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A Sociedade do

Ouro
Professora: Cláudia Moura
A descoberta do ouro
 O ouro foi encontrado por volta do ano de 1693,
quando os paulistas, ou como são conhecidos,
bandeirantes, encontraram fartura de minérios nas
Minas Gerais. Este fator foi responsável por gerar uma
forte demanda migratória para a região. 
 As grandes jazidas de ouro foram descobertas
em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, onde foram
divididas em forma de lavras (lotes auríferos para
exploração, a exemplo das sesmarias latifundiárias de
monocultura).
 Nesse período, estima-se que a população brasileira
tenha passado de 300 mil para cerca de 3 milhões de
pessoas.
Povoamento de Minas
Gerais
 O desbravamento na região que hoje compreende o estado
de Minas Gerais se iniciou no século XVI, por meio do
trabalho dos bandeirantes, em busca de ouro e pedras
preciosas. Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e
Minas de Ouro, que, em 1720, foi desmembrada em São
Paulo e Minas Gerais.
 No início do século XVIII, a região tornou-se um importante
centro econômico da colônia, com rápido povoamento.
 Todo esse movimento provocou o aumento populacional
muito acelerado para os padrões da época.
 Esse rápido crescimento fez com que o povoamento
acontecesse de forma caótica, resultando inclusive em
crises por falta de alimentos.
Guerra dos Emboabas
 A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707
a 1709, pelo direito de exploração das recém descobertas
jazidas de ouro, na região das Minas Gerais, no Brasil.
 O conflito contrapunha, de um lado, os desbravadores
bandeirantes, que haviam descoberto a região das minas e
que por esta razão reclamavam à exclusividade de explorá-
las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de
portugueses e imigrantes das demais partes do Brasil –
pejorativamente apelidados de “emboabas” pelos
bandeirantes–, todos atraídos à região pela febre do ouro.
Derrota dos paulistas
O confronto terminou por volta de 1709,
graças à intervenção do governador do Rio
de Janeiro, Antônio de Albuquerque Coelho
de Carvalho. Sem os privilégios desejados e
sem forças para guerrear, os paulistas
retiraram-se da região. Muitos deles foram
para o oeste, onde mais tarde descobriram
novas jazidas de ouro, nos atuais estados do
Mato Grosso e Goiás.
 Após o fim da guerra, a coroa portuguesa
tomou a iniciativa de intervir diretamente na
Reação da região das minas, evitando que se
Coroa transformasse em um território livre. Ocorreu
a separação das capitanias de São Paulo e Rio
de Janeiro e também a criação da Capitania
das Minas de Ouro. Outra medida tomada
pela coroa foi a cobrança de impostos sobre o
ouro extraído. Começava a ser cobrado
o quinto, ou seja, um quinto do ouro extraído
ficava com o rei de Portugal.
O ciclo econômico da mineração dinamizou a
sociedade brasileira. Diferente do ciclo do açúcar, a
riqueza proveniente do ouro não ficou concentrada
Sociedade do nas mãos de um único grupo social.
ouro Como as riquezas passaram a se concentrar na região
sudeste, a capital da colônia deixou de ser Salvador e
passou a ser o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro tornava
mais fácil e rápido o acesso as regiões mineradoras.
Com o desenvolvimento de cidades como Vila Rica,
Mariana, Diamantina, entre outras, apareceram os
comerciantes, artesãos, intelectuais, padres,
funcionários públicos e outros profissionais liberais.
Sociedade do ouro

 Os escravos também ganharam importância, e muitos deles


conquistaram junto a seus senhores o direito à liberdade devido
ao êxito das minerações. Eram denominados negros alforriados
ou forros. Outros compravam sua liberdade.
 Um outro grupo que se destacou foram os tropeiros, que faziam
comércio de alimentos e mercadorias. Muitos faziam o
transporte da carga entre Rio Grande do Sul e São Paulo,
seguindo depois para Minas Gerais.
 Outro grupo social eram os desclassificados do ouro, eram
indivíduos pobres que realizavam diversas atividades para
sobreviver, essas pessoas foram a base da sociedade mineradora.
 No topo da sociedade mineradora era formada pela elite
proprietária de escravizados.
Cultura
O desenvolvimento da vida urbana trouxe
também mudanças culturais e intelectuais na
colônia, destacando-se a chamada escola
mineira, geralmente ligada ao Barroco.
São expoentes as obras esculturais e
arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o
“Aleijadinho”, em Minas Gerais e do Mestre
Valentim, no Rio de Janeiro.
Entre outros movimentos intelectuais inspirados
por ideias iluministas, especialmente na segunda
metade do século XVII.
O trabalho nas minas
 Na mineração, isto é, na extração do ouro nas minas,
utilizava-se o trabalho dos negros escravizados trazidos da
África. As minas correspondiam ao local no qual os escravos
eram mais vigiados por seus senhores, que visavam evitar o
contrabando de ouro.
 Além da vigilância permanente, o trabalho escravo
realizado na mineração apresentava péssimas condições.
Muitos escravos não suportavam mais do que cinco anos
nessa atividade; e rotineiramente aconteciam mortes
prematuras relacionadas às condições de trabalho
insalubre e aos acidentes de trabalho.
O trabalho nas minas
O primeiro achado de ouro foi denominado de
“ouro de aluvião”, que significa ter sido
encontrado nos vales dos rios. O ouro de aluvião
foi encontrado no vale do rio Doce e do rio das
Mortes. Essa descoberta provocou uma grande
migração para a região de Minas Gerais.
Outro modo de extração era a exploração de
veios subterrâneos, era mais lento e caro, feito
através de escavações da terra e a abertura de
galerias nas quais os escravos e outros
trabalhadores entravam para procura-lo.
Tropeiros
 Os tropeiros eram caixeiros-viajantes que vendiam
produtos os mais diversos nas regiões das Minas
Gerais, de São Paulo e do Rio de Janeiro, ocupando
uma função semelhante ao dos Mascates no nordeste
do Brasil. Eram, em sua maioria, homens
relativamente pobres e que ascenderam socialmente
por meio do comércio, sem laços com a nobreza.
 Eles foram fundamentais para estabelecer a
infraestrutura na região das Minas Gerais, pois
vendiam animais, ferramentas (por vezes, escravos) e
suprimentos para os mineiros, de modo que
 garantiam a sobrevivência em uma região que,  à
época, era inóspita.
 As "negras de tabuleiro" eram
mulheres negras (algumas livres,
outras ainda sob o regime da
escravidão) que trabalhavam no
comércio nos centros urbanos do
Brasil Colônia e Império.
 Quando escravas, negociavam
produtos escolhidos por seus
senhores (na maioria das vezes
produtos culinários que elas
mesmas produziam) e ficavam
com uma parte do dinheiro que
arrecadavam com a venda.
 Quando livres viam no comércio
uma oportunidade de
subsistência, já que não havia
programas sociais adequados
para integrar os negros na
Negras de tabuleiro sociedade da época.
Controle metropolitano
 A partir do momento em que os portugueses souberam
da descoberta do ouro em terras brasileiras, a
necessidade de controle sobre a exploração das jazidas
aumentou substancialmente. Os problemas com o tráfico
de pedras e metais preciosos e as disputas em torno da
propriedade das minas acarretaram na criação de vários
órgãos oficiais que deveriam regulamentar o
desenvolvimento no espaço colonial.
 Em 1702, a metrópole oficializou a criação da
Intendência das Minas, órgão que deveria administrar as
regiões auríferas respondendo pelo policiamento, a
cobrança de impostos e julgamento dos crimes ocorridos
nessas localidades.
Controle metropolitano
 Além do controle do uso, também cuidava da
arrecadação do quinto, tributo onde vinte por cento
de todos os metais e diamantes eram recolhidos pelos
mineradores. Com a permanência dos diversos
problemas com fraudes e tráfico, a Coroa Portuguesa
decidiu também criar as casas de fundição.
 Nesse lugar, todo o ouro encontrando em forma de
pepita ou pó deveria ser transformado em barras e
marcado com o símbolo do governo metropolitano.
Dessa maneira, a cobrança do quinto seria facilitada e
o tráfico coibido com maior eficiência.
Revolta de Vila Rica
 Também conhecida como Revolta de Felipe dos Santos,
este movimento nativista ocorreu no ano de 1720, na
região das Minas Gerais, durante o período do Ciclo do
Ouro.
 A região de Minas Gerais produzia muito ouro no século
XVIII. A coroa portuguesa aumentou muito a cobrança de
impostos na região. O quinto, por exemplo, era cobrado
sobre todo ouro extraído (20% ficavam com Portugal).
Esta cobrança ocorria nas Casas de Fundição.
 Era proibida a circulação de ouro em pó ou em pepitas.
Quem fosse pego desrespeitando as leis portuguesas era
preso e recebia uma grave punição (degredo para a
África era a principal)
Revolta de Vila Rica

 Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro


(dono de tropas de mulas para transporte de mercadorias).
Com seus discursos e ideias atraiu a atenção das camadas
mais populares e da classe média urbana de Vila Rica.
Defendia o fim das Casas de Fundição e a diminuição da
fiscalização metropolitana.
 A revolta durou quase um mês. Os revoltosos pegaram em
armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situação
tensa, o governador da região, chamou os revoltosos para
negociar, solicitando que abandonassem as armas.
 Após acalmar e fazer promessas aos revoltosos, o conde
ordenou às tropas para que invadissem a vila. Os líderes
foram presos e suas casas incendiadas. Felipe dos Santos,
considerado líder, foi julgado e condenado à morte por
enforcamento.
Responda as questões
1 - Explique qual o contexto em que a Guerra dos Emboabas se
desenvolveu.

2 - Quem foi o Marquês de Pombal e quais as medidas tomadas para a


modernização de Portugal?

3 - Como transcorreu o desenvolvimento econômico das demais cidades


próximas a região mineradora?
Responda as questões

4 – Comente sobre a grande desigualdade social que existia na sociedade


mineradora.

5 – Quais as medidas tomadas pela coroa portuguesa para obter maior


controle sobre a produção aurífera no Brasil?

6 – Descreva uma das consequências do controle metropolitano português


com a instalação da casa de fundição em Vila Rica?

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