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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA GEOLÓGICA
2º SEMESTRE / 2018

INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS E
RURAIS
Vamos definir instalações industriais como sendo aqueles
consumidores cuja carga é alimentada por uma tensão média de
até 25 kV, através de rede aérea de distribuição e cuja carga
instalada seja superior a 75 kW. A demanda contratada, ou
estimada, deve ser inferior ou igual à 2500 kW ou quando as
instalações possuem equipamentos capazes de provocar
perturbações na rede se alimentados em BT pelo sistema.

Concluindo, são instalações onde o fornecimento de energia é


feito em média tensão e a redução para BT é feita dentro das
instalações do consumidor. A medida também será feita em MT.
Extra Baixa Tensão: Tensão Inferior à 50 V (CA) e 120 V (CC) – utilizado,
principalmente em eletrônica.
Baixa tensão: Tensão superior a Extra Baixa Tensão e inferior a 1000 V (CA) e 1500V
(CC) – Exemplo: 127 V, 220 V, 380V – utilização residencial, comercial e industrial de
pequeno porte.
Média tensão: Tensão superior a Baixa tensão e Inferior a Alta Tensão – Exemplo: 13.8
kV, 23kV e 34.5kV – utilizado em comércio de grande porte (shopping center,
hipermercados) e na indústria em geral.
Alta tensão: Tensão superior a Média Tensão – Exemplo:69kV, 138kV, 250kV, 750kV –
utilizado em linhas de transmissão.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FORNECIMENTO EM
TENSÃO

Tensão primária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema


elétrico brasileiro, em média tensão, trabalha com valores
padronizados iguais ou superiores a 2,3 kV. Essas tensões nominais
podem ser: 13,8 kV, 23 kV, 34,5 kV, 69 kV e 138 kV.
Tensão secundária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema
elétrico nacional, trabalha com valores padronizados inferiores a 2,3
kV. Essas as tensões nominais podem ser: 220/127V (urbana),
380/220V (urbana) e 440/220V (rural);
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FORNECIMENTO EM TENSÃO PRIMÁRIA

Grupo A: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão


igual ou superior 2,3 kV, ou ainda, atendidas em tensão inferior a 2,3 kV a partir de
sistema subterrâneo de distribuição e optantes pelo enquadramento neste Grupo,
caracterizado pela estruturação tarifária binômia, e subdividido nos seguintes subgrupos:

a) Subgrupo A1 - ≥ 230 kV;


b) Subgrupo A2 - tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;
c) Subgrupo A3 - tensão de fornecimento de 69 kV;
d) Subgrupo A3a - tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;
e) Subgrupo A4 - tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;
f) Subgrupo AS - tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV atendidas a partir de sistema
subterrâneo de distribuição e enquadradas neste Grupo em caráter opcional
Grupo B: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão
inferior a 2,3 kV, ou ainda, atendidas em tensão superior a 2,3 kV e faturadas neste Grupo
por opção, desde que atendidos os critérios definidos na legislação, caracterizado pela
estruturação tarifária monômia.
DOCUMENTOS QUE DEVEM SER APRESENTADOS NO PROJETO

a) memorial técnico descritivo com os elementos necessários à completa interpretação do projeto,


contendo no mínimo:
- nome do interessado, endereço da obra, finalidade do projeto, ramo de atividade e previsão de data da
ligação;
- descrição da entrada de serviço de energia elétrica, seção dos condutores (mm ), caixas de passagem,
etc;
- especificação da tensão de operação e isolação;
- especificação do sistema de aterramento, conforme a norma ;
- especificação discriminada da carga total instalada;
- especificação de materiais e equipamentos utilizados na entrada de serviço, conforme a norma ;
- cálculo de demanda provável nos diferentes segmentos horários (ponta e fora de ponta) e previsão de
futuros aumentos, exceto para prédio de múltiplas unidades consumidoras;
- cálculo das correntes de curto-circuito no ponto de instalação da proteção geral de BT e de MT, se
houver (no mínimo método simplificado);
- estudo de coordenação e seletividade entre os dispositivos de proteção de MT e a proteção do sistema
elétrico da concessionária, quando a capacidade de transformação for superior a 300 kVA, com
coordenograma, considerando para o cálculo as correntes de curto-circuito, as impedâncias equivalentes
de seqüência positiva e zero no ponto de derivação, os critérios de seletividade e os ajustes de proteção
a montante, fornecidos pela concessionária. Nesse caso, deve ser anexada memória de cálculo,
contendo os valores de curto-circuito utilizados no estudo.
• nome, número de registro no CREA/RS, assinatura do responsável técnico pelo projeto da
instalação elétrica, bem como assinatura do proprietário, em todas as pranchas que
compõem o projeto elétrico e memorial descritivo;
• planta de situação da edificação e do lote, em relação aos quarteirões e ruas adjacentes,
com indicação da área de construção e indicação do norte geográfico, em escala 1:1000;
• localização com planta baixa e corte com detalhes completos da entrada de energia com
todas as cotas, dimensões e os detalhes necessários do local da instalação da subestação e
medição de energia elétrica, condições de acesso de equipamento e pessoal, em escala
1:100 ou 1:50;
• planta baixa e corte da subestação e da medição em escala 1:25;
• diagrama unifilar sem escala;
• em caso de compartilhamento de subestações, deve ser apresentado o detalhamento das
medições;
• em caso de reforma ou ampliação, devem constar os detalhes das instalações existentes até
o(s) medidor(es) ramal de entrada, subestação, painel de medidor(es) , bem como diagrama
unifilar. A concessionária poderá solicitar outros detalhes específicos que julgar necessário;
• Anotação de Responsabilidade Técnica do projeto elétrico, bem como do projeto da obra
civil da cabina (subestação e/ou medição), devidamente preenchida(s) e quitada(s), com:
Códigos de atividade técnica: 12 (projeto) ou 20 (projeto e execução) e Códigos de
descrição de trabalho conforme tabela do CREA.
O dimensionamento da capacidade instalada da subestação deve ser feito de acordo com a
demanda provável, calculada conforme o ramo de atividade e o regime de funcionamento,
sendo esse cálculo próprio para cada caso e de inteira responsabilidade do projetista. Na
ausência de dados para a elaboração do projeto de uma unidade consumidora industrial, o
cálculo da demanda pode ser obtido através das seguintes expressões:

Sendo:
P = Potência ativa (kW);
Fd = Fator de demanda em função do ramo de atividade. Ver ;
Ci = Carga instalada (kW);
D = Demanda provável (kVA);
cos  = Fator de potência mínimo da legislação vigente.
• Nas instalações ao tempo, inclusive junto ao poste, o eletroduto deve ser rígido de aço-
carbono, galvanizado a fogo, classe "média", "pesada" ou "extra" com diâmetro mínimo de 100
mm e espessura mínima da parede de 4,25 mm, conforme NBR 5597 e 5598 e junto ao poste
deve ter uma altura de 3 m. Nas regiões carboníferas e litorâneas, deve ser utilizado eletroduto
de alumínio-liga tipo pesado;

• Nas travessias de pistas de rolamento e entrada de veículos pesados, devem ser utilizados
eletrodutos rígidos de aço-carbono galvanizado a fogo. Podem ser utilizados eletrodutos de
PVC rígido ou flexível, ou Polietileno de Alta Densidade (PEAD), envelopados em concreto
com dimensões mínimas de 200x200 mm, exceto nos casos com cabo reserva classe de
isolação 15/25 kV em que as dimensões mínimas do envelope devem ser de 250x250 mm.
Toda mudança de direção em via pública deve ser feita em caixa de passagem, observando o
ângulo de 90 , sendo que na travessia de pista de rolamento devem ser previstos 2(dois)
eletrodutos, sendo 1(um) de reserva;

• No passeio público e nas travessias de pista de rolamento, a existência dos eletrodutos deve ser
sinalizada com uma fita indicativa de "condutor de energia elétrica". No passeio público a 0,15
m e nas travessias de pista de rolamento a 0,30 m acima do eletroduto, em toda a sua extensão;

• Quando for prevista a utilização de caixas metálicas em paredes ou suspensas na laje do teto,
as mesmas devem possuir tampas em módulos, com dobradiças, dispositivo para lacre e placa
de advertência “Perigo de Morte”;
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS SUBESTAÇÕES DE ENTRADA DE ENERGIA

A subestação de entrada de energia deve:


a) estar situada nas dependências do consumidor;
b) apresentar facilidade de instalação e remoção dos equipamentos;

A subestação de entrada de energia não deve:


a) estar situada em áreas previstas para alargamento de ruas e ajardinamentos, exceto
com autorização do Poder Público Municipal;
b) ser instalada em telhados, terraços ou marquises;
c) ficar sujeita a inundações ou infiltrações d'água.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
INSTALAÇÃO AO AR LIVRE

transformadores até 30 kVA em 220/127 V ou


45 kVA em 380/220 V (poste madeira ou
concreto)
transformadores acima de 30 kVA em 220/127
V ou 45 kVA em 380/220 V até 150 kVA,
inclusive, desde que a massa não ultrapasse
800 kg (poste madeira ou concreto – medição
indireta)
transformadores até 225 kVA em 220/127V ou
até 300 kVA em 380/220 V (poste de concreto
– medição indireta)
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
INSTALAÇÃO AO AR LIVRE

transformadores até 225 kVA em 220/127 V ou


até 300 kVA em 380/220 V, inclusive, em
estrutura de alvenaria, desde que a massa não
ultrapasse 2.500 kg ou em plataforma até 1.500
kg
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÃO ABRIGADA COM MEDIÇÃO

• A medição deve ser indireta em BT nos


seguintes casos:
• rede 220/127 V com transformador de 45
a 225 kVA;
• rede 380/220 V com transformador de 75
a 300 kVA.
• O tapete de borracha deve ter 0,50 x 0,50 e ser
isolado para 15 ou 25 KV.
• A chave seccionadora deve permitir, quando de
sua abertura, uma excursão mínima de 0,18
para 13,8 kV, 0,22 para 23,1 kV entre a parte
móvel e o borne energizado.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÃO ABRIGADA ATÉ 300 kVA PARA PRÉDIO DE MÚLTIPLAS UNIDADES

• O tapete de borracha deve ter 0,50 x 0,50 e ser


isolado para 15 ou 25 KV.
• A chave seccionadora deve permitir, quando de
sua abertura, uma excursão mínima de 0,18 para
13,8 Kv, 0,22 para 23,1 kV entre a parte móvel
e o borne energizado.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÃO ABRIGADA ATÉ 300 kVA COM MAIS DE UM TRANSFORMADOR

• Os tapetes de borracha devem ter 0,50 x 0,50


e serem isolados para 15 ou 25 kV.
• A chave seccionadora deve permitir, quando
de sua abertura, uma excursão mínima de 0,18
para 13,8 kV 0,22 para 23,1 kV entre a parte
móvel e o borne energizado.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÃO DE ENTRADA DE ENERGIA ABRIGADA COM POTÊNCIA ATÉ 300
kVA

• Os tapetes de borracha devem ter 0,50 x 0,50 e serem


isolados para 15 ou 25 kV.
• A chave seccionadora deve permitir, quando de sua
abertura, uma excursão mínima de 0,18 para 13,8 kV,
0,22 para 23,1 kV entre a parte móvel e o borne
energizado.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÃO ABRIGADA SUPERIOR A 300 kVA COM MEDIÇÃO

• Os tapetes de borracha devem ter


0,50 x 0,50 e serem isolados para 15
ou 25 kV.
• A chave seccionadora deve permitir,
quando de sua abertura, uma
excursão mínima de 0,18 para 13,8
kV 0,22 para 23,1 kV entre a parte
móvel e o borne energizado.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÕES MÓVEIS

Definição – Conjunto de equipamentos interligados, posicionados sobre rodas ou com


capacidade de transporte capaz de se ligar ao sistema para alimentação ou
transformação.
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÕES MÓVEIS
TIPOS DE INSTALAÇÃO DE TRANSFORMADORES
SUBESTAÇÕES COMPARTILHADAS
GERAÇÃO DE EMERGÊNCIA ou de TARIFAÇÃO ESPECIAL

• Não é permitido paralelismo de geradores de propriedade do consumidor com o


sistema da concessionária.
• Para evitar qualquer possibilidade desse paralelismo, os projetos das instalações
elétricas devem especificar as características dos equipamentos e apresentar uma das
soluções abaixo:
• instalação de uma chave reversora de acionamento manual ou elétrico, com
intertravamento eletromecânico, separando os circuitos alimentadores do sistema
da concessionária e do gerador particular;
• construção de um circuito de emergência, independente do circuito de instalação
normal, alimentado por gerador particular. É vedada a interligação do circuito de
emergência com o circuito alimentado pela rede da concessionária.
DIAGRAMA TÍPICO DE INSTALAÇÃO DO GRUPO GERADOR:
Paralelismo momentâneo com transferência de carga em rampa
O paralelismo momentâneo é permitido por um período máximo de 15 segundos. Deve ser
previsto intertravamento entre o gerador e a proteção geral (média ou baixa tensão) no caso
de falta de tensão da concessionária. A tensão de referência deve ser adquirida na entrada
do referido dispositivo de proteção.
O sistema de paralelismo momentâneo com transferência de carga em rampa deve ser
homologado previamente pela concessionária através de projeto especifico.
Autoprodutores e produtores independentes

A conexão permanente ao sistema elétrico da concessionária deve atender à norma


especifica de cada concessionária, bem como às exigências da ANEEL.

RESOLUÇÃO NORMATIVA No 304, DE 4 DE MARÇO DE 2008.

Altera dispositivos da Resolução nº 371, de 29 de dezembro de 1999, que regulamenta a


contratação e comercialização de reserva de capacidade por autoprodutor ou produtor
independente para atendimento a unidade consumidora diretamente conectada às suas
instalações de geração, e dá outras providências.
O QUE É AUTO PRODUTOR DE ENERGIA?

É uma empresa que obteve, junto ao poder concedente, uma outorga ou autorização para
construir e explorar uma usina com o objetivo principal de consumir sua geração em seu
processo produtivo. Originalmente o autoprodutor precisava consumir toda a sua energia, não
podendo comercializar nenhuma fração de seu lastro de venda com terceiros. Entretanto, tinha
o benefício de não pagar alguns encargos de energia que os demais Consumidores de energia
elétrica pagavam como, por exemplo, a CCC, CDE e PROINFA. Ao longo do tempo, as
diferenças entre os regimes de Autoprodução e Produção Independente praticamente
desapareceram: de um lado, o Autoprodutor já tem autonomia para comercializar o excedente
de energia que ele não utilizar com Consumidores Livres, Comercializadores e outros Agentes
de Geração e, de outro lado, os Produtores Independentes também podem se beneficiar da
isenção dos encargos anteriormente mencionados quando alocam energia para cargas que
estejam em seu grupo de controle.

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