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Regresso à Pátria e Reflexão Final do Poeta

Canto X, (Est. 142-144 e 145-156)

O Regresso à Pátria (Est. 142 a 144)


Tétis despede-se dos portugueses, que embarcam para a viagem de
regresso (Est. 142-143).
 
Esta decorre com vento sempre ameno e favorável. Os marinheiros
chegam à Foz do Tejo sem quaisquer problemas e podem entregar à
Pátria e ao Rei o Prémio da Imortalidade e os novos títulos de Rei
do Oriente. (est. 144)
 
Crítica aos Portugueses seus contemporâneos /Apelo ao rei (Canto X, Est. 145-
146 / 154-156)
Os últimos versos de Os Lusíadas revelam sentimentos contraditórios: desalento,
esperança, orgulho. “No mais, Musa, no mais…” O poeta recusa continuar o seu
canto, não por cansaço, mas por desânimo. O seu desalento advém de constatar
que canta para “gente surda e endurecida”, mergulhada “No gosto da cobiça e na
rudeza / d`uma austera, apagada e vil tristeza”.
É a imagem de Portugal do seu tempo. Então dirige-se ao rei (D. Sebastião) a
quem, em seguida, fará um apelo.
O poeta apresenta-se ao rei como guerreiro e poeta, a quem não “falta na vida
honesto estudo. / Com longa experiência misturado” (Est. 154), qualidades
acrescentadas com o engenho. Então oferece ao rei o seu talento de poeta e o seu
braço de soldado, na esperança de que o monarca, continuando os feitos do
passado, vá combater no Norte de África e dê ao poeta motivos para novo canto.
Mensagem:
Os Lusíadas são uma epopeia na qual reflete o otimismo do renascimento,
crente nas capacidades do homem. No entanto, não é apenas esta visão
otimista que está patente na obra. A par da glorificação dos heróis que
fizeram grande a Pátria e o homem e devem, por isso, servir de exemplo,
está presente um pessimismo/desencanto do poeta, que olha para o
Portugal seu contemporâneo com tristeza, nostalgia e desalento.

É esse desalento que está patente no final da epopeia. O poeta canta o


heroísmo do passado como exemplo, mas quer também mostrar aos seus
contemporâneos a falta de grandeza do Portugal presente, erguendo-se
contra o adormecimento da pátria, e incentivar o rei a conduzir os
portugueses a um futuro de novo glorioso, a uma nova era de orgulho
nacional.
Os Lusíadas encerram com uma mensagem que
abarca o passado, o presente e o futuro – a
glória do passado deverá ser encarada como
um exemplo presente para construir um futuro
glorioso.

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