam a dominar meus defeitos de
caráter: ARROGÂNCIA, MANIPULAÇÃO, MENTIRA,
DESONESTIDADE, MÁ VONTADE, PREGUIÇA, DESAMOR,
ETC.
ENTENDIMENTO DOS ESPIRITAS

A parte espiritual tem dois pontos específicos:


1º) A ignorância de nosso Ser trazendo ainda muitas tendências
instintivas, com suas fraquezas de apego aos prazeres materiais,
dando ensejo aos vícios, somando às nossas fraquezas atuais, como
pôr exemplo, o medo de assumir uma realidade de provações
existenciais, onde a ilusão ameniza e entorpece o sentimento de dor
que precisamos sentir para evoluir, facilitando o uso contínuo de
produtos químicos que alteram o humor;
2º) O processo obsessivo, o envolvimento denominado vampirismo ao
qual nos sujeitamos, a partir do momento que iniciamos o uso de
drogas, atraindo aqueles iguais e situações negativas.
Não somos responsáveis pela nossa doença, mas somos responsáveis
pela nossa recuperação. Talvez já tenhamos tentado parar de usar
drogas ou beber pôr conta própria, pôr simples força de vontade - Foi
uma iniciativa importante, pois constatamos que esse esforço isolado
resultou numa temporária solução, mas que, a força de vontade
sozinha não funciona pôr muito tempo.
Talvez se tenha tentado inúmeros outros recursos, como psiquiatras,
psicólogos, hospitais, clínicas diversas, livros, novas cidades, novos
trabalhos, mas parece que tudo o que tentamos fracassa. Geralmente as
nossas famílias ficam cada vez mais desapontadas, confusas e
frustradas com nossas ações e, muitas vezes, nos abandonam,
desistindo de nos auxiliar, ou nos deserdam.
Descobrimos que não temos mais escolha, ou mudamos totalmente
as nossas antigas maneiras de pensar e agir, ou voltamos a usar até
que a natureza dê um basta de alguma forma: ou nos tira a
liberdade através de doenças ou prisões ou nos tira a própria vida.
Quando damos o melhor de nós, o programa passa a funcionar. A
partir deste ponto, começamos a perceber que cada dia limpo é um
dia bem sucedido não importando o que aconteça.
Os nãos que a vida nos impõe, tanto as pequenas como as grandes e
difíceis contrariedades, não devem se constituir em razão para
fugirmos imediatamente das situações e mergulharmos na dependência
do uso novamente. Devemos aceitar a doença e a vida como elas são.
Quando estamos cansados de sofrer no mal, pôr consequências das
dificuldades que criamos ao nosso redor devemos procurar o remédio
no bem. A manifestação da dependência Química, através do contato
com nossos vícios, dos quais somos as primeiras vítimas, acabam pôr
nos fazer compreender os seus inconvenientes.
A nossa reação a esses vícios funciona como despertamento para a
necessidade de mudança
E é a partir desse despertamento que passamos a pensar em parar
com tudo, e rever nossos conceitos.
‘O primeiro passo significa que não precisamos usar, e isso é uma
grande liberdade’.
Quando admitimos nossa impotência e incapacidade de controlar as
nossas próprias vidas, abrimos as portas para um Poder Maior do que
nós que possa nos ajudar.
Não é onde estávamos que conta e sim para onde estamos indo e,
principalmente nos conscientizarmos de onde queremos chegar.
Resumindo, neste primeiro passo enfrentamos a realidade de nossa
vida e talvez pela primeira vez admitimos as nossas derrotas e
reconhecemos que precisamos de ajuda.
Temos que começar a mudar a nossa forma de pensar e agir,
começando a aprender uma nova forma de enxergar o mundo, as
coisas e as pessoas, sabendo que se continuarmos insistindo na
antiga forma, jamais teremos o nosso próprio domínio ou de nossas
vontades.

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