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LITERATURA

MODERNISMO EM PORTUGAL
FERNANDO PESSOA
1888-1935
FERNANDO PESSOA
• Heterônimos- outras pessoas
• Ortônimos- ele mesmo.

• Pseudônimos x Heterônimos
MAR PORTUGUÊS
Ó Mar Salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.
Quem passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

E os que leem o que escreve


Na dor lida
AUTOPSICOGRAFIA Sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só a que eles não têm

E assim...
Nas calhas de roda
Gira, gira
A entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração
OBRA ORTÔNIMA
1- Relembrava os feitos do povo Português.

- Livro Mensagem- exaltação nacionalista

- Poemas curtos e sucintos

- Conversam com a obra de Os Lusíadas

- Poesia lírica- versos livres e versos tradicionais- sem


sentimentalismo.

- Metalinguagem- o assunto do poema é o fazer poético.

- Simbolismo- aliteração
LISBON REVISITAD
“Não : não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
(...)
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero
ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da
companhia!”
ÁLVARO DE CAMPOS- ( ALTER EGO- VIAGEM- MODIFICA
SUA VIDA)

nasceu em 1890, em Lisboa. Estudou


engenharia (mecânica e naval) na Escócia. Sua
obra é dividida em 3 fase:
1ª Decadentismo- Influência Simbolista, tédio
diante do mundo – “Opiário”
2ª Futurista- Influência do Modernismo,
poemas futuristas – “Ode Triunfal” e “Ode
Marítima”
3ª Niilismo- Poesia amarga e angustiada,
imagens de uma vida vazia, desencontro do
sujeito com o mundo – “Tabacaria” e “Lisbon
Revisited”.
ODES
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
                E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,


Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e caricias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
                Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as


No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
                Pagãos inocentes da decadência.
Breve o dia, breve o ano, breve tudo.
Não tarda nada sermos.
Isto, pensando, me de a mente absorve
Todos mais pensamentos.
O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,
Que, inda que magoa, é vida.
RICARDO REIS
nasceu em 1887 na cidade do Porto. Foi
educado num colégio jesuíta, representa
a face humanista de Fernando Pessoa.
Estudou grego, latim e formou-se em
medicina. Em 1919 vem ao Brasil.
Sua temática é de inspiração clássica.
 Paganismo- cultura grego latina –
busca da tranquilidade da alma. Carpe
diem.
 Aceitação do destino.
Estoicismo- discurso real
METAFÍSICA

“Há metafísica bastante em não pensar em


nada.
O mistério das coisas? Sei lá o que é o
mistério!
O único mistério é haver quem pense no
mistério.
(...)
É essa a única missão no Mundo
Essa – existir claramente,
E saber fazê-lo sem pensar nisso.”
ALBERTO CAEIRO – O CAMPONÊS
nasceu em 1889 em Lisboa, ficou órfão e foi
morar com uma tia no campo, onde passou toda
sua vida. Não tinha profissão e educação mínima.
Posição de homem simples do campo, da
experiência, da existência ( o existir basta!)
Poeta da Natureza, linguagem simples,
espontâneo, sem rimas, quase uma prosa.
Valoriza o viver de modo simples e objetivo.
“É preciso desaprender as ideias para aprender
as coisas.”

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