Você está na página 1de 46

HOSPITAL MUNICIPAL DO CAMPO LIMPO

FACULDADE DAS AMÉRICAS


MÓDULO DE SAÚDE DA MULHER – OBSTETRÍCIA

ASSISTÊNCIA AO PARTO
Dr. Paulo Barbosa

AGOSTO/2019
TRABALHO DE PARTO
 Processo fisiológico pelo qual o feto e anexos são expelidos do útero

 Trata-se de processo contínuo que, para fins assistenciais , é dividido em


3 estágios : 1º - dilatação do colo
2º - expulsão fetal
3º - dequitação

 O diagnóstico do trabalho de parto é clínico, sendo seu início estabelecido pela presença de
contrações uterinas regulares ( 2/10’) , dolorosas, levando a progressivo esvaecimento e
dilatação do colo uterino.
TRABALHO DE PARTO
PRIMEIRO ESTÁGIO ( dilatação do colo )
Inicia com dinâmica uterina regular e termina com dilatação total do colo (10 cm )

MODIFICAÇÕES DO COLO
Esvaecimento (ou apagamento) cervical -> incorporação do colo à cavidade uterina
Dilatação propriamente dita

Primíparas: ocorre nessa ordem (com esvaecimento de cima para baixo)


Multíparas: são simultâneas
EVOLUÇÃO DO COLO DURANTE O TRABALHO DE PARTO
EVOLUÇÃO DO COLO DURANTE O TRABALHO DE PARTO
PRÓDROMOS DO TRABALHO DE PARTO
Também conhecido como período preparatório ou premonitório
Antecede o trabalho de parto em até 2 semanas

- refere contrações irregulares em intensidade e frequência ( a cada 1 ou 2 h)


Paciente - percebe descida do fundo uterino ( 2 até 4 cm)
- informa eventual perda de tampão mucoso

não confundir com fase latente da dilatação !


TRABALHO DE PARTO
PRIMEIRO ESTÁGIO ( DILATAÇÃO DO COLO )

Dividido em 2 fases
Fase latente: as contrações uterinas rítmicas levam a amolecimento, encurtamento
( apagamento) do colo , iniciando lentamente sua dilatação.

Fase ativa : usualmente inicia-se entre 3-5 cm de dilatação . Contrações


progressivamente mais intensas levam a rápida dilatação cevical e descida da
apresentação fetal.
CURVA DE CERVICO DILATAÇÃO DE FRIEDMAN ( 1978)
PREENCHIMENTO DO PARTOGRAMA
TRABALHO DE PARTO

SEGUNDO ESTÁGIO ( expulsão fetal )

Inicia a partir da completa dilatação do colo e termina com a


expulsão fetal

Nulíparas: duração de 1-2 h ( até 3 se analgesia)


Multíparas: duração de 1 h ( até 2 se analgesia)
TRABALHO DE PARTO

TERCEIRO ESTÁGIO ( dequitação )


Inicia após a expulsão fetal e completa com a expulsão da placenta e membranas

Geralmente completa-se em até 10 minutos , mas pode chegar a 30 minutos


Considerado prolongado após 30 minutos

O manuseio ativo no terceiro estágio previne seu prolongamento


ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO
EXAME ADMISSIONAL : HISTÓRIA
- Antecedentes clínico/cirúrgico e obstétrico

- avaliar contrações uterinas ( início , intensidade , duração e frequência)


- Diferençar das contrações de Braxton-Hicks : contrações irregulares, pouco frequentes (1 a
2/ hora) , sem caráter progressivo e que melhoram com medidas simples, além de não
promoverem dilatação cervical. Encontradas na fase prodrômica

- Inquirir sobre movimentação fetal


- Estimar status das membranas ( perda de líquido)
ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO

EXAME ADMISSIONAL : EXAME FÍSICO

- Sinais vitais maternos

- Exame físico obstétrico : exame abdominal


- avaliar contrações
Altura uterina
Situação fetal
Altura da apresentação( insinuada/encaixada)
Ausculta fetal
MEDIÇÃO DA ALTURA UTERINA

MEDIÇÃO DA ALTURA UTERINA


- mede-se da borda superior da
sínfise púbica ao fundo uterino
- A fita pode ser fixada entre os
dedos indicador e médio ou com a
face cubital da mão diretamente
sobre o abdome materno
EXAME ADMISSIONAL - MANOBRAS DE LEOPOLD - SWEIFEL
1ª:MANOBRA
2ª: MANOBRA
D E L I M I TA - F U N D O
UTERINO -POLO D E T E R M I N A P O S I Ç Ã O F E TA L
F E TA L
EXAME ADMISSIONAL - MANOBRAS DE LEOPOLD – SWEIFEL
3ª MANOBRA 4ª MANOBRA
A P R E S E N TA Ç Ã O E
GRAU DE INSINUAÇÃO
MOBILIDADE DO POLO
ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO
EXAME ADMISSIONAL : TOQUE OBSTÉTRICO

1- avaliar o colo uterino - posição: anterior / medianizado / posterior


- esvaecimento : estimativa do comprimento do colo
- consistência : firme / amolecida
- dilatação
OBJETIVOS

2- verificar status das membranas

3 - apresentação fetal - identificar apresentação fetal e sua variedade de posição


- altura da apresentação em relação à pelve ( espinha isquiádica)
TOQUE OBSTÉTRICO: AVALIAÇÃO DO COLO
TOQUE VAGINAL OBSTÉTRICO : DILATAÇÃO DO COLO
ASSISTÊNCIA DO TRABALHO DE PARTO
INDICE DE BISHOP
ASSISTÊNCIA AO PARTO
PRIMEIRO ESTÁGIO ( dilatação_)
Paciente em trabalho de parto deve ser encorajada a assumir a posição que seja mais
confortável ( decúbito, sentada, andando )

Monitorização:
- atividade uterina : dinâmica uterina
- evolução do colo : verificação periódica da dilatação do colo
- evolução da apresentação fetal : descida ( altura) e rotação
- coração fetal : - ausculta intermitente do bcf -> 15/ 15 min , após as contrações
- CTB periódica ou contínua
ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO
SEGUNDO ESTÁGIO ( expulsivo)

O parto pode ocorrer nas seguintes posições


- DDH ( supina ) -> mais comum
- Decúbito lateral (Sims)
- Parcialmente sentada
- Quatro apoios ( sobre as mãos e joelho)

Monitorização : - evolução da apresentação -> toques vaginais ( altura e rotação)


- ausculta do bcf de 5/5 min ( após contrações )
PARTO HUMANIZADO
Conjunto de práticas calcadas em uma filosofia assistencial que contesta o modelo
tradicional de assistência ao parto , onde a parturiente é paciente e o processo de
parto sofre interferência e direcionamento muitas vezes desnecessários e que
desvirtuam sua evolução natural

Neste , a parturiente torna-se agente ,cabendo ao assistente importante papel auxiliar de


vigilância , intervindo quando realmente necessário ao mesmo tempo em que procura
fornecer apoio , tornando o processo mais acolhedor para a parturiente e seu concepto

Frédérick Leboyer  - “Birth Without Violence”


HUMANIZAÇAO DO PARTO - OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) (02/2018)=> novas diretrizes para estabelecer
padrões globais de atendimento para mulheres grávidas saudáveis e reduzir
intervenções médicas desnecessárias.

O documento inclui 56 recomendações aplicáveis no trabalho de parto e pós parto.


- direito a ter um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto  
- respeito pelas opções da mulher na gestão da sua dor e nas posições escolhidas
durante o trabalho de parto
-respeito pelo seu desejo de um parto totalmente natural, até na fase de expulsão.
PARTO HUMANIZADO
Paciente , devidamente orientada , decide o local do parto, o acompanhante, a posição durante
o trabalho de parto e parto bem como o manejo da dor
Manejo da dor : massagens , controle da respiração , bola de Pilats, banheira e banhos
mornos; anestesia , se solicitada
Evitar procedimentos desnecessários
Evitar interferir no andamento do trabalho de parto com drogas ou amniotomia
Clampeamento tardio do cordão umbelical
Contato pele a pele e amamentação precoce
Evitar procedimentos considerados agressivos ao RN
Alojamento conjunto
PARTO INSTRUMENTALIZADO

FÓRCEPS

VÁCUO EXTRATOR
PARTO INSTRUMENTALIZADO

TIPOS DE FORCEPS
- SIMPSON BRAUN
- FORCEPS DE KIELLAND
- FORCEPS DE PIPER
FORCEPS : PARTES
PARTO INSTRUMENTALIZADO

FORCEPS DE SIMPSON- BRAUN INDICAÇÕES

Curvatura pelvica mais


acentuada
Articulação de encaixe
O mais usado como fórceps
de alívio
Quando há maior
amoldamento cefálico
FORCEPS DE SIMPSOM
FORCEPS DE KIELLAND

Curvatura pélvica suave


O mais adequado para
rotação do polo cefalico

Articulação deslizante
Corrige assinclitismo
SINCLITISMO / ASSINCLITISMO
FORCEPS DE KIELLAND - CORREÇÃO DO ASSINCLITISMO
FORCEPS DE PIPER

ESTRUTURA INDICAÇÕES
Haste longa
Curvatura pélvica distinta

Específico para liberação do polo


cefálico no parto pélvico ( cabeça
derradeira )
FORCEPS DE PIPER - CABEÇA DERRADEIRA
VÁCUO EXTRATOR
FORCEPS X VÁCUO-EXTRATOR

FORCEPS V Á C U O - E X T R AT O R
Maior morbidade materna Menor morbidade materna
( laceração vulvo perineal ) ( menos laceração ou dor perineal )

Maior morbidade fetal


Menor morbidade fetal ( cefalo hematoma )
INCIDÊNCIA DE CESÁREA NO MUNDO
Segundo a OMS, o índice de partos por cesárea era de 6%, em 1980 passando a 18,6% em 2016
América Latina e Caribe : (40,5%) / América do Norte (32,3%),

Oceania (31,1%),
2016
Europa (25%)

Ásia (19,2%)

África (7,3%).
INCIDÊNCIA DE CESÁREA PELO MUNDO
CESARIANAS NO BRASIL
32% em 1994
38% em 2000
46,5% em 2007
52% em 2010
55.6% em 2016
 
  saúde suplementar : 84% de parto cesárea
rede pública : 40% parto cesárea
PROJETO PARTO ADEQUADO
O projeto Parto Adequado, foi desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o
Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da
Saúde.

Tem o objetivo de identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto


e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de
cesarianas sem indicação clínica na saúde suplementar. 
A LEI DA CESÁREA

(14/08/2019)
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprova por 58x20 votos  o projeto de lei que
garante à gestante a possibilidade de optar pela cesárea, a partir da 39ª semana de gravidez,
em hospitais públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda que não haja orientação médica

(01/07/2020 )
Tribunal de Justiça de São Paulo julga inconstitucional Lei da Cesárea
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) julgou por unanimidade como inconstitucional a
Lei da Cesárea, que garantia a mulheres gestantes a liberdade de escolher pelo parto
cesariana, independentemente de avaliação ou decisão médica.
QUESTÕES
How many stages of labor are there?
How is the first stage of labor characterized?
How is the second stage of labor characterized?
How is the third stage of labor characterized?
 
What is included in the initial assessment of labor?
What are Braxton-Hicks labor contractions?
What are the characteristics of contractions that lead to labor?
What is included in the physical exam for evaluation of normal labor?
How should a woman be positioned during the first stage of labor?
What monitoring is performed during the first stage of labor?
What are the options for management of a prolonged second stage of labor?
How is the mother positioned for delivery?
QUESTÕES

 
How is labor defined?
What is the first stage of labor?
What is the second stage of labor?
Which factors increase the risk for a prolonged second stage of labor?
What is the third stage of labor?
What is the difference between expectant and active management of the third stage of labor?
What are the benefits of active management of the third stage of labor?
QUEATÕES
What are the mechanisms of labor?
How is engagement during labor defined?
How is descent during labor defined?
How is flexion during labor defined?
How is internal rotation during labor defined?
How is extension during labor defined?
How is external rotation during labor defined?
How is expulsion during labor defined?
 
What is the initial monitoring performed when a woman is in labor?
How is fetal monitoring performed during labor?
Which factors increase the risk of failure to progress during the first stage of labor?
What is labor dystocia and how is it diagnosed and managed?
How is prolonged second-stage labor managed?

Você também pode gostar