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Eternidade e Transitoriedade

Salmo 90
O Salmo 90 abre o quarto livro do Saltério. Foi escrito por Moisés, o profeta de Deus.
Este Salmo, de forma magistral, revela-nos a eternidade de Deus e a transitoriedade do
homem. Cinco verdades emanam deste Salmo:

            Em primeiro lugar, a eternidade de Deus (90.1-4). Moisés diz que Deus foi, é, e
será nosso refúgio. Ele tem sido refúgio do seu povo de geração em geração. Os
homens surgem, vivem, morrem e passam, mas Deus continua sendo refúgio para
aquela, para esta e para as futuras gerações. Ele é o mesmo no passado, no presente e
no futuro. Deus preexiste à criação do universo. Antes que os montes nascessem e se
formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade ele é Deus. A vida dos
homens está em suas mãos, pois ele é quem a todos dá a vida e tira a vida. Como Deus
é eterno, para ele mil anos é como o dia que se foi e como a vigília da noite.
Em segundo lugar, a mortalidade do homem (90.5,6). Se Deus é eterno, o homem é
vulnerável e mortal. O homem é totalmente dependente de Deus. O Senhor o leva
como um frágil objeto arrastado numa torrente. Seus dias são breves como um
sono. Seu vigor é passageiro como uma flor que de madrugada viceja e floresce,
mas à tarde murcha e seca.

Em terceiro lugar, pecaminosidade do homem (90.7,8). O homem não é apenas


vulnerável e mortal; é, também, pecador. Porque o pecado é maligníssimo e uma
afronta a Deus, o homem é consumido e perturbado pela ira de Deus. As
iniquidades dos homens são expostas diante de Deus e até seus pecados ocultos
são manifestos aos seus olhos.
Em quarto lugar, a transitoriedade do homem (90.9-12). Os dias do homem são
turbulentos e seus anos acabam-se como um breve pensamento. A velhice chega
rápido e nesses anos chegam também a canseira e o enfado. Nem bem o homem
pousa seus pés na terra e já voa para a eternidade. Nesses corredios dias de sua
vida, o homem peca contra Deus e suscita a sua ira. Por isso, carece de sabedoria
para contar os seus dias e alcançar um coração sábio.
Em quinto lugar, a súplica do homem (90.13-17). Moisés, cônscio de sua mortalidade,
pecaminosidade e transitoriedade clama pela misericórdia divina. Sente necessidade de
ser saciado a cada manhã com a benignidade de Deus, a fim de cantar de júbilo ao
Senhor e alegrar-se durante seus breves dias sobre a terra. O poeta roga a Deus para
alegrá-lo na mesma proporção e pelo mesmo tempo que foi afligido por ele. Anseia pela
alegria na mesma medida que suportou a adversidade. Clama, ainda, que as obras de
Deus apareçam a seus servos e a glória de Deus apareça aos seus filhos. Anseia
ardentemente pela manifestação da graça de Deus. Suplica a Deus para confirmar as
obras de suas mãos. Moisés está convencido acerca da onipotência de Deus contrastada
com a fragilidade humana; da eternidade de Deus contrastada com a transitoriedade
humana. Moisés inicia o Salmo com uma declaração e o conclui com uma súplica. Só o
Deus que tem sido refúgio de geração em geração pode valer-nos e atender nosso
clamor. Nele está a nossa esperança. Ele é o nosso refúgio desde agora e para sempre.

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