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TOPOGRAFIA I

II Parte – Topometria
semestre 2015.I

Para : Curso de Engenharia Civil

Prof.: Olavo Bilac Rêgo Filho


Eng. Agrimensor
Topometria ou levantamento
topográfico
é feita através de:
– métodos de medição de distâncias, ângulos e alturas entre pontos topográficos,
materializados no terreno (locados); e
– representação do terreno na forma de uma planta.

os levantamentos topográficos...:
• ... usam como apoio:
– Pontos (pontos topográficos naturais ou artificiais)
– Linhas (alinhamento entre 2 pontos ou uma direção)
• ... começam pela locação dos pontos (materialização no terreno), obedecendo os
seguintes critérios:
– pontos de interesse (inflexões dos limites do terreno, entorno, elementos naturais,
edificações, inflexões do perfil do terreno)
– pontos preferencialmente intervisíveis;
– Começando por um ponto conhecido.
• ... prosseguem com:
- medidas de distâncias horizontais e verticais (alturas),
- medidas de ângulos horizontais e verticais.
UNID. 6 – Medição de distâncias, ângulos
e alturas

6.1) Tipos de distâncias, ângulos e alturas

6.2) Equipamentos Tradicionais: trena,


teodolito, bússola, nível e mira +
acessórios

6.3) Erros no uso dos equipamentos


topográficos em medições....
• B.1) Tipos de distâncias

P1 Dist horizontal ou de projeção

Dist vertical =
diferença de nível
Vertical do lugar (fio de
prumo = direção da força da
gravidade)

Ponto topogr 2

Plano horizontal de referência (Geóide ou arbitrário) Dist vertical = cota ou altitude

Perfil Topográfico da superfície terrestre entre os pontos P1 e P2.


b.2) Ângulos Horizontais
b.1) Azimute ( Az ) e Rumo ( R ), que são ângulos de direção e são lidos com
bússola, se referem a um alinhamento e a direção Norte/Sul.
O azimute é o ângulo que parte do Norte até o alinhamento em questão, em
sentido horário, com valores de 0 à 360. Mede-se um azimute e calcula-se
o resto.
O rumo é o ângulo que parte do Norte ou Sul (da direção mais próxima) até
o alinhamento, de 0 à 90 + o quadrante. Pode ser calculado a partir do
Azimute e vice-versa.O

b.2) Deflexão (  ) e entre alinhamento (  ), que são ângulos lidos com


teodolito, chamados goniométricos, e se referem a dois alinhamentos.
A deflexão (à direita ou à esquerda) é mais utilizada em levantamentos pelo
método da poligonal aberta (para estradas, redes, ...), não comum nas
atividades dos arquitetos.
Os ângulos entre alinhamentos se referem ao método da poligonal fechada e
são de dois tipos: ângulos internos e externos. Os ângulos internos são os
mais utilizados nas atividades dos arquitetos.
b.3) ÂngulosVerticais
• Ângulos lidos em relação a vertical do lugar, podendo ser:
• de inclinação ( i ),
• zenital ( z ) ou
• nadiral ( n ).

ângulo de inclinação (i) é formado pela linha de visada do teodolito e o plano


horizontal, sendo contado à partir deste, variando de zero a 90o (negativo
abaixo da linha do horizonte e positivo acima).

ângulo zenital (z) é o ângulo formado entre a vertical do lugar e a linha de


visada. Conta-se este ângulo a partir do zênite variando de zero a 180o .

ângulo nadiral () é formado entre a vertical do lugar (no sentido do centro da
Terra) e a linha de visada, também variando entre zero e 180o.
INSTRUMENTOS TRADICIONAIS

a) TRENA - Instrumento para medição direta de distâncias entre dois


pontos topográficos sobre alinhamentos. Dificuldades de uso em
espaços abertos (vento provoca catenária horizontal), em terrenos
acidentados (necessidade de esticar a trena sobre o alinhamento a
medir), e distâncias longas (trenadas até 20,00 metros, para
minimizar as catenárias horizontais e verticais).

Procedimentos de uso:
• Sempre medir do centro de uma baliza até o centro de outra baliza.
• Não fazer trenadas maiores de 20,0 m.
• Começar pelo ponto mais alto (zero da trena) no terreno.
• Achar a horizontal (menor distância entre duas linhas verticais).
• Não apoiar a trena em nada
• Esticar bem a trena antes da leitura.
• Conferir a leitura.
b) TEODOLITO

• é um instrumento óptico de precisão (tem luneta e microscópio);


• lê ângulos horizontais, do tipo goniométrico (ou qualquer) e
• lê ângulos verticais (zenital, de inclinação e nadiral); permitindo
fazer levantamentos planimétricos e taqueometria (luneta com 3
fios paralelos e equidistantes = estadimetria).

Procedimentos para uso do teodolito:


• Instalar o teodolito sobre um ponto topográfico ajustando de forma
precisa a verticalidade e horizontalidade dos 3 eixos do aparelho
(eixos horizontal, vertical e de colimação = linha de visada do fio
médio da luneta do teodolito);
• efetuar a visada (sobre a baliza ou a mira);
• efetuar a leitura do ângulo  Passos..... (tanto horizontal como
vertical) :
Passos para efetuar a leitura do ângulo 
(horizontal e vertical) :

1 – identificar qual a janela referente ao tipo de ângulo


(horizontal ou vertical) que vai ler;
2 – com o parafuso do lado oposto ao limbo vertical,
ajustar o marcador sobre uma das divisões (traços
pretos) desta janela;
3 - fazer a leitura do valor ajustado em graus e minutos;
4 - completar a leitura somando, aos valores lidos na
janela, os valores marcados no vernier (minutos e
segundos).

Vernier = subdivisão da menor divisão de um limbo


Limbo = marcadores de ângulos horizontal e vertical (=
transferidor)
c) BÚSSOLA
• lê ângulos horizontais de direção em relação ao N e S magnéticos.

Procedimentos:
• Além dos erros e cuidados comuns ao uso do teodolito, a leitura de
ângulos com bússola requer cuidados especiais referente a
interferência de elementos imantados sobre o posicionamento da
agulha da bússola.
• Evitar fazer leituras próximos a elementos metálicos (relógios ...,
balizas..., postes...).
• Outro problema específico é a baixa precisão quando comparado
com o teodolito.
• Deve-se fazer 3 leituras de um mesmo ponto da poligonal de apoio
e usar o valor do azimute médio, calculando a partir deste, o valor
dos azimutes dos demais pontos da poligonal.
d) NÍVEL E MIRA
• usados em levantamentos topográficos altimétricos principais, pelo
método do nivelamento geométrico.
• O nível é um instrumento similar ao teodolito, óptico e de precisão,
para leitura de alturas sobre uma mira colocada verticalmente sobre
os pontos topográficos a nivelar.
• O nível, ao contrário do teodolito, nunca é instalado sobre um ponto
topográfico, mas sempre entre os pontos a nivelar.
• A luneta do nível é horizontal e fixa, cuja linha de visada é o
referencial para as leituras de alturas (do ponto visado = pé da mira
até linha de visada do nível).
• A mira é uma régua graduada de 0 (no chão) a 4,0 metros
graduada em centímetros, cujas leituras devem ser feitas com
detalhamento mínimo de 5 mm (ou 0,5 cm).
• A mira é colocada sobre um ponto topográfico (ponto visado) para
leitura de alturas entre o ponto no terreno e o plano horizontal
formado pela visada do nível.
6.3 ) ERROS NO USO DOS
EQUIPAMENTOS

• “Medir é errar” = Como é impossível medir com perfeição, o erro


se torna parte de qualquer medição.
• Para minimizar os erros de medição em topografia, deve-se tomar
cuidados especiais durante os levantamentos e
• “ajustar os erros” (= avaliar e redistribuir) antes de usar os dados
levantados.

• Independente do equipamento de medição ou tipo de medição,


existe simultaneamente vários tipos e fontes de erros:
– erros acidentais = provêem da imperfeição dos nosso sentidos; variam
muito; não podem ser eliminados e nem calculados.
– erros sistemáticos = imperfeição dos equipamentos, desretificação
dos equipamentos (falta de aferição), descuido no uso dos
equipamentos (instalação, posição de leitura, tempo)
– erros grosseiros = frutos de enganos ....
A) Erros no uso da trena:

erros sistemáticos:
• não aferição do comprimento da trena
• exagerada catenária vertical ( trena não esticada ) ou horizontal
( erro de alinhamento )
• não verticalidade da baliza
• não horizontalidade da trena
• variação do comprimento da trena pela temperatura (sol muito
forte).

erros grosseiros:
• engano no número de trenadas
• erro no ajuste do zero da fita
• engano no sentido da graduação da fita
• erro de anotação
B) Erros no uso do teodolito:

Erros sistemáticos:
• falta de perpendicularidade (desretificação do aparelho) entre os 3 eixos do
aparelho (vertical, horizontal e de colimação). Erro eliminado pela média de
duas leituras do ângulo: uma com a luneta normal, outra com a luneta
invertida.
• imperfeição na divisão dos círculos de leitura dos ângulos (limbos). Este
erro é atenuado: pelos processos de reiteração e repetição (= várias
leituras do mesmo ângulo horizontal, usando-se a média); ou pela média
de leituras do ângulo vertical, com luneta normal e invertida.

Erros grosseiros no uso do teodolito:


• má instalação do aparelho ( fazer coincidir eixo vertical com ponto
topográfico e nivelar corretamente o aparelho);
• erro de visada (procurar visar o mais próximo do solo para diminuir o erro
proveniente da não verticalidade da baliza ou mira);
• erro de leitura e erro de anotação.
c) Erros e cuidados no uso do nível:

Erros no uso do nível


• falta de verticalidade da mira
• falta de nivelamento do nível
• imprecisão de leitura na mira
• desretificação do nível.

Cuidados no uso do nível


• O uso do nível incorpora de forma sistemática erros de visada, causados
pela curvatura da Terra e pelo fenômeno da refração da luz pela umidade
do ar, que é maior próxima ao solo. São os erros altimétricos totais –
esfericidade e refração – que podem ser minimizados em nivelamentos
geométricos, através de adequados procedimentos de campo:
• usar visadas com o nível inferiores a 60 metros;
• instalar o nível (estação de nivelamento) em posição aproximadamente
equidistante dos pontos a nivelar, para compensar o erro de esferecidade;
• fazer leituras sobre a mira acima de 0,5 m do solo, para minimizar o erro de
refração.
Catenária na
trena
Baliza
inclinada

Perfil do terreno

Trena
inclinada

Erros no uso de trenas e balizas


Equipamento
Visada fora do ponto desretificadoo

Perfil do terreno

Equipamento mal
instalado

Erro no uso dos equipamentos topográficos


(teodolito, nível, estação total)

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